Opiniões - consumo de substâncias ilícitas | De Mãe para Mãe

Opiniões - consumo de substâncias ilícitas

Responda
54 mensagens
CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Boa tarde. Não bebo, nunca fumei nem consumi substâncias ilícitas. No entanto, o meu companheiro e pai do meu bebé fuma diariamente substâncias proibidas. Apenas o faz depois de eu e o bebé estarmos a dormir mas é um comportamento que me preocupa. Tenho medo que o bebé possa apanhar algo do chão e pôr na boca ou que os vizinhos possam fazer queixa por haver uma criança numa casa com substâncias proibidas no nosso país. O bebé sempre foi a minha prioridade e só o pensamento de que algo pode acontecer e mo tirarem é paralisante. Já conversei com o meu companheiro e ele diz que eventualmente vai deixar, mas esse dia nunca chega. É de referir que é um comportamento que dura há vários anos, mesmo antes de nos conhecermos. Apenas quando começamos a viver juntos eu percebi a real dimensão do problema. Preciso de conselhos. Como agiriam nesta situação? Obrigada pela atenção.
P.s.- aparte isso, é uma pessoa que trabalha, cumpre com os seus deveres de cidadão e ajuda em casa. Costuma participar nas rotinas diárias do bebé mas sou eu quem assume a maior parte das tarefas relacionadas com o nosso filho.

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

Fuma um charro, é isso?

Desde 31 Jan 2020

Ia dizer o mesmo Sansa eheh, olhe conheço quem o faca e o que tem? Se são bons pais, maridos e assim eu não me preocuparia, e ainda por cima , fâ-lo quando estão a dormir.
Fazer queixa? Se for ganza poderá ter um x para consumo e nada lhe fazem , porque haveriam de fazer queixa? E provas?
Acho que se ele não faz mais nada de "mal" não tem muito que se lhe diga e se já o fazia antes de namorarem é porque você sempre aceitou , digo eu não

Clara 🤰 -
Offline
Desde 05 Mar 2019

É consumidor de marijuana ou refere se a outras substâncias?

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

Se se tratar de Haxixe, a posse para consumo individual constitui uma contraordenacäo, mas ninguém lhe vai tirar o filho por causa disso, descanse.

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

E vamos ver outro ponto, a polícia näo anda atrás de pais de família que gostam de fumar uma ganza no final do dia. Eles querem apanhar é quem trafica.

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

Ines.Ferreira.19903 escreveu:

Fazer queixa? Se for ganza poderá ter um x para consumo e nada lhe fazem , porque haveriam de fazer queixa? E provas?

Isso dependerá do polícia querer ou não fechar os olhos à situação. O que poderia acontecer é ser notificado para se apresentar na CDT (Comissão para a Disuasão da Toxicodependência), sendo instaurado um processo de contra-ordenação. Será feita uma avaliação do caso e mediante isso será determinado se vai para apoio psicológico, tratamento da toxicodependência, ou é-lhe aplicado uma sanção (coima, serviço comunitário).

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Sim, é marijuana. O que mais me preocupa é mesmo a questão do bebé, aparte isso ninguém terá nada a apontar, não somos vizinhos barulhentos, o bebé vai a todas as consultas no centro de saúde e pediatra, não há qualquer negligência da nossa parte. É uma questão que me causa alguma ansiedade e há cerca de 2 semanas vi uma notícia que tinham retirado um bebé de 18 meses à família porque deu entrada no hospital com sono e apatia, foram feitas análises e tinha droga no organismo. Como é óbvio foi aberto processo no ministério público e a criança foi retirada até se apurarem as circunstâncias. Claro que isto são tudo "e ses" mas não deixo de ficar preocupada e ansiosa. Sim, quando namoravamos sabia que fumava "esporadicamente", quando passamos a viver juntos é que percebi que afinal era todas as noites até às 3/4 da manhã, várias vezes, e que não consegue passar 1 único dia sem fumar. Se fosse bebida, a vossa opinião era diferente? Se o meu companheiro bebesse até às 4 da manhã todas as noites e não conseguisse passar uma noite sem beber? Era um problema, certo? E a bebida não é proibida e nada lhe acontece se transportar bebida no carro, agora se transportar doses de marijuana para 2/3 semanas de uso (a fumar todos os dias 2/3 por noite) talvez seja um problema...

Clara 🤰 -
Offline
Desde 05 Mar 2019

A marijuana é considerada uma droga "leve" quando usava em pequenas quantidades...
Olha sinceramente se ele fuma quando vocês já estão a dormir e o menino nunca está presente não acho que seja um problema...o ideal era ele fumava fora de casa tipo numa varanda ou assim para o cheiro não ficar em casa e ninguém o ter de inalar .. acho que não tens motivos para preocupações , não são vizinhos de fazer barulho não há reclamações contra vocês , têm uma vida normal por isso ...

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

Bem, eu devo ser muito antiquada porque não acho nada normal uma pessoa fumar marijuana todos os dias madrugada fora. Uma coisa é um consumo esporádico, outra é um consumo diário por vários anos. Não é inócuo,tem consequências fisicas mentais mesmo que ainda não sejam muito visíveis. E que raio de vida de casal se constrói quando um dos elementos se deita sempre umas horas mais tarde para poder consumir à vontade (diria o mesmo se ficasse a beber ou a jogar videojogos) ? Desculpe, mas acho que tem razão em estar preocupada. Eu teria uma uma conversa muito séria com ele e exigiria, no mínimo, que fossem ambos a uma consulta com um especialista (psicólogo ou psiquiatra) especializado em dependências. Porque, a meu ver, é mesmo disso que se trata de uma dependência.

