Ajuda! Preciso falar... Psiquiatra aconselha gravidez | De Mãe para Mãe

Ajuda! Preciso falar... Psiquiatra aconselha gravidez

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Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

Boas,

Sofro de ansiedade, estou a ser seguida.

Estes dias fui a consulta e a psiquiatra diz que devia avançar para uma gravidez, que é ele que segue as gravidas do hospital e que grande maioria de quem sofre de ansiedade, com a gravidez melhora, pois o corpo tem muitas alterações, hormonas, e a gravidez por normal ajuda a controlar a ansiedade.

Mas em sofro um pouco de fobia de gravidez, do parto...

Talvez mesmo porque penso demais e é a ansiedade a falar...

Penso que não sei por onde começar, que não vou saber como será a próxima consulta, como correrá, o que se vai passar, o que me vão fazer...

É medo da própria gravidez e do parto nem se fala...

Vem me a cabeça as historias que se houve das dores, das enfermeiras a ralhar, a dizer coisas más, tipo: agora choras.... para o fazer não gritavas tu assim... coisas dessas que dizem que elas nos dizem...
Também as cenas dos ferros, uso de ventosas, correntes...
O medo da anestesia não funcionar...

É muito medo.... e até vergonha...

Aquela ideia que vou passar na rua e vão pensar olha uma desavergonhada, que vai de barriga... olha aquela dormiu sem cuecas... essas cenas assim que se ouve...

Mas se eu ando com ansiedade, a ser tratada para isso, e a psiquiatra diz que está na altura de tentar vencer isso e avançar...

será...?

Alguém me ajuda , me apoio, fala comigo,

Alguém me resume em que consiste as etapas, consultas da gravidez, do parto....

E mais duvidas, ser seguida apenas no publico ou no publico e privado?
Sei que o parto era publico, mas as consultas também são uma duvida.

Não sei se interessa referir, mas eu passo o dia a ver coisas para bebe, tipo carrinhos, roupas, brinquedos, decoração do quarto, pormenores para festa de baptizado, festa de anos, bolinhos para fazermos juntos...
Mas depois a minha cabeça diz, sonhos impossíveis, nunca serás capaz...

amadalena -
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Desde 13 Maio 2009

Preocupado

BiaC -
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Desde 08 Jul 2012

Consulte outro médico, peça mais opiniões.
Não sou psiquiatra, mas a gravidez/maternidade traz ansiedade a toda a gente, não estou a ver como melhora quem já sofre. Acho que devia procurar ajuda e informar-se bem, do que pode melhorar, do que pode tomar para estar controlada, como podem agir caso piore, etc, etc.
Não acho um sonho impossível, com ajuda e controlo pode ser mãe, para parece-me ser essa a solução.

ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

Eu acho que a sua médica lhe quis apenas dar força para avançar para uma gravidez dado ser esse o seu desejo. Quis mostrar-lhe que não é impossível, que há outras mulheres na sua situação. Não me parece que se não fosse desejo seu engravidar, que ela lhe tivesse sugerido isso como « tratamento ».
Quanto ao medo do parto e da gravidez, basta dar uma vista de olhos aqui pelo fórum para perceber que são temas que causam ansiedade a quase todas as mulheres, sofram elas de ansiedade ou não.
Talvez devesse falar mais com a sua médica sobre essa ideia errada de que a vão julgar na rua por estar grávida. É o ciclo da vida. Há milhares de anos que as mulheres engravidam. Quanto ao que dizem na hora do parto, felizmente são casos raros aqueles em que se apanham enfermeiras mais estupidas. Penso que no seu caso, uma vez que não sabe lidar sozinha com aquilo que poderá ouvir durante a gravidez (mesmo que inocente mas mal interpretado por si), o importante será ser bem acompanhada ao longo dos 9 meses.
Se o medo do parto for realmente muito grande pode sempre optar por um hospital privado e escolher a cesariana. Eu tinha muito medo do parto e ainda assim optei por parto vaginal (que correu lindamente com uma equipa excelente), mas há quem escolha as cesarianas para não sofrerem de ansiedade toda a gravidez.
Quanto às consultas, se optar por engravidar, vá primeiro a uma consulta (como todas as mulheres) para fazer as análises e começar a tomar acido folico, e nessa consulta explique ao médico o seu problema de ansiedade e peça-lhe para que lhe explique como se passará tudo quando engravidar. Também há agendas, sites e até aqui mm o fórum que explicam em que semanas de realizam as ecografias mais importantes, se fazem certas análises...Não é nem será a única grávida a querer saber atempadamente o que a espera, eu também fiz essa pesquisa para saber sempre o que ia acontecer.

