Olá a todas!
Antes de mais, nem sei como consegui entrar na página! Apesar de tanta manutenção e sucessivos ataques com carateres asiáticos, parece que o fim do site está a aproximar-se, é uma pena...
Muitas utilizadoras têm entrado neste espaço à procura de dias mais felizes. Estão expectantes, apreensivas e simultaneamente esperançosas, o que faz parte do processo. Vê-se que há renovação, o que é bom sinal. Para uma larga maioria o tópico da Infertilidade é uma ponte para outros com diferentes preocupações e desafios. Consigo ver essa mudança, porque ainda não chegou a minha vez. Sou uma peça de mobiliário que vai ficando fora das tendências, mas não é por muito mais tempo. Pensando de forma mais colorida, a minha presença por aqui é de um elemento vintage.
No próximo mês farei a última FIV da caminhada que iniciei em novembro de 2011, na procura do primeiro filho. É a última, porque apesar de ser a segunda que realizarei num hospital da esfera pública, não me são permitidas mais hipóteses por diversos fatores. Admito também que atingi o ponto em que o copo começa a transbordar. A minha consciência ficará devidamente tranquilizada quando o produto dessa FIV tiver o seu fim. Se for como a anterior, ainda pode render quase dois anos. Pode acontecer também de ficar já por aqui em abril, temos de pensar sempre nos mais variados cenários.
Para quem está desenquadrado parece que pouco ou nada aconteceu nestes mais de 6 anos, uma vez que será "apenas" a segunda FIV mas desengane-se. São perto de 25 anos com um carimbo que me tem marcado por falhar em algo tão elementar como uma das evidências que nos caracteriza enquanto mulheres. Essa ausência ditou uma sentença que me assombra desde a adolescência, quando com 15 anos me disseram que não conseguiria engravidar naturalmente. Tiveram razão. Mesmo nas vezes em que a Ciência deu uma mão para chegar finalmente a estados de gravidez, foram-me arrancados os três resultados positivos, como se não os merecesse.
Esta condição de infértil infiltrou-se nos mais variados domínios da minha vida e tem vindo a condicioná-la, pelo que chegou a altura de definir que esta FIV que está a chegar é o basta que por vezes tem de ser assumido.
A quem está na luta, não se dêem por derrotadas face à primeira adversidade. É preciso coragem, paciência e esperança.