Olá a todas!
Já visito este site há algum tempo e muitas vezes encontrei aqui consolo nos testemunhos que fui lendo. Por isso, hoje, pela primeira vez resolvi partilhar a minha história.
Tenho 35 anos e há 2 anos que eu e o meu marido tentamos ter um filho. Engravidei após meio ano mas tive um aborto espontâneo às 10 semanas e, desde então, nunca mais aconteceu nada. Todos os meses aquela tristeza que muitas devem conhecer, não restando grande coisa senão reunir forças, olhar em frente e seguir caminho
No meio deste processo, e na tentativa de não cair num buraco de frustração, obsessão e tristeza, coisas boas aconteceram: a relação com o meu marido solidificou-se, aprendi a conhecer-me melhor e a controlar a minha ansiedade e aprendi que a vida não acaba porque não conseguimos ter filhos e que ela é mesmo assim, com surpresas que fogem do nosso controlo e as quais temos que aceitar tais como são. Percebi que as coisas que sempre me deram prazer continuam a existir.
Já fizemos praticamente todo o estudo e depois de um diagnóstico de endometrite que tratei com antibióticos, fizemos 3 induções de ovulação com coito programado, sem sucesso. Caímos assim no saco frustrante da infertilidade inexplicada e hoje, na consulta com o médico especialista em infertilidade, decidimos avançar para uma FIV. Agora, é o desconhecido...
Antes de passar por todo esta história não tinha qualquer ideia do quão frustrante, doloroso e solitário pode ser um diagnóstico de infertilidade e todo o processo associado. O sentimento de desvalia é enorme. É muito difícil encontrar alguém que realmente nos compreenda. Ouvimos muitas palavras de incentivo vazias e percebemos que há muita desinformação e que a maior parte das pessoas acha que a culpa de não se conseguir engravidar é da mulher e da ansiedade...
Mas a esperança é a última a morrer e hoje deixo aqui o meu testemunho, na esperança que seja útil, para mim e para quem se identificar com ele