janew -
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Desde 18 Jun 2016

Olá,
sei o que é isso mas bem mais soft.
Depois de passar por um parto traumático (não em dores, mas com ferros, episiotomia, ...), morria de medo de repetir a dose. Afinal as coisas más não acontecem só aos outros. Só tive coragem para o segundo filho 2 anos depois, mas até me benzia só de pensar em iniciar os treinos. Felizmente tivemos um descuido e engravidei. Era rara a consulta que não chorasse por causa do parto. Tinha medo de comer para o miúdo não nascer grande (primeiro filho de 4 kg). Nas aulas de preparação desatei a chorar qdo visitei a sala de parto e na consulta com a psicóloga, mas fui bem chatinha em relação aos procedimentos do hospital (questionei tudo e todos). Recusei a baixa médica para não ficar sozinha, nem quis "ajudas" para o parto ocorrer mais cedo. Etc, etc, etc...
Quem me tentasse acalmar ouvia das boas. Poucas eram as pessoas que percebiam o meu lado.
Achei mesmo que eu não era capaz de ter um parto normal. Mas jurei que só iria para o hospital qdo não aguentasse mesmo e que não iria na cantiga dos médicos/enfermeiros (nem sempre o nosso bem-estar está em primeiro lugar), e obriguei o marido e colegas a prometer que, em caso de urgência, não me levariam para o mesmo hospital.
Conclusão... entrei em TP tranquilamente, em dia de consulta e fui apanhada pela obstetra já a meio do processo. Mesmo aí continuei a mostrar os meus receios e só aceitei ajuda na parte final. Doeu mesmo com epidural, mas foi uma dor tão boa.... Qdo vi aquele bebé apaixonei-me e fartei-me de chorar, mas desta vez de felicidade. Consegui! Nem em sonhos imaginei um parto tão bom.
Como nunca escondi a origem do meu medo, fui bastante acarinhada pelos médicos, enfermeiros, familiares e amigos.
Mesmo assim aproveitei a gravidez (adoro estar grávida!!!), já não sou propriamente jovem, mas tb penso no que os outros pensariam se eu engravidasse novamente. Enfim... mas quem paga as contas lá em casa? Os outros?
Não fossem esses pormenores (€, tempo e paciência) já teria o 3º filho nos braços. Se irá correr bem? Ninguém o pode garantir, mas farei tudo para que ninguém interfira com a natureza. Foi isso o que falhou no primeiro parto. Confiei nos médicos e não deixei a natureza atuar.
Confiei (desconfiando). Informe-se. Mas não deixe de viver por causa dos medos.
Tudo de bom!

amadalena -
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Desde 13 Maio 2009

Eu pessoalmente, pelo que a autora escreve, e por outras perguntas que já fez, parece-me bastante imatura, nova, não sei, e cujos planos não serão engravidar, mas sim pensar numa gravidez por conselho desse médico.
Faz-me confusão as ideias que lhe passam pela cabeça sobre o que os outros pensam. Não tem companheiro, uma relação estável? Então porque é que as pessoas iam pensar que andar a "dormir sem cuecas"? "Desavergonhada, que vai de barriga?" Faz-me lembrar aqueles pensamentos das mulheres de antigamente…
Bom, quanto à sua questão, é normal que tenha receios sobre uma gravidez, mas não os (alguns dos) que expõe. Todas as mulheres quando se aventuram numa gravidez ficam com medos.
Acho que a ansiedade - e principalmente pelo que escreve - não vai diminuir com uma gravidez, mas sim piorar.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Tyta, já a tentei ajudar noutros tópicos que escreveu e o que eu lhe disse mantenho: penso que precisa MUITO de fazer psicoterapia e não apenas de ser medicada para a ansiedade. Infelizmente há psiquiatras que tratam problemas de saúde mental como se estivessem a tratar uma gripe e no seu caso, perante o que escreve, não parece que uma gravidez resolva seja o que for.
Concordo com a amadalena, parece-me que tem problemas de imaturidade (ou uma visão muito limitada da realidade) pelo tipo de questões que levanta, não as relacionadas com o medo dos procedimentos médicos e do parto (esses são comuns a muita gente), mas essa ideia de a julgarem na rua...eu nunca ouvi ninguém fazer esses comentários! É por não ser casada que tem medo desses julgamentos? E correntes...onde é que ouviu falar em correntes no parto?!
Uma coisa que nunca refere é o que pensa o seu companheiro desta questão. Ele quer? Julga-a preparada? Como lida com as suas ansiedades?

ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

Eu assumi que engravidar era um forte desejo da autora do tópico pelo último parágrafo em que diz que passa o dia a ver coisas de bebé, etc.
Essa das correntes até me tinha passado ao lado. Pode ser alguém muito novo, imaturo ou que vive num ambiente pequeno e fechado. Seria realmente interessante saber a idade e o que pensa o companheiro de tudo isto.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

Bem a minha idade já não é pouca... mas sei que sou imatura, mimada, foi criada com muita , mas muita proteção, nunca sai, ou dei um passo sozinha...
Tenho 34 anos!

Quanto ao marido, estamos casados a 3 anos, (e imagine que ele tive de pedir aos meus pais para podermos namorar...) , ele quer muito, mas muito ser pai, já falava disse ainda no tempo de namoro.
Ele apoia-me muito, e diz que espera que eu um dia consiga mudar, e vencer isto, mas se não conseguir tambem não é por isso que não vai ser feliz.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

ClaraMiguel escreveu:
Eu assumi que engravidar era um forte desejo da autora do tópico pelo último parágrafo em que diz que passa o dia a ver coisas de bebé, etc..

Pois, a psiquiatra também acha isso. Que todos os meus problemas tem a ver com estes medos que eu tenho. Todas essas ansiedades são por querer e achar que não posso, que não sou capaz, que não mereço...
Dai ela achar que avançar me podia ajudar.

Eu até tenho gostado dela, ela é psiquiatra, mas não como as outras a quem ja tinha ido, estas consultas dela falamos muito, nunca demoram menos de 2 horas.
No fundo ela é psiquiatra, da-me medicação, mas também uma psicologia que me ouve, ajuda, dá tarefas para fazer.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

guialmi escreveu:
...
Uma coisa que nunca refere é o que pensa o seu companheiro desta questão. Ele quer? Julga-a preparada? Como lida com as suas ansiedades?

ClaraMiguel escreveu:
. .. Seria realmente interessante saber a idade e o que pensa o companheiro de tudo isto.

Bem a minha idade já não é pouca... mas sei que sou imatura, mimada, foi criada com muita , mas muita protecção, nunca sai, ou dei um passo sozinha...
Tenho 34 anos!

Quanto ao marido, estamos casados a 3 anos, (e imagine que ele tive de pedir aos meus pais para podermos namorar...) , ele quer muito, mas muito ser pai, já falava disse ainda no tempo de namoro.
Ele apoia-me muito, e diz que espera que eu um dia consiga mudar, e vencer isto, mas se não conseguir também não é por isso que não vai ser feliz.

ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

Tem a minha idade. Sorriso

Ter um filho não é algo a que nos devemos lançar de forma leviana: há todo um lado muito bonito mas também há um grande cansaço, privação de sono, preocupações e mesmo para quem não é inseguro criam-se facilmente situações em que se acha que não se é capaz. Por isso, talvez valha a pena preparar-se mais para este passo, convencendo-se também que dúvidas e receios todas temos, e que não é por as ter que é menos que as outras mulheres. Este fórum está cheio de mulheres com dúvidas senão não existia. Sorriso

E já agora, se não se importar, estando casada há 3 anos e tendo 34 anos, porque acha que a vão julgar na rua se engravidar? E onde foi buscar a história das correntes? E porque acha que vai ouvir coisas que não quer no parto? São coisas que ouve, que lê?

BiaC -
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Desde 08 Jul 2012

É estranhíssimo tudo o que pensa! Os medos é normal, mas com essa idade tem vergonha de estar grávida, do que vão dizer!?
Não a conhecendo, não vejo onde está preparada para ter um filho, como está preparada para lidar com tudo o que um filho traz: medos, receios, dúvidas, ansiedades...
Pense muito bem e com calma.

