O fim | De Mãe para Mãe

O fim

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ApDamae -
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Desde 27 Jan 2023

Boa noite,
Depois de muita luta interior venho numa de desabafo e peço a compreensão de todas as foristas. Sei que o conteúdo que pretendo partilhar pode gerar muita revolta e estou pronta a aceitar os desacatos, o ódio mas mesmo assim já não consigo guardar tudo dentro de mim.
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Sou mãe de um menino de mais de 3 anos. O meu filho não fala, ou melhor fala mas como uma criança de 1 ano talvez nem isso.
A sua maturidade também não deve passar dos 1.5 ano de idade, continua na fralda e nas papas de bebé.
Frequenta o Ji, privado, mas pouco ou nenhum benefício tira dali, embora por forca das circunstâncias seja um dos melhores daqui da zona. É simplesmente para eu poder ir trabalhar e ficar num sítio sem que tenha de ficar a berrar o dia todo visto a metodologia mais alternativa e individual que ali praticam.
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Fizemos testes e mais testes, tudo acusa para estar dentro do spectro autista.
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Já o temos na terapia da fala mas está a valer a ponta dum corno.
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Sou separada do pai, vivo com outro homem e não tenho apoio da família. O meu marido vive absorvido no trabalho apesar de vez em quando conseguir ajudar uns minutos por dia com o meu filho.
O pai recusa-se a aceitar que o filho possa ter algum problema. Não fala? Conhece fulano que só foi falar aos 4. Só come papas? Ah é esquisitice. Etc, etc... a manda a merda quem disser que o filho tem algum atraso. Enfim.
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A minha vida desde que me tornei mãe virou um inferno pegado. Foi mau e turbulento quando o bebé era pequenino, toda a gente dizia vai melhorar. Sqn, ficou e está a ficar cada dia pior. É uma ciranda sem fim de obrigações, não há luz no fim do tunel. Trabalho em excesso, gastos e mais gastos, uma dificuldade nova a cada esquina. Perspectiva 0.
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Quando me pergunto como me imagino em 10 anos vejo me uma velha de 55 (nao que essa idade seja velha, mas vejo me como 85) com um adolescente de 13 com a idade mental de 3, ainda a mudar-lhe as fraldas e a preparar as papinhas. Com o salário congelado desde 1900 se não no desemprego, a viver de subsídios?
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Que vida é esta? Por isso tenho pensado seriamente em entregar o menino ao pai e por fim a este inferno. Matar-me. Não me resta mais nada a não ser o arrependimento de ter sido mãe quando realmente não estava minimamente preparada para o cargo, muito menos dum filho com necessidades especiais, o que estou aqui a fazer? Por pior, por mais ignorante que o pai seja de certeza que estará melhor do que está comigo.
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Só me resta partir.

Desde 23 Ago 2020

Não faça isso, apesar de tudo lembre-se que , com todos as coisas más ainda tem um ser que depende completamente de si, que a ama com todos todas as cosias boas e más.
O que eu vejo é que o problema maior não deve ser tanto o seu filho mas sim a falta de ajuda ao redor
Procure um psicólogo
Você é nova, tem ainda uma grande vida pela frente, não se limite a não sonhar mais, irá conseguir ultrapassar isto tudo
A vida de um momento para o outro muda por completo e o que pensa que irá acontecer pode ser mentira, e ter um futuro muito bom.
Força , muita força, um abraço apertadinho

Andreissse -
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Desde 13 Nov 2015

Longe de mim... Vir dar lições de mural.. Acho até que a ideia romântica de uma maternidade cor de rosa tem de terminar. Tudo o que sente é legítimo... Um filho é uma alegria mas também pode ser um fardo, sim um fardo, quando infelizmente vem com problemas seja eles quais forem. Não digo um fardo com toda a conotação negativa envolta nesse conceito mas um fardo no sentido que exige muito mais sacrificio a todos os niveis, do que um filho saudável, exigiria. Percebo perfeitamente tudo o que sente e não é nada fácil. Felizmente tenho uma filha, até aqui, saudável e há dias que desespero (meu marido não está sempre cá) imagino o seu caso. Em relação a usar fraldas tenha calma... A minha so largou aos 3 e a fralda da noite aos 5 praticamente... Quando diz que come papas não come sólidos? As terapias ajudam muito mas sei que são pesadas. A minha anda na terapia da fala e pesa bem ao final do mês. N a condeno que queira deixar o menino com o pai, deixe por uns tempos, mas tire esse trmpo para ganhar forças e meter-se bem psicologicamente.. O menino precisa de si, não tem culpa de ter problemas e precisa que lutem por ele.. Lute, primeiro por si e depois pelo menino mas não desista... Poderá n ter um menino típico mas terá um menino muito especial. Um abraço forte

