Não consigo amar o meu filho | De Mãe para Mãe

Não consigo amar o meu filho

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46 mensagens
Desde 28 Out 2017

Sei que vai doer a muitas mães ler isto que vou escrever, mas acreditem que não é fácil para mim também. E sei que não sou a única com este problema. Aqui vai : Não consigo amar o meu filho. Engravidei aos 19 anos, foi um bebe muito desejado. Amei estar grávida. Foi uma experiência maravilhosa, já parecia que o amava dentro de mim. Adorava sentir ele a mexer se, a dar pontapés tudo isso foi um momento único. Mal soube da notícia disse ao meu namorado na qual reagiu bem e decidimos arranjar uma casinha só para nós. Éramos um casal muito feliz. Tivemos alguns problemas , mãe do meu namorado não aceitou a gravidez e muito menos que ele sai-se de casa. Assim que conseguimos a nossa casinha foi lindo, fazer um quarto para o meu filho nascer feliz. Cheirava as roupinhas tão pequeninas dele, senti que já o amava . Chega a altura do bebe nascer , começa o nervosismo, preocupação . As bolhas de água teriam arrebentado sem sentir qualquer dor. Fui de ambulância para a maternidade onde foi para as máquinas para ouvir o coração do bebe. Passado umas horas de ter entrado na maternidade fui levada para um quarto para me preparem para a sala de parto. Enfermeiras coloraram me um soro que provoca as contrações e dores. Foi horrível, parecia que não tinha fim. Era uma contratação atrás da outra mal dava tempo para respirar. Estado assim mais de 1 hora entro na sala de partos para levar epidural. Após tempos a sofrer a epidural começa a fazer enfeito , senti me nas nuvens. 2 ou 3 puxões, Fabiano estava cá fora. É a partir de agora que as coisas mudam na minha vida, coisas que nunca pensei semelhante que me podesse acontecer. Ele era lindo, um bebe perfeito. Mas o amor que tinha por ele o carinho que tinha por ele dentro da minha barriga morreu mal ele nasceu. Sem explicação. Foi diagnosticada depressao pos parto. Foi medicada mas nada mudou. É agora que vem todo o meu sofrimento e desgosto e não entendia o porquê que me estava acontecer aquilo. Nos primeiros dias os bebês tem que sentir o colinho da mãe, dar amor e carinho, nada disso aconteceu. Simplesmente só conseguia fazer o básico, dar lhe banho , de comer mudar fralda etc, mas de resto nada mais. Às vezes tentava mas ele começava a chorar muito e já não conseguia pegar nele. Nesses momentos sentia muito ódio, raiva e não o desejava na minha vida. Na altura o meu futuro marido era o único que trabalhava, muitas horas e passava o meu tempo todo sozinha com o bebe. Ele não tinha culpa, tinha que trabalhar para que no nos faltasse nada. Tive muitas crises só queria estar sozinha . Fechava me no quarto sem querer ouvir ninguém. Tinha dias que não conseguia nem olha para o meu filho. Passava a vida a chorar e a perguntar “ Porque é que isto me está acontecer, não entendo “ Muitas vezes tentei mudar este sentimento. Sentia muito medo, raiva, ódio. Muitas vezes queria desabafar isto com Alguém , mas era muito difícil porque muitas gente ia julgar , apontar o dedo, criticar. Eu precisava de ajuda e não de ser julgado. Porque ao menos tempo eu também não tinha culpa pelo que se está a passar. Simplesmente não entendia o que se estava a passar comigo. Porque tanta dor e sofrimento. Sim cheguei a pensar na melhor solução SUICIDIO, só faltava a coragem, imaginava o desgosto que ia dar a minha família. Não estava a aguentar todo o sofrimento que estava a passar e o menino merecia melhor, alguém que o amasse é que trata se dele com amor como todas as crianças merecem. Eu fui muito amada pelos meus pais tive todo o amor deles. E eu ? Porque não consigo ser assim para o meu filho Meu Deus?. Então eu e o meu marido decidimos o colocar numa ama, ia de manhã cedo e só voltava depois do jantar. É claro quando vinha ia logo para a caminha dele. Melhorei um pouco a minha cabeça, mas o sofrimento ainda se manteve. Tive que guardar este segredo só para mim e para o meu marido. Tinha medo de falar as pessoas não iam compreender Tinha medo de ser criticada , e não queria preocupar os meus falimiares com isto. E sim sabia que se tratava de um problema grave. E os anos foram se passando. Meu filho crescia sem qualquer amor materno e cada vez me sentia pior e perguntava “ Meu Deus porquê isto com o meu filho?” Mais uma pergunta sem resposta. Foi a um psicólogo tentei explicar um pouco da minha situação mas ele nem falou para mim 5 minutos apenas me deu uma lista de medicamentos para tomar, doses grandes que nem conseguia comer nem falar. Estava completamente drogada, era como se não tivesse no meu corpo. Horrível mesmo. Estive assim poucas semanas até eu desistir de tomar aquela porcaria toda . O que eu precisava era de falar com alguém que me podesse ajudar, não com medicamentos. Sempre que íamos sair os 3 eu fingia ser alguém que não era, fazia ver que estava tudo bem. Mas o meu corpo por dentro fervia de raiva o ódio , meu coração chorava sangue. Ao longo do tempos os meus familiares mais chegados ( avós maternos a minha mãe e algumas tias) foram notando algo que não estava bem, ou seja, já não estava a conseguir fingir ser quem não era. Reparam que deixava o menino chorar, era agressiva a falar com ele, não lhe dava qualquer mimo nem amor , nada. Só me sentia bem em casa , isolada de todos. Mais alguns anos passados isto já com 4 anos, sempre a viver com este pesadelo . O meu marido sempre foi bom homem para mim, esteve sempre ao meu lado para me apoiar e a fazer de tudo para que as coisas resultassem. Nunca desistiu. Se fosse outro homem abandonava-me e acabou. Mas não , ele mesmo cansado do trabalho ele estava ali para nós. Não tenho palavras para agradecer todo o que ele tem feito por mim. Gostava muito que as coisas fossem diferentes. Sinto me mal quando vou na rua vejo uma mãe abraçando o seu filho, dando amor , Mexia comigo porque é algo que não conseguia fazer ao meu próprio filho. É uma dor constante. Actualmente eu e o meu marido casamos e estamos muito felizes, mas falta a única peça do puzzle para que tudo esteja perfeito “ conseguir amar e aceitar o meu filho na minha vida”. Aqui o meu filho já tem 6 anos , é um menino muito rebelde , com personalidade muito forte . Nesta idade já sabe e sente algumas coisas. Como por exemplo ser rejeitado pela mãe . Como é possível com estes anos todos nada ter mudado. Tudo nele me enerva, o seu sorriso, o olhar e ago com muita impulsividade às coisa que não quero que ele faça. A noite quando estou na cama sozinha volto a chorar porque me sinto mal e triste a por ser assim. É muito complicado, gostava de poder falar com algumas mães que tivessem passado pelo mesmo e como o conseguiram passar por cima da melhor maneira. Eu gostava, eu quero ser diferente , quero poder desejar o meu filho na minha vida, dar lhe amor, carinho, falar com ele da melhor maneira para entender as coisas, brincar com ele. Isto é tudo o que mais quero. Recentemente a minha mãe soube do meu problema através de mim, consegui desabafar com ela, pensei que me ia julgar, ralhar mas não. Ela deu me força para tratar do meu problema com especialistas destes casos. Sim porque não sou só eu a única no mundo que tenho este problema. Actualmente estou a procurar as melhor clínicas para poder tratar do meu caso.