Tyta.S escreveu:
Bem a minha idade já não é pouca... mas sei que sou imatura, mimada, foi criada com muita , mas muita proteção, nunca sai, ou dei um passo sozinha...
Tenho 34 anos!
Quanto ao marido, estamos casados a 3 anos, (e imagine que ele tive de pedir aos meus pais para podermos namorar...) , ele quer muito, mas muito ser pai, já falava disse ainda no tempo de namoro.
Ele apoia-me muito, e diz que espera que eu um dia consiga mudar, e vencer isto, mas se não conseguir tambem não é por isso que não vai ser feliz.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

Os medos, os meus pensamentos, acho tem a ver com a minha educação, o radicalismo, do género : eu em pequena nem no dia de Carnaval me podia pintar, íamos sair ao me lavava ou não ia, e era Carnaval...
Acho que isto me criou sempre muitos medos, se no dia de Carnaval nao podia estar pintada, imagine-se num dia normal...
Isto é uma coisa mínima...
Outra coisa que sei que me marcou, foi logo no 5 ano, como eu era gordinha, as colegas fizeram uma aposta e queriam que eu dissesse que estava gravida... fiquei muito triste e marcada com isso. Eram coisas que queram impensaveis para mim, para a minha familia, e só porque eu era gorda queriam que dissesse que era gravida.
Depois, a minha mae teve a minha irma, quando eu ja tinha 17 anos...
Eu ia com ela ao hospital, claro, não ia ficar sozinha, e por vezes as pessoas pensavam que eu estava gravida, ou depois que a minha irma era minha filha... perguntavam a minha mãe se era netinha (a filha).
E isto tudo, sempre a marcar-me, a bloquear-me, sei que me fez ser diferente, e tudo o que eu queria era ser uma pessoa normal.
Mas não está fácil...
Estas situações fizeram-me sentir muita raiva, muito mal, as pessoas pensaram essas coisas de mim, quando eu nunca tinha me aproximado de ninguém, e saia, andava sempre junto dos meus pais.

Hoje acho que sinto medo e vergonha na mesma do que vão pensar, devido a isso, a sempre terem pensado mal de mim.
E também tenho medo do meu pai...

É muita coisa.

Eu só queria mesmo ser normal Triste

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

O meu marido conhece-me bem.
Sabe de tudo.
E diz que sempre fui criada num frasquinho, que agora é tudo difícil.

E mesmo quanto a ter relações... é doloroso.
Sinto-me mal, parece que estou a pecar.

Sinto que se estou a pecar tenho que sofrer. Tipo a historia de Adao e Eva, do pecado, e ter relações, ter um filho é a dor, a sofrimento, por ter agido mal.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

No tempo de escola, sempre fui levada a sala de aulas, a hora do inicio da aula, e quando terminava estavam a minha espera...
Isto na escola primaria, na básica, secundaria, e universidade.
Entrar e sair, sempre acompanhada por alguém (mãe).

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Oh, Tyta, por favor, precisa MUITO, mesmo MUITO de encontrar um bom psicólogo/a que a oiça e que comece a desmontar todos esses traumas e inseguranças. A sua visão da intimidade, das relações sexuais, da gravidez, do parto está toda afetada por essas falsas crenças e é preciso começar a desmontá-las, com calma. Com estas informações que nos dá é mais fácil perceber a origem dos seus medos e não, não vai ser uma gravidez que magicamente vai resolver tudo. Pelo contrário, acho que a põe num enorme risco de desenvolver algo pior.
O seu marido tem razão, a super-proteção dos seus pais prejudicou-a muito (aos 17 anos não podia ficar sozinha, a sério?), toda essa ideia que lhe foi transmitida de que o sexo é pecado...parece irreal em pleno século XXI, mas não é culpa sua.
Como já lhe disse antes, não conheço nenhum bom psicólogo em Braga, mas se colocar um tópico é provável que alguém possa recomendar alguém. A Tyta merece ser feliz e pode sê-lo.

