O estado degradante da escola pública | De Mãe para Mãe

O estado degradante da escola pública

Responda
70 mensagens
Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

Boa tarde a todas!

O que pensam de tudo o que está a acontecer na escola pública com estas greves todas? Sou só eu que já não consigo suportar? É o tempo todo a ter que chegar tarde ao emprego porque não sabemos se as meninas têm escola, é ter que ir buscar ou levar a meio do dia, é a minha filha na primeira classe a não aprender nada, é tudo. Isto é suportável para alguém? Qualquer dia perco o emprego. Que é feito do futuro dos nossos meninos? Andam a perder as bases todas e depois? Vão para a segunda classe sem saber nada? Porra! Que tenham as reclamações deles tudo bem mas hipotecar assim o futuro das nossas crianças e deixá-las sem a educação a que deviam ter direito?
Aproveito para perguntar se conhecem colégios privados com vagas para o próximo ano no Porto? Todos os conhecidos estão cheios - já vi clip, lusofrances, Rosário, nossa senhora de Lurdes, escola francesa e alemã, cebes, flori, colégio inglês, Efanor e até a merda do Ribadouro e está tudo cheio e falam de filas de espera de 3 ou 4 anos e eu não posso aguentar mais a menina no público esse tempo todo - e de outros não tenho referências. A escola pública falhou-nos e só vejo a hipótese de usar todas as nossas poupanças para dar uma educação decente às minhas filhotas. Mais alguém se sente assim? Estou tão triste e frustrada com isto 🥲

SandyAndy -
Offline
Desde 27 Ago 2014

Boa tarde!

Um conselho: informe-se sobre os motivos das greves dos profissionais da educação (não só dos professores) antes de “criticar”. Pode ser que perceba que se nada for feito, daqui a uns anos a sua filha não terá professores a várias disciplinas durante o ano letivo inteiro e não apenas em dias de greve. Perceberá também que se os seus filhos precisarem de apoio da educação especial, terapias, psicólogos, etc. dificilmente terão o acompanhamento necessário, o que infelizmente já acontece pois há agrupamentos com um único psicólogo ou um único terapeuta da fala, o que é claramente insuficiente. A culpa do estado da educação (e também da saúde e outros setores) não é dos professores nem das suas greves, por isso devia canalizar o seu descontentamento para os verdadeiros responsáveis.
Em relação aos privados, neste momento os professores que lá ficam são os que já estão há muitos anos e ficam até à reforma ou os que não conseguem arranjar colocação no público e ficam lá até conseguirem. Todos os anos os privados perdem muitos professores e já há vários que contratam “professores” que nem profissionalizados são. Relembro também que as aparências iludem e em certos colégios vive-se de aparências.
Se realmente quer colocar a sua filha num colégio, aconselho-a a escolher muito bem e a procurar referências credíveis para depois não ter uma surpresa desagradável. Boa sorte.

MisaL -
Offline
Desde 17 Abr 2019

O novo colégio da Maia, o Camões e o de Ermesinde tinham vagas, é uma questão de ver para os anos que pretende... não sei se têm para todos os anos.

BeatrizAC -
Offline
Desde 31 Jan 2020

Tens o INED, o CBE, outros mais pequeninos só para primeiro ciclo como o Tangerina ou Primeiros Passos. Experimenta! Em qualquer um dos já referenciados neste tópico ficas muito bem servida e vais encontrar a estabilidade e ensino que não estás a encontrar no ensino público. É triste termos chegado ao ponto em que chegámos em que só quem tem dinheiro ou abdica de tudo o resto para poder pagar um direito que deveria ser adquirido é que consegue oferecer aos filhos uma educação. Com esta crise só penso que Deus me livre e guarde de um dia deixar de conseguir dar-lhes isso.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

No final do ano passado foi complicado, se não tivesse ajuda familiar teríamos tido problemas a nível dos empregos certamente.
Depois no início do ano saiu um comunicado da Câmara a esclarecer que o ATL teria de assegurar as greves e nunca mais houve nenhuma. Para já como é só Jardim de Infância ainda não tenho essa preocupação com a aprendizagem das matérias mas compreendo a preocupação.

marlene1987 -
Offline
Desde 13 Out 2019

Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

Eu compreendo ambas as perspectivas. Mas repare que a escola pública assim como está , não está bem. A minha filha esteve praticamente o primeiro período sem uma disciplina essencial, o professor esteve de baixa e não conseguiram uma substituição. Isto é sério, não é um capricho dos professores. Se pode ir para o privado, acho que o melhor que pode fazer.

