ovodoação - alguém se arrependeu? | De Mãe para Mãe

ovodoação - alguém se arrependeu?

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Pinta Larica -
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Desde 27 Maio 2019

Olá a todas, já pertenço a este grupo desde 2018, quando engravidei naturalmente pela primeira vez, aos 42 anos. Perdi o bebé por aborto espontâneo às 12 semanas. Só nessa gravidez tomei conhecimento da dificuldade que é engravidar nesta idade, e da percentagem de gravidezes que termina em aborto. Vemos tanta notícia de celebridades a terem bebés aos 45, 48, até 50 anos que pensei que podia enganar a biologia e que desde que tivesse menstruação ainda ia a tempo. Após esse aborto tentei de tudo para engravidar outra vez, tomei suplementos, mudei a dieta, fiz testes de ovulação, calendarizei o sexo, e nada. Todas as clínicas de infertilidade que contactei tentavam de imediato colocar-me na lista para ovodoação, dizendo que as hipóteses de engravidar com os meus ovos era quase nula. Em Março de 2018 mesmo assim tentei engravidar com os meus ovos por FIV no Alberto Barros, mas só consegui um embrião que não ''pegou''. Ainda voltei a engravidar naturalmente aos 43, mas só durou 7 semanas e desde então que fiquei desmotivada e sempre a pensar na ovodoação. Já sei que é a minha única hipótese de ser mãe, mas continuam as dúvidas, será que por não ter os meus genes me vou sentir alienada com o bebé? Será que não vou sentir ligação com esta criança? A falta de semelhança física? O tempo está a passar e continuo com estas questões, já vi aqui muitas mães que dizem não sentir diferença nenhuma dos seus filhos genéticos, mas há alguém que tenha passado por uma gravidez por ovodoação que sinta falta de ligação com o bebé? é esse o meu receio, não vir a sentir que o bebé é todo ''meu'' e de alguma forma vir a ter algum ressentimento com a situação. Alguém pode partilhar uma experiencia semelhante? Obrigada a todas, preciso mesmo de conselhos...

Maria_Papoila -
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Desde 06 Fev 2015

Pois eu foi ao contrário. Muito nova e com falência ovárica precoce, tive dois filhos por ovodoacao… E depois dele engravidei espontaneamente.

Não me arrependo um segundo de nada, voltava a fazer tudo igual! Amo os três da mesma forma. ❤️

♥ Abril 2015 - Falência Ovárica Precoce AMH 0,1 FSH 13
♥ Julho 2015 - Inscrição p/DO
♥ Outubro 2015 - TEC (-) Dezembro 2015 - TEC (+)
♥ Maio 2018 - TEC (-) Dezembro 2018 - TEC (+)
♥️ Março 2021 - Gravidez Espontânea

Anaiis -
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Desde 23 Fev 2021

Essa é verdadeiramente a minha angústia e não avanço com essa situação pois não estou preparada e nunca nunca na vida iria sujeitar um ser inocente que não pediu para aqui estar a uma situação que de todo não merece. Ainda estou na luta por óvulos próprios,talvez um dia, no caso de ser impossível , amadureça e agradeça imensamente à ciência poder viver numa época em que está situação permite sermos mães e amarmos profundamente os nossos filhos. Quantas mulheres em tempos passados viveram infelizes uma vida inteira, com sonhos destruídos, de colo e coração vazios pois a possibilidade de óvulos doados não era uma realidade!!

Mag_M -
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Desde 13 Jul 2018

Não conheço, aqui, nenhuma história de arrependimento.
Há muitas de gratidão, muitas de indecisão e depois avanço, muitas que como eu olham a criança como a maior dádiva da vida.
Penso que é algo que tem de se ponderar, sim, mas quando o sonho é maior e esta é a hipótese, a balança pende para onde o coração quer.