Desde 31 Jan 2020

CreativeM escreveu:
Sim, é marijuana. O que mais me preocupa é mesmo a questão do bebé, aparte isso ninguém terá nada a apontar, não somos vizinhos barulhentos, o bebé vai a todas as consultas no centro de saúde e pediatra, não há qualquer negligência da nossa parte. É uma questão que me causa alguma ansiedade e há cerca de 2 semanas vi uma notícia que tinham retirado um bebé de 18 meses à família porque deu entrada no hospital com sono e apatia, foram feitas análises e tinha droga no organismo. Como é óbvio foi aberto processo no ministério público e a criança foi retirada até se apurarem as circunstâncias. Claro que isto são tudo "e ses" mas não deixo de ficar preocupada e ansiosa. Sim, quando namoravamos sabia que fumava "esporadicamente", quando passamos a viver juntos é que percebi que afinal era todas as noites até às 3/4 da manhã, várias vezes, e que não consegue passar 1 único dia sem fumar. Se fosse bebida, a vossa opinião era diferente? Se o meu companheiro bebesse até às 4 da manhã todas as noites e não conseguisse passar uma noite sem beber? Era um problema, certo? E a bebida não é proibida e nada lhe acontece se transportar bebida no carro, agora se transportar doses de marijuana para 2/3 semanas de uso (a fumar todos os dias 2/3 por noite) talvez seja um problema...

Depende, se não ficasse todo lixado com a bebida , nem mudasse para um comportamento mau para ninguém, não mudava a opiniao

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

É complicado, posso dizer que nos últimos 12 meses não consigo contar mais de 5 vezes em que nos tenhamos deitado ao mesmo tempo. Já tivemos uma conversa bastante séria e inclusivamente saí de casa, no entanto acabei por voltar, não consigo deixar de sentir culpa pois percebo que ele tem um problema, a meu ver é um problema que nos afasta cada vez mais, o que dá origem a ressentimentos, falta de comunicação e tudo o que daí advém... No entanto sou a única na relação a achar que isto é um problema. Se fosse antes, eu estou mal, eu mudo-me. Mas agora há uma criança, um bebé, que ainda não percebe mas não tarda começa a compreender o que se passa à sua volta. Não posso falar disto com a minha família, são bastante tradicionais e conservadores e sei que diriam para sair desta relação. A família mais próxima já percebeu que existe um afastamento entre nós mas eu tento fugir do assunto. Se por um lado quero que o meu filho cresça numa família estruturada, por outro lado sou filha de pais separados e sei o quanto sofri enquanto filha por ver que os meus pais não tinham uma boa relação mas continuavam juntos.

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Obrigada a todas pelos diferentes pontos de vista ❤️

Mia. -
Offline
Desde 12 Set 2013

Uma dependência é uma dependência: seja droga, álcool, sexo, internet, jogos. A partir do momento em que condiciona o normal funcionamento da dinâmica familiar, sim, é um problema. Não é só problema quando mete autoridades ao barulho ou crianças.
CreativeM, é preciso tomar decisões. Ele será responsável pelas dele, e tu pelas tuas. Viver num cenário de dependência e preocupação é que não será um ambiente saudável para ninguém crescer. Adultos e crianças.

Leonor2018 -
Offline
Desde 21 Out 2018

Eu não deixaria isto acontecer e assim ke se começar quando está já num ponto já não há solução.....beija lá com uma criança de isso se resolve beijo

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Mia. escreveu:
Uma dependência é uma dependência: seja droga, álcool, sexo, internet, jogos. A partir do momento em que condiciona o normal funcionamento da dinâmica familiar, sim, é um problema. Não é só problema quando mete autoridades ao barulho ou crianças.

CreativeM, é preciso tomar decisões. Ele será responsável pelas dele, e tu pelas tuas. Viver num cenário de dependência e preocupação é que não será um ambiente saudável para ninguém crescer. Adultos e crianças.

Obrigada pelo ponto de vista tão claro e direto. É, também, assim que penso. Apenas expus o assunto para ver se estou a ser demasiado conservadora por não aceitar este comportamento ou se realmente as minhas preocupações têm fundamento.

Anotski85 -
Offline
Desde 09 Jun 2020

CreativeM escreveu:
Sim, é marijuana. O que mais me preocupa é mesmo a questão do bebé, aparte isso ninguém terá nada a apontar, não somos vizinhos barulhentos, o bebé vai a todas as consultas no centro de saúde e pediatra, não há qualquer negligência da nossa parte. É uma questão que me causa alguma ansiedade e há cerca de 2 semanas vi uma notícia que tinham retirado um bebé de 18 meses à família porque deu entrada no hospital com sono e apatia, foram feitas análises e tinha droga no organismo. Como é óbvio foi aberto processo no ministério público e a criança foi retirada até se apurarem as circunstâncias. Claro que isto são tudo "e ses" mas não deixo de ficar preocupada e ansiosa. Sim, quando namoravamos sabia que fumava "esporadicamente", quando passamos a viver juntos é que percebi que afinal era todas as noites até às 3/4 da manhã, várias vezes, e que não consegue passar 1 único dia sem fumar. Se fosse bebida, a vossa opinião era diferente? Se o meu companheiro bebesse até às 4 da manhã todas as noites e não conseguisse passar uma noite sem beber? Era um problema, certo? E a bebida não é proibida e nada lhe acontece se transportar bebida no carro, agora se transportar doses de marijuana para 2/3 semanas de uso (a fumar todos os dias 2/3 por noite) talvez seja um problema...