MASFE -
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Desde 23 Fev 2022

Se me permite um conselho e uma história .... A minha filha não tem autismo, mas tem outros problemas. Faz terapia da fala desde os 3, tem quase 10. Andei nos privados anos e um dia foi me sugerido que a terapeuta fizesse uma carta para o médico de família para conseguir mos passar para o hospital Central. Passados três meses iniciamos as consultas de psicologia e terapia da fala, sem pagar nada obviamente. Pela primeira vez não sinto culpa e tenho ferramentas que não tinha. Toda a família falava com a psicóloga que explicava imensa coisa e dizia como agir. Foi a melhor opção que podia ter tomado e tenho pena de não termos ido mais cedo. Nada neste mundo a substitui na vida do seu filho. Muita força.

ana_cmagalhaes -
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Desde 18 Out 2019

Mamã, não escreva uma coisa dessas, por favor. O seu filho depende de si e AMA-A com toda a força do mundo e você também o ama a ele. Do meu ponto de vista, falta-lhe uma rede de apoio estável. Já procurou ajuda para SI? Já experimentou pedir outras opiniões acerca do seu filhote? Talvez visitar outro profissional na área. O que dizem dele no jardim de infância?
Tenha força mamã.. E calma. Estamos todas aqui para ajudar.

Ana Cláudia Magalhães

ApDamae -
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Desde 27 Jan 2023

Muito obrigada pelo apoio de todas mas para ser franca já mentalizei que a minha situação enquanto eu for viva só tende a piorar.
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Os aspeto financeiro pesa sim mas não é o pior. O pior, por muito que queira esconder de mim própria é ter um filho com este atraso mental. E pelos vistos o autismo dele nem é um daqueles em que a criança é um génio na matemática ou qq coisa do género, a cada dia que passa quanto mais o observo mais caio em mim que o miúdo está a piorar, está a regredir e isto porque frequenta um JI destes top e anda em terapia. Mas claro, ele não tem culpa decter nascido assim.
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Culpada sou eu que fui tão mas tão estúpida em levar a gravidez adiante sendo tão pouco apta a maternidade. Mesmo burra em pensar que se o exame da amnio estava bem que pronto tudo certo. Eu fui mãe aos 41 anos, 41 anos!!! Depois de uma vida a cozer os meus ovos em vinho tinto, do que estava a espera?
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A medida que o meu filho demonstra mais incapacidade vou ficando mais sem paciência, a infeliz verdade é esta. Um misto de tristeza e deceção com ele com a vida e acima de tudo comigo.
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Falhei. Não há volta a dar. Psicólogo ou terapia nenhums vão concertar o falhançoa todos os níveis que é a minha vida. E sinceramente não estou a ver encontrar ferramentas para conviver com isto. Só me apetece é morrer. Sei que sou egoísta.
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Esta semana O meu marido anda atrapalhado numa série de entrevistas para um emprego de sonho na Suíça. Vou esperar até que as coisas acalmem e para a semana sento-me com ele e digo que já não estou para esses stresses todos com o crédito absurdo desta casa mais o serviço, que se ele quiser ficar com isto tudo ok, estou fora.
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Com o pai do miúdo não vale a pena grandes conversas, é entregar o menino para o fim de semana e desaparecer.
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Tenho tudo planeado, o método para por termo a minha bosta de vida e tudo.
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Sim o meu filho pode no inicio sentir a minha falta mas estará melhor com o pai. O pai apesar de ser um bronco de primeira ordem o ama. É cego para os seus problemas mas o ama. De algum modo o nosso filho ficará melhor com ele.
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Sim, eu sei que poderia tirar um tempo, deixar o menino com o pai e ir me tratar. Mas a verdade é que estou farta da luta, farta de terapias, do trabalho, de minimamente funcionar de maneira a carregar essa carcaça do meu corpo de um lado para o outro e servir de criada duma criança que ao que tudo indica será sempre criança. Isto está a me matar lentamente e antes que se materialize num cancro prefiro sair rapidamente de cena.