Sansa -
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Desde 18 Jan 2018

Tyta, posso perguntar-lhe qual é a profissão do seu pai? E a sua mãe trabalhava?

janew -
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Desde 18 Jun 2016

Olá,
temos bastante em comum.
Quase a mesma idade, medos irracionais (mas não me deixo prender por isso), bastante protegida (menina do papá), uma irmã aos 17 anos (com muito orgulho e cheguei a passar por mãe, mas a verdadeira mãe passou por bem pior como se fosse crime ser mãe aos 44).
A diferença é que tive de me fazer à vida quando fui para a universidade longe de casa e fui perdendo as minhoquices da cabeça. Aliás, até faço de propósito para contrariar os meus medos parvos.
O que me mudou mesmo foi ser mãe. O primeiro parto (difícil) foi uma lição para a vida, não voltei a ser quem era. Só fiz as pazes comigo qdo nasceu o segundo filhote.
Se sabe a origem do problema, combata-o. A mudança tem de ser sua.
Tem 34 anos, casada, em idade fértil... É óbvio que pode e deve ser mãe!
Felicidades!

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

janew escreveu:
Olá,
temos bastante em comum.
Quase a mesma idade, medos irracionais (mas não me deixo prender por isso), bastante protegida (menina do papá), uma irmã aos 17 anos (com muito orgulho e cheguei a passar por mãe, mas a verdadeira mãe passou por bem pior como se fosse crime ser mãe aos 44).
A diferença é que tive de me fazer à vida quando fui para a universidade longe de casa e fui perdendo as minhoquices da cabeça. Aliás, até faço de propósito para contrariar os meus medos parvos.
O que me mudou mesmo foi ser mãe. O primeiro parto (difícil) foi uma lição para a vida, não voltei a ser quem era. Só fiz as pazes comigo qdo nasceu o segundo filhote.
Se sabe a origem do problema, combata-o. A mudança tem de ser sua.
Tem 34 anos, casada, em idade fértil... É óbvio que pode e deve ser mãe!
Felicidades!

Pois, eu acho que os médicos me dizem que precisava ser mãe, para crescer , mudar , para começar a não ter tempo para minhocas na cabeça e ser alguém.

Mas os medos são tantos!

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Tyta, pode e deve ser mãe, mas precisa primeiro de arrumar a sua cabeça, ganhar auto-estima e deixar de parte pelo menos alguns dos medos irracionais que tem. Merece gostar de si própria, ter prazer no sexo, ter confiança para fazer o que gosta, não recear os julgamentos alheios. E merece ser mãe, claro, mas que isso seja uma experiência positiva e não uma fonte de sofrimento.
Posso perguntar porque está tão relutante em procurar ajuda psicológica? Não gostava de ser mais feliz? Não se acha capaz de mudar?

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

guialmi escreveu:
.
Posso perguntar porque está tão relutante em procurar ajuda psicológica? Não gostava de ser mais feliz? Não se acha capaz de mudar?

Já andei em tantos psicologos que já nem tenho conta. Quanto a psiquiatras, andei em menos, mas pela primeira vez consigo achar que esta me percebe.

Para ser mesmo muito sincera, já não acredito que possa mudar...! Ser feliz...

A coisa que eu mais queria era ser uma pessoa normal, mas ... sou fraca, não sou capaz.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

Sansa escreveu:
Tyta, posso perguntar-lhe qual é a profissão do seu pai? E a sua mãe trabalhava?

O meu pai já teve varias profissões, mas sempre por conta própria. Quanto a minha mãe, fora nunca trabalhou, apenas algumas tarefas de casa, e poucas.

pinkpeonies -
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Desde 04 Mar 2008

Tyta.S é possível contornar a ansiedade. É possível ser feliz. Encarar os dias sem medos. O caminho por vezes não é fácil.
Resumindo a minha história. Vivi os últimos 10 anos com ansiedade, mas como era uma coisa controlada não procurei ajuda. Ia vivendo. Momentos melhores, momentos piores. Num momento mais difícil procurei ajuda de um psicólogo. O psicólogo estava a fazer o seu trabalho, eu é que ainda não estava disposta a ir ao fundo da questão. No último ano, tive uma crise de ansiedade e cheguei a um ponto em que estava a tornar me uma pessoa amarga. Estava a afastar os que me são mais querido. Procurei ajuda. Comecei um processo difícil. Pelo meio tive de recorrer à medicação. A medicação é um auxílio, não a cura. Quando lhe dói um dente, pode tomar comprimidos mas se não for ao dentista tratar o dente continua com dores, certo? Com a ansiedade é a mesma coisa. Hoje sou feliz e consigo viver o dia a dia. Tirando o que de melhor eles têm. Sei que há obstáculos mas eles são ultrapassados à medida que aparecem.

