Filha adolescente com dificuldades | De Mãe para Mãe

Filha adolescente com dificuldades

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Patricia Cardoso3 -
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Desde 18 Fev 2020

Até aos 12 anos a minha filha foi uma criança "super normal" ou seja brincalhona,divertida ,bem disposta que interagia com os seus pares,a sua dificuldade passava só por interagir com as pessoas adultas,devido a ser timida.
A partir dos 12 para os 13, tornou se uma adolescente mais fechada sobre si,mais solitaria,com poucos interesse a não ser estar ao computador.
Tornou-se para mim também uma adolescente com pouca auto estima e que tem muitos medos,medo de de estar com muitas pessoas ao pé,diz literalmente que não gosta de pessoas,tem tido sempre bom rendimento escolar,mas penso como mãe que não acredita nas suas capacidades e também isso a bloqueia.
Para encontar alguma coisa com a qual se sinta bem a vestir,e um tormento,na loja diz que fica bem e no seu dia a dia anda geralmente sempre com o mesmo
Até que foi a psicologa da escola no seguinte episodio,devido ao namoradinho que tem lhe ter feito ciumes,a rapariga passou um dia a chorar e no dia seguinte continuava triste,a professora vendo isso mandou-a para psicologo da escola ,que me disse que ela queria morrer por isso e já o tinha tentado,ao qual a minha filha me disse que que lhe tinha dito que sim ao querer morrer,mas tentado tinha sido uma mal interpretçaõ da psicologa.
O que me aconselham?

Elisabete_Silva -
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Desde 16 Jan 2020

Essa fase da pré adolescência é bastante complicada, a minha irmã também passou por algumas dificuldades de auto estima.
Eu acho que o ideal seria levá-la a um psicólogo, não quero desvalorizar o trabalho da psicóloga da escola, mas levá-la a um psicólogo que possa dedicar-lhe tempo e alguém que lhe seja totalmente desconhecido, às vezes é mais fácil falar com desconhecidos.
Em casa é estar atenta a tudo sem ser intrusiva, é um equilíbrio difícil, mas necessário. Falar regularmente com ela e respeitar o espaço se não quiser abrir-se.
Além disso, é fundamental que tente perceber se houve algum acontecimento que possa ter desencadeado a mudança de comportamento, às vezes são coisas que nos passam despercebidas, mas que para eles tem um significado gigante, outras vezes é só mesmo a percepção que eles têm deles próprios e do que os rodeia que os faz mudar.
Acima de tudo tem que lhe transmitir tranquilidade e que tudo vai correr bem.
Boa sorte!

Cat_Burmester -
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Desde 11 Fev 2020

Não percebi que idade tem a sua filha. Ainda tem 13?
Não me parece estranho que haja uma mudança de comportamento nessa idade. Qual é o adolescente, hoje em dia, que não tem poucos interesses a não detestar no computador? Até no meu tempo já passávamos horas agarrados ao computador e não havia metade do que há hoje.
Se é tímida é natural que se dê com pouca gente. Dizer que não gosta de pessoas também é típico. Eu ainda hoje o digo em muitos contextos 😅.
A questão da roupa também é normal. Quem nunca teve um armário cheio de roupa, enquanto vestia sempre as mesmas roupas porque afinal depois de comprar não gostava la muito das outras que atire a primeira pedra.
Não tive namorados nessa idade, nem tinha ainda esse tipo de interesse, mas também acho que não há nada de estranho em passar uns dias triste por se chatear com ele, nem vejo que isso seja caso para ir ao psicólogo.
A única coisa mais preocupante seria o facto de dizer que quer morrer e de o psicólogo dizer que já o tentou fazer. O importante seria perceber se efectivamente isso já aconteceu (acha que sim?) e se existe realmente essa vontade ou se é apenas daquelas expressões dramáticas típicas da adolescência. Esteja atenta e se vir que é caso disso ou apenas por descargo de consciência leve a menina a um bom psicólogo. 99% dos adolescentes que encaixam na descrição que fez da sua filha são apenas miúdos normais. Depois claro que também existem os que efectivamente têm problemas mais sérios (conheço um caso).