CLC -
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Desde 23 Fev 2009

Procure ajuda psicológica. Vai ver que a irá ajudar muito a ultrapassar o que está a viver.
Força!

Forte abraço

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

Primeira coisa que precisa de fazer: reconhecer para si mesma que o menino tem um desenvolvimento atípico e isso é ok. Não há problema nisso! Recusar as negações dos outros, deixar a situação muito clara para todos, porque negar a situação só vai continuar a permitir a criação de expectativas que não vão ser alcançadas e a frustração que vai daí advir. Segunda coisa: o menino tem 3 anos. Não vai estar de fraldas para sempre. É extremamente comum crianças com PEA desfraldarem tarde. Mesmo crianças sem PEA podem desfraldar tarde. O meu filho desfraldou com 3 anos e 5 meses. A minha filha desfraldou com 3 anos e 7 meses. Estão os dois desfraldados. A comida neste momento é o menor dos problemas.
Quanto à fala...a fala não é a única forma de comunicação, já tentou comunicação alternativa? PECs? Aplicações tipo "let me talk"? A comunicação alternativa e aumentativa pode ser a base da comunicação verbal, não atrasa a comunicação verbal e pode ser o que a criança precisa para começar a verbalizar. A minha filha com 3 anos e tal não falava praticamente. Eu atualmente sei o que a minha filha tem, tem uma perturbação da fala. E pronto, há soluções, vou apoiá-la em tudo o que posso e ela vai chegar até onde o potencial dela lhe permitir. Não aparenta ter défices cognitivos, não tem PEA e parece ser só uma alteração a nível da comunicação verbal e vamos resolver isto com calma e persistência. Se é o ideal? Claro que não. Mas os filhos não são nem serão o que idealizamos e nós só podemos ajudá-los, orientá-los.
Vou deixar dois grupos do facebook: https://www.facebook.com/groups/2138776736451241 (grupo de autistas adultos para pais de autistas poderem fazer perguntas do que poderá funcionar melhor, atenção às regras, eles são muito particulares com as regras)
https://www.facebook.com/groups/mumsonthespectrum (grupo para mães que estão no espectro autista, deixo este porque acho que há uma grande probabilidade da OP estar no espectro, se for a pessoa que penso que é daqui no fórum...ler isto antes: https://the-art-of-autism.com/females-and-aspergers-a-checklist/)
Não se vai matar, isso não vai ajudar ninguém. Isto vai passar. O menino vai crescer e evoluir. A evolução de uma criança autista não é linear mas está lá e existe, apenas não segue o tempo "típico". Garanto-lhe isso.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

E outra coisa: não tem como saber se o seu filho tem um défice cognitivo ou não se ele não fala. Não tem forma de saber tal coisa. Não faltam casos de pessoas autistas não verbais que toda a vida se pensou que eram limitadas (que tinham "atraso mental") e quando aprenderam a ler começaram a comunicar por escrito e se descobriu que afinal apenas eram não verbais. Existe até um caso de um rapaz português autista não verbal que se tornou...escritor! Sim, escritor. Vou deixar um vídeo que acho importante, de uma associação portuguesa: https://www.youtube.com/watch?v=wDdB2d_2wS8

Sobre Videl86

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13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

prat -
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Desde 25 Jan 2023

MASFE escreveu:
Se me permite um conselho e uma história .... A minha filha não tem autismo, mas tem outros problemas. Faz terapia da fala desde os 3, tem quase 10. Andei nos privados anos e um dia foi me sugerido que a terapeuta fizesse uma carta para o médico de família para conseguir mos passar para o hospital Central. Passados três meses iniciamos as consultas de psicologia e terapia da fala, sem pagar nada obviamente. Pela primeira vez não sinto culpa e tenho ferramentas que não tinha. Toda a família falava com a psicóloga que explicava imensa coisa e dizia como agir. Foi a melhor opção que podia ter tomado e tenho pena de não termos ido mais cedo. Nada neste mundo a substitui na vida do seu filho. Muita força.

