Ajuda! Preciso falar... Psiquiatra aconselha gravidez | Page 4 | De Mãe para Mãe

Ajuda! Preciso falar... Psiquiatra aconselha gravidez

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ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

KellyPT escreveu:

Tyta.S escreveu:
pinkpeonies escreveu:
Mas a doença mental mantém se, só que noutros parâmetros...

Obrigada.
Sei que é complicado, mas quem está perto, quem sabe o que é sofrer irracionalmente percebe

E o seu marido deve sofrer bastante, por acaso... usar preservativo, mais coito interrompido, com uma mulher que toma a pílula... Não conheço nenhum que fosse nisso, nem sequer ouvi falar!

Nunca pratiquei coito interrompido porque não me faz qualquer sentido para evitar uma gravidez, mas durante anos eu e o meu marido (namorado na altura, claro) usámos a pílula e o preservativo. Eramos novos e eu não queria mesmo engravidar, tinha receio de a pílula falhar por alguma razão ou o preservativo (e eu sabia que não faria um aborto) e não queria arriscar de maneira nenhuma. Mas não me privava do sexo por isso. Sorriso Depois, passámos só à pílula, mas numa fase das nossas vidas em que não queríamos ser pais mas sabendo que se acontecesse, não seria trágico. E eu sempre fui muito certinha com a pílula, nada de esquecimentos, nem havia sequer esse risco. Mas tinha planos para a minha vida, uma gravidez não estava incluída nessa altura e preferia usar os dois métodos a fazer sexo com nem que fosse 1% de receio. Por isso, não me faz qualquer confusão quem usa dois métodos.

SweetBlonde -
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Desde 02 Ago 2012

Dou sempre o benefício da dúvida.Sabem que há gente louca não sabem? Ou o marido é um santo ou outro louc como ela. Pobre homem!

Tyta, tu só podes ter sido abusada em miuda, com tanto macaquinho na cabeça.

Blonde

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Madrinha e afilhada orgulhosa da Nelia02

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Eu não acho que seja proveitoso usar qualificativos como "totós" e "loucos" porque mesmo que esta história seja mentira (eu, por acaso, pela quantidade de posts e pelas respostas que a Tyta vai dando, penso que no essencial é verdade), há com certeza pessoas tão mentalmente perturbadas como a Tyta o é. E, na verdade, precisam de tratamento e não de julgamentos. - sendo que o mais difícil é reconhecerem que a ajuda de que precisam está muito para além de uns comprimidos.
A Tyta tem um problema muito sério, que ultrapassa muito a questão da fobia relacionada com a sexualidade (o que já não seria pouco). Toda a sua visão do mundo é distorcida, em grande parte resultado da educação hiper-protegida, mas não pode ser só isso. Cabe-lhe a si, Tyta, querer mudar e para isso tem de procurar ajuda e comprometer-se com a mudança. Não pode esperar uma solução mágica ou que lhe digam o que quer ouvir.
A mim também me custa entender como o marido compactua com toda esta situação. Ou como a mãe, tendo um curso universitário (algo raro na sua geração), criou as filhas de forma tão perniciosa. Ou como a Tyta e a irmã (que deve ter agora 17 anos, se nasceu quando a Tyta tinha 17...), também tendo estudado na universidade, não se abriram nem um bocadinho à vida (uma jovem universitária que não tem amigos e não faz qualquer vida social? eu não conheço nenhuma, e já tive alunas que vinham de meios muitíssimo fechados). Se há pormenores que falham nesta história, provavelmente sim, mas isso para mim nao é o mais importante. Pensar que uma pessoa com este perfil pode vir a educar uma criança (do mesmo modo que foi criad, não tenho dúvidas disso) é assustador.

pinkpeonies -
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Desde 04 Mar 2008