Lili_Anna -
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Desde 26 Out 2020

Boa noite,
Estou grávida pela segunda vez por ovodoacao, e conto a minha história porque aprendi da pior forma que o facto de ser um óvulo doado era tão somente um pormenor.
Demorei algum tempo a aceitar que a solução seria ovodoacao. Tinha dúvidas e receios de não ter a tal ligação a 100% como referes, até porque já sou mãe (gravidez natural em idade fértil). Duas gravidezes naturais aos 42 e 43 anos e dois abortos espontâneos. Solução seria a OD.
O meu médico disse: com a idade, para além da dificuldade de engravidar, aumentam consideravelmente os riscos de trissomias, e não se pensa muito nisso, mas se acontecer há decisões difíceis que têm que ser tomadas. Foi o clique que precisava para seguir em frente.
Pois aconteceu o que eu mais temia, e dei por mim a ter que tomar “a” decisão mais dura, mais difícil da minha vida.
Fui o “1” em não sei quantos mil.
Eu e o meu marido tomámos a decisão de interromper a gravidez, e em momento algum a dor, a culpa, a tristeza foi menor por não ser um óvulo meu. Nem nunca me lembrei disso.
Era o meu bebé, 100% meu.
Tal como este agora, com óvulos da mesma dadora, porque para mim os embriões já eram e são meus.
Para além da sorte da ciência o permitir, temos a benção de poder gerar uma vida. A ligação vai se criando no útero, com o evoluir da gravidez, quando se ouve pela primeira vez o coração, quando se sente pela primeira vez o bebé na nossa barriga. É amor.
Mas tome o seu tempo, é importante que se sinta confortável com a sua decisão. Mas não acredito que alguma mãe se arrependa.
Um beijinho

Pinta Larica -
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Desde 27 Maio 2019

Maria_Papoila escreveu:
Pois eu foi ao contrário. Muito nova e com falência ovárica precoce, tive dois filhos por ovodoacao… E depois dele engravidei espontaneamente.
Não me arrependo um segundo de nada, voltava a fazer tudo igual! Amo os três da mesma forma. ❤️

Obrigada Maria Papoila, precisava mesmo de ouvir este tipo de opiniões.

Pinta Larica -
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Desde 27 Maio 2019

Lili_Anna escreveu:
Boa noite,
Estou grávida pela segunda vez por ovodoacao, e conto a minha história porque aprendi da pior forma que o facto de ser um óvulo doado era tão somente um pormenor.
Demorei algum tempo a aceitar que a solução seria ovodoacao. Tinha dúvidas e receios de não ter a tal ligação a 100% como referes, até porque já sou mãe (gravidez natural em idade fértil). Duas gravidezes naturais aos 42 e 43 anos e dois abortos espontâneos. Solução seria a OD.
O meu médico disse: com a idade, para além da dificuldade de engravidar, aumentam consideravelmente os riscos de trissomias, e não se pensa muito nisso, mas se acontecer há decisões difíceis que têm que ser tomadas. Foi o clique que precisava para seguir em frente.
Pois aconteceu o que eu mais temia, e dei por mim a ter que tomar “a” decisão mais dura, mais difícil da minha vida.
Fui o “1” em não sei quantos mil.
Eu e o meu marido tomámos a decisão de interromper a gravidez, e em momento algum a dor, a culpa, a tristeza foi menor por não ser um óvulo meu. Nem nunca me lembrei disso.
Era o meu bebé, 100% meu.
Tal como este agora, com óvulos da mesma dadora, porque para mim os embriões já eram e são meus.
Para além da sorte da ciência o permitir, temos a benção de poder gerar uma vida. A ligação vai se criando no útero, com o evoluir da gravidez, quando se ouve pela primeira vez o coração, quando se sente pela primeira vez o bebé na nossa barriga. É amor.
Mas tome o seu tempo, é importante que se sinta confortável com a sua decisão. Mas não acredito que alguma mãe se arrependa.
Um beijinho