O meu também!
Tem 9 anos e faz terapia da fala desde os 4. Este ano entrou num grupo terapeutico no hospital (terapia da fala + psicologia). Também é acompanhado em pediatria do desenvolvimento. Continua a fazer terapia pelo seguro (deixou de ter acordo pelo SNS).
Fora as dificuldades na fala (e a ler) é um menino normalíssimo, sem dificuldades de aprendizagem. Só começou a falar mais (mas mal) quando nasceu o irmão 3.5 anos.
Entretanto o irmão cresceu e mostrou a sua personalidade. Muito teimoso, sempre a testar os limites. Há dias em que me apetece rifá-los (aproveito e rifo o pai tbm). Sorriso

MisaL -
Online
Desde 17 Abr 2019

Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

ana_cmagalhaes -
Offline
Desde 18 Out 2019

MisaL escreveu:
Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

É preciso ser tão fria? Empatia precisa-se....

Ana Cláudia Magalhães

MisaL -
Online
Desde 17 Abr 2019

Tenho com quem precisa, com quem ocupa o fórum com as mesmas polémicas a cada ciclo lunar....

ana_cmagalhaes escreveu:

MisaL escreveu:Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

É preciso ser tão fria? Empatia precisa-se....

Videl86 -
Offline
Desde 18 Jul 2014

MisaL escreveu:
Tenho com quem precisa, com quem ocupa o fórum com as mesmas polémicas a cada ciclo lunar....

ana_cmagalhaes escreveu:

MisaL escreveu:Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

É preciso ser tão fria? Empatia precisa-se....


Numa situação normal eu até concordaria mas nesta situação vê-se que é um grito de ajuda. E sim, sabemos bem quem é esta forista, isso não significa que não esteja desesperada.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

AppleCinnamon -
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Desde 28 Fev 2019

Fico sem perceber se é 'só' um desabafo ou um pedido de ajuda desesperado.
Aqui pouco ou nada podemos fazer.
Depressão existe e é real, o que sente é resultado disso. A realidade pode ser dura, mas a forma como a sente/vê tem mais a ver com 'derregulação' do organismo resultante da depressão (o termo não está correto, mas acho que entende o que quero dizer).
Procure neurologista e comece a medicação. Não vai ser automatico, mas em algumas semanas os niveis de seratonina hao de começar a melhorar e a sua visão do mundo também. Caso necessário (se continuar tudo negro), reajusta/altera a medicação. Não vai ficar dopada, apenas vai conseguir mais lucidez para racionalizar o que a rodeia.
Se está disposta a entregar o menino ao pai, tente antes guarda alternada ou algo do género, para ter tempo para si e para caso de futuro continue a querer desistir de tudo (espero que não),pelo menos a criança vai estar mais adaptada. Ou fale com o pai de modo a ser uma modalidade apenas temporaria.
Penso que como já disseram, seria importante falar com outros pais, para aprender a viver com a condição do seu filho. Ele ainda a vai surpreender pela positiva.
Sentir o peso do mundo às costas é 'normal', mesmo quando a criança corresponde aos 'padroes'. É o fruto do cansaço e da preocupação...falta de apoio, etc.
Também ama o seu filho, apenas não sabe como lidar com tudo...acredite, as coisas mudam...
E crianças a largar a fralda tarde e a comer mal é tãooo comum! Provavelmente não tem nada a ver com o autismo...e vai passar.

Diagnóstico de Infertilidade - +/- 2014
Diagnóstico de adenomiose e endometriose - 2019
FIV/ICSI - Junho 2019 sem transferência
TEC - Outubro 2019 - beta 564 🙏🤞🍀

ana_cmagalhaes -
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Desde 18 Out 2019

MisaL escreveu:
Tenho com quem precisa, com quem ocupa o fórum com as mesmas polémicas a cada ciclo lunar....

ana_cmagalhaes escreveu:

MisaL escreveu:Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

É preciso ser tão fria? Empatia precisa-se....

Eu não conheço a autora até porque não passo tanto fórum como você, provavelmente. Além do mais, ela deve outros usernames. Mas independentemente disso, já parou para pensar que talvez seja uma pessoa com algumas perturbações? Precisamos de nos colocar um pouco no lugar do outro.

Ana Cláudia Magalhães

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

MisaL escreveu:
Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

Faz lembrar a RL79 e a Marina83.