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

marlene1987 escreveu:
Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Não é opção pq? Há privados maus e bons, assim como há públicas muito boas e outras muito más.

Ana Svensson -
Offline
Desde 23 Abr 2017

Também ia sugerir o externato Camões, se o facto de ser fora do Porto não for um entrave. Sei que tinha vagas a meio deste ano lectivo e quem conheço lá está satisfeito. Tenho os meus filhos num dos colégios que referiu, também eu lá estudei, quer como aluna quer como mãe, não tenho nada de mau a apontar. O ensino público neste momento é uma roleta russa e, portanto, podendo colocar num bom privado é o que recomendo (é também o que recomenda a minha cunhada, super defensora da escola pública e professora). Não é só a questão da greve que já ultrapassou todos os limites (concordo com algumas das coisas que os professores reclamam, não posso concordar com a forma de protesto imensamente prejudicial para os alunos, não vale tudo), é tudo o resto. Casos que conheço pessoalmente de miúdos a começarem as aulas sem professor, outros durante meses a saltitar entre substitutos e dias sem aulas por baixas de curta duração que vão sendo renovadas, matéria que fica por dar, os anos de pandemia em que quase não houve aulas online, as aulas todas perdidas depois com os isolamentos de turmas. Neste momento, temos toda uma geração de miúdos que, desde 2020, praticamente não aprendeu nada. Nada disto aconteceu no privado (bons privados). As minhas filhas assistiram em directo a todas as aulas quando tiveram de ficar em isolamentos, houve aulas online em horário normal desde o primeiro minuto em que o colégio fechou (ainda antes da generalidade do país por ter tido logo casos), nunca tiveram professores a faltar sem que fossem substituídos (verdade seja dita quase nunca tiveram um professor a faltar), dão a matéria toda do programa com tempo para semanas de revisões, têm um corpo docente estável durante todo o ciclo de ensino (e não, não são só professores que estão lá há muitos anos ou que não conseguiram colocação e estão à espera para mudar para o público, em todos estes anos nunca vi nenhum professor sair para o público, vi alguns saírem com o antigo director para outro privado)… não os trocaria para o público, não da forma como funciona em Portugal. Claro que há boas escolas públicas, a funcionar muito bem, assim como há excelentes professores no público, mas não deixo a educação dos meus filhos entregue à sorte.

Ana Svensson -
Offline
Desde 23 Abr 2017

marlene1987 escreveu:
Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Quanto a estudos (alguns dos quais em que o meu marido participou), poderia dizer muita coisa, mas as conclusões estão longe de ser as que vêm nos títulos sensacionalistas para vender à população. De uma forma geral, o que se concluiu é que de entre os alunos que cada escola coloca na universidade, em média as escolas públicos têm uma percentagem maior entre os alunos de topo na universidade, o que é fácil de explicar pelo facto de os privados colocarem quase todos os seus alunos, ao contrário das escolas públicas. Se eu tenho 100 alunos colocados e 20 estão entre os melhores, tenho uma percentagem mais baixa de melhores do que se só consigo colocar 20 e 5 estão nessa lista. Ainda assim, mesmo com uma comparação injusta, os bons privados aparecem à frente da esmagadora maioria das escolas públicas. Aí entra a escolha da escola, não é bom só porque é privado, há certamente muitos privados que deixam muito a desejar, também aí é preciso saber escolher onde colocar um filho.

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

A minha frequenta a escola pública, e no geral os professores são muito bons, não conseguem é fazer milagres. A sorte da minha, que não é a de todos, é que nos esforçamos para lhe dar um bom acompanhamento em casa, e até agora, felizmente, tem resultado.