Olá Creative,

Pois, percebo a sua preocupação. Mas creio que está a fazer algumas confusões. Vou por pontos, para ser mais fácil e rápido explicar-me:
.
É certo que o consumo de álcool é legal em Portugal, mas o de marijuana e derivados está despenalizado e um consumidor pode ter em sua posse certa gramagem para consumo próprio (não sei qual é o limiar, experimente pesquisar) sem que constitua ilegalidade ou seja razão para problemas com forças de segurança pública. Portanto, a questão que coloca, de ter doses para um mês de consumo diários no carro ou em casa pode, sim, constituir um risco se acima desse limiar.
.
Depois, a questão do consumo diário. Bem, uma pessoa que consuma alcool madrugada fora todos os dias é um alcoólico, tem uma adição cujos impactos na sua saúde física e psíquica e na sua vida pessoal, familiar, profissional e social não lhe permitiriam, a curto/médio prazo, ser minimamente funcional (por exemplo, após algum tempo começaria a manifestar sinais de abstinência logo a meio/final da manhã). A dependência do álcool, por ser física, é completamente desestruturante da pessoa e da sua vida. Não é o caso da "dependência" da marijuana. Se pesquisar por informação fidedigna (por exemplo, no Instituto da droga e toxicodependência), verá que a marijuana, o haxixe e qualquer outro canabinoide não provocam dependência física. Considera-se, todavia, que pode causar dependência psicológica, em pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade, por exemplo, por funcionar como um calmante e uma forma de alienação face à realidade dos seus problemas. Todavia, o consumo, como diz a propósito do seu companheiro, não tem um impacto destrutivo na vida da pessoa - ela/ele mantém-se funcional e faz a sua vida normal -, e os riscos para a saúde, para além de todos aqueles associados ao consumo tabagico (ato de fumar), estão sobretudo associados à saúde psiquica - há estudos que apontam uma associação entre o consumo de THC (substância ativa da canabis e derivados) e o desenvolvimento de psicoses e/ou de esquizofrenia em pessoas que têm propensão genética e história familiar de patologias deste foro. Atenção, isto não é uma generalizável a toda a população que consome estas substâncias. Isto para dizer que não, não se pode ver como sendo igual fumar uns charros à noite ou beber garrafas de vinho (até porque as doses para se ficar "high" são muito diferentes e um charro não é comparável a uma garrafa de vinho ou a 10 cervejas). Eu, pessoalmente, ficaria em pânico se o meu marido se embriagasse todas as noites com alcool, mas não ficaria assustada (no que toca a comportamentos aditivos) por fumar dois ou tres charros (não gostaria, mas isso é porque eu não aprecio a característica - e isto é juízo de valor, não juízo de facto - de ter necessidade diária de sentir-se embriagado, seja com que substancia for).
.
Quanto ao consumo em casa e em qualquer espaço de coabitação com o vosso bebé, acho que há, de facto, riscos de o bebé consumir inadvertidamente se os pais não tiverem toda a cautela no aprovisionamento da substância. A erva ou o haxixe podem cair ao chão, serem deixados em cima da mesa, ou em qualquer outro local acessível ao bebé... Portanto, há risco de o bebé levar a substância à boca. Nesse caso, o melhor a fazer é negociar com o seu companheiro uma forma de aprovisionamento inacessivel e um local de consumo que a criança não frequente (varanda ou terraço ou mesmo a rua, na melhor das hipóteses).
.
Portanto, informe-se bem, vá ao site do IDT, procure informação insuspeita para fazer bons juízos de facto e distinguir bem o que é facto e o que é mito. Quanto ao resto, é juízo de valor, e só a Creative sabe que valores a movem nesta vida e no seu relacionamento com os outros Sorriso

Clara 🤰 -
Offline
Desde 05 Mar 2019

Anotski85 escreveu:

CreativeM escreveu:Sim, é marijuana. O que mais me preocupa é mesmo a questão do bebé, aparte isso ninguém terá nada a apontar, não somos vizinhos barulhentos, o bebé vai a todas as consultas no centro de saúde e pediatra, não há qualquer negligência da nossa parte. É uma questão que me causa alguma ansiedade e há cerca de 2 semanas vi uma notícia que tinham retirado um bebé de 18 meses à família porque deu entrada no hospital com sono e apatia, foram feitas análises e tinha droga no organismo. Como é óbvio foi aberto processo no ministério público e a criança foi retirada até se apurarem as circunstâncias. Claro que isto são tudo "e ses" mas não deixo de ficar preocupada e ansiosa. Sim, quando namoravamos sabia que fumava "esporadicamente", quando passamos a viver juntos é que percebi que afinal era todas as noites até às 3/4 da manhã, várias vezes, e que não consegue passar 1 único dia sem fumar. Se fosse bebida, a vossa opinião era diferente? Se o meu companheiro bebesse até às 4 da manhã todas as noites e não conseguisse passar uma noite sem beber? Era um problema, certo? E a bebida não é proibida e nada lhe acontece se transportar bebida no carro, agora se transportar doses de marijuana para 2/3 semanas de uso (a fumar todos os dias 2/3 por noite) talvez seja um problema...