Lilicas 27

ARCCP -
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Desde 17 Fev 2016

Não sei bem o que dizer...
Acho que está uma depressão pós parto muito grande e necessita urgentemente de ajuda. Há ajuda especializada para esses casos. A depressão infelizmente bate à porta de muita gente, não se sinta mal por tê-la.
Vai ver que depois de ter ajuda tudo vai mudar e vai, finalmente poder gozar deste momento e apreciar o crescimento do seu filho fora do seu útero.
Boa sorte e tudo vai correr bem. Um grande beijinho

underthewater -
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Desde 14 Mar 2014

Liliana. Acho que fez muito bem em falar com o marido e com a sua mãe. Estar á procura de ajuda profissional também é um excelente passo.
Pelo que li, já o fez no passado mas desistiu. Não desista desta vez. Se não está bem com a ajuda procure segunda opinião mas claramente já está nesta espiral há muitos anos e tem de tratar de si.
Já agora, aconselho a que o seu filho também tenha acompanhamento psicológico. Não estou a dizer que o menino tem algum problema. Mas os afectos são muito importantes no desenvolvimento e será importante avaliar e ajudar o menino também.
Procure ajuda e espero de coração que consiga resolver o seu problema.
Depois dos tratamentos venha por cá contar como se sente.
Confie que é capaz e siga em frente. Tem direito a ser feliz é a ter uma família feliz.

Bisgalha -
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Desde 17 Nov 2014

Mama por favor, por amor a tudo o que lhe seja sagrado, nao desista da terapia e procure que seu flho tambem tenha terapia.

Você merece a felicidade e muito mais ainda o seu filho que nao pediu para nascer.