Ana Svensson -
Offline
Desde 23 Abr 2017

carlaper escreveu:
A minha frequenta a escola pública, e no geral os professores são muito bons, não conseguem é fazer milagres. A sorte da minha, que não é a de todos, é que nos esforçamos para lhe dar um bom acompanhamento em casa, e até agora, felizmente, tem resultado.

Isso é o mais triste, na minha opinião. A escola pública, que deveria ser a oportunidade para mudar o rumo de tantas crianças, acaba por não conseguir fazer o seu papel e acentuar ainda mais as desigualdades. Quem tem pais preocupados, que dão importância à escola, com estudos e tempo para poder acompanhar os filhos, acaba sempre por se safar, com maior ou menor custo familiar. Quem mais precisa da escola, calhando numa má escola (e volto a referir que obviamente existem boas escolas públicas e excelentes professores), ficando meses sem professor, fica cada vez mais em desvantagem. E estas são também as crianças que, de uma forma geral, nunca vão ter a alternativa de mudar para um privado se tudo der para o torto, estão 100% dependentes da escola pública.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

marlene1987 escreveu:
Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

Obrigada pelas sugestões! Amanhã já entro em contacto para ver de vagas e se desse para mudar já a meio do ano até era o ideal, eu é que não imaginava que fosse possível pelas listas de espera que me tem apresentado.
É como a fmmartins disse, é vergonhoso o que estão a fazer às nossas crianças com quem se deviam importar e querer o melhor é afinal viram-lhes as costas para lutarem pelos seus interesses, que não é nada pelo bem do ensino público porque se fosse continuavam a ensinar. Vão chegar a crescidos sem as bases e depois quero ver como vai ser. Além de que nos pais não podemos ter a vida em suspenso sempre a ver se os meninos vão ter aulas ou vão ficar em casa. Num mundo normal não colocaria no privado porque o € faz falta e a escola pública devia assegurar a educação dos nossos meninos só que da forma como as coisas andam é a única alternativa que tenho e já nem posso dar ao luxo de ser muito esquisita com o privado que escolho. Melhor ter aulas do que não ter nem que seja num não privado. Pior preparada do que se não aprendesse as coisas não vai de certeza e eu não tenho tempo nem feitio para ser a professora dela em casa.

Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

Ana Svensson escreveu:

carlaper escreveu:A minha frequenta a escola pública, e no geral os professores são muito bons, não conseguem é fazer milagres. A sorte da minha, que não é a de todos, é que nos esforçamos para lhe dar um bom acompanhamento em casa, e até agora, felizmente, tem resultado.

Isso é o mais triste, na minha opinião. A escola pública, que deveria ser a oportunidade para mudar o rumo de tantas crianças, acaba por não conseguir fazer o seu papel e acentuar ainda mais as desigualdades. Quem tem pais preocupados, que dão importância à escola, com estudos e tempo para poder acompanhar os filhos, acaba sempre por se safar, com maior ou menor custo familiar. Quem mais precisa da escola, calhando numa má escola (e volto a referir que obviamente existem boas escolas públicas e excelentes professores), ficando meses sem professor, fica cada vez mais em desvantagem. E estas são também as crianças que, de uma forma geral, nunca vão ter a alternativa de mudar para um privado se tudo der para o torto, estão 100% dependentes da escola pública.


👏 tenho pensado tanto isso. A minha filha sempre nos tem a nós que conseguimos ir ajudando e ensinando e os muitos meninos que não tem quem faça isso? O fosso entre classes sempre a aumentar. Que tristeza!

Cat_Burmester -
Offline
Desde 11 Fev 2020

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.


Estas pessoas deviam ter vergonha de se autointitular de professores se não querem saber do que estão a fazer aos seus alunos!

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

Cat_Burmester escreveu:

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Estas pessoas deviam ter vergonha de se autointitular de professores se não querem saber do que estão a fazer aos seus alunos!