Olá Creative,
Pois, percebo a sua preocupação. Mas creio que está a fazer algumas confusões. Vou por pontos, para ser mais fácil e rápido explicar-me:
.
É certo que o consumo de álcool é legal em Portugal, mas o de marijuana e derivados está despenalizado e um consumidor pode ter em sua posse certa gramagem para consumo próprio (não sei qual é o limiar, experimente pesquisar) sem que constitua ilegalidade ou seja razão para problemas com forças de segurança pública. Portanto, a questão que coloca, de ter doses para um mês de consumo diários no carro ou em casa pode, sim, constituir um risco se acima desse limiar.
.
Depois, a questão do consumo diário. Bem, uma pessoa que consuma alcool madrugada fora todos os dias é um alcoólico, tem uma adição cujos impactos na sua saúde física e psíquica e na sua vida pessoal, familiar, profissional e social não lhe permitiriam, a curto/médio prazo, ser minimamente funcional (por exemplo, após algum tempo começaria a manifestar sinais de abstinência logo a meio/final da manhã). A dependência do álcool, por ser física, é completamente desestruturante da pessoa e da sua vida. Não é o caso da "dependência" da marijuana. Se pesquisar por informação fidedigna (por exemplo, no Instituto da droga e toxicodependência), verá que a marijuana, o haxixe e qualquer outro canabinoide não provocam dependência física. Considera-se, todavia, que pode causar dependência psicológica, em pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade, por exemplo, por funcionar como um calmante e uma forma de alienação face à realidade dos seus problemas. Todavia, o consumo, como diz a propósito do seu companheiro, não tem um impacto destrutivo na vida da pessoa - ela/ele mantém-se funcional e faz a sua vida normal -, e os riscos para a saúde, para além de todos aqueles associados ao consumo tabagico (ato de fumar), estão sobretudo associados à saúde psiquica - há estudos que apontam uma associação entre o consumo de THC (substância ativa da canabis e derivados) e o desenvolvimento de psicoses e/ou de esquizofrenia em pessoas que têm propensão genética e história familiar de patologias deste foro. Atenção, isto não é uma generalizável a toda a população que consome estas substâncias. Isto para dizer que não, não se pode ver como sendo igual fumar uns charros à noite ou beber garrafas de vinho (até porque as doses para se ficar "high" são muito diferentes e um charro não é comparável a uma garrafa de vinho ou a 10 cervejas). Eu, pessoalmente, ficaria em pânico se o meu marido se embriagasse todas as noites com alcool, mas não ficaria assustada (no que toca a comportamentos aditivos) por fumar dois ou tres charros (não gostaria, mas isso é porque eu não aprecio a característica - e isto é juízo de valor, não juízo de facto - de ter necessidade diária de sentir-se embriagado, seja com que substancia for).
.
Quanto ao consumo em casa e em qualquer espaço de coabitação com o vosso bebé, acho que há, de facto, riscos de o bebé consumir inadvertidamente se os pais não tiverem toda a cautela no aprovisionamento da substância. A erva ou o haxixe podem cair ao chão, serem deixados em cima da mesa, ou em qualquer outro local acessível ao bebé... Portanto, há risco de o bebé levar a substância à boca. Nesse caso, o melhor a fazer é negociar com o seu companheiro uma forma de aprovisionamento inacessivel e um local de consumo que a criança não frequente (varanda ou terraço ou mesmo a rua, na melhor das hipóteses).
.
Portanto, informe-se bem, vá ao site do IDT, procure informação insuspeita para fazer bons juízos de facto e distinguir bem o que é facto e o que é mito. Quanto ao resto, é juízo de valor, e só a Creative sabe que valores a movem nesta vida e no seu relacionamento com os outros


👏👏👏

Ana Maria Costa1 -
Offline
Desde 01 Fev 2019

Mas devem ter uma boa conversa, se diz que isso provoca falta de diálogo e afastamento já está a afectar-vos a todos como família.

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Anotski85 escreveu:

CreativeM escreveu:Sim, é marijuana. O que mais me preocupa é mesmo a questão do bebé, aparte isso ninguém terá nada a apontar, não somos vizinhos barulhentos, o bebé vai a todas as consultas no centro de saúde e pediatra, não há qualquer negligência da nossa parte. É uma questão que me causa alguma ansiedade e há cerca de 2 semanas vi uma notícia que tinham retirado um bebé de 18 meses à família porque deu entrada no hospital com sono e apatia, foram feitas análises e tinha droga no organismo. Como é óbvio foi aberto processo no ministério público e a criança foi retirada até se apurarem as circunstâncias. Claro que isto são tudo "e ses" mas não deixo de ficar preocupada e ansiosa. Sim, quando namoravamos sabia que fumava "esporadicamente", quando passamos a viver juntos é que percebi que afinal era todas as noites até às 3/4 da manhã, várias vezes, e que não consegue passar 1 único dia sem fumar. Se fosse bebida, a vossa opinião era diferente? Se o meu companheiro bebesse até às 4 da manhã todas as noites e não conseguisse passar uma noite sem beber? Era um problema, certo? E a bebida não é proibida e nada lhe acontece se transportar bebida no carro, agora se transportar doses de marijuana para 2/3 semanas de uso (a fumar todos os dias 2/3 por noite) talvez seja um problema...

