O estado degradante da escola pública | Page 2 | De Mãe para Mãe

O estado degradante da escola pública

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BeatrizAC -
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Desde 31 Jan 2020

MisaL escreveu:
Claro que são coisas que não se mudam de um dia para o outro, mas também não há qualquer vontade de o fazerem.
Podemos ter por escola o maior número de portáteis de toda a Europa, que continuamos a ter um ensino com mentalidade de país subdesenvolvido.
Fechar a escola é o fim do mundo, o escândalo que está e vão ser as provas de aferição do 2o ano é tranquilo. Eu tenho uma escola conhecida que fez um abaixo assinado (ou manifestação, não sei ao certo ao moldes) para os meninos deixarem de ter aecs e treinarem o uso dos computadores para as provas. Quando a preocupação é treinar o uso dos computadores para uma prova de aferição do 2o ano em vez de ter música e educação física...

carlaper escreveu:Infelizmente, a partir do momento em que ambos os pais trabalham e na falta cada vez maior de uma rede de apoio familiar, as escolas tornaram-se mesmo num depósito dd crianças, em qye não se luta por um ensino de qualidade.pena.


É uma estupidez essa das provas em computador e compreendo que treinem algumas vezes para ter a certeza que não se atrapalham na hora H, daí a trocar as aecs por isso. É coisa para praticar nalguma ficha feita nas aulas normais.

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

Cat_Burmester escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Estas pessoas deviam ter vergonha de se autointitular de professores se não querem saber do que estão a fazer aos seus alunos!

Sou uma defensora do ensino público, mas tenho os meus filhos num colégio privado por dois grandes motivos:

- o meu pico de trabalho é entre julho e agosto e sempre precisei de um sítio que estivesse aberto nestes dois meses, campos de férias e semanas desportivas nunca foram opção, pois muitas vezes só os consigo ir buscar (nestes 2 meses) depois das 18h.
- o ensino público, neste momento, é uma roleta russa, e pelo menos, durante a primária acho a estabilidade essencial.

Agora, se tivesse os meus filhos no ensino público, não posso dizer que de certeza absoluta que iria continuar de acordo com as medidas que os professores e profissionais não docentes estão a adotar, mas acredito que sim, que os continuaria a apoiar.
A meu ver, esta é a primeira paralisação em que, grande parte dos pais (pelo menos na minha realidade, nas duas cidades onde faço vida e pela opinião de várias amigas minhas que têm os filhos no público) está do lado deles e percebe as verdadeiras razões destas greves.
O objectivo principal de uma greve é incomodar a sério, para que as pessoas abram os olhos e vejam os problemas que estão a acontecer e o porquê de se estar a manifestar.
Neste momento, ao contrário do que alguns pensam, os professores têm o maior respeito pelos alunos ao fazer isto, pois ou é agora que se muda o que está mal ou daqui por 10 anos não há escola pública para ninguém.
Leiam, informem-se sobre os que estas duas classes profissionais estão a reivindicar, mas não o façam nos jornais, vão às páginas dos sindicatos ler os manisfestos, perguntem diretamente aos professores dos vossos filhos o porquê.
Lembrem-se que, os professores estão neste momento a ensinar uma lição para a vida aos nossos filhos, estão a ensinar a lutar pelos direitos e que não podem deixar que o governo (seja de que cor política for) pode tratar os seus cidadãos como meros números e que decidam coisas sem nexo e respeito nenhum.

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Cat_Burmester -
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Desde 11 Fev 2020

Videl86 escreveu:
Compreendo e concordo com os motivos. Não concordo com o método. Acredito que existem outras formas de fazer pressão e acho que não podemos sacrificar a educação de uns alunos pelo futuro dos outros. Não acho que uma coisa justifique a outra.

Isto RoxyGirl. É só isto.

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

Cat_Burmester escreveu:

Videl86 escreveu:Compreendo e concordo com os motivos. Não concordo com o método. Acredito que existem outras formas de fazer pressão e acho que não podemos sacrificar a educação de uns alunos pelo futuro dos outros. Não acho que uma coisa justifique a outra.

Isto RoxyGirl. É só isto.

Para mim não é, e eu já tive esta conversa com a Videl mais que uma vez e continuamos a não concordar uma com a outra 😉

Sansa -
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Desde 18 Jan 2018

RoxyGirl escreveu:

Cat_Burmester escreveu:

Videl86 escreveu:Compreendo e concordo com os motivos. Não concordo com o método. Acredito que existem outras formas de fazer pressão e acho que não podemos sacrificar a educação de uns alunos pelo futuro dos outros. Não acho que uma coisa justifique a outra.

Isto RoxyGirl. É só isto.