Faz-me confusão ler no grupo do whatsapp dos pais que o transporte escolar não apareceu ou que enviaram as crianças no autocarro para a escola para baterem com o nariz na porta. Crianças que vivem em aldeias longe, que são entregues ao transporte por avós já idosos e com os pais já longe nos empregos.
Eu sou sincera para já ainda não me afeta mas se continuar assim também vai para um colégio no primeiro ciclo. Não há vida para isto.
E depois os dias da greve? À sexta-feira é matemático.

MisaL -
Offline
Desde 17 Abr 2019

A mudar é mais simples fazê-lo já. É mais fácil conseguir vaga, porque ocupa de imediato a vaga que estiver livre, no início do ano letivo vai na lista de todas as pessoas que queiram entrar e depois fazem a seleção que entenderem.

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

Ana Svensson escreveu:

carlaper escreveu:A minha frequenta a escola pública, e no geral os professores são muito bons, não conseguem é fazer milagres. A sorte da minha, que não é a de todos, é que nos esforçamos para lhe dar um bom acompanhamento em casa, e até agora, felizmente, tem resultado.

Isso é o mais triste, na minha opinião. A escola pública, que deveria ser a oportunidade para mudar o rumo de tantas crianças, acaba por não conseguir fazer o seu papel e acentuar ainda mais as desigualdades. Quem tem pais preocupados, que dão importância à escola, com estudos e tempo para poder acompanhar os filhos, acaba sempre por se safar, com maior ou menor custo familiar. Quem mais precisa da escola, calhando numa má escola (e volto a referir que obviamente existem boas escolas públicas e excelentes professores), ficando meses sem professor, fica cada vez mais em desvantagem. E estas são também as crianças que, de uma forma geral, nunca vão ter a alternativa de mudar para um privado se tudo der para o torto, estão 100% dependentes da escola pública.


Muitas vezes não tem a ver com desigualdades, tem a ver que muitos ou tem pouco tempo ou não querem saber, ou as duas coisas. O problema é tb o mau comportamento, e nem estou a falar de miúdos de uma classe mais desfavorecida, nada disso, os pais já foram avisados individualmente e em conjunto, e comtinua td na mesma. Assim é complicado retirar se as aprenduzagens necessárias na sala de aula.

Videl86 -
Offline
Desde 18 Jul 2014

Eu vi-me forçada a mudar o meu filho para o privado. Andava desde o 1º ano com professores com baixas, substituições, professor que voltava de baixa e depois metia uma baixa mais curta e eram divididos pelas salas...fui dando oportunidade porque afinal sou professora e acreditava na escola pública. Até que no 2º mês do 2º ano percebi que não tinham sequer pegado nos livros do 2º ano, quem esteve com eles essas semanas andou a brincar, faziam desenhos o dia todo (ele dizia-me isso mas eu achava que ele estava a exagerar, só ao ver os cadernos e livros é que acreditei porque era de facto inacreditável). Isto foi antes desta questão das greves deste ano, tentei transferir para outra escola pública, fui a mais de 4 agrupamentos e tentei transferência e disseram-me todos que não, que não havia vagas (Gondomar). Vi-me sem alternativas e com muito sacrifício coloquei-o num privado, começou em novembro. Entretanto, desde então, já entraram mais duas crianças só na turma dele, não sei se vindas do público mas não me admirava...a minha filha continua na escola pública, a mesma onde o meu filho andava, por acaso a valência de jardim tem funcionado bastante bem e confio no corpo docente. Fizeram greve uma ou duas vezes mas tiveram o cuidado de ter peso e medida, não andaram a brincar a vir e a ir...no entanto espero ter possibilidades para a passar para o privado quando for para o 1º ano (é condicional logo só vai daqui a ano e meio) porque não quero arriscar como fiz com o meu filho. Compreendo perfeitamente a revolta, também estou muito revoltada com tudo, principalmente com o facto de descontar imenso todos os meses e mesmo assim ter de pagar escolas privadas porque ao meu filho foi-lhe negada uma educação estável. Concordo com a Ana no que diz respeito às famílias, tenho muita pena de muitas das crianças que estão a ficar para trás sendo que as mais prejudicadas são sempre as que estão inseridas em agregados mais vulneráveis.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