Eu entendo o ponto de vista Guialmi. Até porque conheço 3 casos de super protecção que resultaram em adultos com alguns problemas psicológicos. Depressões, medos e fobias sociais. Um dos casos até tem muitas semelhanças com a Tyta. Sonho desmesurado de ser mãe (efabulação da maternidade), medo de conduzir ou usar meios de transporte, porque não conhece as pessoas que lá vão. Nunca teve grande vida social, amigas nunca teve. As únicas diferenças é que mora sozinha (algumas relações falhadas pelo meio) e trabalha. No entanto, o que me faz duvidar muito mesmo da história da Tyta.S é a posição do marido. Os pais não perceberem o que se passa, ainda vá. Não conhecem a Tyta de outra forma. Devem achar que é normal e nem sabem dos pensamentos que esta tem.
Mas o marido? Uma pessoa que se junta ao núcleo familiar, alguém com quem a Tyta partilha todos os seus medos. Não fazer mais? De certa forma compactuar com este estado de sobrevivência da Tyta é que não encaixa no puzzle.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Sim, a mim a posição do marido também me mete muita confusão. Mas por vezes pessoas iguais (em termos de personalidade, ou desvio de...) atraem-se. Não neste grau, mas eu tive uma colega muito fechada, com poucos amigos, com uma educação muito protetora e uns pais quase psicopatas, que acabou por casar com um colega também muito fechado, quase anti-social. Viviam um para o outro, uma relação super fechada, quase isolada do mundo (em parte para se protegerem dos pais dela)...e que, soube anos mais tarde, acabou quando ele começou a trai-la com outras pessoas (algo que parecia impossível a quem os tivesse conhecido).
Outra explicação, um bocadinho mais perversa, é que se a mãe nunca trabalhou, ela nunca trabalhou, a irmã tem carta e carro,...talveza situação financeira da família seja bastante atrativa, digamos assim.

SweetBlonde -
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Desde 02 Ago 2012

Sim, acho que exagerei um pouco em chamar louca. Mas que há um pouco de loucura neste caso há.

Concordo em tudo os que vocês as duas Gualmi e Pinkpeonies disseram. Não entendo o porquê de terem cursos universitários e não se "abrirem" à sociedade, terem carta e carro mas não sairem e conviverem. Não terem vida social e acima de tudo acharem que é normal viverem assim.

Blonde

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Madrinha e afilhada orgulhosa da Nelia02

SweetBlonde -
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Desde 02 Ago 2012

Sim, acho que exagerei um pouco em chamar louca. Mas que há um pouco de loucura neste caso há.

Concordo em tudo os que vocês as duas Gualmi e Pinkpeonies disseram. Não entendo o porquê de terem cursos universitários e não se "abrirem" à sociedade, terem carta e carro mas não sairem e conviverem. Não terem vida social e acima de tudo acharem que é normal viverem assim.

Blonde

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Madrinha e afilhada orgulhosa da Nelia02

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

guialmi escreveu:
.Pensar que uma pessoa com este perfil pode vir a educar uma criança (do mesmo modo que foi criad, não tenho dúvidas disso) é assustador.

.
Eu não disse que uma criança iria ser criada da mesma forma que eu, até porque tenho um marido espetacular, que me apoia e percebe as doenças, e que já disse muitas vezes, que ele vai estar lá.
Que ele vai ajudar a ver e saber o certo e o errado. Só tenho que confiar.
Mas avançando.
Eu sou uma pessoa muito fechada, não gosto de conversar, de sair, sou muito caseira, gosto de passear com os meus cães, de tratar dos meus gatos, mas também gosto e muito por exemplo, e admiro quem lê na missa, quem canta no coro, para mim, isso é impossível, mas penso sempre que vejo, de como deve ser bom, emocionante ver alguém nosso a fazer isso, a ir ler ao altar.
Era uma coisa que eu se um dia tivesse algum filho, gostava de fizesse, fosse ler na missa, andasse no coro, andasse em musica (toca-se um instrumento), andasse no ballet.
Eu não tenho problema eu ir a reuniões, a festas, mas dando opção sou mais caseira, mas como não gosto muito de ser assim, tenho noção, que se um dia tivesse alguém, ia tentar que fosse muito diferente de mim, e participasse em tudo.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Para uma católica não praticante, é estranho que o seu sonho seja ter um fiho q

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Para uma católica não praticante, é estranho que o seu sonho seja ter um filho que cante no coro ou leia na missa...afinal, como não praticante, frequenta a igreja de forma ocasional, não é? (adiante)
Coisas muito práticas: até que idade iria ficar com o seu filho/a em casa? E depois de andar na escola, daria autorização para fazer saídas da escola? Deixava-o ir para casa de um amigo estudar? Com que idade considera adequado que vá para a escola sozinho ou fique em casa sozinho?
O seu marido é o campeão da compreensão, um verdadeiro santo, já percebemos. Mas ele nunca expressa frustração por só terem relações sexuais meia dúzia de vezes por ano, e sem "calor" da sua parte? Nunca a incentivou (empurrou, vá...) a fazer algo fora de casa, seja um emprego ou (caso não precise de dinheiro, como parece não precisar) uma atividade de voluntariado, um desporto, um curso de qualquer coisa? Que curso fez na universidade para não ter qualquer vontade de exercer?