Para mim não é, e eu já tive esta conversa com a Videl mais que uma vez e continuamos a não concordar uma com a outra 😉


Eu concordo com a Roxy. Uma greve é feita com o objetivo de incomodar. Está na hora dos incomodados (já que estão solidários e apoiam as reinvindicações dos professores) se manifestarem também e pressionarem o governo.

MisaL -
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Desde 17 Abr 2019

Devem ser sinónimos, greve e chatice.
Mas tudo que dá chatice ...é chato
Eu também sou comodista muitas vezes, também falo contra mim, nem sempre faço tudo o que devia e podia, mas vou tentando.
Uma forma de luta podiam ser exigir, exigirmos saber onde o governo vai gastar os milhares de euros que estão a entrar das greves da função pública.

Sansa escreveu:

RoxyGirl escreveu:

Cat_Burmester escreveu:

Videl86 escreveu:Compreendo e concordo com os motivos. Não concordo com o método. Acredito que existem outras formas de fazer pressão e acho que não podemos sacrificar a educação de uns alunos pelo futuro dos outros. Não acho que uma coisa justifique a outra.

Isto RoxyGirl. É só isto.

Para mim não é, e eu já tive esta conversa com a Videl mais que uma vez e continuamos a não concordar uma com a outra 😉

Eu concordo com a Roxy. Uma greve é feita com o objetivo de incomodar. Está na hora dos incomodados (já que estão solidários e apoiam as reinvindicações dos professores) se manifestarem também e pressionarem o governo.

MisaL -
Online
Desde 17 Abr 2019

Qual ficha? Se vão resolver num programa informático de que adianta a ficha? Têm de saber trabalhar, resolver, escrever no programa que está no computador ou online (nem sabe)...isto com 7 anos.

BeatrizAC escreveu:

MisaL escreveu:Claro que são coisas que não se mudam de um dia para o outro, mas também não há qualquer vontade de o fazerem.
Podemos ter por escola o maior número de portáteis de toda a Europa, que continuamos a ter um ensino com mentalidade de país subdesenvolvido.
Fechar a escola é o fim do mundo, o escândalo que está e vão ser as provas de aferição do 2o ano é tranquilo. Eu tenho uma escola conhecida que fez um abaixo assinado (ou manifestação, não sei ao certo ao moldes) para os meninos deixarem de ter aecs e treinarem o uso dos computadores para as provas. Quando a preocupação é treinar o uso dos computadores para uma prova de aferição do 2o ano em vez de ter música e educação física...

carlaper escreveu:Infelizmente, a partir do momento em que ambos os pais trabalham e na falta cada vez maior de uma rede de apoio familiar, as escolas tornaram-se mesmo num depósito dd crianças, em qye não se luta por um ensino de qualidade.pena.

É uma estupidez essa das provas em computador e compreendo que treinem algumas vezes para ter a certeza que não se atrapalham na hora H, daí a trocar as aecs por isso. É coisa para praticar nalguma ficha feita nas aulas normais.

MisaL -
Online
Desde 17 Abr 2019

Concordo Beatriz, até gostava que ninguém tivesse uma motivação altruísta, porque o € faz falta a todos. As freiras que são freiras não dão aulas de graça ...e cobram-se bem.
Claro que querem dinheiro, como todos os profissionais ou os médicos quando fazem greve é porque querem estetoscópios novos?
Toda a gente que faz greve (ou quase na sua maioria) quer dinheiro para ter melhores condições para trabalhar, para ter mais motivação na carreira, para dar mais qualidade às pessoas que usufruem do seu serviço. O dinheiro traz qualidade de serviço, nem sempre tem de ser dinheiro para a pessoa, muitas vezes não implica que cada um vá receber mais, mas implica sempre dinheiro, pode ser para colocar mais profissionais, por exemplo.
Só em Portugal é que se acha que se consegue qualidade a preço low cost.
Tinha um professor na faculdade que dizia: nunca se deixem ser mal pagos pelo vosso trabalho, quando isso acontecer as pessoas acham-se no direito de dizerem o que querem.
Chegamos a isto, temos os professores, os enfermeiros, os funcionários judiciais, etc, recebem o mínimo possível e toda a gente acha que pode dizer o que quer.
Também acho que a maior parte no país recebe muito mal, mas como ninguém se manifesta...