Videl86 escreveu:
Eu vi-me forçada a mudar o meu filho para o privado. Andava desde o 1º ano com professores com baixas, substituições, professor que voltava de baixa e depois metia uma baixa mais curta e eram divididos pelas salas...fui dando oportunidade porque afinal sou professora e acreditava na escola pública. Até que no 2º mês do 2º ano percebi que não tinham sequer pegado nos livros do 2º ano, quem esteve com eles essas semanas andou a brincar, faziam desenhos o dia todo (ele dizia-me isso mas eu achava que ele estava a exagerar, só ao ver os cadernos e livros é que acreditei porque era de facto inacreditável). Isto foi antes desta questão das greves deste ano, tentei transferir para outra escola pública, fui a mais de 4 agrupamentos e tentei transferência e disseram-me todos que não, que não havia vagas (Gondomar). Vi-me sem alternativas e com muito sacrifício coloquei-o num privado, começou em novembro. Entretanto, desde então, já entraram mais duas crianças só na turma dele, não sei se vindas do público mas não me admirava...a minha filha continua na escola pública, a mesma onde o meu filho andava, por acaso a valência de jardim tem funcionado bastante bem e confio no corpo docente. Fizeram greve uma ou duas vezes mas tiveram o cuidado de ter peso e medida, não andaram a brincar a vir e a ir...no entanto espero ter possibilidades para a passar para o privado quando for para o 1º ano (é condicional logo só vai daqui a ano e meio) porque não quero arriscar como fiz com o meu filho. Compreendo perfeitamente a revolta, também estou muito revoltada com tudo, principalmente com o facto de descontar imenso todos os meses e mesmo assim ter de pagar escolas privadas porque ao meu filho foi-lhe negada uma educação estável. Concordo com a Ana no que diz respeito às famílias, tenho muita pena de muitas das crianças que estão a ficar para trás sendo que as mais prejudicadas são sempre as que estão inseridas em agregados mais vulneráveis.

Mas a Vudel é professora na escola pública? Eu não sou professora mas consigo compreender a lura deles. Até porque como já disse, a minha filha teve um período sem um disciplina, a minha sobrinha no secundário idem. É que se as coisas não mudarem isso vai ser cada vez mais a realidade . E nessa altura vâo sair TODOS prejudicados.

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

carlaper escreveu:

Videl86 escreveu:Eu vi-me forçada a mudar o meu filho para o privado. Andava desde o 1º ano com professores com baixas, substituições, professor que voltava de baixa e depois metia uma baixa mais curta e eram divididos pelas salas...fui dando oportunidade porque afinal sou professora e acreditava na escola pública. Até que no 2º mês do 2º ano percebi que não tinham sequer pegado nos livros do 2º ano, quem esteve com eles essas semanas andou a brincar, faziam desenhos o dia todo (ele dizia-me isso mas eu achava que ele estava a exagerar, só ao ver os cadernos e livros é que acreditei porque era de facto inacreditável). Isto foi antes desta questão das greves deste ano, tentei transferir para outra escola pública, fui a mais de 4 agrupamentos e tentei transferência e disseram-me todos que não, que não havia vagas (Gondomar). Vi-me sem alternativas e com muito sacrifício coloquei-o num privado, começou em novembro. Entretanto, desde então, já entraram mais duas crianças só na turma dele, não sei se vindas do público mas não me admirava...a minha filha continua na escola pública, a mesma onde o meu filho andava, por acaso a valência de jardim tem funcionado bastante bem e confio no corpo docente. Fizeram greve uma ou duas vezes mas tiveram o cuidado de ter peso e medida, não andaram a brincar a vir e a ir...no entanto espero ter possibilidades para a passar para o privado quando for para o 1º ano (é condicional logo só vai daqui a ano e meio) porque não quero arriscar como fiz com o meu filho. Compreendo perfeitamente a revolta, também estou muito revoltada com tudo, principalmente com o facto de descontar imenso todos os meses e mesmo assim ter de pagar escolas privadas porque ao meu filho foi-lhe negada uma educação estável. Concordo com a Ana no que diz respeito às famílias, tenho muita pena de muitas das crianças que estão a ficar para trás sendo que as mais prejudicadas são sempre as que estão inseridas em agregados mais vulneráveis.

