Espetro de autismo | De Mãe para Mãe

Espetro de autismo

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95 mensagens
Mória -
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Desde 25 Nov 2016

Olá minhas queridas,
Quem me acompanha sabe que o Martim está a ser seguidos em consultas de desenvolvimento.
O diagnóstico já foi dado.
Realmente mãe sabe e sente. Conhece os filhos melhor que ninguém. Eu era a maluca que sempre disse que o meu filho devia ter autismo. Era maluca aos olhos da médica porque "cada criança tem o seu ritmo", era maluca aos olhos do marido "o menino está bem" mas a "maluca" tinha razão!
Na última consulta a pedopsiquiatra confirmou o que eu já estava á espera: o Martim tem espetro de autismo. O diagnóstico ainda não foi fechado porque, seguindo as normas, ainda tem que ter x de consultas com a médica mas o diagnóstico já foi feito.
O dos meus maiores medos é que as meninas tenham visto ser genético. Já foram vistas e a médica diz que não têm nada... mas são tão pequeninas ainda... e como diz que as crianças até aos 4 anos passam por 6 estágios e que os autistas ficam no estágio 4 (a socialização), tenho receio que elas estejam bem agora e depois se venha a perceber que tenham algo.
Não sei se me estou a fazer perceber ...
Amo os meus filhos mas odeio esta doença. O meu filho não merecia. E apesar de estar contente por finalmente saber, estou triste por tudo!
Mais alguém que tenha filhos com espetro de autismo? Conhecidos, familiares? Não conheço ninguém que esteja a passar pelo o mesmo.
Beijinhos

Sobre Mória

💙 O nosso mundo ficou ainda mais azul ás 40s1d.
No dia 30.04.2017, ás 10h51m com 3,045kg e 49cm 💙

Maria Clara 🌸 cefálica 🌸2,275gr 🌸46cm 🌸21h24
Maria Leonor 🌸 pélvica 🌸 2,220gr 🌸45cm 🌸21h30
Às 34+5

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

Olá minha querida, recebe daqui um abracinho bem apertado, entendo bem essa angústia, também levei com um diagnóstico de autismo que me abalou muito. Olha, a minha filha teve um pré diagnóstico de autismo, segundo o que o médico me explicou é levíssimo, quase imperceptível aos olhos de algum especialista menos treinado, é o síndrome de Asperger. Ainda estamos em fase de avaliação mas vejo muitas dúvidas na psicóloga em relação ao diagnóstico e não está fácil. Ou seja, eu fui lá porque a minha filha fazia birras infernais de bater nela própria e em nós, apresentava muita irritabilidade e agitação, a nível de competências não estranhava nada. Apresentava uma fala extremamente desenvolvida e cuidada para a idade, achava-a/acho extremamente inteligente. Entretanto houve uma grande alteração no comportamento dela, as birras andam menos intensas, o bater em nós e nela própria nunca mais fez pelo que estou a aguardar o desenrolar da situação e ando super ansiosa 😳 olha, eu tenho devorado livros sobre autismo, se precisares não me importo de te facultar cópias.

MisaL -
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Desde 17 Abr 2019

Olá,
Força e calma. O autismo tem vários estádios e como dizes que ninguém achava que seria autismo, ele não terá nenhum dos mais acentuados. Uma criança com autismo com treino e terapias pode ter uma vida normalíssima. Para já o mais importante é ter o diagnóstico fechado e depois trabalhar as opções.
Não sei a questão da hereditariedade, mas parece-me muito ver alguma coisa em bebés, ainda para mais as tuas que nasceram mais cedo. Deixa-as desenvolverem-se e não fiques ansiosa já com isso.
Um beijinho

DianaES -
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Desde 08 Out 2013

Passo só para deixar um abraço e reforçar a ideia de que existem crianças com autismos muito "leves", eu diria até que o uso do termo se usou inicialmente de modo errado e leva a alguns equívocos. O autista era conhecido como o autista com a variante mais severa da doença e agora que se fala em doenças do espectro que na prática se assemelham pouco ao autismo como era conhecido as pessoas ficam mais assustadas. Vou dar um exemplo, a minha sobrinha andou 3 anos na creche com um menino com espectro de autismo e a minha irmã nunca sequer soube ou desconfiou... nenhuma criança tinha um comportamento diferente em ocasião nenhuma... Apenas se soube porque numa ocasião era a festa popular da terrinha e houve largada de foguetes e ele entrou em pânico e as educadoras que sabiam dessa condição tiveram que tomar as medidas que tinham sido aconselhadas e tiveram que chamar ajuda por não haver modo de o acalmar... Enfim, ele tem o problema e na escola em 3 anos teve apenas esse episódio... Agora entraram todos para a primária ele continua a ser um miúdo como os outros. Isto para dizer que não será por isso que o seu filho não será uma criança integrada e feliz!

carlabrito -
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Desde 30 Maio 2017

Nao sei se posso ajudar em alguma coisa, mas se puder, basta me dizeres e enviares uma mensagem privada.
De qualquer modo, um abraço apertado e força.
Tem razao... o seu filho nao merecia, nem vocês, nem ninguém.
Ninguém merece passar por isso!
Um grande beijinho.