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

guialmi escreveu:
Para uma católica não praticante, é estranho que o seu sonho seja ter um fiho q

Porque?
É um sonho porque eu sempre sonhei em subir ao altar e ler ou cantar, mas nunca tive coragem, e sempre foi desaconselhada, agora se encorajar alguém desde sempre certamente para esse alguém será mais fácil.
E eu disse não praticamente porque não vou a missa todos os fins de semana, mas vou sempre que há missa de festa (casamento, batizados, natal, ano novo, e missa por familiares).
E casei na igreja.
Mas como disse, se não vou todos os fins de semana , sou não praticante.
E apercebi-me disse, na ultima missa que fui (Já no inicio de Janeiro), ou ver a missa cantada por crianças, e elas a irem ler, o quanto devia ser importe ver alguém ali assim, lindo, arranjadinho/a ao altar, com todos a ouvi-lo e vê-lo.
Fiquei mesmo com lágrimas nos olhos, quanto imaginei e pensei o significado que deve ter , o orgulho que deve ser ver alguém ali.
Se calhar, para quem vai ler ao altar naturalmente, não é nada de mais, mas para mim, foi emocionante ver e pensar nisso.

ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

Eu também sou caseira. O meu marido também é. Não vamos a concertos, não lemos em missas, não cantamos em coro. Em podendo, estamos sossegados em casa, a fazer as nossas coisas que nos entretêm. Contam-se pelos dedos das mãos as vezes que saímos à noite para discotecas /bares na universidade. Somos tímidos por natureza e a nossa filha parece ser igual. Mas sempre tivemos os nossos amigos (que compreendiam a nossa caseirice), com quem fazíamos e fazemos jantaradas em casa deles ou na nossa. A nossa filha também chegou à escola, fez duas amigas e parece que lhe chega. Se chega ao parque e estão muitas crianças, prefere bem brincar e fica sentada ao meu lado apenas a observar. E isto é tão normal como gostar de falar em público ou tocar numa banda. Isto não é um problema e não devia ser olhado assim, para se poder focar naquilo que realmente deve mudar para se sentir normal e feliz.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

Já tirei algumas duvidas.
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Por exemplo, lembrava-me de eu ainda miúda, estava no hospital, e ouvir uma mulher falar, que ia ter de fizer com umas cordas, correntes em volta da barriga, que era muito terrível, tinha de ficar ali quieta...
Estes dias acabei por descobrir , que essas cordas, correntes, que me ficaram sempre na cabeça, em principio não passariam de mais que umas cintas, apelas a controlar tipo pulsações e isso do bebe, nada de mal e doloroso, como fiquei estes anos com ideia.
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Mais, ouvi falar do terrível exame do toque, de ser algo horrível, pedir os dedos, mexer, que quando se faz isso as dores são do pior, fui pesquisar o tal exame do toque, e na gravidez, claro, não sei como é, mas pelo que me pareceu, esse exame é o que faço todos os anos na ginecologista e não é nada de mal, não doí, ainda por cima que colocam gel...
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São muitas as duvidas, as coisas que eu sempre ouvi de mal, e que agora pedindo ajuda, pesquisando, vejo que não são assim nada de muito especial.
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É como o falado exame do papa nicolau, há quem fale horrores, mas o exame não é assim nada do outro mundo, também já tive um dia que não consegui fazer, mas desde que tive esta ginecologista, que me disse para respirar e puxar o rabo para baixo como se fosse a casa de banho, que agora mal sinto, mas fico sempre hesitante, mas nada do outro mundo, como também já ouvi falar.
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Por isso eu tenho pedido ajuda, para ver e perceber as coisas, para tentar acabar com medos que até podem não fazer sentido , mas foram muitos anos desesperada com medo deles.
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E ainda há outras cenas, que eu ouvia e me aterrorizavam, por exemplo dizer que uma pessoa no parto fica de corpo aberto, e certas coisas se apoderam de nós, que certas pessoas ficam com encostos, espíritos, e passam a ter visões desde esse momento...
Sei que é difícil perceber, mas ouvir estas coisas todas em miúda, ficaram sempre aqui registadas na cabeça e não é fácil esquecer, mas espero ir esclarecendo e vencer todas as questões.
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As historias dos partos com ferros, das pessoas e dos bebes ficarem aleijados ou mesmo morreram...
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É muita coisa.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

ClaraMiguel escreveu:
Eu também sou caseira. O meu marido também é. Não vamos a concertos, não lemos em missas, não cantamos em coro. Em podendo, estamos sossegados em casa, a fazer as nossas coisas que nos entretêm. Contam-se pelos dedos das mãos as vezes que saímos à noite para discotecas /bares na universidade. Somos tímidos por natureza e a nossa filha parece ser igual. Mas sempre tivemos os nossos amigos (que compreendiam a nossa caseirice), com quem fazíamos e fazemos jantaradas em casa deles ou na nossa. A nossa filha também chegou à escola, fez duas amigas e parece que lhe chega. Se chega ao parque e estão muitas crianças, prefere bem brincar e fica sentada ao meu lado apenas a observar. E isto é tão normal como gostar de falar em público ou tocar numa banda. Isto não é um problema e não devia ser olhado assim, para se poder focar naquilo que realmente deve mudar para se sentir normal e feliz.