Mas a Vudel é professora na escola pública? Eu não sou professora mas consigo compreender a lura deles. Até porque como já disse, a minha filha teve um período sem um disciplina, a minha sobrinha no secundário idem. É que se as coisas não mudarem isso vai ser cada vez mais a realidade . E nessa altura vâo sair TODOS prejudicados.


Até porque eu não consigo por os meus filhos no privado, não vivo propriamente mal, mas não tenho rendimentiis para disoensar 700/800 só para a educação.

Videl86 -
Offline
Desde 18 Jul 2014

Trabalhei durante muitos anos nas AECs em escolas públicas, mas eu não tenho como ser professora titular na escola pública com a idade que tenho (36), a não ser que aceitasse dar aulas em cidades diferentes todos os anos (a maioria no sul, sendo que eu sou do norte e tenho a minha vida estabilizada no norte)...por isso compreendo perfeitamente os motivos das greves. Compreendo e concordo com os motivos. Não concordo com o método. Acredito que existem outras formas de fazer pressão e acho que não podemos sacrificar a educação de uns alunos pelo futuro dos outros. Não acho que uma coisa justifique a outra. De qualquer forma o meu comentário nem sequer foi nesse sentido, como disse eu tirei o meu filho antes desta questão das greves porque o ensino público está organizado de tal forma que permitiu situações como a que o meu filho viveu (de não ter aulas, não ter professor fixo, não dar matéria, etc)...e o pior é que nem sequer é uma exceção raríssima. Eu sinto-me mesmo aldrabada pelo Estado...porque eu tentei transferência dentro do sistema público e foi-me negado. Tentei 4 agrupamentos e ainda liguei para um 5º. Cada agrupamento tem várias escolas. O argumento era "o seu filho não vai ter prioridade porque neste momento temos muitos pedidos de transferência de pessoas que mudaram de uma cidade para outra e os filhos ainda estão nas escolas antigas, e esses meninos vão sempre entrar à frente do seu filho" mas o que interessava se o meu filho estava inscrito numa escola da área de residência se não tinha aulas? Se todos os dias ia para a escola e era distribuído, ia para um 3º, ou um 1º, ou um 4º ano...e ficava a fazer fichas? E o professor continuava a meter baixas de 2 semanas que não permitiam chamar substituto? Tive de fazer o sacrifício que fiz, e sei bem o que me custou a vários níveis, mas não vi alternativa...a alternativa era aceitar que o meu filho não ia ter aulas...só ia ter algumas aulas...

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

De um modo geral andamos numa situação insustentável. O hospital da minha área de residência agora deixou de ter urgência de pediatria ao fim de semana e durante o dia funciona das 9h às 21h. Já deixei o SNS à muito. Ao mesmo tempo a escola, não faltará ir pagar por escola. Sinto que se paga impostos uma vida inteira para nada e é triste porque todos os meses sai do bolso e sem diteito greve.

marlene1987 -
Offline
Desde 13 Out 2019

fmmartins escreveu:

marlene1987 escreveu:Boa tarde. Compreendo o descontentamento dos pais mas como trabalho numa escola pública sou solidária com quem faz greve porque o estado actual e uma calamidade. Como assistente operacional posso lhe dizer que se faltarem alguns professores ao mesmo tempo não há professores para substituir como tal somos nós que vamos para a sala tomar conta dos meninos. Ensino especial são cada vez mais casos e menos profissionais o que faz com que não se consiga chegar a todos ou então as horas de apoio são escassas que e para se poder chegar a todos. Progressão nas carreiras não há. Tenho colegas minhas com anos de serviço que recebem o mesmo que eu e só trabalho como assistente operacional a 2 anos. E por último nos na escola temos que tapar os buracos todos. Somos nós que ficamos com os meninos no recreio que lhes damos almoço somos psicólogos enfermeiros empregadas de limpeza entre tantas coisas. E temos que ter cuidado com a maneira como tratamos os meninos porque fazem queixa em casa e depois os pais vão fazer queixa na polícia ou então vão nos esperar a porta da escola para nós baterem e ameaçar e muitas das vezes os meninos até só contaram aquilo que lhes convém em casa sem ser a verdade toda. Quanto aos colégios apesar de tudo não são opção. Existem vários estudos aqui em Portugal que relatam que quando chegam ao ensino superior, apesar dos alunos chegarem do público terem piores notas, o que e facto e que estão melhor preparados do que os meninos que vem de colégios

