Falta pouco para a minha filha nascer, será que ainda vou a tempo acabar com este vício horrível que me consome? Mesmo tendo a força de vontade de reduzir o que mais desejo era parar de vez para não prejudicar mais esta menina que não tem culpa e que a estou a fazer mal
Eu acho, ML, que neste momento deve tentar procurar ajuda para trabalhar o seu estado emocional e psicológico. Acabou de passar por evento traumático, violento. Provavelmente estará a sentir um conjunto muito forte de emoções que advêm desse evento e que estão a gerar muito transtorno emocional e muita instabilidade psicológica. Mais ainda, sendo esse evento relativo ao ato de fumar, a sua relação com o tabaco é neste momento uma fonte de distúrbio emocional acrescido, porque está associado a vários sentimentos e estados problemáticos, perturbadores: a agressão de que foi vítima, a privação tabágica e os sintomas que dela decorrem, a falta dos ansiolíticos que deixou sem fazer um desmame adequado (se percebi bem), mais a culpa que sente por fumar os poucos cigarros que fuma. Tudo isto é uma fonte de muita perturbação, que merece mesmo que procure ajuda do seu, ou outro, psicólogo/psiquiatra.
Sinceramente, eu acho que não está num estado em que consiga deixar de fumar agora e acredito que boa parte desse seu transtorno atual é fruto da combinação de sintomas resultantes da privação do tabaco e da medicação que fazia. Acho que a sua preocupação, neste momento, deve ser a de estabilizar a sua saúde emocional e psicológica, até porque precisa dela para passar pela fase que avizinha. Vai ser mãe dentro de pouco tempo, vai passar por um parto (que é sempre um evento muito marcante na vida da mulher) e vai ter uma bebé para cuidar no meio de uma avalanche de mudanças hormonais. A sua maior preocupação neste momento deve ser procurar ter a estabilidade e integridade emocional, psicológica e física para conseguir estar bem durante esta fase que está prestes a chegar. Fumar 5 cigarros por dia, repare, é o menor dos seus problemas neste momento e, na minha opinião - considerando as circunstâncias em que se encontra -, não deve ser fonte de tanta culpabilização. Eu compreendo que a sinta, porque sabe que é prejudicial, mas também é verdade que conseguiu uma redução muito grande na sua adição e deveria estar orgulhosa por tê-la conseguido. Um copo meio vazio é sempre também um copo meio cheio, sabe? Permita-se focar apenas na parte cheia, no que conseguiu de bom com o intuito de cuidar da sua menina.
Com o tempo, e com a ajuda do psicólogo, vai acabar por deixar esses 5 cigarros também. Não se martirize tanto agora por causa disso.
Um beijinho, tudo de bom para si.[/quote]
Muito obrigado acho que era isto que precisava de ouvir apesar de outras mães me terem dito o mesmo mas o seu foi diferente foi dito de uma forma mais que poderia dizer que foi o meu psicólogo que falou. Fiz screen shot do comentário e vou reler quantas vezes necessário e sim vou marcar consulta (consultório privado) e até hoje foi um grande apoio para mim... Inicialmente não pensei que o que aconteceu tivesse um impacto tão grande em mim. Mais uma vez obrigado e um abraço mais confortado.