Concordo, e identifico-me com isto.

Como referi , sou muito fechada, saiu pouco, mas faço o necessário, trato dos papeis, de idas ao médicos, de ir aos funerais (porque sei que ali, a nossa presença é importante para quem nos é próximo), quando preciso faço...
Não tenho grandes amigos, o meu marido tem mais que eu, e as vezes, também vamos e fazemos jantares, eu lá fico no meu canto , calada, sossegada, mas não deixo de estar lá, já me conhecem e sabe que sou assim...
Adoro ir com o meu marido e cao fazer caminha, em especial a praia, e andar de bicicleta,
Mas não deixo de ser chegada, e achar que estou sempre em casa, pois pelo que vejo o pessoal anda em "festas" todos os dias.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

ClaraMiguel escreveu:
Eu também sou caseira. O meu marido também é. Não vamos a concertos, não lemos em missas, não cantamos em coro. Em podendo, estamos sossegados em casa, a fazer as nossas coisas que nos entretêm. Contam-se pelos dedos das mãos as vezes que saímos à noite para discotecas /bares na universidade. Somos tímidos por natureza e a nossa filha parece ser igual. Mas sempre tivemos os nossos amigos (que compreendiam a nossa caseirice), com quem fazíamos e fazemos jantaradas em casa deles ou na nossa. A nossa filha também chegou à escola, fez duas amigas e parece que lhe chega. Se chega ao parque e estão muitas crianças, prefere bem brincar e fica sentada ao meu lado apenas a observar. E isto é tão normal como gostar de falar em público ou tocar numa banda. Isto não é um problema e não devia ser olhado assim, para se poder focar naquilo que realmente deve mudar para se sentir normal e feliz.

O caso da Tyta é extremo (no sentido de ela parecer ter muito pouco insight relativamente ao seu próprio distúrbio mental, o que não é de todo um bom preditor da evolução do seu estado psicológico) e esta confusão entre o que é o isolamento patológico e uma personalidade introvertida é mais uma faceta da questão.
Eu também sou tímida, o meu marido não é (mas é caseiro, até mais que eu) e as nossas filhas em comum foram ambas tímidas, até uma delas deixar de ser tímida e desenvolver fobia social (curiosamente, parecendo - para o exterior - que não era assim tão tímida como a irmã). Não é nada fácil perceber a diferença e mesmo eu, que me considero bastante atenta (por razões boas e menos boas), não me apercebi logo do que se estava a passar. É normal, não sou psicóloga. Foi preciso surgir uma doença mental bastante óbvia (óbvia para mim, porque passa despercebido a muitos pais) para procurar ajuda, e mesmo assim só à segunda tentativa é que acertámos na profissional competente para tratar este problema.
Esta projeção da Tyta do orgulho e da maravilha que deve ser ter um filho a ler na missa ou cantar num coro resulta do estado de alienação em que vive. Para mim, para a maioria de nós, é algo que acontece ou não, depende das circunstâncias e dos feitios. Mas não podemos projetar nos filhos aquilo que nós próprias gostávamos de ter sido. A Tyta vai muitíssimo a tempo de ler na missa ou participar num coro.Se aceitar, interiormente, que o passado não a determina e procurar ajuda para isso, pode tudo. J+a não depende de ninguém, é adulta, pode fazer o que quer. (E faça um favor muito, muito grande à sua irmã, diga-lhe para se desenrascar e não seguir o seu mau exemplo. Se gosta dela, quebre o círculo)

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

guialmi escreveu:
.
O caso da Tyta é extremo (no sentido de ela parecer ter muito pouco insight relativamente ao seu próprio distúrbio mental, o que não é de todo um bom preditor da evolução do seu estado psicológico) e esta confusão entre o que é o isolamento patológico e uma personalidade introvertida é mais uma faceta da questão..