Mória -
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Desde 25 Nov 2016

Obrigada pelas respostas.
Quem olha para o Martim percebe que ele tem alguma coisa. Ele não é igual aos outros meninos. Acho que o pai estava em negação e que a médica não tem competências nesta área.
Passo a citar os comportamentos que ele tem (até pode ajudar alguma mãe que estiver a ler):
Não fixa o olhar em nós, anda em bicos dos pés, não fala (mas fala na linguagem dele. "Palra" não sei explicar melhor. Está sempre a gritar, tem movimentos repetitivos, gosta de ter tudo alinhado sejam brinquedos ou outra coisa qualquer, no outro dia dei com ele a alinhar os meus tampões em fila no chão. Não consegue controlar a excitação e a frustração. Ignora as outras crianças e isola-se (as crianças podem estar a brincar ao lado dele que é como se não estivessem). O estado dele normal por ex, é estar ao saltos na pontas dos pés, a abanar muito as mãos e aos gritos. E usa fraldas.
Por outro lado, e só tive noção disso em conversa com a psicóloga da intervenção precoce, ele percebe tudo! Pode não o fazer mas percebe. Digo para me dar um beijinho e dá, digo para me dar o pé e dá, sabe que o champó é para o cabelo, é muito afectuoso e gosta muito de contacto físico e procura mas de adultos. Já beijinhos por iniciativa dele. Sabe que o sapato é no pé. Ajuda a vestir. Sabe comunicar por gestos e é muito autónomo no que quer. Se quer comer, vai ao armário e trás o que quer, se quer água, vai buscar, se quer tomar banho, vai para dentro da box. Coisas assim que a psicóloga diz que são muito boas e nem me tinha apercebido

Sobre Mória

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No dia 30.04.2017, ás 10h51m com 3,045kg e 49cm 💙

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carlabrito -
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Desde 30 Maio 2017

Desculpem estar a insistir neste assunto... mas qd uma criança tem o disgnostico como referiram... muito ao de leve... quase imperceptivel a um medico menos treinado.... o que é que nos leva a desconfiar que a criança tem alguma coisa?
Comportamentos? Mudanças repentinas?

Mória -
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Desde 25 Nov 2016

fmmartins escreveu:
Olá minha querida, recebe daqui um abracinho bem apertado, entendo bem essa angústia, também levei com um diagnóstico de autismo que me abalou muito. Olha, a minha filha teve um pré diagnóstico de autismo, segundo o que o médico me explicou é levíssimo, quase imperceptível aos olhos de algum especialista menos treinado, é o síndrome de Asperger. Ainda estamos em fase de avaliação mas vejo muitas dúvidas na psicóloga em relação ao diagnóstico e não está fácil. Ou seja, eu fui lá porque a minha filha fazia birras infernais de bater nela própria e em nós, apresentava muita irritabilidade e agitação, a nível de competências não estranhava nada. Apresentava uma fala extremamente desenvolvida e cuidada para a idade, achava-a/acho extremamente inteligente. Entretanto houve uma grande alteração no comportamento dela, as birras andam menos intensas, o bater em nós e nela própria nunca mais fez pelo que estou a aguardar o desenrolar da situação e ando super ansiosa 😳 olha, eu tenho devorado livros sobre autismo, se precisares não me importo de te facultar cópias.

UAU! Realmente é um mundo!!
Se puderes envia-me mp por causa das cópias. Agradeco muito 🍀

Sobre Mória

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No dia 30.04.2017, ás 10h51m com 3,045kg e 49cm 💙

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Maria Leonor 🌸 pélvica 🌸 2,220gr 🌸45cm 🌸21h30
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Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Eu tenho um sobrinho com síndrome de Asperger. É bastante leve e ele tem uma vida perfeitamente normal. É inteligente, bom aluno, tem amigos na escola... Não é uma criança muito sociável, mas não é menos sociável do que a minha filha que não tem autismo. Actualmente, acho que só é perceptível porque interpreta tudo o que se diz literalmente, não percebe de todo a ironia ou mesmo, por exemplo, se lhe dissermos para esperar 5 minutos, ele conta 5 minutos exactos e não percebe se não estivermos lá nesse segundo. De resto, já não é perceptível para quem não o conheça muito bem.
Pela descrição da Mória, diria que não se trata de um caso tão leve (o meu sobrinho não teve qualquer atraso no desenvolvimento da fala, por exemplo), embora alguns desses comportamentos também aconteçam em crianças neurotípicas (eu andava em bicos de pés e sempre fiz isso de alinhar tudo). Mas com um bom acompanhamento é possível melhorar muito tudo o que refere. Conheço um caso de um menino (agora talvez com uns 16 anos) que até muito tarde era o típico caso de autista, que não fala, só grita, por tudo e por nada tem ataques de fúria... e da última vez que estive com ele, há uns 2 anos, estava tão mas tão melhor que, se eu não o tivesse conhecido antes não acreditava.

MisaL -
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Desde 17 Abr 2019

Pelo o que conta, de facto tinha vários sinais, não será tão, tão leve assim.
Pense que agora vai ser acompanhado da melhor forma e vai conseguir evoluir e apresentar melhorias.