Eu acho indecente. Não há o minimo de respeito pelas crianças, é o vale tudo. Quando ouço o fulano do STOP perco logo a credibilidade toda. Achas normal os pais enviarem crianças pequenas de 3 anos no transporte escolar chegarem à escola e não haver aulas (com os pais já longe no emprego)? Que raio de gente sujeita crianças com quem convive diariamente a isto? Quem está a pagar são as crianças.
Se vão melhor ou pior preparados porque andaram no privado? Olha, ao menos tiveram aulas.

Eu posso falar pela minha experiência. Com a anterior direção em dias de greve. Não havia autocarros nem se aceitava os meninos no prolongamento de manhã visto não se ter a certeza se a prof titular iria estar. Agora com esta direcção temos que aceitar, o que para mim e uma estupidez, e então se o prof não comparecer então liga se aos pais para os vir buscar. mas asseguramos os meninos até alguém os via buscar. Ainda está 6 feira com a greve, mesmo com menos funcionárias asseguramos tudo, só não conseguimos mesmo foi o prolongamento a partir das 17h até as 19h porque só ficamos 2 ao serviço e em que eu que era a última a sair o meu horário e de sair às 18:45 por isso não podiam ficar até às 19h porque se não estaria a furar a greve de outra colega..agora essa ideia que os meninos e que sofrem não e bem assim porque não ficam na escola abandonados. Agora tb não se pod continuar com as coisas como estão porque daqui por algum tempo se calhar não vamos ter o suficiente e depois nem para público nem para privado

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

Por mais que achemos revoltante, e eu, como já disse compreendo também a parte dos pais, também me calha a mim, é um mal que é necessário . Não há professores, ninguém quer seguir carreira em tais condições , os que tem o curso, mas nunca tiveram colocação, já não querem, e hoje em dia sabendo o que se sabe, quem é que vai para professor? Quando o prof da minha filha foi para baixa, não havia substituto, ninguém a nivel distrital. Quando iniciou o 2 periodo , lá arranjaram um "apaga fogos" que provovelmente nem prof era.
Estamos mal sim, e na saúde é outra desgraça, sim, é rezar para não adoecer.

MisaL -
Offline
Desde 17 Abr 2019

Eu movimento-me nos dois meios, público e privado, e o que noto é que os pais e a opinião pública em geral agem de forma diferente perante a mesma situação. Quer seja educação, quer seja saúde, se for público é tudo em cima, é tudo inadmisível, se for privado faz parte. Ainda ontem uma amiga me contava que vinha da CUF sempre nervosa com coisas que via e ninguém reclamava ou sequer pensava reclamar, já a mesma situação no HSJ é um escândalo, chamam logo a comunicação social.
Na escola pública exigem os sapatos e ainda as meias, na escola privada não opinam sobre os sapatos, nem sobre as meias e ainda pagam os atacadores, porque faz parte e se confiaram é porque saberão o que fazem, etc, etc. Como já disseram várias pessoas, é um facto que há imensos alunos sem professor a uma ou mais disciplinas, durante 1 ou 2 períodos, que há uma instabilildade enorme no sistema educativo, mas alguém se manifestou sobre isso? Mas alguém se manifestou ou se manifesta se os filhos passaram 3 meses sem aulas? A instabilidade vai continuar exatamente igual se acabarem as greves, mas como os miúdos ficam dentro da escola...
De facto temos mesmo de exigir, porque pagamos imensos impostos, mas é nas alturas certas, é exigir do mesmo lado. Não é a exigir que sejam todos missionários, que os enfermeiros se dediquem à causa e façam 3 turnos seguidos, que os professores recebam as crianças, porque os pais têm de trabalhar, que os juízes não tirem férias para despachar mais uns casos, que os controladores aéreos deixem os turistas entrar por causa do dinheiro e de quem vive do turismo, etc. Nós temos mesmo de exigir que a escola, os hospitais e os tribunais funcionem de facto, mas não é exigir que os seus profissionais sejam os novos missionários é que tenham as condições para trabalhar bem.
A minha filha está no privado, entrou muito antes das greves, e gostava, e espero ainda, que possa haver alguma mudança que me faça fazer o inverso de vocês, tirá-la do privado para o público.
Videl, se quiseres faço contigo uma maniestação contra os agrupamentos de Gondomar, porque não é verdade o que dizem, fartam-se de mentir e dizer o que querem de boca, sem vir nada escrito. Já me cansei da minha luta que durou mais de 2 anos Sorriso Sorriso