Quer explicar melhor

ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

guialmi escreveu:

ClaraMiguel escreveu:Eu também sou caseira. O meu marido também é. Não vamos a concertos, não lemos em missas, não cantamos em coro. Em podendo, estamos sossegados em casa, a fazer as nossas coisas que nos entretêm. Contam-se pelos dedos das mãos as vezes que saímos à noite para discotecas /bares na universidade. Somos tímidos por natureza e a nossa filha parece ser igual. Mas sempre tivemos os nossos amigos (que compreendiam a nossa caseirice), com quem fazíamos e fazemos jantaradas em casa deles ou na nossa. A nossa filha também chegou à escola, fez duas amigas e parece que lhe chega. Se chega ao parque e estão muitas crianças, prefere bem brincar e fica sentada ao meu lado apenas a observar. E isto é tão normal como gostar de falar em público ou tocar numa banda. Isto não é um problema e não devia ser olhado assim, para se poder focar naquilo que realmente deve mudar para se sentir normal e feliz.

O caso da Tyta é extremo (no sentido de ela parecer ter muito pouco insight relativamente ao seu próprio distúrbio mental, o que não é de todo um bom preditor da evolução do seu estado psicológico) e esta confusão entre o que é o isolamento patológico e uma personalidade introvertida é mais uma faceta da questão.
Eu também sou tímida, o meu marido não é (mas é caseiro, até mais que eu) e as nossas filhas em comum foram ambas tímidas, até uma delas deixar de ser tímida e desenvolver fobia social (curiosamente, parecendo - para o exterior - que não era assim tão tímida como a irmã). Não é nada fácil perceber a diferença e mesmo eu, que me considero bastante atenta (por razões boas e menos boas), não me apercebi logo do que se estava a passar. É normal, não sou psicóloga. Foi preciso surgir uma doença mental bastante óbvia (óbvia para mim, porque passa despercebido a muitos pais) para procurar ajuda, e mesmo assim só à segunda tentativa é que acertámos na profissional competente para tratar este problema.
Esta projeção da Tyta do orgulho e da maravilha que deve ser ter um filho a ler na missa ou cantar num coro resulta do estado de alienação em que vive. Para mim, para a maioria de nós, é algo que acontece ou não, depende das circunstâncias e dos feitios. Mas não podemos projetar nos filhos aquilo que nós próprias gostávamos de ter sido. A Tyta vai muitíssimo a tempo de ler na missa ou participar num coro.Se aceitar, interiormente, que o passado não a determina e procurar ajuda para isso, pode tudo. J+a não depende de ninguém, é adulta, pode fazer o que quer. (E faça um favor muito, muito grande à sua irmã, diga-lhe para se desenrascar e não seguir o seu mau exemplo. Se gosta dela, quebre o círculo)

É óbvio que a Tyta sofre de algum distúrbio, ela mesmo deve saber ou sentir para já ter consultado vários psicólogos. O que tentei explicar é que ha coisas da nossa personalidade que não são um problema, são apenas parte de nós. Não é errado ser tímida ou caseira e se a Tyta se concentrar nisto como mais um problema, então nunca mais chegará ao verdadeiro problema nem se concentrará nele (que até pode estar a aumentar drasticamente e negativamente a sua faceta tímida e caseira). Eu também sempre gostei de cantar na igreja mas a minha timidez nunca me deixou ir para o coro (mas lembro-me de adorar ver as outras crianças e querer imenso estar ali), isto por si só parece-me normal. Projectar este desejo (e muitos outros que não se conseguiu fazer) num filho acho perigoso. Faz lembrar aquelas mães que queriam ser bailarinas e obrigam as filhas a treinos intensivos de ballet para serem as bailarinas que as mães não foram.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

ClaraMiguel escreveu:
. Projectar este desejo (e muitos outros que não se conseguiu fazer) num filho acho perigoso. Faz lembrar aquelas mães que queriam ser bailarinas e obrigam as filhas a treinos intensivos de ballet para serem as bailarinas que as mães não foram.

Eu não disse que iria projectar, ou obrigar a isso.
Apenas dei exemplos de coisas que eu não fiz, e que sempre foi aconselhada a nao fazer, e que por mim podiam fazer, ou seja, não ia criar igual a mim.
Se queria fazer isto ou aquilo, não é porque a mim sempre disseram para não fazer que eu ia dizer para não fazer.
E expressar que eu até gosto de ver, mas nunca consegui fazer.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Tyta.S escreveu:

guialmi escreveu:.
O caso da Tyta é extremo (no sentido de ela parecer ter muito pouco insight relativamente ao seu próprio distúrbio mental, o que não é de todo um bom preditor da evolução do seu estado psicológico) e esta confusão entre o que é o isolamento patológico e uma personalidade introvertida é mais uma faceta da questão..