Toda a criança necessita de carinho e amor da mae e seu flho precisa muito de si. O coraçãozinho dele tambem deve doer quando ve os os outros amiguinhos e as suas mães--que isto lhe dê força

Sinto-me triste por si e pelo seu menino com apenas 6 anos. Essa situação deve ser revertida agora e urgente.

depois venha cá contar como corre.

Moda Stylo -
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Desde 01 Fev 2011

Olá Liliana, sei que o que procura são história semelhantes à sua e isso não tenho para lhe oferecer, mas não consegui ficar indiferente ao sofrimento que tem.
Realmente não tenho uma poção mágica, mas acredito profundamente que estás a passar por um problema de saúde que precisas urgentemente tratar, não te escondas mais....não quero com isto que tenhas de andar a contar a toda a gente o que sentes, mas procura ajuda a sério. Se calhar o mais indicado será mesmo um psiquiatra. E tenho certeza que com tempo te vais reencontrar.
É o que te posso desejar, o passo importante está dado, reconheces o teu problema por isso agora é "arregaçar as mangas" e tratá-lo.
Toda a sorte do mundo.
Um beijinho

Maribilis -
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Desde 09 Out 2015

Liliana agradeço a coragem de se expor e falar tão abertamente de um problema muito mais comum que possamos pensar. Sugiro que procure um paicoterapeuta junto da APTCC pois creio terem especialistas na depressão pós parto. O psicólogo que lhe receitou comprimidos seria mais um psiquiatra. Em Portugal os psicólogos não podem prescrever medicamentos a ninguém, só psicoterapia. Muita força, sinto que apesar de tudo se sente profundamente incompreendida e receosa de ser julgada. Não desista continue à procura de uma ajuda. Obrigada.

BSS -
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Desde 26 Jan 2010

Liliana,

também não tenho uma história semelhante à sua para partilhar. Acredito que hajam muitas, mas deve ser de facto muito doloroso falar abertamente sobre um assunto tão delicado e ter grande coragem para partilhar.

O que me parece é você precisa de ajuda para resolver o problema, mas a medicação por si só não será suficiente é preciso encontrar a raiz do problema e isso só um bom psicólogo para o fazer. Acredito no entanto que se não sentisse rigorosamente nada pelo seu filho não estaria em tanto sofrimento, nem quereria resolver o problema. O mais importante está consigo, a vontade em querer encontrar uma solução. Nem tudo está perdido.

Boa sorte. Força e espero que um dia nos conte o seu testemunho de como as coisas estão a melhorar.

Andro -
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Desde 03 Mar 2016

Olá .

Certamente não é na primeira pessoa nem a última a sentir isso. Penso que será uma depressão grave , não desista de si, do seu filho. Procure ajudas.

Ca eu , odeio estar grávida, detesto a barriga grande, detesto o incomodo que causa não poder dormir, andar como um pinguim. Enfim , há de tudo . Também não senti aquele amor quando colocaram o me filho nos braços, mas depois , adorei tratar dele. É muito complicado. As hormonas mudam muito a nossa maneira de ser, disso não tenho duvida. São capazes de levar alguém ao extremo , fora de si. Ninguém a pode julgar, acontece. Beijinho e coragem .

Kat-Kat -
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Desde 08 Abr 2013

Depressão pós-parto clássica, mal tratada...procure terapia o mais depressa possível para tentar reverter esta situação, porque com medicação apenas, não vai lá...

Depressões graves como a que indica e que já a levaram a tentar fazer mal a si própria podem ter ainda efeitos mais graves e, sinceramente, penso que precisa de ajuda urgente...

Já começou a sofrer de pensamentos insidiosos? Aqueles em que, do nada, lhe ocorre fazer mal ao seu filho?

Cuidado... a depressão é um bicho feio com vida própria e pode causar vítimas pelo caminho. Se tem consciência, e ainda bem, de que não está bem, não desista até encontrar um profissional que a acompanhe sem a encharcar em medicamentos e pronto.

Muita força.