Olá Creative,
Pois, percebo a sua preocupação. Mas creio que está a fazer algumas confusões. Vou por pontos, para ser mais fácil e rápido explicar-me:
.
É certo que o consumo de álcool é legal em Portugal, mas o de marijuana e derivados está despenalizado e um consumidor pode ter em sua posse certa gramagem para consumo próprio (não sei qual é o limiar, experimente pesquisar) sem que constitua ilegalidade ou seja razão para problemas com forças de segurança pública. Portanto, a questão que coloca, de ter doses para um mês de consumo diários no carro ou em casa pode, sim, constituir um risco se acima desse limiar.
.
Depois, a questão do consumo diário. Bem, uma pessoa que consuma alcool madrugada fora todos os dias é um alcoólico, tem uma adição cujos impactos na sua saúde física e psíquica e na sua vida pessoal, familiar, profissional e social não lhe permitiriam, a curto/médio prazo, ser minimamente funcional (por exemplo, após algum tempo começaria a manifestar sinais de abstinência logo a meio/final da manhã). A dependência do álcool, por ser física, é completamente desestruturante da pessoa e da sua vida. Não é o caso da "dependência" da marijuana. Se pesquisar por informação fidedigna (por exemplo, no Instituto da droga e toxicodependência), verá que a marijuana, o haxixe e qualquer outro canabinoide não provocam dependência física. Considera-se, todavia, que pode causar dependência psicológica, em pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade, por exemplo, por funcionar como um calmante e uma forma de alienação face à realidade dos seus problemas. Todavia, o consumo, como diz a propósito do seu companheiro, não tem um impacto destrutivo na vida da pessoa - ela/ele mantém-se funcional e faz a sua vida normal -, e os riscos para a saúde, para além de todos aqueles associados ao consumo tabagico (ato de fumar), estão sobretudo associados à saúde psiquica - há estudos que apontam uma associação entre o consumo de THC (substância ativa da canabis e derivados) e o desenvolvimento de psicoses e/ou de esquizofrenia em pessoas que têm propensão genética e história familiar de patologias deste foro. Atenção, isto não é uma generalizável a toda a população que consome estas substâncias. Isto para dizer que não, não se pode ver como sendo igual fumar uns charros à noite ou beber garrafas de vinho (até porque as doses para se ficar "high" são muito diferentes e um charro não é comparável a uma garrafa de vinho ou a 10 cervejas). Eu, pessoalmente, ficaria em pânico se o meu marido se embriagasse todas as noites com alcool, mas não ficaria assustada (no que toca a comportamentos aditivos) por fumar dois ou tres charros (não gostaria, mas isso é porque eu não aprecio a característica - e isto é juízo de valor, não juízo de facto - de ter necessidade diária de sentir-se embriagado, seja com que substancia for).
.
Quanto ao consumo em casa e em qualquer espaço de coabitação com o vosso bebé, acho que há, de facto, riscos de o bebé consumir inadvertidamente se os pais não tiverem toda a cautela no aprovisionamento da substância. A erva ou o haxixe podem cair ao chão, serem deixados em cima da mesa, ou em qualquer outro local acessível ao bebé... Portanto, há risco de o bebé levar a substância à boca. Nesse caso, o melhor a fazer é negociar com o seu companheiro uma forma de aprovisionamento inacessivel e um local de consumo que a criança não frequente (varanda ou terraço ou mesmo a rua, na melhor das hipóteses).
.
Portanto, informe-se bem, vá ao site do IDT, procure informação insuspeita para fazer bons juízos de facto e distinguir bem o que é facto e o que é mito. Quanto ao resto, é juízo de valor, e só a Creative sabe que valores a movem nesta vida e no seu relacionamento com os outros

Muito obrigada Anotski85, foi muito claro 🙂 Obrigada por todos os factos apresentados e por se dar ao trabalho de responder a todas as questões. Vou pesquisar em sítios fidedignos, no entanto sinto mesmo que é uma adição. O facto de não poder passar um dia sem, a meu ver é adição. E afeta a nossa vida familiar e conjugal. Afecta férias fora do país, relação com amigos, família...