Mória escreveu:
Obrigada pelas respostas.
Quem olha para o Martim percebe que ele tem alguma coisa. Ele não é igual aos outros meninos. Acho que o pai estava em negação e que a médica não tem competências nesta área.
Passo a citar os comportamentos que ele tem (até pode ajudar alguma mãe que estiver a ler):
Não fixa o olhar em nós, anda em bicos dos pés, não fala (mas fala na linguagem dele. "Palra" não sei explicar melhor. Está sempre a gritar, tem movimentos repetitivos, gosta de ter tudo alinhado sejam brinquedos ou outra coisa qualquer, no outro dia dei com ele a alinhar os meus tampões em fila no chão. Não consegue controlar a excitação e a frustração. Ignora as outras crianças e isola-se (as crianças podem estar a brincar ao lado dele que é como se não estivessem). O estado dele normal por ex, é estar ao saltos na pontas dos pés, a abanar muito as mãos e aos gritos. E usa fraldas.
Por outro lado, e só tive noção disso em conversa com a psicóloga da intervenção precoce, ele percebe tudo! Pode não o fazer mas percebe. Digo para me dar um beijinho e dá, digo para me dar o pé e dá, sabe que o champó é para o cabelo, é muito afectuoso e gosta muito de contacto físico e procura mas de adultos. Já beijinhos por iniciativa dele. Sabe que o sapato é no pé. Ajuda a vestir. Sabe comunicar por gestos e é muito autónomo no que quer. Se quer comer, vai ao armário e trás o que quer, se quer água, vai buscar, se quer tomar banho, vai para dentro da box. Coisas assim que a psicóloga diz que são muito boas e nem me tinha apercebido

Sansa -
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Desde 18 Jan 2018

Mória, ter TEA não é mau, não é um problema, não é uma doença. Quem está no espectro do autismo tem apenas uma forma alternativa de pensar, de ver o mundo. Não devemos olhar para as características do autismo de uma forma negativa, mas sim ajudar a desenvolver as suas competências, sem fazer comparações com os outros. E se os indivíduos com TEA processam a informação de uma forma diferente, também os neurotípicos têm os seus desafios, também têm inaptidões. Somos todos diferentes, todos temos fraquezas e todos temos pontos fortes - é a diversidade humana.
Recomendo-te fortemente que vejas algumas TED Talks, tipo esta https://www.ted.com/talks/ethan_lisi_what_it_s_really_like_to_have_autis...
Podes selecionar Transcript para leres, e podes ainda selecionar a língua.
A sério, lê, vais sentir-te mais descansada e vais ver que afinal tens é um menino muito especial ☺️

Cat Chloé -
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Desde 30 Mar 2011

Moria já lhe deram bons conselhos. Vim apenas deixar um grande abraço. O seu filho aos seus olhos é perfeito! Verá que futuramente irá conseguir arranjar estratégias para ele e para a família. Foque-se no positivo que ele tem.

Sansa -
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Desde 18 Jan 2018

Há tempos deparei-me com um thread no Tumblr super interessante , deixo aqui um excerto:
“I think it’s worth noting that many like me, who are diagnosed with ASD now, would probably have been seen as just a bit odd in centuries past. I’m only a little bit autistic; I can pass for neurotypical for short periods if I work really hard at it. I have a lack of talent in social situations, and I’m prone to sensory overload or you might notice me stimming.
.
But here’s the thing: life is louder, brighter and more intense and confusing than it has ever been. I live on the edge of London and I rarely go into the centre of town because it’s too overwhelming. If I went back in time and lived on a farm somewhere, would anyone even notice there was anything odd about me? No police sirens, no crowded streets that go on for miles and miles, no flickery electric lights. Working on a farm has a clear routine. I’d be a badass at spinning cloth or churning butter because I find endless repetition soothing rather than boring.
.
I’m not trying to romanticise the past because I know it was hard, dirty work with a constant risk of premature death. I don’t actually want to be a 16th century farmer! What I’m saying is that disability exists in the context of the environment. Our environment isn’t making people autistic in the sense of some chemical causing brain damage. But we have created a modern environment which is hostile to autistic people in many ways, which effectively makes us more disabled. When you make people more disabled, you start to see more people struggling, failing at school because they’re overwhelmed, freaking out at the sound of electric hand dryers and so on. And suddenly it looks like there’s millions more autistic people than existed before.”
...
“Sometimes I have to wonder if the resurgence of tactile and almost meditative crafts like knitting and spinning is partly due to undiagnosed adults and young adults finding something that just fits”

Cátia Fonseca1 -
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Desde 23 Out 2020

Ola boa tarde o meu filho foi detetado em Junho com espectro de autismo. Esta na pre escola ainda usa fralda e anda na terapia da fala. Pois percebe tudo o que se lhe diz mas fala na lingua dele, e ha coisas que se percebe e outras nao.
As vezes faz uns tiques com as maos e da pulos.
É um pouco assustadico com algumas coisas.
Mas é muito inteligente e carinhoso.
Quando me disseram antes de ir ao medico que ele podia ter um espectro de autismo nao quis acreditar.
Mas pronto é o meu primeiro filho e faço tudo por ele. Ando sempre a procura de terapias que o ajudem e acredito que ele vai ter uma vida normal e muitos amigos. Tenho mais duas meninas e ate agora super desenvolvidas e falam bem.
Eu digo que cada crianca é uma crianca.