saisa -
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Desde 26 Nov 2019

Olá Patrícia,
Não querendo alarmar mas, visto já ter detectado esse comportamento em tão tenra idade, não desvalorize e, tal como a Elisabete sugeriu, procure um outro psicólogo. Os psicólogos que vão às escolas nem sempre têm as valências necessárias para ajudar os adolescentes e, além do mais, como a consulta é feita no ambiente escolar ela pode sentir-se pouco à vontade em conversar com a psicóloga lá.
Se não tiver possibilidade a nível particular, vá ao seu médico de família e explique a situação. A partir daí eles pedem um psicólogo e será chamada para uma consulta. Poderá é demorar mais tempo do que se fosse a um privado.
Em relação à menina, vá vendo o que ela come, veja também o corpinho dela (não vá ela ter-se magoado - beliscões, pequenos cortes, etc).
Quanto a ela não gostar de pessoas, eu entendo-a pois também já fui muito assim (e ainda sou um bocado..). Talvez cada um seja diferente mas dou-lhe o meu ponto de vista pois pode ser que ajude..., eu não gostava de estar perto de pessoas nem de ambientes com muita gente porque sentia-me sufocada. Parecia que toda a gente olhava para mim e me julgava. Sentia que não fazia parte daqueles grupos. Eu também era boa aluna (até que comecei a entrar em paranóia e só mesmo de andar sozinha na rua ficava aflita... e comecei a faltar às aulas e, consequentemente, reprovei dois anos seguidos). Tudo isto se devia, penso eu, à baixa auto-estima e sentir que não tinha ninguém próximo de mim (amigos de verdade).
A sua menina poderá ter desencadeado esse comportamento por ver as amigas "de bem com a vida" e também por esse namorado ter tido o comportamento de lhe fazer ciúmes (que na cabeça dela traduziu-se em "não és suficiente").
Procure vigiar de uma forma discreta as redes sociais que ela frequenta. E, se ela não tiver dados no telemóvel, experimente desligar a internet da casa a partir de X horas.
Penso que seria também bom ela ter outros ou mais passatempos para que encontre "alegria" noutras coisas. Sei que o orçamento/tempo/dinheiro muitas vezes não ajuda, mas por norma as piscinas municipais são boas soluções...
Desculpe se abusei no meu tempo de antena.. apenas desejo que a travem já pois ela, fruto da idade, está a caminhar para um abismo e não há lugar mais difícil de sair do que do lado escuro da nossa mente.
Boa sorte!
um abraço apertado!

Ana Maria Costa1 -
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Desde 01 Fev 2019

Eu, ao contrário, vejo vantagem no acompanhamento da psicóloga da escola, ela pode fazer a ligação com os professores e com o ambiente da escola e e perceber como a menina interage e reage lá.

MegiePrincess -
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Desde 09 Jan 2019

Patrícia, sei bem o que está a passar pois tenho vivido na pele isso há 16 anos. A minha filha, desde que me divorciei, tinha ela 3 anos, sofre muito com a falta de atenção do pai...apesar de estar com ele de 15 em 15 dias...a minha sugestão é que a leve a uma boa psicóloga...eu infelizmente andei muito tempo num psicologo errado...e falo psicóloga pois pela experiência há maior entendimento entre mulheres...dito pela minha filha...
Há 2 anos, numa fase novamente muito má, pesquisei muito e resolvi levá-la a uma psicóloga que me pareceu boa e logo na 1ª consulta foi confrontada com a notícia de que a minha filha pensava em suicídio...fiquei sem chão...na altura decidimos ter consultas semanais de 2h...e ela começou a melhorar aos poucos...passados 2 anos continua nas consultas de 15 em 15 dias...a trabalhar essencialmente a auto estima...e tem feito progressos...
tudo se ultrapassa...com muito apoio nosso, também...
Posso dizer-lhe que eu sou a melhor amiga da minha filha...é estranho mas é a verdade...e ela nunca me falou do suicídio...eu soube pela psicóloga...e ela depois confirmou...
Comece por procurar ajuda de um especialista bom...sem demora...e tudo se vai resolver...boa sorte :)))))