BeatrizAC escreveu:
Acreditam genuinamente que com o que os professores estão a fazer se vão resolver esses problemas todos que existem no ensino público? Nada vai mudar! Nada! Acreditam genuinamente que a regra é eles quererem mesmo mudar alguma coisa no ensino? Não! Querem mais dinheiro e vão-se calar por uns tempos quando isso lhes for dado até voltarem a achar que é pouco. Os que têm motivações altruístas são a exceção e nunca a regra.

carlaper -
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Desde 11 Out 2011

Sansa escreveu:

RoxyGirl escreveu:

Cat_Burmester escreveu:

Videl86 escreveu:Compreendo e concordo com os motivos. Não concordo com o método. Acredito que existem outras formas de fazer pressão e acho que não podemos sacrificar a educação de uns alunos pelo futuro dos outros. Não acho que uma coisa justifique a outra.

Isto RoxyGirl. É só isto.

Para mim não é, e eu já tive esta conversa com a Videl mais que uma vez e continuamos a não concordar uma com a outra 😉

Eu concordo com a Roxy. Uma greve é feita com o objetivo de incomodar. Está na hora dos incomodados (já que estão solidários e apoiam as reinvindicações dos professores) se manifestarem também e pressionarem o governo.


Mas quem disse que no fazem? Felismente muitos pais se tem junrado às manifestações.

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio. Sorriso

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

MisaL escreveu:

fmmartins escreveu:De um modo geral andamos numa situação insustentável. O hospital da minha área de residência agora deixou de ter urgência de pediatria ao fim de semana e durante o dia funciona das 9h às 21h. Já deixei o SNS à muito. Ao mesmo tempo a escola, não faltará ir pagar por escola. Sinto que se paga impostos uma vida inteira para nada e é triste porque todos os meses sai do bolso e sem diteito greve.

Eu percebo, porque também faço isso, mas não deixo de achar errado e de alguma forma no que posso estou lá. Nem tu, nem eu (nem ninguém) deixámos o SNS, porque precisamos muito dele e esperamos não vir a precisar ainda mais. O problema é que em vez de exigirmos que funcione bem para o termos em caso de necessidade, vamos pagar ainda mais fora, porque já pagamos o SNS. Deixamos alguém cada vez mais rico e esperamos que se um dia viermos a precisar de um ventilador ele funcione bem e haja um médico dedicado à causa e que não nos tenha já mandado a todos dar uma volta.

Pois, mas as crianças não têm horas para adoecerem. Se a minha filha me adoece depois das 21h ou ao fim de semana como faço? Vou à CUF ou aos Lusiadas a uma urgência pediátrica (para isso pago um seguro). Ora bem, pago o seguro, o médico privado, não tarda um colégio (dá jeito na primeira classe ter aulas) e pago os impostos para nada funcionar.

carlaper -
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Desde 11 Out 2011

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.


Fmartins, quem tem filhos na escola pública, tem que se mentalizar que estabilidade é coisa que não existe. Durante o 1 ciclo, a minha filha só teve o primeiro ano normal. O.2 praticamente não existiu devido à pandemia e a escola não soube lidar com o online, fui eu professora. O 3 e o 4 foram na corda bamba, com muitas inconsistências. Com a entrada no 2 ciclo, as coisas não melhoraram e não é devido às greves. Eu como não consigo ter os meus no privado e me preocupo com a educação deles, tenho feito o melhor que consigo e posso.

Deia 16 outra vez -
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Desde 06 Mar 2023

Para o próximo ano letivo vou inscrever a minha filha na pre pública, não posso pagar uma privada. E tenho muito medo do que vou encontrar. Ate a escolha da escola está a ser muito difícil. Estou perdida nisto

Cat_Burmester -
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Desde 11 Fev 2020

carlaper escreveu:

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.

Fmartins, quem tem filhos na escola pública, tem que se mentalizar que estabilidade é coisa que não existe. Durante o 1 ciclo, a minha filha só teve o primeiro ano normal. O.2 praticamente não existiu devido à pandemia e a escola não soube lidar com o online, fui eu professora. O 3 e o 4 foram na corda bamba, com muitas inconsistências. Com a entrada no 2 ciclo, as coisas não melhoraram e não é devido às greves. Eu como não consigo ter os meus no privado e me preocupo com a educação deles, tenho feito o melhor que consigo e posso.


Está mal. Como é possível termos que ser nós os professores dos nossos filhos para evitar que cresçam sem estudos nenhuns? Fico assustada com o que conta e que já tinham falado mais atrás de já virem sem aulas desde o tempo da pandemia. Onde vamos parar? Como faz quem não sabe ou não consegue acompanhar os filhos na escola? O que vai ser feito destas crianças e jovens? Mesmo quem consegue auxilia-los, a que custo? Nós não somos professoras e esse papel faz com que se perca tanto em ensino como em qualidade do tempo passado em família. A greve só piora tudo, não vai melhorar o que já estava mal. Já tenho duas visitas marcadas para esta semana e se deus quiser já faz o terceiro período num colégio. É revoltante que assim tenha que ser mas não posso mais deixá-la sem aulas. Só espero que consiga acompanhar os colegas na nova escola visto que vai sem ainda saber ler e muito atrasadas nas letras que devia ter dado.

Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

Deia 16 outra vez escreveu:
Para o próximo ano letivo vou inscrever a minha filha na pre pública, não posso pagar uma privada. E tenho muito medo do que vou encontrar. Ate a escolha da escola está a ser muito difícil. Estou perdida nisto

O grande problema não é a pré se conseguir ficar com ela em casa quando não a pode deixar. Aconselho é a ir juntando um pé de meia para assegurar a primária, todos os meses por um bocadinho de lado para isso. Vão-nos salvar as nossas poupanças para já para a mais crescida mas até quando? Não sei como vamos manter mais tarde as duas no privado, o que sei é que vamos ter que conseguir se isto continuar assim.

MisaL -
Online
Desde 17 Abr 2019

Sim, eu sei, também vou(agora mais ao contrário porque no Porto estão a optar por fechar mais os privados à noite) mas devíamos exigir ter, dá menos chatice encontrar uma alternativa do que lutar pela mudança e é isso que fazemos.
Não te estou a criticar a ti, também não sou um exemplo, é uma critica a todos nós que fugimos de chatices e deixamos os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais no fundo do poço.

fmmartins escreveu:

MisaL escreveu:

fmmartins escreveu:De um modo geral andamos numa situação insustentável. O hospital da minha área de residência agora deixou de ter urgência de pediatria ao fim de semana e durante o dia funciona das 9h às 21h. Já deixei o SNS à muito. Ao mesmo tempo a escola, não faltará ir pagar por escola. Sinto que se paga impostos uma vida inteira para nada e é triste porque todos os meses sai do bolso e sem diteito greve.

Eu percebo, porque também faço isso, mas não deixo de achar errado e de alguma forma no que posso estou lá. Nem tu, nem eu (nem ninguém) deixámos o SNS, porque precisamos muito dele e esperamos não vir a precisar ainda mais. O problema é que em vez de exigirmos que funcione bem para o termos em caso de necessidade, vamos pagar ainda mais fora, porque já pagamos o SNS. Deixamos alguém cada vez mais rico e esperamos que se um dia viermos a precisar de um ventilador ele funcione bem e haja um médico dedicado à causa e que não nos tenha já mandado a todos dar uma volta.

Pois, mas as crianças não têm horas para adoecerem. Se a minha filha me adoece depois das 21h ou ao fim de semana como faço? Vou à CUF ou aos Lusiadas a uma urgência pediátrica (para isso pago um seguro). Ora bem, pago o seguro, o médico privado, não tarda um colégio (dá jeito na primeira classe ter aulas) e pago os impostos para nada funcionar.

MisaL -
Online
Desde 17 Abr 2019

Carla, admiro-te bastante. De facto é um exemplo do que se passa, mais 3 anos e o caos vai ser muito pior, isto sem greves, já a pensar que se vão acabar. A tua realidade, é a do país, quanto mais descontentamento mais fundo se vai. Quanto menos apoio derem, mais fundo vão descer. Já não tenho presente a percentagem, mas era à volta de 70% dos contratados que não são professores. Com a % de reformas dos próximos 4 anos, vai ser o pandemónio geral, nem os privados vão ser opção. A minha filha está no privado e já esteve sem professora umas semanas.
A única forma de mudar é aqueles que não podem fazer opções, exigirem o melhor para os seus filhos e nesta fase não é de todo que abram as escolas, mas que se resolvam várias situações.
Não és a única, há muitos pais assim, mas não são a maioria e eu como EE talvez também não tivesse grande paciência para andar contra a corrente.

carlaper escreveu:

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.

Fmartins, quem tem filhos na escola pública, tem que se mentalizar que estabilidade é coisa que não existe. Durante o 1 ciclo, a minha filha só teve o primeiro ano normal. O.2 praticamente não existiu devido à pandemia e a escola não soube lidar com o online, fui eu professora. O 3 e o 4 foram na corda bamba, com muitas inconsistências. Com a entrada no 2 ciclo, as coisas não melhoraram e não é devido às greves. Eu como não consigo ter os meus no privado e me preocupo com a educação deles, tenho feito o melhor que consigo e posso.

Mãe e Mulher -
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Desde 05 Ago 2021

Há um detalhe que me deixa com receio e aproveito para questionar quem tem experiência com escolas privadas: os nossos filhos lá irão conviver com crianças de famílias ricas. Não sentem que há alguma discriminação para com os vossos filhos em relação a essas crianças de famílias abastadas? Falo de discriminação entre as próprias crianças, entre os pais... Já pensei em colocar a minha filha numa escola privada mas tenho receio disso e também de ela se sentir inferir. O termo de comparação que ela terá para o que veste, onde passa férias, etc. serão crianças ricas e isso pode ter uma influência negativa nela.