A ansiedade faz nos ter uma visão nublada das coisas. Não conseguimos ver o que está à nossa volta. As outras opções. Tem a certeza que a psiquiatra lhe disse para engravidar? Se sim, fuja dessa médica. Um bom profissional de saúde mental nunca lhe vai dizer o que fazer. Vai ajuda la a conseguir tomar a decisão que quer.

Depois, o que a psiquiatra lhe deve ter dito é que durante a gravidez a ansiedade tende a abrandar. Os níveis hormonais estão em alta e sentimo nos melhor. Mas após o parto acontece precisamente o contrário. Eu sei que tenho de estar atenta após um futuro parto. É possível até que tenha de fazer novamente medicação. Mas se for preciso. Estou cá para enfrentar as batalhas, sem medos e com certeza de que as consigo ultrapassar.

Deixo lhe dois contacto. A Psiquiatra Deolinda Almeida no hospital da Boa nova em Matosinhos. E a psicóloga Lília Andrade, da Clínica da Mente na Maia. Não é da Maia mas sei que lhe consegue dar boas referências de psicóloga em Braga. Encontra os contactos na net.

Por fim, e se estiver enganada peço desculpa, mas das duas umas. Ou a Tyta.S está em total negação ou este post é mentira. Noutro tópico nem sabia o que era psicoterapia. Agora já diz que consultou muitos psicólogos. Se tem uma irmã mais nova, com certeza se lembra dos choros, das birras, talvez das noites mal dormidas. Um filho não é só carrinhos, roupinhas, decoração de festas. Um filho é muitas vezes pormo-nos em segundo plano. É a maior responsabilidade que pode existir. O filho não é nosso. O filho é um ser humano que estamos a colocar no mundo. Um bebé que um dia será um adulto é que temos o dever de criar para que seja um adulto completo. A Tyta precisa urgentemente de ajuda profissional. A forma como foi criada, tornou a numa pessoa infantil. Que tem medos irracionais, mas que vive no mundo da ilusão. Em que pensa que ter um filho é brincar às bonecas.
Sei que estou a ser bruta nas minhas últimas palavras. Mas por vezes, com falas mansas já não vamos lá.
Eu precisei desse abanão. Quando vi o meu casamento a ficar tremido, procurei a ajuda que precisava. Encarei os meus medos. E hoje estou feliz. É possível viver.
Seja feliz.

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

No meio disto tudo estou completamente perplexa com os médicos que aconselham uma mulher a ter um filho "para crescer", para "deixar de ter minhocas na cabeça e ser alguém"!
Eu ia jurar que era o oposto, que primeiro temos de estar de bem com nós mesmas antes de colocar um outro ser nesta equação.
Vou repetir o que já lhe disseram, procure um bom psicoterapeuta, resolva todos esses traumas que tem, e só depois tenha um filho. Com tanta insegurança, de cada vez que o bebé chorar (e serão várias), juntamente com as hormonas destrambelhadas, vai se achar a pior mãe do mundo, uma incapaz, e só vai servir para se afundar mais nessa fraca autoestima.
Cuide-se primeiro, para depois ter capacidade de cuidar de uma criança

KellyPT -
Offline
Desde 05 Abr 2011

Tyta.B escreveu:
No meio disto tudo estou completamente perplexa com os médicos que aconselham uma mulher a ter um filho "para crescer", para "deixar de ter minhocas na cabeça e ser alguém"!
Eu ia jurar que era o oposto, que primeiro temos de estar de bem com nós mesmas antes de colocar um outro ser nesta equação.
Vou repetir o que já lhe disseram, procure um bom psicoterapeuta, resolva todos esses traumas que tem, e só depois tenha um filho. Com tanta insegurança, de cada vez que o bebé chorar (e serão várias), juntamente com as hormonas destrambelhadas, vai se achar a pior mãe do mundo, uma incapaz, e só vai servir para se afundar mais nessa fraca autoestima.
Cuide-se primeiro, para depois ter capacidade de cuidar de uma criança

Eu concordo com esta opinião e duvido que aqui alguém consiga ajudar a autora do tópico. A ser verdadeira, esta história revela problemas muito, muito profundos de autoestima, autonomia, dificuldade em lidar com a sexualidade, etc e também me parece que será melhor resolvê-los primeiro antes de colocar uma criança no mundo, caso contrário as hipóteses de essa insegurança minar a felicidade de todos (mãe, filho e todos quantos os rodeiem) são enormes. Concordo com todos quantos recomendaram uma segunda opinião de um psiquiatra e apoio de psicoterapia