Quer explicar melhor


Tyta, eu não psicóloga e por isso não quero estar a fazer-lhe "diagnósticos", a dizer-lhe que tem isto ou aquilo. Isso seria a primeira coisa que poderia esperar de um bom psicólogo, ter uma perfeita noção da extensão dos seus problemas, das causas e, logicamente, do rumo a tomar em termos de tratamentos. Pelo que tem contado, não me parece que a questão se limite a uma fobia relacionada com a sexualidade, mas de certeza que essa é uma das principais questões a trabalhar. E também me parece muito evidente que a sua psiquiatra, ao medicá-la para a ansiedade e dizer-lhe para engravidar, está muito, muito longe de chegar à raiz do que se passa consigo. Nem será esse o seu papel...mas é lamentável que não a encaminhe para um processo de psicoterapia.
O que eu queria dizer com o facto de ter pouco "insight" é que a Tyta parece pouco capaz de compreender a extensão das suas dificuldades e distinguir o que é patológico do que não é. Insight é a capacidade de compreender a realidade interior:" En psicoterapia, se refiere a cualquier conducta en la cual la persona obtiene una percepción acerca de sus propios estados y procesos mentales patológicos o de sus cambios terapéuticos" (desculpe estar em espanhol). A Tyta tem noção que o medo que tem da gravidez é irracional e deslocado da realidade, mas já em relação, por exemplo, à forma como justifica a escassez de relações sexuais (os métodos contracetivos falham e por isso há muita gente a fazer abortos, logo, tem de se fazer pouco sexo) não parece haver essa compreensão de que a associação não e´ real. Ou quando diz que o mundo é um lugar perigoso e por isso a sua irmã não deve vir sozinha para casa ou divertir-se na universidade, porque pode acontecer-lhe algo de mal.
Pelo facto de ter uma formação superior seria de supor que, mesmo sozinha, conseguisse desmontar alguns destes medos irracionais. Quem tem mais recursos cognitivos/intelectuais beneficia mais de uma psicoterapia cognitivo-comportamental, porque se expressa melhor, compreender melhor o discurso do terapeuta, racionaliza com mais facilidade...mas a Tyta, nalguns momentos, tem um discurso mais próximo de alguém que tivesse um grau educacional muito baixo. Não digo isto para a diminuir, mas porque realmente me mete muita confusão. Se é licenciada, sabe de certeza procurar informaçºao até mesmo sobre os assuntos que a atormentam. Que curso fez e porque não exerce?
Finalmente, como a ClaraMiguel disse, há personalidades mais introvertidas e isso,,em si, nºao tem mal nenhum. Mas o limite do patológico é quando essa introversão nos causa sofrimento, nos impede de realizar os nossos projetos, nos encerra no medo. E eu acho que a Tyta vive encerrada no medo de viver. Como lhe disse há pouco, se gostava de ler na missa ou cantar no coro, porque não o faz? Agora já não há ninguém a desaconselhá-la. ´Se fosse mesmo feliz a passar o dia em casa sem outras atividades que tratar dos animais e ir buscar a sua irmã, então nºao diria que não gosta de si, que só queria ser normal, que se sente infeliz. A questão chave aqui é : sente-se feliz? sente-se realizada? é esta a vida que quer?
Talvez pense que se tivesse um filho ficava tudo perfeito. Não é assim que as coisa funcionam. Os filhos não curam a baixa auto-estima, a insegurança, os medos, as frustrações, os traumas de infância. Imagina-se a deixar o seu filho com estranhos um dia inteiro (se o mundo é tão perigoso...)? Imagina-se a ouvir um "não gosto de ti, és má"? Imagina-se a deixar o seu filho ir ao cinema com os amigos?

pinkpeonies -
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Desde 04 Mar 2008

Cada vez que a Tyta vem escrever mais confusa fico. Tal como a guialmi, parece me estranho ter uma formação superior. A Tyta demonstra um nível de ileteracia elevado. Ou então, só interpreta as coisas da forma que quer.
Mas depois sabe fazer citações parciais dos comentários. Passa o dia na net a ver coisaa de bebés. Se sabe fazer estas coisas, porque nao usa a internet de forma a informar se sobre o que a atormenta? infelizmente a ser verdade esta história, acho que a Tyta só nos está a contar metade da história. O que penso que até fará com a psiquiatra. Se só disser que tem medo do parto e não lhe disser em concreto os pensamentos que tem. A médica pode estar a fazer um diagnóstico errado.
Sinceramente acho que já só estamos a conversar. A Tyta não vai tirar nenhuma ajuda deste tópico.