CatOli -
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Desde 21 Dez 2022

MisaL escreveu:
Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

Concordo consigo. Normalmente quem tem este tipo de sentimento/ pensamento não vem avisar antes do que vai fazer, parece me uma chamada de atenção. Mas também não deixo de ser mãe, tenho um filho com quase 4 anos e longe de mim um dia querer desistir dele só porque ele tem algum problema. Se condiciona a sua vida? Acredito que sim, mas caramba é seu filho. Tá disposta da desistir dele? E sabe lá você se ele está melhor com o pai ou consigo? O menino está bem onde tem amor, onde tem compreensão, onde tem tudo o que precisa. Dificuldades financeiras? Minha querida não e a única, a inflação não e só para si. Infelizmente todos estamos a passar pelo mesmo.
E sim não me parece o sítio certo pra vir falar estas coisas. As primeiras pessoas com quem devia falar sobre o que sente seria com o seu marido e com o pai do menino. Acho que entre todos podem chegar a uma solução razoável para todos. E não desista do seu filho, ele e inocente no meio disto tudo e precisa de si. Espero muito sinceramente que isto seja só para chamar a atenção e que se trate. Porque se não tá bem, peça ajuda. E aí será uma mãe melhor para o seu filho

Videl86 -
Offline
Desde 18 Jul 2014

CatOli escreveu:

MisaL escreveu:Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

Concordo consigo. Normalmente quem tem este tipo de sentimento/ pensamento não vem avisar antes do que vai fazer, parece me uma chamada de atenção.

Isto é mentira, imensa gente que se suicida avisa sim, imensas vezes. Criou-se esse mito de que as pessoas não avisam, mas é mentira.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

CatOli escreveu:

MisaL escreveu:Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

Concordo consigo. Normalmente quem tem este tipo de sentimento/ pensamento não vem avisar antes do que vai fazer, parece me uma chamada de atenção. Mas também não deixo de ser mãe, tenho um filho com quase 4 anos e longe de mim um dia querer desistir dele só porque ele tem algum problema. Se condiciona a sua vida? Acredito que sim, mas caramba é seu filho. Tá disposta da desistir dele? E sabe lá você se ele está melhor com o pai ou consigo? O menino está bem onde tem amor, onde tem compreensão, onde tem tudo o que precisa. Dificuldades financeiras? Minha querida não e a única, a inflação não e só para si. Infelizmente todos estamos a passar pelo mesmo.
E sim não me parece o sítio certo pra vir falar estas coisas. As primeiras pessoas com quem devia falar sobre o que sente seria com o seu marido e com o pai do menino. Acho que entre todos podem chegar a uma solução razoável para todos. E não desista do seu filho, ele e inocente no meio disto tudo e precisa de si. Espero muito sinceramente que isto seja só para chamar a atenção e que se trate. Porque se não tá bem, peça ajuda. E aí será uma mãe melhor para o seu filho


Não posso deixar passar este comentário. É extremamente grave afirmar que quem "avisa" é porque está só a chamar a atenção e não vai fazer nada. Pelo contrário, numa grande percentagem de casos de suicídio houve avisos, tentativas falhadas (que podem ter parecido apenas para chamar a atenção) ou até "bocas" semelhantes a gracejos.

À Raquel...é perfeitamente compreensível que esteja nesse desespero. Tinha expectativas elevadas para o seu filho e agora só vê uma mancha escura no futuro. Relações interpessoais débeis. Um desencontro terrível entre o que queria para a sua vida e a realidade do dia a dia. Procure ajuda, não é tarde. Entregue o seu filho ao pai durante uns tempos e concentre-se na sua saúde mental.

Mag_M -
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Desde 13 Jul 2018

Na verdade, não importa quem seja, é óbvio que necessita de ajuda. Acredito (ou quero acreditar) que ainda há esperança, senão nem se dava ao trabalho de escrever.
Mas não é aqui que vamos conseguir ajudar.
O que posso dizer?
1. Também temho um miudo de 3,5 com perturbação da fala, ele fala mas é muito complexo perceber. Está em terapia da fala há um ano e todos os dias temho de acreditar que vai melhorar, no que puder.
2. Também tenho mais de 40 e há coisas que pesam, ainda sinto efeitos da privação do sono, tenho neste momento dois trabalhos para dar vazão a todos os custos.
3. Acredito que as coisas melhoram. Nem todos os dias acredito, mas na maioria sim. Mas para quem está no fundo do poço é preciso treinar a mente para acreditar.
4. Sim, o seu miudo vai sofrer os efeitos de uma mãe que escolhe morrer. Não é, de todo, para instilar culpa, mas nunca pense o contrário. Isso vai impactá-lo para o resto da vida, claro que viverá como tiver de viver, sobreviverá, óbvio, mas as marcas ficam, de diversas formas.
5. Peça ajuda. Mesmo que ache que não vale a pena. Mal não faz.