Dayana Sobral -
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Desde 26 Set 2017

Que situação difícil, Liliana!
Também não tenho uma situação semelhante para partilhar. Entretanto, deixo meu abraço para que possa sentir-se apoiada. Acredito que, como mãe, sabemos que no fundo só queres amar seu filho.. não há o que ser julgado ou apontado.
De facto, precisas de ajuda profissional. Um conjunto de psicólogo para uma boa terapia e psiquiatra para ajudar-te com medicações mais adequadas irão fazer-te bem. Para nós só basta incentivar-te e tentar transmitir forças, pois sabemos que não é fácil.
Conte conosco para desabafar. Estamos aqui pata ouvir-te.
Beijinhos

Seja bem vinda para participar do nosso grupo de mães no WhatsApp 😊

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Beijinhos 😘

Ansha -
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Desde 13 Abr 2016

Olá Liliana, de facto a sua história é muito triste, está na hora de a reverter e procurar um " final" feliz
Eu Tb não tive dos melhores pensamentos no início mas depois passou, penso que tenham sido as hormonas ( primeiros 15 dias ) , mas ainda hoje qd me lembro disso me culpo e penso " não aproveitaste aquela fase como devias" Triste .... ag imagino a Liliana que já vai em anos
Cuide de si e do seu menino que é sem duvida o seu tesouro
Beijinhos e força

Nota: li um artigo na visão de mães q se " arrependeram" de ter sido mães , no entanto todas elas amavam os seus filhos agora que eles já existiam, mas elas falavam q se pudessem voltar atrás, não teriam sido mães. Isto não acho q seja patológico , e acho bem q se fale abertamente sobre isto. Ag, no seu caso já acho patológico pq diz q não o ama e é apenas uma criança, a SUA criança!

Jomosian -
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Desde 23 Out 2016

A sua história chocou-me.
Tenho pena de si, mas muito mais Ainda do seu filho.
Nenhum bebé/criança merece estar nessa situação.
Porque é que, em tantos anos, ainda n procurou ajuda como deve ser?
E o seu marido? Pelo q li, parece-me apenas um espectador no meio dessa situação toda. N fez com q procurasse ajuda, alternativas? N fez mais para q as coisas se resolvessem? O filho tb é dele!
As depressões e outros problemas do foro psicológico acontecem, claro, n é isso q "condeno", o q "condeno" é sujeitar um filho a estar nessa situação tanto tempo...
Se precisa de ajuda, o seu filho precisa ainda mais...
Espero que a falta de amor que ele tem não lhe cause traumas ou disfunções insuperáveis.
Talvez ainda seja possível reverter o mal q já foi feito, uma vez q Ainda é mt pequeno mas, para isso, tem que procurar ajuda já!
Pô-lo a viver com os avós, nem que seja até recuperar, N é uma opção? Ele precisa de começar a sentir-se amado "ontem".

Solprateado -
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Desde 28 Dez 2016

Obrigada pela sua coragem de contar a sua história. Vai ajudar muitas maes.
Tenha força que tudo se ha de resolver. Eu acho que você ama mais o seu filho do que o que pensa. Se nao o amasse nao se sentia mal, se não o amasse não vivia tão angustiada, simplesmente há qualquer coisa em si que nao está bem, mas que há cura e nao é a unica. Procure ajuda por favor, salve se a si a ao menino. Ainda está a tempo. E você tem muita coragem por admitir aquilo que sente. Muitas mães nem admitem que se sentem cansadas de os ouvir a chorar, eu admito, há dias que penso k já não posso c o choro. Somos humanas. Depois do tratamento venha contar como foi e dar o seu testemunho positivo de como superar. Vai ajudar.mtuita gente.
Mas não desista. Concordo com as mamas que dizem que o seu menino tem de ter apoio psicológico.

Andreissse -
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Desde 13 Nov 2015

Não podia ficar indiferente ao seu depoimento. Estou triste por si mas ainda mais pelo seu filho... Do mesmo modo que quando vê o amor entre maes e filhos se sente incomadada ja imaginou o que sentirá o seu filho? Não a julgo porque sinto que ama o seu filho porque se nao amasse simplesmente nao estava nesse sofrimento julgo e admito quw julguei o seu marido. Seis anos a assistir a esse problema e nada faz? Nao procura leva-la a tratar-se ou em ultima instancia arranjar uma solucao para o menino? (Avos, padrinhos)??? Claramente esta numa depressao profunda e negação mas o seu marido nao merece nenhum comentario.
O problema Liliana é que muitas mulheres querem apelidar-se de super mães e pintam a maternidade apenas cor de rosa quando a realidade é diferente. Amo a minha filha mais que tudo nesta vida mas quantas vezes pensei quando ela berra por si que so queria um momento de paz. Ja tirei um dia de ferias e deixei a menina na creche e fui passear com minha melhor amiga sem qalquer tipo de peso na consciencia, sabes porque? Porque para alem de mae sou humana. Força lute por si e pelo seu filho e sinceramente repense na relacao com o seu marido quando se sentir bem. Tudo de bom

aries23 -
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Desde 18 Jul 2016

Segundo o que a mamã escreveu ela foi procurar ajuda antes... resultado foi um monte de medicamentos que só serviu para ela ficar apática e dopada.
Não foi fácil para ela e ela teve receio de ser julgada. Ela não ficou parada porque sim, depois quando ganhou forças de novo falou com a mãe que lhe deu forças para procurar especialistas, desta vez como deve ser.

