Olá a todas! Sou nova neste fórum e apesar de já haver dois tópicos sobre este assunto decidi começar outro porque sinto que mesmo assim existe pouca discussão sobre um assunto que afeta demasiadas mulheres que não tem ajuda ou não conseguem encontrar informação ou testemunhos de outras.
Venho aqui partilhar um pouco da minha experiência, vou-me alongar mas espero que dê conforto a outras mulheres como me deu a mim ao ler os vossos testemunhos e saber que não me encontro sozinha nesta questão.
Eu estava a iniciar a minha vida sexual e estava a correr tudo bem, nada fora do comum e estava perfeitamente saudável, um dia por tolice e curiosidade jovem o meu parceiro e eu tentamos usar um preservativo com estrias e foi a pior coisa que podíamos ter feito, estas arranharam-me as paredes vaginais e deixaram-me um ardor e uma dor insuportável no interior e na entrada da vagina.
A partir daí começaram os meus episódios, ao inicio achava estar ainda magoada e não ter curado totalmente mas meses passaram-se e cada vez que tentávamos pareciam vidros partidos a ser inseridos. Consultei vários ginecologistas, fiz exsudados vaginais e não acusava nada, todos me diziam que era perfeitamente saudável e que tinha que aprender a relaxar que com certeza que a minha dor era psicológica.
O meu companheiro ainda pesquisou e leu sobre exercícios de relaxamento durante a penetração, um deles era rodar os pés na posição de missionário e estar o mais próxima dele em termos de conforto de anatomia. Compramos diferentes tipos de lubrificante, preservativos e alguns sextoys para usar sozinha a ver se conseguia habituar-me a penetração mas nada resultou, era como se fosse um brinquedo estragado sem solução. Podem começar a questionar se eu realmente o que queria e desejava, acreditem, não era falta de desejo, e quando começávamos algum "momento" tudo corria bem até ao momento H em que lhe colocava o preservativo, a partir daí todo o desejo era substituído por nervosismos, tensão, suores frios, pânico e falta de ar, por mais que tentasse aguentar a dor acabava por sempre dizer que não conseguia mais.
Estivemos nesta situação durante 3 anos, até no dia 27/09/2017 ter consultado mais um ginecologista, encontrava-me cheia de esperanças de que seria agora que ia encontrar a minha solução, entrei lá nervosa e saí de lá em lágrimas, ele foi bruto a falar, e o exame foi horrível, sem lubrificante e com as luvas de latex que tanto conhecemos.. eu tentei ficar deitada, agarrar tudo o que conseguia para aguentar, tentei manter as lágrimas silenciosas e aguentar só para saber o que tinha até ele dizer "Olhe assim não consigo, não é normal doer-lhe aquilo que estou a fazer, não tenho paciência para as suas lamurias e vou transferi-la para outra medica, quer isso ou fica assim o resto da vida? A mim parece-me vaginismo mas também me parece que está a inventar a dor".
Dei uma versão curta do que ele me disse para não entrar em detalhes mas na altura tudo o que pensei foi que de facto este era o meu destino, ficar assim o resto da vida...
Até chegar a casa e com mais calma me lembrar da consulta e da palavra vaginismo... E foi aí que as portas para este mundo se abriram, em meia hora consegui perceber pelos testemunhos de outras e dos sintomas que era exatamente isto que tinha, 3 anos de médicos a insinuar que é uma dor inventada e que só preciso de relaxar quando o problema é muito maior....
Sei que nem todos concordam com o self-diagnóstico, eu também não, até sofrer durante 3 anos sem qualquer solução. O meu apoio tem sido o meu parceiro que entende e pesquisa comigo estas coisas, foi ele que encontrou este fórum e queria desde já agradecer partilharem as vossas histórias, foi um alivio saber que não sou a única, de que não estou louca e não estou a inventar dores, que de facto elas estão lá mas eu apenas não as consigo controlar.
Entrei neste mundo, estou a conhecer agora o tabú que ainda rodeia este assunto, as soluções que são propostas, as terapias e os kits, estou a embarcar numa self-discovery e espero ter resultados para poder vir aqui atualizar a minha jornada para que todas vejam que há solução e de que não há nada de errado, é normal e mais comum do que se pensa mas os nossos médicos nem sempre nos ouvem.
Vou de qualquer forma experimentar uma ginecologista no privado e sugerir esta ideia para ver onde me leva, mas não tenho nenhuma dúvida do que tenho nem do que sinto.
Entretanto já me começaram a responder em mensagens privadas sobre o comentário que deixei noutro post e agradeço imenso, enviem mensagens que irei responder, deixem comentários, não tenham receio de partilharem o que sentem, pensem que irá relaxar outras mulheres e ajudá-las a perceber que não são nenhum alien e que HÁ SOLUÇÃO.
O meu próximo está em mandar vir um kit do site: https://www.vaginismus.com/