Muito, mas muito obrigada Lili Anna, era mesmo o que precisava ouvir. Também cheguei a ouvir o batimento do meu único embrião, geneticamente meu, que chegou às 12 semanas. Essa gravidez não tinha sido planeada e só quando o perdi é que me apercebi que queria mesmo ser mãe, e só depois de voltar a tentar múltiplas vezes é que caiu a realidade de que havia demorado tempo demais a tomar a decisão. Nunca tinha tido problemas de saúde, tanto quanto sei sempre fui reprodutivamente saudável, e não ajuda nada saber que se não tenho filhos agora foi porque não soube tomar essa decisão mais cedo. A falta de ligação genética com um embrião de ovodoação tem-me consumido, e por isso não dei ainda o passo em frente, mas a dá-lo terá de ser muito em breve pois também já cheguei aos 46 anos e não faz sentido esperar mais. Acho que secretamente ainda estava na esperança que houvesse um milagre natural, pois há mulheres que engravidam naturalmente muito tarde, ainda há pouco li sobre uma brasileira que teve uma gravidez natural aos 52 anos, raro mas possível. O teu testemunho já me fez reconsiderar, pois sei perfeitamente que mesmo que acontecesse a probabilidade de trissomias é enorme, e não vale a pena o risco. Muito obrigada pelos conselhos, ajudaram bastante.

Pipokinh@ -
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Desde 24 Jun 2017

Olá
Tenho 2 filhos por ovodoação
Só me lembro desse pormenor quando venho ao fórum.
São tão meus!

Sobre Pipokinh@

Em treinos desde 2011; Gravidez espontânea em 2011-AR 7s
3 IIU MAC 2015
1 Fiv na Cemeare 2016 - negativo
Diagnóstico genético maridão- translocação equilibrada
IVI
TEC (-); Fiv na IVI - beta + - AR 9s; TEC (-); Fiv na IVI - beta + - vem aí o príncipe; TEC (+) vem aí a princesa

HGA -
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Desde 26 Maio 2015

Olá,
Tenho um filho de gravidez natural e agora estou grávida por OD. Fiz vários tratamentos e parei quando achei que já não valia a pena. Durante 9 meses amadureci a ideia da OD, também tinha muitos receios. Hoje só me arrependo de não ter tomado a decisão mais cedo. Não sinto qualquer diferença entre o amor que senti na gravidez do meu filho e o que sinto agora nesta.
De tudo o que por aqui li nos tópicos de OD, e foi muito mesmo, nunca encontrei nenhuma menina arrependida.
Milagres acontecem, mas infelizmente são muito raros. A OD em termos de probabilidades de sucesso é uma excelente opção. Óbvio que há muitos casos de insucesso também.
Eu tenho 45 anos e consegui a minha gravidez à primeira tentativa.

bruninhas -
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Desde 24 Set 2008

Olá, deixo aqui a minha experiência.
Tenho um filho biologico concebido FIV com os meus Óvulos. Depois deste filho, tentei engravidar novamente com os meus Óvulos mas tive vários e negativos... Foi desesperante. E então decidi tentar por OD e foi à primeira, gravidez de gémeos. Fisicamente, não relaciono parecenças comigo, ao contrário do meu filho biologico que vejo muito da minha genética. Em relação à ligação que tenho com eles, acredite que é maior do que a que sentia com o meu filho biológico com esta idade, pode ser por vários motivos como a personalidade deles, ou a fase em que me encontro... Não sei! Mas isto para lhe dizer que a genética em nada está relacionada com a ligação que sentimos a um ser que veio de dentro de nós! Repare que até podia ser adotado, se vir essa criança como "seu" vai dar-lhe e sentir o maior sentimento de amor que alguma vez já sentiu. O amor é a energia que nos faz crescer, que nos dá forças, que nos realiza! Acredite que quando tiver o seu filho nos braços vai perceber que não existe amor maior. E sim, será seu filho de verdade! Porque a genética em nada tem a ver com amor de mãe.

bruninhas -
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Desde 24 Set 2008

Enquanto estava grávida, fui aconselhada a falar muito com os fetos, algo que não tinha feito na minha primeira gravidez e de facto liguei-me mais rapidamente a eles! Aconselho!