Qualquer coisa, peça.

CatOli -
Offline
Desde 21 Dez 2022

guialmi escreveu:

CatOli escreveu:

MisaL escreveu:Eu tenho sempre sérias dificuldades em a levar a sério...
Ninguém num blog/fórum a vai conseguir ajudar. Se já tem a consciência que precisa de ajuda, peça-a a profissionais ou a alguém que esteja em contacto direto consigo.

Concordo consigo. Normalmente quem tem este tipo de sentimento/ pensamento não vem avisar antes do que vai fazer, parece me uma chamada de atenção. Mas também não deixo de ser mãe, tenho um filho com quase 4 anos e longe de mim um dia querer desistir dele só porque ele tem algum problema. Se condiciona a sua vida? Acredito que sim, mas caramba é seu filho. Tá disposta da desistir dele? E sabe lá você se ele está melhor com o pai ou consigo? O menino está bem onde tem amor, onde tem compreensão, onde tem tudo o que precisa. Dificuldades financeiras? Minha querida não e a única, a inflação não e só para si. Infelizmente todos estamos a passar pelo mesmo.
E sim não me parece o sítio certo pra vir falar estas coisas. As primeiras pessoas com quem devia falar sobre o que sente seria com o seu marido e com o pai do menino. Acho que entre todos podem chegar a uma solução razoável para todos. E não desista do seu filho, ele e inocente no meio disto tudo e precisa de si. Espero muito sinceramente que isto seja só para chamar a atenção e que se trate. Porque se não tá bem, peça ajuda. E aí será uma mãe melhor para o seu filho

Não posso deixar passar este comentário. É extremamente grave afirmar que quem "avisa" é porque está só a chamar a atenção e não vai fazer nada. Pelo contrário, numa grande percentagem de casos de suicídio houve avisos, tentativas falhadas (que podem ter parecido apenas para chamar a atenção) ou até "bocas" semelhantes a gracejos.
À Raquel...é perfeitamente compreensível que esteja nesse desespero. Tinha expectativas elevadas para o seu filho e agora só vê uma mancha escura no futuro. Relações interpessoais débeis. Um desencontro terrível entre o que queria para a sua vida e a realidade do dia a dia. Procure ajuda, não é tarde. Entregue o seu filho ao pai durante uns tempos e concentre-se na sua saúde mental.

E vem avisar pessoas que não conhece de lado nenhum, que nada podem fazer?
Soa me um bocado estranho toda a conversa, mas não ponho de lado a ideia de ser alguém com problemas sérios.

ApDamae -
Offline
Desde 27 Jan 2023

Chamem o que quiserem. Também não sei a razão pela qual venho cá desabafar com estranhas que não me conhecem de lado algum. Talvez porque somos incutidas desde sempre a falar, a partilhar.
A frmmartins e a MisaL podem ficar descansadas, esta é a ultima vez que vos moo, ontem quase mandei o carro comigo dentro nas arribas do cabo da Roca enquanto o miúdo estava na sessão da terapia da fala, só não o fiz pois lembrei me que a terapeuta não tinha o contacto do pai mas acreditem que tive vontade.
Fiquem bem e obrigada pelos ouvidos

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

Ultimamente no forim, tem havido muitos desabafos de pessoas que se encontram em situações de desespero. Que falem em suicídio, este pelo menos já é o segundo. Neste caso em concreto, não percebi bem se o desejo.da autora é mesmo acabar com a própria vida , ou se é apenas consequência de vir a sofrer futuras represálias por deixar o filho com o pai, e de vir ser criticada por abandonar o filho por um suposto problema que nem sequer foi ainda diagnosticado. O certo é que nenhuma criança merece sentir-se um fardo pela sua própria mãe. Se for isso não precisa de se suicidar, deixe o filho com o.pai e siga a sua vida. Se se arrepender pode sempre voltar atrás. Agora se decidir morrer é que já não há volta a dar.