Cátia Fonseca1 -
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Desde 23 Out 2020

Ola boa tarde o meu filho foi detetado em Junho com espectro de autismo. Esta na pre escola ainda usa fralda e anda na terapia da fala. Pois percebe tudo o que se lhe diz mas fala na lingua dele, e ha coisas que se percebe e outras nao.
As vezes faz uns tiques com as maos e da pulos.
É um pouco assustadico com algumas coisas.
Mas é muito inteligente e carinhoso.
Quando me disseram antes de ir ao medico que ele podia ter um espectro de autismo nao quis acreditar.
Mas pronto é o meu primeiro filho e faço tudo por ele. Ando sempre a procura de terapias que o ajudem e acredito que ele vai ter uma vida normal e muitos amigos. Tenho mais duas meninas e ate agora super desenvolvidas e falam bem.
Eu digo que cada crianca é uma crianca.

Cátia Fonseca1 -
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Desde 23 Out 2020

Ola boa tarde o meu filho foi detetado em Junho com espectro de autismo. Esta na pre escola ainda usa fralda e anda na terapia da fala. Pois percebe tudo o que se lhe diz mas fala na lingua dele, e ha coisas que se percebe e outras nao.
As vezes faz uns tiques com as maos e da pulos.
É um pouco assustadico com algumas coisas.
Mas é muito inteligente e carinhoso.
Quando me disseram antes de ir ao medico que ele podia ter um espectro de autismo nao quis acreditar.
Mas pronto é o meu primeiro filho e faço tudo por ele. Ando sempre a procura de terapias que o ajudem e acredito que ele vai ter uma vida normal e muitos amigos. Tenho mais duas meninas e ate agora super desenvolvidas e falam bem.
Eu digo que cada crianca é uma crianca.

carlabrito -
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Desde 30 Maio 2017

Mória escreveu:
Obrigada pelas respostas.
Quem olha para o Martim percebe que ele tem alguma coisa. Ele não é igual aos outros meninos. Acho que o pai estava em negação e que a médica não tem competências nesta área.
Passo a citar os comportamentos que ele tem (até pode ajudar alguma mãe que estiver a ler):
Não fixa o olhar em nós, anda em bicos dos pés, não fala (mas fala na linguagem dele. "Palra" não sei explicar melhor. Está sempre a gritar, tem movimentos repetitivos, gosta de ter tudo alinhado sejam brinquedos ou outra coisa qualquer, no outro dia dei com ele a alinhar os meus tampões em fila no chão. Não consegue controlar a excitação e a frustração. Ignora as outras crianças e isola-se (as crianças podem estar a brincar ao lado dele que é como se não estivessem). O estado dele normal por ex, é estar ao saltos na pontas dos pés, a abanar muito as mãos e aos gritos. E usa fraldas.
Por outro lado, e só tive noção disso em conversa com a psicóloga da intervenção precoce, ele percebe tudo! Pode não o fazer mas percebe. Digo para me dar um beijinho e dá, digo para me dar o pé e dá, sabe que o champó é para o cabelo, é muito afectuoso e gosta muito de contacto físico e procura mas de adultos. Já beijinhos por iniciativa dele. Sabe que o sapato é no pé. Ajuda a vestir. Sabe comunicar por gestos e é muito autónomo no que quer. Se quer comer, vai ao armário e trás o que quer, se quer água, vai buscar, se quer tomar banho, vai para dentro da box. Coisas assim que a psicóloga diz que são muito boas e nem me tinha apercebido

Fez bem em insistir, porque ja havia de facto varios sinais.
Se a pediatra desvalorizou isso tudo... nao é nao ter competencias nessa area... é mesmo em pediatria....
Mas ele tem uma vida normal, pelo que descreveu. É independente e inteligente.
Com o devido acompanhamento tenho a certeza que vai melhorar muito e tudo vai correr bem!

Mória -
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Desde 25 Nov 2016

Sansa escreveu:
Mória, ter TEA não é mau, não é um problema, não é uma doença. Quem está no espectro do autismo tem apenas uma forma alternativa de pensar, de ver o mundo. Não devemos olhar para as características do autismo de uma forma negativa, mas sim ajudar a desenvolver as suas competências, sem fazer comparações com os outros. E se os indivíduos com TEA processam a informação de uma forma diferente, também os neurotípicos têm os seus desafios, também têm inaptidões. Somos todos diferentes, todos temos fraquezas e todos temos pontos fortes - é a diversidade humana.
Recomendo-te fortemente que vejas algumas TED Talks, tipo esta https://www.ted.com/talks/ethan_lisi_what_it_s_really_like_to_have_autis...
Podes selecionar Transcript para leres, e podes ainda selecionar a língua.
A sério, lê, vais sentir-te mais descansada e vais ver que afinal tens é um menino muito especial ☺️