1ª TEC (04.06.2019) Positivo!! (14.06.2019) Beta 183.5 (16.07.2019) AR às 8 semanas
2ª TEC (04.09.2019) Negativo (16.09.2019)
3ª TEC (07.10.2019) Positivo !! (18.10.2019) Beta 487.2

DianaES -
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Desde 08 Out 2013

Li o seu relato e reconheci-me um bocado na minha adolescência... Você não tem memórias destas da sua adolescência? Em minha casa estavam sempre a chatear-me porque vivia enfiada no quarto (não havia grande net, era na tv e nas sms's...), é a reconhecida idade do armário. Não contava nada a ninguém... Também era um filme para comprar roupa e depois andava sempre com a mesma... Não me interessava por nada de mais, mas mantive sempre as boas notas... Quanto aos namorados, meu Deus, queria morrer... Era o drama! E nunca fui de chorar nas aulas, mas tinha uma amiga que chorava imenso. Acho que tudo isto faz parte...

Anete Silva -
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Desde 06 Fev 2019

Olá! Eu não desvalorizava, se fosse minha filha levava a um psicólogo e falava muito com ela, sem forçar nada, sem pressionar, mas estava mais presente, aumenta o discurso de aumentar a auto estima e até contava as minhas más experiências na pré-adolescência para que não se sinta estranha, sozinha... se não tens essas más experiências pede a alguém próximo que fale com ela, tia, prima, etc...
Eu era assim na pré-adolescência e não acho normal e não era normal... talvez se tivesse consultado um psicólogo nessa altura tinha evitado muito sofrimento e tinha crescido mais feliz...
Acho que a pré-adolescência tem uma transformação e alguns comportamentos de isolamento e falta de pachorra mas não pode existir essa infelicidade, muito menos esses desejos de querer morrer... tudo faz parte mas tudo tem que ter o seu devido acompanhamento, nem seja a família estar mais atenta e disponível.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Sei como se sente. Uma das minhas filhas adolescentes a partir dos 12-13 começou a isolar-se cada vez mais, a ter a auto-estima num estado miserável e no caso dela não evoluiu para depressão, mas sim para uma Perturbação Obsessivo-Compulsiva que a estava a destruir. Começou por ser seguida numa psicóloga sem melhoras, procurámos depois uma pedopsiquiatra e encontrámos por fim uma excelente psicóloga, que mudou tudo para melhor. Está medicada há quase dois anos, com esta psicóloga há ano e meio e a mudança é abismal. Durante um ano tinha consultas semanais, que passaram agora a quinzenais. O meu conselho é que procure uma psicóloga cognitivo-comportamental com boas referências. Não desvalorizando a psicóloga escolar, dificilmente ela terá disponibilidade para atender a sua filha com a regularidade necessária e pode não ter a formação clínica indispensável nestes casos. Como mãe, pode ouvir sem julgar, respeitar os silêncios, mostrar-se presente sem ser intrusiva e estar muito atenta a sinais (auto-mutilação, por ex). Se quiser mande-me MP e podemos falar mais à vontade. Um grande abraço. Sei como a sociedade tende a ver estes problemas psicológicos como "coisas da idade" , mas como mãe e pelo seu relato acho que já percebeu que não é assim.

Sansa -
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Desde 18 Jan 2018

Ana Maria Costa1 escreveu:
Eu, ao contrário, vejo vantagem no acompanhamento da psicóloga da escola, ela pode fazer a ligação com os professores e com o ambiente da escola e e perceber como a menina interage e reage lá.

Poderá depender de escola para escola, mas eu já estive como psicóloga numa escola e não tinha condições para fazer um bom acompanhamento em casos que exigissem um acompanhamento mais cuidado.

Patricia Cardoso3 -
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Desde 18 Fev 2020

Muito Obrigada a todas pelos comentários,já temos psicologo marcado para o proximo dia 24,irei se possivel dando ponto da situação <3