Olá, não sei se podem me ajudar, fiz uma fiv por ovodoação, e não queria que ninguém soubesse, mas a obstetra do sns a perguntar como ocorreu a gravidez, sempre a perguntar sobre esse assunto, sendo que o bebê está dentro do esperado, mas agora fico a pensar que fica tudo no registo e não quero que minha futura bebê saiba e nem família, também não queria mentir para a médica.Posso pedir pra remover essa informação?
Na minha opinião é fundamental que os médicos que vão lidar com a sua filha saibam que não existe relação biológica com o pai. Ocultar essa informação pode ter consequências importantes no futuro. Naturalmente que toda a informação médica é sigilosa, tem de confiar no sigilo profissional.
Por outro lado, aconselho-a a ler sobre o assunto e ambos os pais tomarem uma decisão refletida sobre o assunto. É um direito da sua filha conhecer a forma como foi concebida. Um dia, casualmente, poderá vir a descobrir (não é assim tão difícil, basta existir uma doença, ou suspeita de, doença genética relacionada com o pai) e quebrar-se-á toda a relação de confiança. Se fosse adotada, também esconderia?
A informação médica não é suposta ser partilhada com ninguém. Essa informação só interessa ao médico e ao paciente.
Não é boa política mentir aos profissionais de saude. Eles só querem zelar pela sua saude e do seu bébé, não vão andar na coscuvilhice com outras pessoas sobre as suas informações.
Por exemplo, para avaliar o risco de mal formações, é essencial saber a idade dos óvulos. Se omitir essa informação do seu médico, ele pode colocar a sua gravidez num nivel de risco que não corresponde à realidade.
Mais para a frente, quando o seu bébé estiver a ser seguido pelo pediatra ou médico de familia, é importante saber o historial de familia para se avaliar potenciais riscos de doenças hereditárias. Ora, se omitir essa informação, o médico vai achar que o bébé poderá sofrer ou não das suas doenças hereditárias.
Volto a dizer, os médicos só lhes interessa informação pois pode ser relevante. De resto, eles não vão andar a contar a outras pessoas.
Deixe o seu ego de lado e pense que o que interessa é a saude do seu bébé.
Obrigada pelas respostas, no caso não seria o ego, mas como tenho familiares mal intencionados, depois dizem a menina, olha não é sua mãe, ou nossa os traços físicos são diferentes, sabemos que há muitas pessoas más e não queria que soubessem, no caso o óvulo foi de outra mulher, e não gostava de ouvir que não sou a mãe, acredito que é uma informação um pouco bruta para quem não está na área médica, e eu vejo como se fosse meu óvulo, é a forma como encaro, e não quero que minha filha saiba nada, caso tenha alguma doença genética, sim, posso falar, mas nem mesmo sendo de pai e mãe, mal conseguem resolver um caso genético. Também não se pode ir atrás da doadora, pois há um sigilo, não sei como agem nesses casos de problemas genéticos. Por isso não queria dar as informações, até acabei dando, mas gostaria de tirar do meu cadastro do sns e não sei se pode, estar escrito fiv ok, não queria a ovodoção no cadastro. E se fosse adotado eu falaria, mas são coisas completamente distintas, a minha filha tem minha epgenética, enfim, foi o desabafo de uma mãe que tem medo do futuro, um médico dizer ao meu filho, está escrito aqui no cadastro que é de ovodoação.
Tem de desmistificar essa questão. É só uma célula, os médicos têm de saber, a sua filha mais tarde também. Nada disso a faz menos mãe ou mulher, durante a gestação também há partilha de genética e no final o mais importante é o amor e a seu tempo a menina vai entender isso. O que os outros digam não importa. Vai viver mais feliz e segura se se libertar do peso de esconder. É preciso falar sobre infertilidade que é um problema de saúde, não tem culpados nem diminui ninguém, o tabu só traz sofrimento .
Obrigada pelas respostas, no caso não seria o ego, mas como tenho familiares mal intencionados, depois dizem a menina, olha não é sua mãe, ou nossa os traços físicos são diferentes, sabemos que há muitas pessoas más e não queria que soubessem, no caso o óvulo foi de outra mulher, e não gostava de ouvir que não sou a mãe, acredito que é uma informação um pouco bruta para quem não está na área médica, e eu vejo como se fosse meu óvulo, é a forma como encaro, e não quero que minha filha saiba nada, caso tenha alguma doença genética, sim, posso falar, mas nem mesmo sendo de pai e mãe, mal conseguem resolver um caso genético. Também não se pode ir atrás da doadora, pois há um sigilo, não sei como agem nesses casos de problemas genéticos. Por isso não queria dar as informações, até acabei dando, mas gostaria de tirar do meu cadastro do sns e não sei se pode, estar escrito fiv ok, não queria a ovodoção no cadastro. E se fosse adotado eu falaria, mas são coisas completamente distintas, a minha filha tem minha epgenética, enfim, foi o desabafo de uma mãe que tem medo do futuro, um médico dizer ao meu filho, está escrito aqui no cadastro que é de ovodoação.
A lei mudou e o anonimato completo não existe. Em caso de necessidade pode sim saber-se a identidade da dadora.
Compreendo o receio do futuro mas é precisamente por isso que não deve ser um segredo para a sua filha. Ela facilmente poderá vir a descobrir a verdade e sentir-se-á traída. Se nunca lhe esconder, se ela sempre souber que a sementinha veio de outra mulher mas cresceu na barriga da mãe isso nunca lhe meterá confusão nenhuma. Será algo completamente normal. Tem aqui informação sobre livros infantis que abordam o assunto:
https://noticiassaude.pt/livros-ajudam-a-explicar-sao-feitos-os-bebes-co...
Sei que é diferente, mas as minhas filhas sempre souberam que tinham sido concebidas por FIV e isso para elas nunca foi problema nenhum.
A epigenética tem a sua importância, mas não modifica o cariótipo. Reconhecer que não conhece a genética do lado materno vai ser importante em toda a vida toda da sua filha, mesmo quando já não estiverem cá os pais. Dou-lhe mais uma vez o meu exemplo, já bem entrada nos 40s andei em consultas de genética devido a um problema pulmonar. Essas consultas foram determinantes para a decisão acerca de uma cirurgia em que retirei parte do pulmão. Imagine dizer à sua filha (se ainda cá estivesse...) com essa idade que não podia responder às perguntas sobre o lado materno...(eles são muito, mas mesmo muito exaustivo), ou ela inconscientemente dar respostas que não correspondem minimamente à verdade. Ninguém conhece o futuro.