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

Mãe e Mulher escreveu:
Há um detalhe que me deixa com receio e aproveito para questionar quem tem experiência com escolas privadas: os nossos filhos lá irão conviver com crianças de famílias ricas. Não sentem que há alguma discriminação para com os vossos filhos em relação a essas crianças de famílias abastadas? Falo de discriminação entre as próprias crianças, entre os pais... Já pensei em colocar a minha filha numa escola privada mas tenho receio disso e também de ela se sentir inferir. O termo de comparação que ela terá para o que veste, onde passa férias, etc. serão crianças ricas e isso pode ter uma influência negativa nela.

Acho que não. Às vezes é só show off e são mais pelintras que nós. 😂
Na minha altura a betalhada de Lisboa andava nos liceus públicos a cairem de podres porque era do bem. Eu andei num privado, os meus primos e outros miúdos da terra também (alguns muito conhecidos) e ninguém era neto do Nabeiro, pessoas normais, simples apenas com € disponível para isso. 😅

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.

Isto de falar sem saber a realidade dos outros acaba por ser engraçado, eu própria ainda dou por mim a julgar os outros ou a roçar a má educação, vá lá que nos últimos tempos tenho estado mais atenta😉
Por pontos:
- A fmmartins não faz ideia de onde moro e nem sequer do meu trabalho, e sim, em Julho e Agosto, eu e a maioria das pessoas que trabalham na minha área e na mesma zona geográfica não têm horários ditos normais nestes dois meses e como tal já nem os privados conseguem ter vagas suficientes;
- a oferta pública durante julho e agosto é muito diferente de umas zonas para as outras, por exemplo, tanto no meu concelho de residência como nos diferentes em que trabalho, a oferta pública só existe a partir dos 6 anos e imagine 50 vagas para 200 e termina às 15h/16h, ou seja, mesmo que tivesse vaga, tinha de ter esperado até aos 6 anos da miúda e ela saía precisamente às horas em que eu ando feita maluca de um lado para o outro, em relação ao bebé então bem vale a pena falar;
- Agora, a minha suposta incoerência:
Sim, tenho os meus filhos num colégio privado, mas fui encarregada de educação dos meus irmãos durante 8 anos e vi em primeira mão o problema a acontecer, primeiro devagarinho, uma medida aqui, outra ali, quase nem se dava por elas, tenho vindo a acompanhar, principalmente nos últimos 15 anos, a degradação do ensino público.

E sim, não me considero incoerente, esta instabilidade que os professores estão a fazer é momentânea, eles são os primeiros a quererem estabilidade para os alunos, se ninguém os ouvir agora, daqui a 10 anos não vão existir professores no ensino público, e sim, mesmo tendo agora os meus filhos no privado, daqui por 4 anos, a mais velha já vai para o ensino público e sim, eu quero que ela tenha os professores todos no primeiro dia de aulas (ao contrário do que acontece nos últimos anos em grande parte das escolas), quero que o processo de colocação de um professor substituto em caso de baixa seja ágil e não o atraso de vida que é agora e também quero que, os futuros professores dos meus filhos voltem a ter gosto em ensinar em vez de estarem perdidos no meio de tanta burocracia, uma quantos afastados centenas de kms das suas famílias e que ganhem bons ordenados.

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.

Isto de falar sem saber a realidade dos outros acaba por ser engraçado, eu própria ainda dou por mim a julgar os outros ou a roçar a má educação, vá lá que nos últimos tempos tenho estado mais atenta😉
Por pontos:
- A fmmartins não faz ideia de onde moro e nem sequer do meu trabalho, e sim, em Julho e Agosto, eu e a maioria das pessoas que trabalham na minha área e na mesma zona geográfica não têm horários ditos normais nestes dois meses e como tal já nem os privados conseguem ter vagas suficientes;
- a oferta pública durante julho e agosto é muito diferente de umas zonas para as outras, por exemplo, tanto no meu concelho de residência como nos diferentes em que trabalho, a oferta pública só existe a partir dos 6 anos e imagine 50 vagas para 200 e termina às 15h/16h, ou seja, mesmo que tivesse vaga, tinha de ter esperado até aos 6 anos da miúda e ela saía precisamente às horas em que eu ando feita maluca de um lado para o outro, em relação ao bebé então bem vale a pena falar;
- Agora, a minha suposta incoerência:
Sim, tenho os meus filhos num colégio privado, mas fui encarregada de educação dos meus irmãos durante 8 anos e vi em primeira mão o problema a acontecer, primeiro devagarinho, uma medida aqui, outra ali, quase nem se dava por elas, tenho vindo a acompanhar, principalmente nos últimos 15 anos, a degradação do ensino público.
E sim, não me considero incoerente, esta instabilidade que os professores estão a fazer é momentânea, eles são os primeiros a quererem estabilidade para os alunos, se ninguém os ouvir agora, daqui a 10 anos não vão existir professores no ensino público, e sim, mesmo tendo agora os meus filhos no privado, daqui por 4 anos, a mais velha já vai para o ensino público e sim, eu quero que ela tenha os professores todos no primeiro dia de aulas (ao contrário do que acontece nos últimos anos em grande parte das escolas), quero que o processo de colocação de um professor substituto em caso de baixa seja ágil e não o atraso de vida que é agora e também quero que, os futuros professores dos meus filhos voltem a ter gosto em ensinar em vez de estarem perdidos no meio de tanta burocracia, uma quantos afastados centenas de kms das suas famílias e que ganhem bons ordenados.