Tyta.S -
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Desde 13 Jul 2018

Bem, acho que já chega então desta conversa.
Até porque eu vim aqui com um problema de ansiedade, (fobia da gravidez, parto). E já me estão a colocar mais umas quantas doenças...

Obrigada a quem tentou ajudar.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

De nada, foi de coração. Embora o enorme texto que me dispus a escrever-lhe, pelos vistos, na sua leitura foi só para lhe arranjar doenças. Enfim.
Percebe-se porque nunca passou da primeira consulta com psicólogos. Não está disponível para ouvir, talvez um dia isso aconteça. Mas não diga que quer ser feliz,ser normal, etc. Apenas quer ficar no seu frasquinho. Tudo de bom para si.

Mia. -
Offline
Desde 12 Set 2013

Tyta.S, não a conheço, não faço ideia se o que relata é verdadeiro ou falso, e sinceramente não é sequer importante, porque seja verdade, mentira, ou meia verdade, há por aí uma situação de saúde mental bem acentuada que só lá vai com um acompanhamento multidisciplinar, em psiquiatria + psicologia.
No entanto, é importante ter consciência que as coisas só mudam quando nós fazemos algo para que elas mudem... e atribuir as responsabilidades à educação, à mãe que a sobreprotegeu, aos psicólogos que não a compreendem e por aí fora, tome nota que só quando aceitar que tem uma condição clínica mental é que poderá fazer o seu caminho.
O processo é longo, moroso, custoso, mas faz-se...desde que queira. O medo da gravidez e do parto é o mal menor de tudo isto.
Boa sorte.

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

Mia. escreveu:
Tyta.S, não a conheço, não faço ideia se o que relata é verdadeiro ou falso, e sinceramente não é sequer importante, porque seja verdade, mentira, ou meia verdade, há por aí uma situação de saúde mental bem acentuada que só lá vai com um acompanhamento multidisciplinar, em psiquiatria + psicologia.
No entanto, é importante ter consciência que as coisas só mudam quando nós fazemos algo para que elas mudem... e atribuir as responsabilidades à educação, à mãe que a sobreprotegeu, aos psicólogos que não a compreendem e por aí fora, tome nota que só quando aceitar que tem uma condição clínica mental é que poderá fazer o seu caminho.
O processo é longo, moroso, custoso, mas faz-se...desde que queira. O medo da gravidez e do parto é o mal menor de tudo isto.
Boa sorte.

Sem dúvida que necessita do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, e eu acredito que, para além da psiquiatra e de um psicólogo, deveria ainda consultar uma sexóloga (no fundo um psicólogo com especialização).
.
Tyta,
Um dos objectivo da psicoterapia é aceder a conteúdos latentes, recalcados e muitas vezes dolorosos e geradores de conflitos e ansiedade. Muitos pacientes criam resistência em aceder a tais conteúdos porque o seu superego não consegue tolerar tais conflitos. A psicoterapia aumenta a ansiedade em relação a certos desejos inconscientes, gera sentimentos punitivos e ativa os mecanismos decdefesa. E é neste momento que, alguns pacientes, abandonam o tratamento. No entanto, este é um processo essencial, sem o qual não pode haver progressão. É necessário desconstruir para voltar a construir. Pense numa biblioteca totalmente desorganizada, com certos livros enterrados bem fundo. Primeiro é necessário tirar os livros todos da estante, e depois iremos então arrumá-los novamente, de uma forma organizada.
Se a Tyta se recusa a continuar o processo psicoterapeutico, nunca conseguirá tratar os seus problemas psicológicos.

KellyPT -
Offline
Desde 05 Abr 2011

Eu não estou sequer 100% convencida de que se trate de um problema de psiquiatria. Acho que a Tyta (seja ela(e) quem for) nos quer por a falar de sexo, é tão simples como isso. Acho normalíssimo que num fórum anónimo, onde participam (sobretudo) mulheres que falam de assuntos relacionados com sexo/treinos, gravidez, etc., apareçam engraçados a fazer afirmações bombásticas e cheias de lugares-comuns (o sexo é pecado, etc.) para ver o que é que a gente diz...nem sequer levo a mal, é próprio destes locais.
Daí que umas coisas não batam com outras: é licenciada (e a mãe também...) mas vive e pensa como na Idade Média, passa vida no computador a ver coisas relacionadas com bebés mas abre tópicos a perguntar como é a gravidez e o parto (só neste fórum há seguramente milhares de testemunhos sobre isto, qual é o valor acrescentado deste thread?), usa nada mais nada menos que 3 anticoncecionais diferentes e o marido não se importa nem o médico lhe esclarece as dúvidas...enfim