As tuas palavras fazem todo o sentido. Obrigada!
Vou ler, sim 😁

Sobre Mória

💙 O nosso mundo ficou ainda mais azul ás 40s1d.
No dia 30.04.2017, ás 10h51m com 3,045kg e 49cm 💙

Maria Clara 🌸 cefálica 🌸2,275gr 🌸46cm 🌸21h24
Maria Leonor 🌸 pélvica 🌸 2,220gr 🌸45cm 🌸21h30
Às 34+5

Mória -
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Desde 25 Nov 2016

Cátia Fonseca1 escreveu:
Ola boa tarde o meu filho foi detetado em Junho com espectro de autismo. Esta na pre escola ainda usa fralda e anda na terapia da fala. Pois percebe tudo o que se lhe diz mas fala na lingua dele, e ha coisas que se percebe e outras nao.
As vezes faz uns tiques com as maos e da pulos.
É um pouco assustadico com algumas coisas.
Mas é muito inteligente e carinhoso.
Quando me disseram antes de ir ao medico que ele podia ter um espectro de autismo nao quis acreditar.
Mas pronto é o meu primeiro filho e faço tudo por ele. Ando sempre a procura de terapias que o ajudem e acredito que ele vai ter uma vida normal e muitos amigos. Tenho mais duas meninas e ate agora super desenvolvidas e falam bem.
Eu digo que cada crianca é uma crianca.

Obrigada pela a resposta.
O seu menino anda a fazer que terapias? O Martim está na terapia ocupacional 1x por semana e vai começar a da fala em breve

Sobre Mória

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No dia 30.04.2017, ás 10h51m com 3,045kg e 49cm 💙

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fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

Mória, eu acredito piamente que com as terapias vão haver muitas melhorias, assim que der vou enviar-te algumas leituras 😘

Cátia Fonseca1 -
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Desde 23 Out 2020

O meu filho anda na terapia da fala. Vai comecar a terapia ocupacional e a hidroterapia.

fmmartins -
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Desde 14 Dez 2016

carlabrito escreveu:
Desculpem estar a insistir neste assunto... mas qd uma criança tem o disgnostico como referiram... muito ao de leve... quase imperceptivel a um medico menos treinado.... o que é que nos leva a desconfiar que a criança tem alguma coisa?
Comportamentos? Mudanças repentinas?

Carla, sem desculpas 😊 é um assunto que falo abertamente, não ando a espalhar aos quatro ventos porque ainda existe algum estigma mas acho importante falar-se. Olha, no nosso caso foi precisamente o comportamento que nos alertou para algo. Sempre fou uma criança intensa mas eu não via grandes sinais, fazia aquelas gracinhas típicas. Sempre respondeu pelo nome, olha nos olhos, dizia adeus, fazia a pitinha põe o ovo, começou a falar cedo, apresentou sempre muitas competências, demonstrava interesse em crianças mas em crianças mais velhas, com as mais novas havia aqueles stresses da partilha, dá beijinhos, gosta de abraços, é carinhosa,etc. O comportamento aos dois anos e meio virou o caos: frustrada mordia-se, puxava o cabelo, batia com a cabeça, chorava intensamente e eu chorava a seguir de despero. Marquei consulta no neuropediatra e fomos, ele fez-nos um questionário exaustivo e disse-nos o que achava, neste momento está a ser avaliada. Outra coisa, recai aqui uma suspeita sobreo meu marido mas não podemos garantir porque nunca foi avaliado, é o género de adulto altamente funcional mas com muitas peculiaridades.

Ansha -
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Desde 13 Abr 2016

Tb não vou acrescentar mais nada para além de lhe dar um beijinho e tranquilizá-la qt à possibilidade das gémeas tb virem a ter ( é mt pouco provável que venham tb a ter)

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

fmmartins escreveu:

carlabrito escreveu:Desculpem estar a insistir neste assunto... mas qd uma criança tem o disgnostico como referiram... muito ao de leve... quase imperceptivel a um medico menos treinado.... o que é que nos leva a desconfiar que a criança tem alguma coisa?
Comportamentos? Mudanças repentinas?

Carla, sem desculpas 😊 é um assunto que falo abertamente, não ando a espalhar aos quatro ventos porque ainda existe algum estigma mas acho importante falar-se. Olha, no nosso caso foi precisamente o comportamento que nos alertou para algo. Sempre fou uma criança intensa mas eu não via grandes sinais, fazia aquelas gracinhas típicas. Sempre respondeu pelo nome, olha nos olhos, dizia adeus, fazia a pitinha põe o ovo, começou a falar cedo, apresentou sempre muitas competências, demonstrava interesse em crianças mas em crianças mais velhas, com as mais novas havia aqueles stresses da partilha, dá beijinhos, gosta de abraços, é carinhosa,etc. O comportamento aos dois anos e meio virou o caos: frustrada mordia-se, puxava o cabelo, batia com a cabeça, chorava intensamente e eu chorava a seguir de despero. Marquei consulta no neuropediatra e fomos, ele fez-nos um questionário exaustivo e disse-nos o que achava, neste momento está a ser avaliada. Outra coisa, recai aqui uma suspeita sobreo meu marido mas não podemos garantir porque nunca foi avaliado, é o género de adulto altamente funcional mas com muitas peculiaridades.