Rainha22 -
Offline
Desde 20 Dez 2022

A vida nem sempre é facil e há alturas em que nao vemos sequer "uma pequena luz ao fundo do tunel" mas se nao desistirmos da vida e se aos poucos e poucos, tentarmos nao ver sempre o lado negativo das coisas, nem que seja com ajuda médica, acaba por ajudar... pense que o seu filho a ama e precisa de si... acho que seria mesmo bom procurar ajuda especializada.
Força nao desista de si nem do seu filho.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

ApDamae escreveu:
Chamem o que quiserem. Também não sei a razão pela qual venho cá desabafar com estranhas que não me conhecem de lado algum. Talvez porque somos incutidas desde sempre a falar, a partilhar.
A frmmartins e a MisaL podem ficar descansadas, esta é a ultima vez que vos moo, ontem quase mandei o carro comigo dentro nas arribas do cabo da Roca enquanto o miúdo estava na sessão da terapia da fala, só não o fiz pois lembrei me que a terapeuta não tinha o contacto do pai mas acreditem que tive vontade.
Fiquem bem e obrigada pelos ouvidos

A mim não me mói absolutamente nada. Só que ao longo dos anos fui acompanhando e reconheci-a.
Em vez de ir para o Cabo da Roca, deixe o menino com o pai e procure uma urgência (que tenha psiquiatria, Santa Maria, por exemplo), explique esses pensamentos que logo lhe dão o encaminhamento devido.

ana_cmagalhaes -
Offline
Desde 18 Out 2019

ApDamae escreveu:
Chamem o que quiserem. Também não sei a razão pela qual venho cá desabafar com estranhas que não me conhecem de lado algum. Talvez porque somos incutidas desde sempre a falar, a partilhar.
A frmmartins e a MisaL podem ficar descansadas, esta é a ultima vez que vos moo, ontem quase mandei o carro comigo dentro nas arribas do cabo da Roca enquanto o miúdo estava na sessão da terapia da fala, só não o fiz pois lembrei me que a terapeuta não tinha o contacto do pai mas acreditem que tive vontade.
Fiquem bem e obrigada pelos ouvidos

Mamã, claramente precisa de ajuda. Se você não estiver bem, o seu filho jamais estará bem também. Precisa de se cuidar, primeiramente. Acabar com a vida só trará tristeza e desgosto ao seu filho, principalmente se ele entender que basicamente o fez por causa dele e por toda a situação.
Precisa de se acalmar e de procurar ajuda. O seu filho tem 3 anos, está a iniciar o desenvolvimento e com certeza terá toda a ajuda profissional para isso, se for o caso. Mas a mãe precisa de estar bem e estável. Já falou com o seu companheiro? Já teve uma conversa franca com o pai do seu filho? Às vezes precisamos de nos abrir a 100% com o outro porque por vezes as pessoas nem sonham por aquilo que estamos a passar... Não desista de si. Ao desistir de si, está a desistir do seu filho, que nasceu de si. É o que de melhor você pode ter na vida....

Ana Cláudia Magalhães

ana_cmagalhaes -
Offline
Desde 18 Out 2019

ApDamae escreveu:
Chamem o que quiserem. Também não sei a razão pela qual venho cá desabafar com estranhas que não me conhecem de lado algum. Talvez porque somos incutidas desde sempre a falar, a partilhar.
A frmmartins e a MisaL podem ficar descansadas, esta é a ultima vez que vos moo, ontem quase mandei o carro comigo dentro nas arribas do cabo da Roca enquanto o miúdo estava na sessão da terapia da fala, só não o fiz pois lembrei me que a terapeuta não tinha o contacto do pai mas acreditem que tive vontade.
Fiquem bem e obrigada pelos ouvidos

E independentemente de este assunto ''não ser de hoje'' (que é o que depreendo tendo em conta alguns comentários), o que é certo é que continua presente e a arrastar-se. E ninguém merece isso. Nem merece você nem merece o seu filho, o seu marido, o seu ex-marido, etc.... O primeiro passo é reconhecer que você precisa de ajuda. Mas ajuda a sério.