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

KellyPT escreveu:
Eu não estou sequer 100% convencida de que se trate de um problema de psiquiatria. Acho que a Tyta (seja ela(e) quem for) nos quer por a falar de sexo, é tão simples como isso. Acho normalíssimo que num fórum anónimo, onde participam (sobretudo) mulheres que falam de assuntos relacionados com sexo/treinos, gravidez, etc., apareçam engraçados a fazer afirmações bombásticas e cheias de lugares-comuns (o sexo é pecado, etc.) para ver o que é que a gente diz...nem sequer levo a mal, é próprio destes locais.
Daí que umas coisas não batam com outras: é licenciada (e a mãe também...) mas vive e pensa como na Idade Média, passa vida no computador a ver coisas relacionadas com bebés mas abre tópicos a perguntar como é a gravidez e o parto (só neste fórum há seguramente milhares de testemunhos sobre isto, qual é o valor acrescentado deste thread?), usa nada mais nada menos que 3 anticoncecionais diferentes e o marido não se importa nem o médico lhe esclarece as dúvidas...enfim

Sim, nunca se sabe, e eu continuo sem decidir se acredito ou não na Tyta, mas optei por comentar na mesma just in case.
Para não ir mais longe, quando eu andava no 4o ano da faculdada entrou um miúdo muito peculiar que tinha uma família muito peculiar. Um dos colegas chegou a entrar em casa dele e ficou chocado com o aspecto austéro daquela casa, desde as grades nas janelas, ao ambiente em casa. O miúdo possuia muito conhecimento em algumas áreas mas saltava à vista a falta de saber sobre o que é mais trivial e mundano. E no entanto, ali estava ele a tirar um curso.

KellyPT -
Offline
Desde 05 Abr 2011

Sansa escreveu:

KellyPT escreveu:Eu não estou sequer 100% convencida de que se trate de um problema de psiquiatria. Acho que a Tyta (seja ela(e) quem for) nos quer por a falar de sexo, é tão simples como isso. Acho normalíssimo que num fórum anónimo, onde participam (sobretudo) mulheres que falam de assuntos relacionados com sexo/treinos, gravidez, etc., apareçam engraçados a fazer afirmações bombásticas e cheias de lugares-comuns (o sexo é pecado, etc.) para ver o que é que a gente diz...nem sequer levo a mal, é próprio destes locais.
Daí que umas coisas não batam com outras: é licenciada (e a mãe também...) mas vive e pensa como na Idade Média, passa vida no computador a ver coisas relacionadas com bebés mas abre tópicos a perguntar como é a gravidez e o parto (só neste fórum há seguramente milhares de testemunhos sobre isto, qual é o valor acrescentado deste thread?), usa nada mais nada menos que 3 anticoncecionais diferentes e o marido não se importa nem o médico lhe esclarece as dúvidas...enfim

Sim, nunca se sabe, e eu continuo sem decidir se acredito ou não na Tyta, mas optei por comentar na mesma just in case.
Para não ir mais longe, quando eu andava no 4o ano da faculdada entrou um miúdo muito peculiar que tinha uma família muito peculiar. Um dos colegas chegou a entrar em casa dele e ficou chocado com o aspecto austéro daquela casa, desde as grades nas janelas, ao ambiente em casa. O miúdo possuia muito conhecimento em algumas áreas mas saltava à vista a falta de saber sobre o que é mais trivial e mundano. E no entanto, ali estava ele a tirar um curso.

E não acho mal que o tenhas feito, porque nós não estamos a escrever só para quem abriu o thread, mas para qualquer pessoa que leia e eventualmente se identifique com alguma coisa do que foi escrito. Os bons conselhos não se perdem, o que não quer dizer que eu acredite em tudo (e, como disse, não estou com isto a agredir a Tyta, porque sei perfeitamente que tal é inerente a um fórum público e anónimo). E as minhas hesitações não se prendem com eu achar impossível existir alguém mais ou menos nessas condições, mas com as incongruências concretas dos pormenores relatados e com o facto de as pessoas perturbadas não se descreverem a si próprias da forma como a Tyta o faz

SweetBlonde -
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Desde 02 Ago 2012

A TytaS. tem uma série de tópicos abertos aqui no fórum sobre este assunto.

Blonde

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Madrinha e afilhada orgulhosa da Nelia02