😱 Só depois de publicar é que reparei na quantidade parva de "e sim" que utilizei e uns quantos erros 🤦🏼‍♀️

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

Cat_Burmester escreveu:

carlaper escreveu:

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.

Fmartins, quem tem filhos na escola pública, tem que se mentalizar que estabilidade é coisa que não existe. Durante o 1 ciclo, a minha filha só teve o primeiro ano normal. O.2 praticamente não existiu devido à pandemia e a escola não soube lidar com o online, fui eu professora. O 3 e o 4 foram na corda bamba, com muitas inconsistências. Com a entrada no 2 ciclo, as coisas não melhoraram e não é devido às greves. Eu como não consigo ter os meus no privado e me preocupo com a educação deles, tenho feito o melhor que consigo e posso.

Está mal. Como é possível termos que ser nós os professores dos nossos filhos para evitar que cresçam sem estudos nenhuns? Fico assustada com o que conta e que já tinham falado mais atrás de já virem sem aulas desde o tempo da pandemia. Onde vamos parar? Como faz quem não sabe ou não consegue acompanhar os filhos na escola? O que vai ser feito destas crianças e jovens? Mesmo quem consegue auxilia-los, a que custo? Nós não somos professoras e esse papel faz com que se perca tanto em ensino como em qualidade do tempo passado em família. A greve só piora tudo, não vai melhorar o que já estava mal. Já tenho duas visitas marcadas para esta semana e se deus quiser já faz o terceiro período num colégio. É revoltante que assim tenha que ser mas não posso mais deixá-la sem aulas. Só espero que consiga acompanhar os colegas na nova escola visto que vai sem ainda saber ler e muito atrasadas nas letras que devia ter dado.

E faz muito bem estar assustada, eu estou e por isso é que apoio os professores

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

Mãe e Mulher escreveu:
Há um detalhe que me deixa com receio e aproveito para questionar quem tem experiência com escolas privadas: os nossos filhos lá irão conviver com crianças de famílias ricas. Não sentem que há alguma discriminação para com os vossos filhos em relação a essas crianças de famílias abastadas? Falo de discriminação entre as próprias crianças, entre os pais... Já pensei em colocar a minha filha numa escola privada mas tenho receio disso e também de ela se sentir inferir. O termo de comparação que ela terá para o que veste, onde passa férias, etc. serão crianças ricas e isso pode ter uma influência negativa nela.

Não sei onde mora, mas essa visão de um colégio privado é um pouco simplista 😉
Os meus filhos estão ambos num colégio e eu (infelizmente) estou bem longe de ser rica, o colégio, como em algumas escolas públicas é uma mistura saudável entre pessoas com mais poder económico e outras com menos, não noto nenhuma diferença.

Isabel_1985 -
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Desde 19 Mar 2023

Há razões para toda a gente se assustar. A escola está a rebentar, o que era inevitável depois de décadas de destruição. Muita gente continua a achar que os professores são privilegiados, ganham bem e fazem pouco. Muitos pais acham que têm direito a pôr tudo em causa. Aí está o resultado: ninguém quer ser professor.
Neste momento, as escolas da Grande Lisboa já não conseguem arranjar professores em várias disciplinas; nem pessoas não qualificadas se candidatam; em poucos anos isto vai alastrar-se e tenham consciência de que os nossos filhos não vão ter pelo menos metade dos professores. Os colégios apenas escondem melhor a situação, a verdade é que a maioria dos professores foge para o público logo que pode. Quando se entra numa sala de professores, raramente se vê alguém com menos de 40 anos, e poucos com menos de 50. Todos os meses se reformam em média 300 professores.
Não tenham dúvidas, vai ser um perfeito caos. Estas greves não são nada em comparação com o que aí vem.