Videl86 -
Offline
Desde 18 Jul 2014

É um assunto muito complexo, vou partilhar a minha experiência porque é...peculiar, digamos. Os meus pais sempre fumaram haxixe em casa, eu cresci habituada a vê-los fumar. Eles fumavam todos os dias, várias vezes por dia, mas mais vezes à noite. Inicialmente eu não sabia que era uma droga, para mim era algo normal, era tão normal como o meu pai beber uma cerveja ou fumar um cigarro normal. Eles faziam os charros à minha frente, mais o meu pai do que a minha mãe, mas fumavam os dois. houve uma altura em que eles começaram a fumar na casa-de-banho, não sei exatamente o motivo. Quando eu tinha 7 anos o meu pai chamou-me, estava a fazer um charro, e disse-me "Olha, quero explicar-te que eu estou a fazer uma ganza, que é isto. Há pessoas que acham que isto é uma droga, se calhar um dia vais ouvir isso, mas para nós não é, para nós isto é normal e não faz mal a ninguém, no entanto quero que não fales sobre isto com ninguém porque as pessoas podem pensar de outra forma, não comentes que nós fazemos charros com ninguém.". Eu nunca me esqueci desta conversa. Os meus pais separaram-se quando eu tinha 12 anos. Aos 13 anos eu decidi que queria ir viver com o meu pai. Eles continuaram a fumar os seus charros, separadamente, mas a certa altura o meu pai decidiu que tinha de parar, tinha eu uns 15 anos, e parou, durante um ano/ano e meio. Nesse período de tempo a conversa já era totalmente diferente, aí os charros e a ganza já eram o diabo. A minha mãe nunca parou de fumar. O meu pai eventualmente voltou a fumar, mas apenas à noite, antes de ir dormir, fuma um charro ou dois e vai dormir. A minha mãe não sei porque entretanto eu cortei contacto com ela (por outros motivos, claro), mas sei que continua a fumar. Eu experimentei pela primeira vez aos 16 anos, fumei uma vez, depois passado uns meses fumei novamente, mas ainda por cima fiz isto no período de tempo que o meu pai deixou de fumar e ele descobriu e queria pôr-me num colégio interno Gargalhadas pronto, durante uns tempos deixei-me disso. Entretanto meu irmão começou a fumar com 14 anos, tinha um grupo de amigos e todos fumavam. Eu voltei a fumar esporadicamente entre os meus 18 e 22. Nunca fumei todos os dias, embora tenha havido períodos de tempo em que fumei em dias seguidos. Nunca fumei vários charros diariamente por hábito, mas houve dias em que fumei vários charros (esporádicos). Eu nunca fumei sozinha, sempre fumei com amigos. A verdade é que a ganza tinha muito pouco efeito em mim. O único efeito que tinha mesmo era, se eu fumasse à noite, em grande quantidade, dar-me sono e ajudar-me com as minhas insónias crónicas que se agravavam em períodos conturbados da minha vida. Eu acho que deve ser por isso que a minha mãe fuma também. No caso dela também a ajuda a manter-se mais calma. Quando eu percebi isto, que no fundo eu não gostava de fumar, eu parei de fumar. Os amigos continuaram a fumar e a oferecer mas eu nunca mais fumei, porque eu nunca gostei. Mas eu não tenho uma personalidade com tendência para vícios. O meu irmão fuma até hoje, tal como os meus pais. Eu prefiro que não haja esse hábito aqui em casa. Agora com crianças pequenas não cogito tomar nada para as insónias, mas sem dúvida que o que mais eficazmente me ajudava era isto. Se no futuro houver alguma forma de eu ingerir a substância sem ser através de charros, legalmente ou não (bolos?), talvez o fizesse, apenas com o objetivo de ter insónias menos severas.
Nunca tivemos problema com polícia, segurança social, etc. Os meus pais mantinham tudo guardado numa caixa que nós nunca soubemos onde eles escondiam. O meu irmão em adolescente foi apanhado várias vezes pela polícia com haxixe, mas sempre em quantidade de consumo, nunca arranjou problemas. Não sei se esta partilha ajuda.
A minha opinião é que é um vício como outro vício qualquer e por isso é mau, não gostava que houvesse aqui em casa. pelo fator "vício". Não quero dar esse exemplo. Por outro lado os meus pais nunca tiveram esse cuidado e eu atualmente não fumo e só fumei durante um período curto da minha vida.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Videl86 escreveu:
É um assunto muito complexo, vou partilhar a minha experiência porque é...peculiar, digamos. Os meus pais sempre fumaram haxixe em casa, eu cresci habituada a vê-los fumar. Eles fumavam todos os dias, várias vezes por dia, mas mais vezes à noite. Inicialmente eu não sabia que era uma droga, para mim era algo normal, era tão normal como o meu pai beber uma cerveja ou fumar um cigarro normal. Eles faziam os charros à minha frente, mais o meu pai do que a minha mãe, mas fumavam os dois. houve uma altura em que eles começaram a fumar na casa-de-banho, não sei exatamente o motivo. Quando eu tinha 7 anos o meu pai chamou-me, estava a fazer um charro, e disse-me "Olha, quero explicar-te que eu estou a fazer uma ganza, que é isto. Há pessoas que acham que isto é uma droga, se calhar um dia vais ouvir isso, mas para nós não é, para nós isto é normal e não faz mal a ninguém, no entanto quero que não fales sobre isto com ninguém porque as pessoas podem pensar de outra forma, não comentes que nós fazemos charros com ninguém.". Eu nunca me esqueci desta conversa. Os meus pais separaram-se quando eu tinha 12 anos. Aos 13 anos eu decidi que queria ir viver com o meu pai. Eles continuaram a fumar os seus charros, separadamente, mas a certa altura o meu pai decidiu que tinha de parar, tinha eu uns 15 anos, e parou, durante um ano/ano e meio. Nesse período de tempo a conversa já era totalmente diferente, aí os charros e a ganza já eram o diabo. A minha mãe nunca parou de fumar. O meu pai eventualmente voltou a fumar, mas apenas à noite, antes de ir dormir, fuma um charro ou dois e vai dormir. A minha mãe não sei porque entretanto eu cortei contacto com ela (por outros motivos, claro), mas sei que continua a fumar. Eu experimentei pela primeira vez aos 16 anos, fumei uma vez, depois passado uns meses fumei novamente, mas ainda por cima fiz isto no período de tempo que o meu pai deixou de fumar e ele descobriu e queria pôr-me num colégio interno pronto, durante uns tempos deixei-me disso. Entretanto meu irmão começou a fumar com 14 anos, tinha um grupo de amigos e todos fumavam. Eu voltei a fumar esporadicamente entre os meus 18 e 22. Nunca fumei todos os dias, embora tenha havido períodos de tempo em que fumei em dias seguidos. Nunca fumei vários charros diariamente por hábito, mas houve dias em que fumei vários charros (esporádicos). Eu nunca fumei sozinha, sempre fumei com amigos. A verdade é que a ganza tinha muito pouco efeito em mim. O único efeito que tinha mesmo era, se eu fumasse à noite, em grande quantidade, dar-me sono e ajudar-me com as minhas insónias crónicas que se agravavam em períodos conturbados da minha vida. Eu acho que deve ser por isso que a minha mãe fuma também. No caso dela também a ajuda a manter-se mais calma. Quando eu percebi isto, que no fundo eu não gostava de fumar, eu parei de fumar. Os amigos continuaram a fumar e a oferecer mas eu nunca mais fumei, porque eu nunca gostei. Mas eu não tenho uma personalidade com tendência para vícios. O meu irmão fuma até hoje, tal como os meus pais. Eu prefiro que não haja esse hábito aqui em casa. Agora com crianças pequenas não cogito tomar nada para as insónias, mas sem dúvida que o que mais eficazmente me ajudava era isto. Se no futuro houver alguma forma de eu ingerir a substância sem ser através de charros, legalmente ou não (bolos?), talvez o fizesse, apenas com o objetivo de ter insónias menos severas.
Nunca tivemos problema com polícia, segurança social, etc. Os meus pais mantinham tudo guardado numa caixa que nós nunca soubemos onde eles escondiam. O meu irmão em adolescente foi apanhado várias vezes pela polícia com haxixe, mas sempre em quantidade de consumo, nunca arranjou problemas. Não sei se esta partilha ajuda.
A minha opinião é que é um vício como outro vício qualquer e por isso é mau, não gostava que houvesse aqui em casa. pelo fator "vício". Não quero dar esse exemplo. Por outro lado os meus pais nunca tiveram esse cuidado e eu atualmente não fumo e só fumei durante um período curto da minha vida.