À mamã do tópico espero que consiga resolver isso. É muito difícil lidar com esses sentimentos, muito difícil de falar deles e procurar ajuda. Às vezes os especialistas nem sempre o são e pioram as coisas. Mas espero que consiga encontrar uns que sejam capazes de a ajudar.

Há coisas que não parecem ter explicações mas existe sempre uma razão para tal, até fidiológica. É preciso muita coragem e força para chegar a perceber a fundo o que realmente se passa.

Desde 28 Out 2017

Olá mamas , muito sinceramente estou muito agradecida com o vosso apoio.... Em relação ao meu marido, tem ajudado imenso sim, ele também está a sofrer com tudo isto porque nem ele sabe o que fazer. Já fomos a 2 psicólogos e como disse so sabem medicar. Eu própria estava a desistir... E doí me muito falar sobre isto.... E vivo com este medo também de ser julgada. Nunca tratei mal o meu filho, toda a raiva e ódio que tenho descarrego muitas vezes no meu marido.... E além disso o meu marido trabalha imenso.... trabalha de noite e claro de tarde tem que descansar... muitas vezes ponho-me no lugar dele e acho que já me tinha separado a muito tempo... Em relação a familia ( Avós , os padrinhos que são os meus pais, só souberam agora deste meu problema.... Guardei este setimento durante este tempo todo... mas acho que já não estou a conseguir .... sinto-me num tunel escuro sem saída....

Lilicas 27

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Líliana, se puder explique um pouco como e a quem pediu ajuda. Psicólogos não passam medicação, não está a confundir com psiquiatras? E como chegou a esses profissionais, foi por recomendação de alguém?
Sinceramente, não me parece que o seu caso alguma vez tenha sido devidamente tratado. Está na altura de procurar bons profissionais e ter um diagnóstico e umtratamento sérios.
Falou em padrinhos que são os seus pais, não foi criada pelos pais biológicos?
Outra coisa, e não me leve a mal, dada a natureza do tópico, e para proteger o seu filho, se o nome completo que usa é o seu verdadeiro nome, seria melhor evitar a identificação.

Andreissse -
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Desde 13 Nov 2015

Olá querida, percebi melhor... Sendo assim, acredito que o seu marido se sinta tao perdido quanto tu... Retiro o que disse e dou-lhe os parabens por toda a coragem que teve em expor um tema tao sensível só demonstra que é uma mae que ama o seu filho só se sente pressa numa nuvem negra que nao a deixa manifestar o seu amor. Sente-se melhor?

Desde 28 Out 2017

Olá boa noite. Sim é verdade. Às vezes sinto vontade de lhe dar um carinho, mas tenho sempre uma força contrária. Começo a sentir um aperto no meu pescoço, parece que me estão a esganar. É horrível mesmo . Meu coração acelera e sinto ligo sufoco . O meu marido neste momento é pai e mãe dele. Na verdade isto está a aliviar me um pouco a pressão que tinha. Pois consegui falar do meu problema é falar com estas mães sinto me melhor. Mas vou procurar ajuda profissional na mesma. Preciso. Sinto isso. Muito obrigado mais uma vez pelo carinho

Lilicas 27

Desde 28 Out 2017

Olá boa noite. Olhe como me falou nisso lembrei me que ainda tenho a receita do primeiro médico que fui. Realmente foi um psiquiatra. Fui a este médico passado 3 meses do meu filho nascer. Nessa altura estava mesmo muito mal . Rejeitei 100 % o meu filho. Estava muito magra, nem comia. A minha mãe mora em Lisboa e tive uns tempos com ela. Depois de estar medicada com 6 medicamentos diferentes parecia ainda pior, nem conseguia levantar me da cama nem falar. Completamente drogada. Passado 1 mês deixo aos poucos a medicação, não podia continuar. Então como não queria preocupar mais a minha mãe fingi estar melhor e voltei para minha casa no Porto. Foi a partir daí que fingi sempre estar tudo bem, escondendo o meu problema. Eu fui criada com os meus avós maternos mal os meus pais se divorciaram quando tinha 3 anos. Entretanto eu e a minha mãe vivemos com a minha avó até eu ter 9 anos. Depois a minha mãe foi para Lisboa com o seu companheiro.