Alsofia -
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Desde 15 Jul 2021

Ola. Vou deixar aqui o meu testemunho... fiz 2 tratamentos com ovulos meus com beta negativo.
Antes mesmo de ser aconselhada por um profissional, ja tinha decidido que iria optar pela ovodoacao, por varios motivos: tenho endometriose e a probabilidade de ter uma filha que "herde" o mesmo problema é grande, e depois pela minha idade em que sabia que com ovulos meus poderia incorrer um maior risco de mal formação no bebé ou possivel aborto.
Quando procurei a clínica já ia decidida do que pretendia fazer.
Das 2 tansferencias com ovulos doados , na primeira engravidei de gémeos e abortei as 8 semanas, desta segunda vez tive uma gravidez bioquimica.
Para mim foi muito facil decidir por ovodoacao... pois para mim mãe é quem cria, quem cuida e ama e tenho a certeza que se um dia tiver a sorte de levar uma gravidez até ao fim, aquela criança será amada incondicionalmente, porque será o meu/minha filho/a Sorriso
Quando penso nos embriões congelados, sinceramente nao tenho um sentimento diferente dos que eram meus e dos que por um gesto altruista de alguem me foram doados. Sorriso
Existem estudos feitos que referem as características que o bebé vai adquirindo da mãe enquanto está na barriga da mesma, mesmo sendo um bebé de ovulo doado. Se tiveres curiosidade e oportunidade tenta pesquisar um pouco sobre isso, acho que é interessante..
Percebo que não seja algo facil de decidir ou digerir, por isso leva o tempoque necessitares pois decerto que o que decidires vai ser a melhor decisão para vocês.
Boa sorte
😘

Hope and Love -
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Desde 18 Maio 2021

Olá, não tenho a experiência da coroação, a minha filha resultou de uma gravidez natural. Mas repare, mesmo que os óvulos fossem seus, o bébé poderia não vir a ter qualquer semelhança física consigo 🤷 a lotaria da genética é assim, poderia não conseguir identificar traços seus no bebé e não seria por isso que não iria amar a criança, seria sempre seu filho.

LunaLight -
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Desde 17 Jul 2020

Olá! Eu só me arrependo de não ter ido logo para ovodoacao a primeira Fiv com os meus falhada. Teria sido mãe um bocadinho mais jovem.
O meu pimpolho nasceu há quase dois meses. Não tem nada de mim nem do pai, mas saiu a cara da tia, irmã do pai. Nós somos branquelos e ele é um morenaco como a tia! 😂
Quando foi para dar as nossas características ao médico eu até disse que não fazia diferença nenhuma para mim. Ele até podia ser azul às bolinhas verdes que o ia amar de qq forma. Na verdade até disse ao médico que se andassem a dar bebés na esquina eu ia lá buscar um! Quero lá saber se tem a minha genética ou não! Eu só quero um colo cheio! Se tiver condições, ainda espero pelos 43 ir buscar um irmão/irmã para ele! A ver vamos... Mas arrependimento não tenho nenhum. E se mais tarde ele crescer e vier a ser uma desilusão, eu sei com certeza que isso também acontece em gravidezes naturais. Não é a origem do ovo que interfere. Vá de mente aberta e coração cheio. Não é bem pior não ter filho nenhum? Disso não se irá arrepender?

Sobre LunaLight

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SissiSilva -
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Desde 06 Jun 2021

Olá, percebo perfeitamente os medos. Também pensei neles - especificamente na questão de aparência física porque eu tenho muitas misturas raciais. E mesmo que um filho natural não se parecesse comigo saberia que tinha a minha genética.
Mas depois… informei-me mais sobre o assunto. Quanto às características físicas, muitas coisas são aprendidas por observação dos pais (como sorrimos, como andamos, expressões, etc).
Há também a epigenetica - a influência genética do útero da mãe no bebé.
Finalmente, pensei que se amo tanto os meus sobrinhos e eles nunca estiveram na minha barriga, por que razão não haveria de amar o meu próprio bebé por ovodoação?
Ajudou-me muito falar sobre os meus receios com a psicóloga da clínica e ler os testemunhos aqui de mães que o foram por ovodoação.
Fiz a transferência do meu embrião na segunda feira e se antes de o fazer ainda tive um momento de hesitação, agora só espero que dê tudo certo e já bem me lembro da história dos ovos não serem meus.
Fala com os médicos e com um psicólogo e lê sobre epigenetica.
Tudo de bom!

6 FIVs
3 Embriões
1 perda gestacional às 8 semanas
Endometriose
1 ovodoação