Existem imensos adultos que nunca foram diagnosticados. O diagnóstico acaba por ser uma ferramenta importante na medida em que permite aos pais perceberem que aquela criança não pensa da mesma forma, o processamento da informação é feito de forma diferente e portanto não podemos esperar que eles dancem ao som da música que tocamos. Também nos permite ter consciência que aquela criança não reage bem ao excesso de estímulos, e muitas vezes certos comportamentos, determinadas reações têm origem em situações totalmente banais para nós, e que nunca nos passaria pela cabeça que poderiam perturbar a criança num grau tão elevado.
A tua filha é uma criança como todas as outras mas é muito provavelmente sensível a certos estímulos do dia a dia como luzes, cheiros, barulhos, que para nós não passam de barulho de back ground, mas ela sente-os como uma martelada na cabeça, e é certamente essa a razão porque reage tão agressivamente.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

Sansa escreveu:

fmmartins escreveu:
carlabrito escreveu:Desculpem estar a insistir neste assunto... mas qd uma criança tem o disgnostico como referiram... muito ao de leve... quase imperceptivel a um medico menos treinado.... o que é que nos leva a desconfiar que a criança tem alguma coisa?
Comportamentos? Mudanças repentinas?

Carla, sem desculpas 😊 é um assunto que falo abertamente, não ando a espalhar aos quatro ventos porque ainda existe algum estigma mas acho importante falar-se. Olha, no nosso caso foi precisamente o comportamento que nos alertou para algo. Sempre fou uma criança intensa mas eu não via grandes sinais, fazia aquelas gracinhas típicas. Sempre respondeu pelo nome, olha nos olhos, dizia adeus, fazia a pitinha põe o ovo, começou a falar cedo, apresentou sempre muitas competências, demonstrava interesse em crianças mas em crianças mais velhas, com as mais novas havia aqueles stresses da partilha, dá beijinhos, gosta de abraços, é carinhosa,etc. O comportamento aos dois anos e meio virou o caos: frustrada mordia-se, puxava o cabelo, batia com a cabeça, chorava intensamente e eu chorava a seguir de despero. Marquei consulta no neuropediatra e fomos, ele fez-nos um questionário exaustivo e disse-nos o que achava, neste momento está a ser avaliada. Outra coisa, recai aqui uma suspeita sobreo meu marido mas não podemos garantir porque nunca foi avaliado, é o género de adulto altamente funcional mas com muitas peculiaridades.

Existem imensos adultos que nunca foram diagnosticados. O diagnóstico acaba por ser uma ferramenta importante na medida em que permite aos pais perceberem que aquela criança não pensa da mesma forma, o processamento da informação é feito de forma diferente e portanto não podemos esperar que eles dancem ao som da música que tocamos. Também nos permite ter consciência que aquela criança não reage bem ao excesso de estímulos, e muitas vezes certos comportamentos, determinadas reações têm origem em situações totalmente banais para nós, e que nunca nos passaria pela cabeça que poderiam perturbar a criança num grau tão elevado.
A tua filha é uma criança como todas as outras mas é muito provavelmente sensível a certos estímulos do dia a dia como luzes, cheiros, barulhos, que para nós não passam de barulho de back ground, mas ela sente-os como uma martelada na cabeça, e é certamente essa a razão porque reage tão agressivamente.

Tal e qual Sansa, ela tem a audição e o olfato extremamente apurados e o pai igual, aliás ele detesta muita confusão. Neste momento a pedido da psicóloga tenho um "diário de birras" para relatar e faço muitos vídeos dela para enviar também, para além das sessões presenciais. Ah, outra coisa, a pediatra nunca valorizou absolutamente nada, recomendou sempre foi livros de disciplina, fui eu que tomei iniciativa de ir ao neuropediatra mas já fiz questão de lhe dar conta da situação.

Ansha -
Offline
Desde 13 Abr 2016

Eu por acaso acho que o desfecho da tua filha vai ser diferente fmmartins.... se é que estas coisas têm “desfecho”, entenda-se.

CatiaS_S -
Offline
Desde 30 Set 2016

Sansa escreveu:
Há tempos deparei-me com um thread no Tumblr super interessante , deixo aqui um excerto:
“I think it’s worth noting that many like me, who are diagnosed with ASD now, would probably have been seen as just a bit odd in centuries past. I’m only a little bit autistic; I can pass for neurotypical for short periods if I work really hard at it. I have a lack of talent in social situations, and I’m prone to sensory overload or you might notice me stimming.
.
But here’s the thing: life is louder, brighter and more intense and confusing than it has ever been. I live on the edge of London and I rarely go into the centre of town because it’s too overwhelming. If I went back in time and lived on a farm somewhere, would anyone even notice there was anything odd about me? No police sirens, no crowded streets that go on for miles and miles, no flickery electric lights. Working on a farm has a clear routine. I’d be a badass at spinning cloth or churning butter because I find endless repetition soothing rather than boring.
.
I’m not trying to romanticise the past because I know it was hard, dirty work with a constant risk of premature death. I don’t actually want to be a 16th century farmer! What I’m saying is that disability exists in the context of the environment. Our environment isn’t making people autistic in the sense of some chemical causing brain damage. But we have created a modern environment which is hostile to autistic people in many ways, which effectively makes us more disabled. When you make people more disabled, you start to see more people struggling, failing at school because they’re overwhelmed, freaking out at the sound of electric hand dryers and so on. And suddenly it looks like there’s millions more autistic people than existed before.”
...
“Sometimes I have to wonder if the resurgence of tactile and almost meditative crafts like knitting and spinning is partly due to undiagnosed adults and young adults finding something that just fits”