Lilicas 27

Ansha -
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Desde 13 Abr 2016

Liliana muitas vezes não se acerta com a medicação à primeira. 1 mês de tratamento é muito pouco
Nos primeiros tempos até o corpo se habituar parece mesmo que os medicamentos só fazem pior, mas é uma questão de tempo
Além disso, mts vezes é necessário o internamento da pessoa para mais facilmente " experimentarem" quais os medicamentos a usar e assim chegarem mais rapidamente ao resultado esperado ( e Tb é melhor para o paciente)
Falo por experiência pois a minha mãe já teve algumas depressoes e já foi internado 3x
Não é mal nem vergonha nenhuma

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Liliana, eu perguntei acerca dos seus pais biológicos porque, pelo que conta, na sua infância também sofreu várias rejeições...o divórcio dos seus pais, depois o abandono da sua mãe...não é difícil perceber que na sua história pessoal há causas muito prováveis para a dificuldade de apego ao seu filho.
Foi pena ter esperado tanto tempo, mas mais vale tarde que nunca. E cada dia conta, porque a cada semana que passa o seu filho está a sofrer danos psicológicos. Digo isto não para a culpar, mas para lhe fazer ver a urgência de procurar ajuda. E essa ajuda tem de vir prioritariamente de psicoterapia, porque os medicamentos, embora no seu caso possam ser necessários para tratar a depressão, não vão alterar o seu padrão emocional e comportamental. É preciso ir à raiz do seu problema e tratar a causa, não apenas os sintomas. Posto isto, uma pergunta: tem disponibilidade financeira para psicoterapia no privado? No seu caso, provavelmente estaremos a falar de sessões semanais, nunca menos...

mariaspintas -
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Desde 30 Out 2017

Fui mãe há 3 meses. O cansaço/exaustão das primeiras semanas mais as hormonas descontroladas fizeram-me sentir mal... Só pensava "mas o que é que eu fui fazer à minha vida?" Odiava o meu corpo pós parto, estava esgotada, não tinha um segundo do dia para mim, não conseguia fazer nada em casa... Sentia-me mal. Tinha muito medo duma depressão pós parto. Agora estou bem. Muito melhor.
A minha experiência é diferente da da Liliana. Mas conheço uma rapariga que teve não depressão pós parto mas sim psicose pós parto. É muito mais grave. Rejeitou imediatamente a bebé, não queria cuidar dela. Foi internada 15 dias na psiquiatria. Foi em março. Continua medicada mas melhor. O truque é mesmo procurar ajuda. Psiquiatra+psicóloga ( parece-me que uma profissional que tenha sido mãe teria mais empatia).
Já tive depressão no passado e sei a medicação precisa ser tomada durante uns meses até fazer efeito. Dê-se uma oportunidade. Não precisa falar disso com mais ninguém (além dos próximos que já sabem e vão apoiá-la).
Ainda vai a tempo. Coragem!

Danb -
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Desde 11 Nov 2015

passei por algo semelhantes mas nos primeiros meses de vida do meu B.. só pensava que nunca deveria de ter sido mãe.. que queria era desaparecer.. cuidava dele e não deixava que tivesse fome.. eu amava-o mas não gostava dele..não sei explicar melhor que isso..
no meu caso, foi toda a mudança + as hormonas + a privação de sono que me levaram a um estado muito mau.. e foi um dia que ele não parava de chorar que gritei e tive pensamentos muito maus (não de lhe fazer mal fisicamente)... ao ponto de me assustar a mim própria com o que me passou pela cabeça.. foi nesse momento que o agarrei e abracei como se fosse o fim do mundo.. chorei a tarde toda com remorsos do que tinha pensado e decidi que era ali que eu ia mudar com ou sem ajuda.. e não foi fácil.. tive de aprender a aceitar as mudanças na minha vida e só depois passei a ensina lo a dormir.. no meu caso, quando recuperei os sonos melhorei bastante.. não tive um caso muito grave nesse sentido.. hoje em dia, a luz do meu dia é chegar a casa e ver o meu menino a sorrir para mim..

procure ajuda de BONS profissionais, e não só uns que vão passar apenas medicação e pronto.. tem de saber o que está a causar esses sentimentos.. o seu filho merece isso.. ele não tem culpa de nada...

miaalves -
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Desde 16 Set 2016