Muito obrigada pela partilha! 😁 ajudou muito, pelo menos para ter a perspectiva de alguém que viveu de muito perto esta situação. Para mim é completamente desconhecido, em minha casa ninguém fumava nem bebia nem tinha vícios, que eu tivesse conhecimento. Fui educada de uma forma muito, muito diferente do meu companheiro e por isso há muitas coisa que não consigo compreender. Respeito a educação que lhe foi dada mas nunca me imaginei nesta situação, com um conflito de valores enorme. Para algumas pessoas pode parecer uma situação nada grave, para mim também parecia, enquanto namorava, não havia crianças e mesmo no pós-parto, em que estamos em modo zombie e só nos importamos com a sobrevivência da cria 🤣 depois de parar e olhar à minha volta, sinto-me perdida, sozinha e isolada, é uma situação que me incomoda mas que não consigo ter à vontade para falar com ninguém na "vida real". Talvez seja bom consultar um psicólogo, talvez me ajude a desfazer estes nós.

Ansha -
Offline
Desde 13 Abr 2016

Acho que não é motivo só por si para uma separação. Agora, tudo depende de como isso afecta a vossa relação e o vosso bem estar.
Talvez até tenha outras amigas com o mesmo “ problema “ mas as pessoas não falam sobre isso, mas é mais comum do que pensamos

CreativeM -
Offline
Desde 16 Abr 2019

Ansha escreveu:
Acho que não é motivo só por si para uma separação. Agora, tudo depende de como isso afecta a vossa relação e o vosso bem estar.
Talvez até tenha outras amigas com o mesmo “ problema “ mas as pessoas não falam sobre isso, mas é mais comum do que pensamos

Claro que não, por si só não é motivo para uma separação. Não é o acto em si que me incomoda, são os danos colaterais da situação. Neste momento somos colegas de casa com um filho em comum. A maior parte dos dias nem dormimos no mesmo quarto/cama.

Ansha -
Offline
Desde 13 Abr 2016

Ah ok, então aí já é diferente... pensei que ele cumpria na mesma com todas as suas funções de pai e marido. Pq há pessoas que por exemplo não precisam de dormir mts horas, e se ele acordar convosco, bem disposto e fizer a vida convosco já não acharia tão mal.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

Os primeiros tempos com um bebé pequeno podem abalar a relação do casal, é uma fase extremamente exigente e pode levar até a um afastamento. Se estivesse no seu lugar e se me sentisse incomodada, tentaria conversar, pedir para guardar as coisas numa caixa bem longe do alcance do bebé, fazia-o o ver que seria bom deitar-se convosco e fazer-lhe companhia, que poderia lá fumar o charro dele antes de ir dormir. Tentaria não fazer um cavalo de batalha com o assunto. Há imensas pessoas que fumam um charro à noite no seu momento de lazer e descontração e fazem a sua vida normalmente, cumprindo todaa as suas obrigações.