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

RoxyGirl escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

RoxyGirl escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Engraçado, o STOP, para mim é o primeiro sindicato que sabe o que faz e pela primeira vez soube explicar às massas o que se está a passar e finalmente fez algo diferente do que as típicas greves à sexta feira que, o único resultado que tinham era a descredibilização dos professores. Há anos que digo a várias amigas minhas professores que, só quando o Mário Nogueira saísse da Fenprof é que a classe iria passar a ser bem representada e respeitada, mas ao menos o STOP não esperou por isso

Desculpe, a Roxy não me parece muito coerente. Num comentário afirma que é importante haver estabilidade na escola primária e no outro aprecia a luta de um sindicato extremista dirigido por um extremista que se está a marimbar para o impacto da sua loucura nas aprendizagens das crianças. Isso sim descredibiliza os professores junto das massas.
Muita gente trabalha no verão, infelizmente ninguém tem 3 meses de férias e há solução na escola pública mesmo depois das 18h. Porque não experimente? É confortável emitir-se opiniões com os filhos no colégio.

Isto de falar sem saber a realidade dos outros acaba por ser engraçado, eu própria ainda dou por mim a julgar os outros ou a roçar a má educação, vá lá que nos últimos tempos tenho estado mais atenta😉
Por pontos:
- A fmmartins não faz ideia de onde moro e nem sequer do meu trabalho, e sim, em Julho e Agosto, eu e a maioria das pessoas que trabalham na minha área e na mesma zona geográfica não têm horários ditos normais nestes dois meses e como tal já nem os privados conseguem ter vagas suficientes;
- a oferta pública durante julho e agosto é muito diferente de umas zonas para as outras, por exemplo, tanto no meu concelho de residência como nos diferentes em que trabalho, a oferta pública só existe a partir dos 6 anos e imagine 50 vagas para 200 e termina às 15h/16h, ou seja, mesmo que tivesse vaga, tinha de ter esperado até aos 6 anos da miúda e ela saía precisamente às horas em que eu ando feita maluca de um lado para o outro, em relação ao bebé então bem vale a pena falar;
- Agora, a minha suposta incoerência:
Sim, tenho os meus filhos num colégio privado, mas fui encarregada de educação dos meus irmãos durante 8 anos e vi em primeira mão o problema a acontecer, primeiro devagarinho, uma medida aqui, outra ali, quase nem se dava por elas, tenho vindo a acompanhar, principalmente nos últimos 15 anos, a degradação do ensino público.
E sim, não me considero incoerente, esta instabilidade que os professores estão a fazer é momentânea, eles são os primeiros a quererem estabilidade para os alunos, se ninguém os ouvir agora, daqui a 10 anos não vão existir professores no ensino público, e sim, mesmo tendo agora os meus filhos no privado, daqui por 4 anos, a mais velha já vai para o ensino público e sim, eu quero que ela tenha os professores todos no primeiro dia de aulas (ao contrário do que acontece nos últimos anos em grande parte das escolas), quero que o processo de colocação de um professor substituto em caso de baixa seja ágil e não o atraso de vida que é agora e também quero que, os futuros professores dos meus filhos voltem a ter gosto em ensinar em vez de estarem perdidos no meio de tanta burocracia, uma quantos afastados centenas de kms das suas famílias e que ganhem bons ordenados.

😱 Só depois de publicar é que reparei na quantidade parva de "e sim" que utilizei e uns quantos erros 🤦🏼‍♀️

Eu não lhe tiro a razão, é impossível. O professores estão cobertos de razão também. O que eu acho é que tem de haver uma forma de resolver as coisas sem ser a prejudicar as crianças desta forma.
Eu tenho a minha filha no Jardim de Infância desde os 3 anos e sempre estive muito satisfeita. Na verdade estas greves não me têm feito grande moça porque felizmente tenho retaguarda e como disse anteriormente a Câmara Municipal no início do ano tomou uma posição em relação ao assunto tendo ajudado. Não me deixo é de preocupar com as consequências desta situação.
Eu só tenho esta filha e mesmo não sendo rica consigo pagar um privado, resolvendo o problema no futuro mas e quem não pode? Como fica a educação de quem não tem hipótese?