Liliana olá. O seu caso não é único acredite. Mas é preciso ter muito, mas muito cuidado. Eu no meu caso, tive esse sentimento na gravidez. Passei uma segunda gravidez horrível, sem qualquer apoio emocional por parte do meu companheiro. Sou bipolar e em 7 anos de relacionamento DERIVADO a ele ser uma pessoa que n mostra muito afeto tivemos inúmeras discussões na gravidez. Já não bastava estar gravida sem poder tomar medicação, ainda parecia que tudo o resto ia desabar. Tinha pensamentos de... Porque me fui meter neste filme, odeio este bebe, só queria que ele desaparecesse... Blábláblá. Na realidade este bebe ate era desejado. Foi programado mas demorou 2 anos a aparecer quando já nem estavsmos à espera. Estava cheia de medo que quando ele nascesse eu continuasse com este tipo de pensamentos. Derivado a isso o meu psiquiatra introduziu me logo a medicação à nascença, não pude dar de mamar mas a estabilidade psicológica era bem mais importante...
Vou lhe dar 1 conselho, nota se que esta mesmo com uma depressão pós parto grave, sem qualquer tratamento.
A Psicoterapia pode ajuda la sim, mas por aquilo que diz tem uma espécie de psicose que provavelmente desenvolveu pós parto que por sua vez associada à depressão. Quanto a isso, deverá consultar um psicoterapeuta e um psiquiatra. Tem de verificar se não poderá ter tendência a longo prazo de depressão crônica.
Da minha experiência com fármacos para problemas "mentais" que já tem uns bons aninhos, acredite que não é de um momento para o outro que fazem efeito. A maior parte dos anti depressivos do começa a fazer efeito ao final dos 3 meses. Acredite tbm que todos passamos pela primeira ou primeiras semanas de zombie quando a medicação é introduzida, tem é de ser vista regularmente para ir sendo sempre reajustada a medicação. (A minha ainda hoje apos 12 anos é...).
A medicação aliada a um bom psicoterapeuta é o que pode ajuda la de facto. Não pode é desistir e baixar os braços. Lembre se que o seu marido sempre esteve ao seu lado, por isso o seu equilíbrio é importante para o seu meio familiar. Não tem que ter qualquer vergonha tbm de poder vir a ter a tomar algo. Hoje em dia é mais comum do que se pensa. As pessoas apenas n falam disso.
Se for de Lisboa posso dar lhe 2 contatos de 2 excelentes psiquiatras e psicoterapeutas.
Quanto à sua criança, 6 anos é muito tempo, as bases da personalidade já estao quase formadas, mas ainda vai a tempo. Não desista a sério, a namorada de um amigo do meu namorado à uns anos passou pelo mesmo e a coisa correu mal. Foi um caso mediático da televisao, ambos perderam a vida. PFV lute, não se deixe vencer!

underthewater -
Offline
Desde 14 Mar 2014

miaalves escreveu:
Liliana olá. O seu caso não é único acredite. Mas é preciso ter muito, mas muito cuidado. Eu no meu caso, tive esse sentimento na gravidez. Passei uma segunda gravidez horrível, sem qualquer apoio emocional por parte do meu companheiro. Sou bipolar e em 7 anos de relacionamento DERIVADO a ele ser uma pessoa que n mostra muito afeto tivemos inúmeras discussões na gravidez. Já não bastava estar gravida sem poder tomar medicação, ainda parecia que tudo o resto ia desabar. Tinha pensamentos de... Porque me fui meter neste filme, odeio este bebe, só queria que ele desaparecesse... Blábláblá. Na realidade este bebe ate era desejado. Foi programado mas demorou 2 anos a aparecer quando já nem estavsmos à espera. Estava cheia de medo que quando ele nascesse eu continuasse com este tipo de pensamentos. Derivado a isso o meu psiquiatra introduziu me logo a medicação à nascença, não pude dar de mamar mas a estabilidade psicológica era bem mais importante...
Vou lhe dar 1 conselho, nota se que esta mesmo com uma depressão pós parto grave, sem qualquer tratamento.
A Psicoterapia pode ajuda la sim, mas por aquilo que diz tem uma espécie de psicose que provavelmente desenvolveu pós parto que por sua vez associada à depressão. Quanto a isso, deverá consultar um psicoterapeuta e um psiquiatra. Tem de verificar se não poderá ter tendência a longo prazo de depressão crônica.
Da minha experiência com fármacos para problemas "mentais" que já tem uns bons aninhos, acredite que não é de um momento para o outro que fazem efeito. A maior parte dos anti depressivos do começa a fazer efeito ao final dos 3 meses. Acredite tbm que todos passamos pela primeira ou primeiras semanas de zombie quando a medicação é introduzida, tem é de ser vista regularmente para ir sendo sempre reajustada a medicação. (A minha ainda hoje apos 12 anos é...).
A medicação aliada a um bom psicoterapeuta é o que pode ajuda la de facto. Não pode é desistir e baixar os braços. Lembre se que o seu marido sempre esteve ao seu lado, por isso o seu equilíbrio é importante para o seu meio familiar. Não tem que ter qualquer vergonha tbm de poder vir a ter a tomar algo. Hoje em dia é mais comum do que se pensa. As pessoas apenas n falam disso.
Se for de Lisboa posso dar lhe 2 contatos de 2 excelentes psiquiatras e psicoterapeutas.
Quanto à sua criança, 6 anos é muito tempo, as bases da personalidade já estao quase formadas, mas ainda vai a tempo. Não desista a sério, a namorada de um amigo do meu namorado à uns anos passou pelo mesmo e a coisa correu mal. Foi um caso mediático da televisao, ambos perderam a vida. PFV lute, não se deixe vencer!