Nunca tinha pensado nesse aspecto mas realmente... Its true

Sansa -
Offline
Desde 18 Jan 2018

CatiaS_S escreveu:

Sansa escreveu:Há tempos deparei-me com um thread no Tumblr super interessante , deixo aqui um excerto:
“I think it’s worth noting that many like me, who are diagnosed with ASD now, would probably have been seen as just a bit odd in centuries past. I’m only a little bit autistic; I can pass for neurotypical for short periods if I work really hard at it. I have a lack of talent in social situations, and I’m prone to sensory overload or you might notice me stimming.
.
But here’s the thing: life is louder, brighter and more intense and confusing than it has ever been. I live on the edge of London and I rarely go into the centre of town because it’s too overwhelming. If I went back in time and lived on a farm somewhere, would anyone even notice there was anything odd about me? No police sirens, no crowded streets that go on for miles and miles, no flickery electric lights. Working on a farm has a clear routine. I’d be a badass at spinning cloth or churning butter because I find endless repetition soothing rather than boring.
.
I’m not trying to romanticise the past because I know it was hard, dirty work with a constant risk of premature death. I don’t actually want to be a 16th century farmer! What I’m saying is that disability exists in the context of the environment. Our environment isn’t making people autistic in the sense of some chemical causing brain damage. But we have created a modern environment which is hostile to autistic people in many ways, which effectively makes us more disabled. When you make people more disabled, you start to see more people struggling, failing at school because they’re overwhelmed, freaking out at the sound of electric hand dryers and so on. And suddenly it looks like there’s millions more autistic people than existed before.”
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“Sometimes I have to wonder if the resurgence of tactile and almost meditative crafts like knitting and spinning is partly due to undiagnosed adults and young adults finding something that just fits”

Nunca tinha pensado nesse aspecto mas realmente... Its true


Pois é mesmo, quase ninguém pensa no quão hostil é a vida moderna para um autista, com tantas luzes, barulhos dos diversos aparelhos, barulhos da rua, das multidões, do trânsito, as cores - se pararmos e olharmos em volta há cores a mais em nossas casas - e há ainda os que não suportam certos estímulos tácteis (a água do chuveiro, por exemplo). Se não soubermos que a criança tem TEA não conseguimos entender a razão do comportamento agressivo, achamos que está a fazer uma birra descomunal, quando afinal a criança está mesmo em sofrimento com um overload sensorial. Agora imagina quantas crianças não são castigadas injustamente...
Mas atenção, as crianças não autistas também sofrem com excesso de estímulos, ao fim do dia muitas birras devem-se ao cansaço mas também a overload sensorial. Aquilo que para nós é barulho de fundo (tv, máquina de lavar, exaustor, panelas e tachos e pratos, água a correr, máquina da louça, cafeteira eléctrica, etc) as crianças experienciam com maior intensidade.

MisaL -
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Desde 17 Abr 2019

É mesmo. Uma criança não autista sofre imenso neste mundo moderno, o cérebro ainda não se adaptou ao novo mundo e tem de viver em esforço. Todos nós pagamos por isso, mas os adultos acabam por ter mecanismos alternativos que as crianças ainda não conseguem. Nós tomamos um benuron se for preciso eles nem sabe expressar o que estão a sentir.

Sansa escreveu:

CatiaS_S escreveu:
Sansa escreveu:Há tempos deparei-me com um thread no Tumblr super interessante , deixo aqui um excerto:
“I think it’s worth noting that many like me, who are diagnosed with ASD now, would probably have been seen as just a bit odd in centuries past. I’m only a little bit autistic; I can pass for neurotypical for short periods if I work really hard at it. I have a lack of talent in social situations, and I’m prone to sensory overload or you might notice me stimming.
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But here’s the thing: life is louder, brighter and more intense and confusing than it has ever been. I live on the edge of London and I rarely go into the centre of town because it’s too overwhelming. If I went back in time and lived on a farm somewhere, would anyone even notice there was anything odd about me? No police sirens, no crowded streets that go on for miles and miles, no flickery electric lights. Working on a farm has a clear routine. I’d be a badass at spinning cloth or churning butter because I find endless repetition soothing rather than boring.
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I’m not trying to romanticise the past because I know it was hard, dirty work with a constant risk of premature death. I don’t actually want to be a 16th century farmer! What I’m saying is that disability exists in the context of the environment. Our environment isn’t making people autistic in the sense of some chemical causing brain damage. But we have created a modern environment which is hostile to autistic people in many ways, which effectively makes us more disabled. When you make people more disabled, you start to see more people struggling, failing at school because they’re overwhelmed, freaking out at the sound of electric hand dryers and so on. And suddenly it looks like there’s millions more autistic people than existed before.”
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“Sometimes I have to wonder if the resurgence of tactile and almost meditative crafts like knitting and spinning is partly due to undiagnosed adults and young adults finding something that just fits”