MisaL -
Offline
Desde 17 Abr 2019

fmmartins escreveu:
De um modo geral andamos numa situação insustentável. O hospital da minha área de residência agora deixou de ter urgência de pediatria ao fim de semana e durante o dia funciona das 9h às 21h. Já deixei o SNS à muito. Ao mesmo tempo a escola, não faltará ir pagar por escola. Sinto que se paga impostos uma vida inteira para nada e é triste porque todos os meses sai do bolso e sem diteito greve.

Eu percebo, porque também faço isso, mas não deixo de achar errado e de alguma forma no que posso estou lá. Nem tu, nem eu (nem ninguém) deixámos o SNS, porque precisamos muito dele e esperamos não vir a precisar ainda mais. O problema é que em vez de exigirmos que funcione bem para o termos em caso de necessidade, vamos pagar ainda mais fora, porque já pagamos o SNS. Deixamos alguém cada vez mais rico e esperamos que se um dia viermos a precisar de um ventilador ele funcione bem e haja um médico dedicado à causa e que não nos tenha já mandado a todos dar uma volta.

carlaper -
Offline
Desde 11 Out 2011

Infelizmente, a partir do momento em que ambos os pais trabalham e na falta cada vez maior de uma rede de apoio familiar, as escolas tornaram-se mesmo num depósito dd crianças, em qye não se luta por um ensino de qualidade.pena.

MisaL -
Offline
Desde 17 Abr 2019

Claro que são coisas que não se mudam de um dia para o outro, mas também não há qualquer vontade de o fazerem.
Podemos ter por escola o maior número de portáteis de toda a Europa, que continuamos a ter um ensino com mentalidade de país subdesenvolvido.
Fechar a escola é o fim do mundo, o escândalo que está e vão ser as provas de aferição do 2o ano é tranquilo. Eu tenho uma escola conhecida que fez um abaixo assinado (ou manifestação, não sei ao certo ao moldes) para os meninos deixarem de ter aecs e treinarem o uso dos computadores para as provas. Quando a preocupação é treinar o uso dos computadores para uma prova de aferição do 2o ano em vez de ter música e educação física...

carlaper escreveu:
Infelizmente, a partir do momento em que ambos os pais trabalham e na falta cada vez maior de uma rede de apoio familiar, as escolas tornaram-se mesmo num depósito dd crianças, em qye não se luta por um ensino de qualidade.pena.

BeatrizAC -
Offline
Desde 31 Jan 2020

Acreditam genuinamente que com o que os professores estão a fazer se vão resolver esses problemas todos que existem no ensino público? Nada vai mudar! Nada! Acreditam genuinamente que a regra é eles quererem mesmo mudar alguma coisa no ensino? Não! Querem mais dinheiro e vão-se calar por uns tempos quando isso lhes for dado até voltarem a achar que é pouco. Os que têm motivações altruístas são a exceção e nunca a regra.

Votação

Quanto tempo, em média, dura uma consulta com o seu filho no pediatra?