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

O que eu ia dizer (repetir, na verdade) está espelhado nestas três últimas intervenções. Se a Tyta quiser referências de bons psicólogos e psiquiatras em Braga, certamente aqui no fórum poderão ajudar. Mas tem de querer mudar e empenhar-se na mudança. Nenhum tratamento para questões tão profundas como aquelas que foram aqui contadas se resolve em semanas ou meses. Eu estou pessoalmente a participar (como mãe) num processo simultaneamente psicoterapêutico e farmacológico de abordagem a uma perturbação séria de ansiedade há mais de um ano e sim, vejo resultados. Sim, vejo uma jovem a empenhar-se diariamente para superar as suas dificuldades e ser feliz. É possível. Eu sei que é mais difícil quando se passaram tantos anos de baixa auto-estima e medos irracionais, mas pelo que a Tyta conta tem o apoio do seu marido. Mas tem de querer.

janew -
Offline
Desde 18 Jun 2016

Nós somos capazes de mudar, mesmo sem ajuda, basta querer.
Não querendo... podem vir os melhor psicólogos, psiquiatras, terapeutas, ...

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

janew escreveu:
Nós somos capazes de mudar, mesmo sem ajuda, basta querer.
Não querendo... podem vir os melhor psicólogos, psiquiatras, terapeutas, ...

Sim, é verdade que somos capazes de mudar. Não, não basta querer. Quando se tem uma doença do foro mental (que pode ser ansiedade, depressão, anorexia, bipolaridade, etc, etc) não basta querer, é preciso procurar profissionais competentes.
Dizer a uma pessoa que tem um problema do foro mental que para mudar basta querer é exatamente como dizer a uma pessoa que tem uma perna partida ou que tem diabetes que para melhorar basta querer. Que se tiver muita força de vontade cura-se.
Lamento tanto, mas tanto, que continue a existir este estigma relativamente às doenças mentais.

janew -
Offline
Desde 18 Jun 2016

guialmi escreveu:

janew escreveu:Nós somos capazes de mudar, mesmo sem ajuda, basta querer.
Não querendo... podem vir os melhor psicólogos, psiquiatras, terapeutas, ...

Sim, é verdade que somos capazes de mudar. Não, não basta querer. Quando se tem uma doença do foro mental (que pode ser ansiedade, depressão, anorexia, bipolaridade, etc, etc) não basta querer, é preciso procurar profissionais competentes.
Dizer a uma pessoa que tem um problema do foro mental que para mudar basta querer é exatamente como dizer a uma pessoa que tem uma perna partida ou que tem diabetes que para melhorar basta querer. Que se tiver muita força de vontade cura-se.
Lamento tanto, mas tanto, que continue a existir este estigma relativamente às doenças mentais.


Não falei em medicação. Há doenças e doenças! Só escrevi que sem vontade de mudar é complicado. Dêm-lhe medicação, se a pessoa não quer mudar simplesmente não a toma, a não ser que a obriguem. Se a pessoa quiser mudar, vai fazer por isso (procurar ajuda, medicação, mudar de atitude perante a vida...), não vai ficar à espera que a curem milagrosamente.
Neste caso, a ser verdade, há que agir, não basta ir ao psiquiatra/psicólogo/medicação. Coisas banais como olhar-se ao espelho e ver as qualidades, socializar, sair sozinha, ao ginásio, viajar, apanhar sol (vitamina D) ... coisas que terá de ser ela a fazer por si., mas fazem "milagres".
Agora se continuar a dizer que não consegue mudar. Pelo menos tentou?

pinkpeonies -
Offline
Desde 04 Mar 2008

janew escreveu:
Nós somos capazes de mudar, mesmo sem ajuda, basta querer.
Não querendo... podem vir os melhor psicólogos, psiquiatras, terapeutas, ...

Mas a que custo? No seu caso a chorar em todas as consultas de gravidez? Passar 9 meses apavorada com o parto? Fez as pazes consigo mesma porque o segundo parto correu bem. E se tivesse sido como o primeiro? Continuava a lutar consigo própria porque para mudar basta querer?