Nunca tinha pensado nesse aspecto mas realmente... Its true

Pois é mesmo, quase ninguém pensa no quão hostil é a vida moderna para um autista, com tantas luzes, barulhos dos diversos aparelhos, barulhos da rua, das multidões, do trânsito, as cores - se pararmos e olharmos em volta há cores a mais em nossas casas - e há ainda os que não suportam certos estímulos tácteis (a água do chuveiro, por exemplo). Se não soubermos que a criança tem TEA não conseguimos entender a razão do comportamento agressivo, achamos que está a fazer uma birra descomunal, quando afinal a criança está mesmo em sofrimento com um overload sensorial. Agora imagina quantas crianças não são castigadas injustamente...
Mas atenção, as crianças não autistas também sofrem com excesso de estímulos, ao fim do dia muitas birras devem-se ao cansaço mas também a overload sensorial. Aquilo que para nós é barulho de fundo (tv, máquina de lavar, exaustor, panelas e tachos e pratos, água a correr, máquina da louça, cafeteira eléctrica, etc) as crianças experienciam com maior intensidade.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

Ansha escreveu:
Eu por acaso acho que o desfecho da tua filha vai ser diferente fmmartins.... se é que estas coisas têm “desfecho”, entenda-se.

Amigos e familiares próximos que sabem dizem o mesmo. Vamos aguardar, penso que não faltará muito para termos o diagnóstico em definitivo e o relatório.

fmmartins -
Offline
Desde 14 Dez 2016

MisaL escreveu:
É mesmo. Uma criança não autista sofre imenso neste mundo moderno, o cérebro ainda não se adaptou ao novo mundo e tem de viver em esforço. Todos nós pagamos por isso, mas os adultos acabam por ter mecanismos alternativos que as crianças ainda não conseguem. Nós tomamos um benuron se for preciso eles nem sabe expressar o que estão a sentir.

Sansa escreveu:

CatiaS_S escreveu:
Sansa escreveu:Há tempos deparei-me com um thread no Tumblr super interessante , deixo aqui um excerto:
“I think it’s worth noting that many like me, who are diagnosed with ASD now, would probably have been seen as just a bit odd in centuries past. I’m only a little bit autistic; I can pass for neurotypical for short periods if I work really hard at it. I have a lack of talent in social situations, and I’m prone to sensory overload or you might notice me stimming.
.
But here’s the thing: life is louder, brighter and more intense and confusing than it has ever been. I live on the edge of London and I rarely go into the centre of town because it’s too overwhelming. If I went back in time and lived on a farm somewhere, would anyone even notice there was anything odd about me? No police sirens, no crowded streets that go on for miles and miles, no flickery electric lights. Working on a farm has a clear routine. I’d be a badass at spinning cloth or churning butter because I find endless repetition soothing rather than boring.
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I’m not trying to romanticise the past because I know it was hard, dirty work with a constant risk of premature death. I don’t actually want to be a 16th century farmer! What I’m saying is that disability exists in the context of the environment. Our environment isn’t making people autistic in the sense of some chemical causing brain damage. But we have created a modern environment which is hostile to autistic people in many ways, which effectively makes us more disabled. When you make people more disabled, you start to see more people struggling, failing at school because they’re overwhelmed, freaking out at the sound of electric hand dryers and so on. And suddenly it looks like there’s millions more autistic people than existed before.”
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“Sometimes I have to wonder if the resurgence of tactile and almost meditative crafts like knitting and spinning is partly due to undiagnosed adults and young adults finding something that just fits”

Nunca tinha pensado nesse aspecto mas realmente... Its true

Pois é mesmo, quase ninguém pensa no quão hostil é a vida moderna para um autista, com tantas luzes, barulhos dos diversos aparelhos, barulhos da rua, das multidões, do trânsito, as cores - se pararmos e olharmos em volta há cores a mais em nossas casas - e há ainda os que não suportam certos estímulos tácteis (a água do chuveiro, por exemplo). Se não soubermos que a criança tem TEA não conseguimos entender a razão do comportamento agressivo, achamos que está a fazer uma birra descomunal, quando afinal a criança está mesmo em sofrimento com um overload sensorial. Agora imagina quantas crianças não são castigadas injustamente...
Mas atenção, as crianças não autistas também sofrem com excesso de estímulos, ao fim do dia muitas birras devem-se ao cansaço mas também a overload sensorial. Aquilo que para nós é barulho de fundo (tv, máquina de lavar, exaustor, panelas e tachos e pratos, água a correr, máquina da louça, cafeteira eléctrica, etc) as crianças experienciam com maior intensidade.

Mesmo os hiperativos e pessoas que sofrem com fibromialgia, pelo menos do que tenho lido.