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

Isabel_1985 escreveu:
Há razões para toda a gente se assustar. A escola está a rebentar, o que era inevitável depois de décadas de destruição. Muita gente continua a achar que os professores são privilegiados, ganham bem e fazem pouco. Muitos pais acham que têm direito a pôr tudo em causa. Aí está o resultado: ninguém quer ser professor.
Neste momento, as escolas da Grande Lisboa já não conseguem arranjar professores em várias disciplinas; nem pessoas não qualificadas se candidatam; em poucos anos isto vai alastrar-se e tenham consciência de que os nossos filhos não vão ter pelo menos metade dos professores. Os colégios apenas escondem melhor a situação, a verdade é que a maioria dos professores foge para o público logo que pode. Quando se entra numa sala de professores, raramente se vê alguém com menos de 40 anos, e poucos com menos de 50. Todos os meses se reformam em média 300 professores.
Não tenham dúvidas, vai ser um perfeito caos. Estas greves não são nada em comparação com o que aí vem.

Sim, há uns meses li uma notícia de que havia uma fuga crescente de professores do ensino particular para o ensino público. Comparativamente, salários mais atrativos, mais segurança na contratação e vinculação mais rápida. Muitos estavam no particular pelo tempo que demora a entrar no quadro e conseguirem estar perto de casa. Começava a haver uma preocupação com a escacez de docentes no particular também. Agora, se escondem o problema? Não sei ao certo, mas pelo menos para já há aulas e os miúdos aprendem.

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

Não tenho conseguido mas hoje com mais tempo consegui. Deixo aqui, vale a pena ler: https://eco.sapo.pt/2023/02/15/pgr-questiona-legalidade-da-greve-de-prof...
"Nos últimos dias tem sido destacada a criação de fundos de greve, financiados através do pagamento de quotas dos trabalhadores sindicalizados. Num artigo de opinião no "Público", a advogada Carmo Afonso levantou muitas dúvidas sobre este expediente: "Os professores, que todos sabemos mal pagos, ganham mais do que os assistentes operacionais ou auxiliares. Ora, os professores têm vindo a organizar-se para criar fundos e com esses fundos compensar/pagar os auxiliares pelos dias de greve que venham a fazer. É mais fácil fechar escolas pela falta de auxiliares do que por falta de professores. O que acontece na prática é que, faltando alguns auxiliares, as escolas fecham e os professores só terão os dias descontados na sua remuneração se declararem estar em greve, ou seja, podem não trabalhar sem perder esses dias de retribuição".
Em causa está, segundo Carmo Afonso, a legalidade do procedimento. Mas também a ética desta solução é considerada duvidosa: "Uma classe profissional trata outra como subordinada para fazer a sua luta e beneficia das condições remuneratórias superiores de que aufere para colocar outra classe profissional ao seu serviço."
Isto para mim é a bandalheira.
De relembrar que em 2018 e devido às sistemáticas greves a Confap trouxe para cima da mesa o regresso dos contratos de associação. Veremos as cenas dos próximos capítulos.

Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

fmmartins escreveu:
Não tenho conseguido mas hoje com mais tempo consegui. Deixo aqui, vale a pena ler: https://eco.sapo.pt/2023/02/15/pgr-questiona-legalidade-da-greve-de-prof...
"Nos últimos dias tem sido destacada a criação de fundos de greve, financiados através do pagamento de quotas dos trabalhadores sindicalizados. Num artigo de opinião no "Público", a advogada Carmo Afonso levantou muitas dúvidas sobre este expediente: "Os professores, que todos sabemos mal pagos, ganham mais do que os assistentes operacionais ou auxiliares. Ora, os professores têm vindo a organizar-se para criar fundos e com esses fundos compensar/pagar os auxiliares pelos dias de greve que venham a fazer. É mais fácil fechar escolas pela falta de auxiliares do que por falta de professores. O que acontece na prática é que, faltando alguns auxiliares, as escolas fecham e os professores só terão os dias descontados na sua remuneração se declararem estar em greve, ou seja, podem não trabalhar sem perder esses dias de retribuição".
Em causa está, segundo Carmo Afonso, a legalidade do procedimento. Mas também a ética desta solução é considerada duvidosa: "Uma classe profissional trata outra como subordinada para fazer a sua luta e beneficia das condições remuneratórias superiores de que aufere para colocar outra classe profissional ao seu serviço."
Isto para mim é a bandalheira.
De relembrar que em 2018 e devido às sistemáticas greves a Confap trouxe para cima da mesa o regresso dos contratos de associação. Veremos as cenas dos próximos capítulos.

Ainda diz a roxygirl que os professores são os primeiros a quererem a estabilidade dos alunos. Aqui tem a prova em contrário.

Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

Para a minha filha o problema está resolvido pois já arranjei vaga e vai começar dia 17 de abril. Será um sacrifício que vai valer a pena. Acabou esta instabilidade e já soube que não é a única menina a sair para o privado. Fico com pena dos colegas que lá continuam sem alternativa.