RoxyGirl -
Offline
Desde 27 Jan 2016

CreativeM escreveu:

Ansha escreveu:Acho que não é motivo só por si para uma separação. Agora, tudo depende de como isso afecta a vossa relação e o vosso bem estar.
Talvez até tenha outras amigas com o mesmo “ problema “ mas as pessoas não falam sobre isso, mas é mais comum do que pensamos

Claro que não, por si só não é motivo para uma separação. Não é o acto em si que me incomoda, são os danos colaterais da situação. Neste momento somos colegas de casa com um filho em comum. A maior parte dos dias nem dormimos no mesmo quarto/cama.

O facto de sentir isso não quer dizer necessariamente que se deve ao facto de o seu companheiro fumar charros. Quantas de nós passaram por essa situação depois de um pós parto?

Em relação ao achar que lhe podem tirar o bebé por causa disso relaxe, acredite o seu marido não é o único que fuma numa base diária.
Eu nunca fumei numa base diária, mas por exemplo, o meu pai, hoje com mais de 65 anos ainda fuma diariamente. Desde pequena que o meu pai fumou à minha frente e sempre me explicou o que era, posso dizer que fumei o primeiro charro já depois dos 18 anos.
Tenho vários amigos com filhos que também fumam e são, aos olhos da sociedade actual, pessoas "normais".
O que eu acho, é, que se o seu marido está acordado até de madrugada, o problema não é o fumar, mas sim algo que o está a incomodar na vida dele. Acho que deve de tirar o fumar charros da equação e perceber o que se está a passar.

Tyta.B -
Offline
Desde 31 Jul 2015

Como disse a fmartins eu conheço quem fume ao fim do dia para descomprimir do stress, tal como conheço quem beba uma ceeveja ou um whisky. Para mim não há diferença entre eles. Desde que nao fumem ou bebam de forma descontrolada e de forma a que eles mudem o seu comportamento (fiquem agressivos, apáticos, etc) não vejo nada de errado.
Tal como a Roxy também eu acho que as coisas estao mal entre vocês e o charro é apenas o bode expiatório, não o problema.
Analise bem a vossa relação. É só isso que a incomoda? Ou há outras coisas que a irritam e magoam? O que mudaria de verdade na vossa relação se ele deixasse de fumar?
Não precisa de o escrever aqui. É só para que pense se essa relação tem futuro ou não.

Mag_M -
Offline
Desde 13 Jul 2018

Olá CreativeM.
Bem, eu compreendo aquilo que sente e acho que tem bastante mais a ver com o impacto relacional do que com o vício em si - que existe, já que é um consumo organizado e contínuo.
Os vícios têm raízes em vazios internos, estará aí algo para explorar, mas não é essa a questão do post.
Sente que esse comportamento afecta a vossa relação e tem receios em relação ao bebé, e isso basta para ter de haver uma boa conversa, séria, sobre a situação.
Da minha experiência, é muito difícil para um adicto sair de um vício prolongado. É possível se houver compromisso e vontade, e muita paciência e apoio.

Anete Silva -
Offline
Desde 06 Fev 2019

Olá! Vou te dar o meu testemunho. O pai da minha filha já foi consumidor (antes de eu o
conhecer) foi a ex mulher que conseguiu que ele deixasse e abençoada seja...
O que te posso dizer é que não é inofensivo e deves tentar que ele procure ajuda e largue isso.
O pai da minha filha ficou com mazelas grande disso, o médico já lhe disse isso, posso te dizer
que o meu namorado, aos 50 anos, não vive sem muita medicação para se aguentar,
tem surtos psicóticos, ataques de pânico, muito complicado... não deixes isso arrastar,
fala com ele e faz-lhe ver que é para o bem dele e da família... tem que largar isso.

Tyta.B -
Offline
Desde 31 Jul 2015

Anete Silva escreveu:
Olá! Vou te dar o meu testemunho. O pai da minha filha já foi consumidor (antes de eu o
conhecer) foi a ex mulher que conseguiu que ele deixasse e abençoada seja...
O que te posso dizer é que não é inofensivo e deves tentar que ele procure ajuda e largue isso.
O pai da minha filha ficou com mazelas grande disso, o médico já lhe disse isso, posso te dizer
que o meu namorado, aos 50 anos, não vive sem muita medicação para se aguentar,
tem surtos psicóticos, ataques de pânico, muito complicado... não deixes isso arrastar,
fala com ele e faz-lhe ver que é para o bem dele e da família... tem que largar isso.

E foi de fumar umas ganzas? De certeza?
Eu conheço quem também tenha ficado com mazelas, surtos psicóticos e etcs, mas esses não fumavam só uns charritos. Davam em drogas sintéticas e essas sim fritam o cérebro todo.
Nunca conheci ou ouvi falar de quem tenha ficado com mazelas por uns charros.
Estou a perguntar de forma genuína.