Ana Cláudia Magalhães

ApDamae -
Offline
Desde 27 Jan 2023

fmmartins escreveu:

ApDamae escreveu:Chamem o que quiserem. Também não sei a razão pela qual venho cá desabafar com estranhas que não me conhecem de lado algum. Talvez porque somos incutidas desde sempre a falar, a partilhar.
A frmmartins e a MisaL podem ficar descansadas, esta é a ultima vez que vos moo, ontem quase mandei o carro comigo dentro nas arribas do cabo da Roca enquanto o miúdo estava na sessão da terapia da fala, só não o fiz pois lembrei me que a terapeuta não tinha o contacto do pai mas acreditem que tive vontade.
Fiquem bem e obrigada pelos ouvidos

A mim não me mói absolutamente nada. Só que ao longo dos anos fui acompanhando e reconheci-a.
Em vez de ir para o Cabo da Roca, deixe o menino com o pai e procure uma urgência (que tenha psiquiatria, Santa Maria, por exemplo), explique esses pensamentos que logo lhe dão o encaminhamento devido.

Para quê? Para internarem-me e eu continuar no inferno que é a minha vida e ainda por cima a custar ao contribuinte? Ou para me encherem de medicamentos de maneira a continuar a "produzir"?
.
Eu não quero mais. Qual a parte que não percebeu?
.
Se o foco é o meu filho está mais que visto que embora não seja ideal ele terá melhores chances na vida com o progenitor estável mentalmente. Duvido que se lembre da mãe e o pai como é duvido que há de entrar em grandes pormenores no futuro acerca da morte da mãe.

Rainha22 -
Offline
Desde 20 Dez 2022

ApDamae escreveu:

fmmartins escreveu:

ApDamae escreveu:Chamem o que quiserem. Também não sei a razão pela qual venho cá desabafar com estranhas que não me conhecem de lado algum. Talvez porque somos incutidas desde sempre a falar, a partilhar.
A frmmartins e a MisaL podem ficar descansadas, esta é a ultima vez que vos moo, ontem quase mandei o carro comigo dentro nas arribas do cabo da Roca enquanto o miúdo estava na sessão da terapia da fala, só não o fiz pois lembrei me que a terapeuta não tinha o contacto do pai mas acreditem que tive vontade.
Fiquem bem e obrigada pelos ouvidos

A mim não me mói absolutamente nada. Só que ao longo dos anos fui acompanhando e reconheci-a.
Em vez de ir para o Cabo da Roca, deixe o menino com o pai e procure uma urgência (que tenha psiquiatria, Santa Maria, por exemplo), explique esses pensamentos que logo lhe dão o encaminhamento devido.

Para quê? Para internarem-me e eu continuar no inferno que é a minha vida e ainda por cima a custar ao contribuinte? Ou para me encherem de medicamentos de maneira a continuar a "produzir"?
.
Eu não quero mais. Qual a parte que não percebeu?
.
Se o foco é o meu filho está mais que visto que embora não seja ideal ele terá melhores chances na vida com o progenitor estável mentalmente. Duvido que se lembre da mãe e o pai como é duvido que há de entrar em grandes pormenores no futuro acerca da morte da mãe.


Na minha opinião, tanto os pais como as maes sao importantes na vida dos filhos. E por eles, devemos lutar sempre, quer eles tenham problemas ou nao... e acho que deveria mesmo procurar ajuda, porque, hoje em dia, nao está
bem a 100% e acaba por pensar que nao vale a pena ser acompanhada e que nada muda. Mas na realidade, quando aceitamos que nao estamos bem e aceitamos uma ajuda de profissionais de saude... a verdade, é que as coisas podem mudar para melhor. Mas para mudar isso temos que admitir que nao estamos bem e que precisamos de ajuda e pensar que essa ajuda pode realmente fazer_nos bem e pode mudar a maneira como vemos as coisas e assim tudo ira melhorar aos poucos.

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

Conheço dois casos próximos (um primo e um amigo de infância) em que foram os pais que ficaram com a guarda exclusiva dos filhos (o meu primo tinha um filho, o meu amigo três abaixo dos 5 anos) porque em ambas as situações as mães das crianças sentiram que formar família tinha sido um erro e não eram felizes. Foram se embora e veem as crianças (agora já adolescentes) ocasionalmente. Passam uma tarde, um fim de semana, sem compromissos.
Não tem de acabar com a sua vida. Há saídas. Se ser mãe (no geral ou dessa criança concreta) é a grande razão da sua infelicidade, se rejeita a possibilidade de trabalhar as suas emoções, aí tem a sua porta para uma vida diferente. Irreversíveil só mesmo a morte.