Parabéns pelo exemplo de ser humano que nos deu. A saúde mental é ainda tão facilmente mal interpretada, mas ver exemplos como o seu sao importantes.
Não quero de todo criticar as outras participantes, mas vi alguns comentários mais relutantes em relação á medicacao...vejam este comentário e reflictam. A medicação não é o bicho papão. Às vezes psicoterapia por si só não é suficiente e medicação mais forte tem de ser utilizada. Pensem e vejam a saúde mental como a saúde física. por exemplo quando partem um pé tem de se tratar a fractura...mas tbm precisam de controlar a dor! A saúde mental é tb assim...diferente claro...mas é fundamental que se perceba que o tratamento tem de ser defendido por especialistas.
Como em tudo, no final a decisão é nossa, mas em caso de dúvida recorre se a uma segunda opinião é logo se decide com mais informações.
A mãe de tópico não disse mais nada. Espero que esteja bem e veja estes casos e perceba que há sempre algo a fazer.
Miaalves, muitos parabéns pelas suas duas meninas e que consiga manter sempre a sua saúde mental controlada.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Eu não tenho qualquer relutância em relação à medicação na saúde mental , mas infelizmente muitos psiquiatras prescrevem medicação e mandam a pessoa embora ,como se fosse suficiente e eficaz em todas as circunstâncias. Uma mulher que passou ela própria por um abandono na infância não vai curar esta depressão sem compreender as razões da sua rejeição do filho e sem se reconciliar com o seu próprio passado.
À Mia Alves também dou os meus parabéns, infelizmente uma pessoa próxima de mim mesmo com os melhores cuidados não resistiu à doença mental... Muita força!

Dayana Sobral -
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Desde 26 Set 2017

Liliana, nos dê notícias de como estás.

Espero que esteja tudo a correr bem

Beijinhos!

Seja bem vinda para participar do nosso grupo de mães no WhatsApp 😊

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Beijinhos 😘

atram -
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Desde 11 Jun 2007

Olá Liliana,

Deve ser extremamente frustrante a situação emocional que vive.
As mamãs já lhe deram bons conselhos, que julgo fazerem bastante sentido.
Eu só lhe queria dizer para sempre que o seu filho fizer uma birra, chorar, estiver triste para você o abraçar. Abrace-o com todas as forças que tiver, o calor humano desperta a alma e alivia o coração.
Mesmo que não goste, que não sinta vontade intrinseca, que não lhe apeteça, faça-o.
O amor precisa ser alimentado, precisa de ser tocado, vivido, e às vezes as mudanças começam nos pequenos gestos do dia a dia.
Você merece amar o seu filho e ele merece ser amado. Pense nisto!

Mimamae27 -
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Desde 13 Ago 2017

Olá Liliana,
Li o teu tópico e acredite entendo cada palavra. O meu caso não é igual mas parecido. Nunca soube o que era amor de pai ou mãe mas sempre quis ser mãe, tenho um marido maravilhoso, me dá até remorso ser a pessoa chata que sou, convivendo com um ser tão bom. Tive meu sonhado bebê há quase 5 meses, e desde de quando ele nasceu piorei 1000%. Ele é lindo, saudável, tem alguns probleminhas de rotina que me deixam a surtar mas no demais ele é ótimo. Acontece que, não consegui amamentar e até hoje estou com essa psicose, não sei se foi meu nervosismo mas o fato é que fiz de tudo. Pior que como não realizei esse sonho, me sinto incompleta, infeliz e não consigo ver ele como meu. O fato é que tá difícil cuidar dele, eu o amo mas não gosto de estar com ele.... Enfim, lendo teu relato saiba que você me ajudou, vou procurar ajuda também e ignorar as pessoas que me cobram o que a natureza não me agraciou. Me pergunto porquê minha mãe nunca me quis e amamentou 2 meses e eu era uma mãe apaixonada e não consegui, injusto a vida. Mas mamã, procure mesmo ajuda, sinta-se abraçada, tenha certeza muitas devem passar por isso e não tem a tua coragem de desabafar.....que Deus possa guiar para uma boa ajuda e tudo dar certo para sua alegria familiar ser completa.

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Mimamae27 -
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Desde 13 Ago 2017

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