Na eminencia da guarda partilhada | De Mãe para Mãe

Na eminencia da guarda partilhada

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TL2 -
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Desde 31 Jan 2020

Sou mãe de 2 meninos, 1 com 9 anos, outro com 4 anos - filhos de pais diferentes.
Em setembro passado, o menino mais novo relatou-me uma situação que me deixou sem reação, aquando do regresso de 1 fim de semana com o pai.
O relato do menino está relacionado com práticas sexuais que supostamente lhe fizeram - uma miúda de 9 anos, que é filha da fulana que estava com ele nessa altura.
Questionei o pai via email (não falamos de outra forma, porque vivi violência domestica durante a gravidez, separei-me do fulano quando o menino tinha 3 meses, e mesmo assim, ele aproveita sempre os emails para me destratar). O fulano disse que não ia comentar o meu email, mas que estaria disponível para responder nos sítios certos.
Meti acção em tribunal, mas ele negou os factos e aproveitou para pedir guarda partilhada.
A justiça é tão "inútil", que o processo passou do tribunal de gaia, para o tribunal de s. joao da madeira, depois foi para a PJ do porto, e voltou a gaia, pois nenhum desses sítios reconheceu competência para tratar da questão dos abusos.
Inicialmente o tribunal deu-me opção de reformular o esquema de visitas, eu apresentei proposta, mas ficou tudo em aguas de bacalhau, sem nenhum comentário por parte do tribunal.
Na próxima 3ªf vou à conferencia de pais, sobre a queixa que apresentei e sobre o pedido de guarda que ele meteu.
Estou cheia de medo de perder o meu filho... não consigo dormir, não me concentro no trabalho...
A minha advogada diz que a lei está a mudar, e os tribunais vao fazer tabua rasa, e dar a guarda partilhada "ao desbarato".

Por favor, podem ajudar-me?...

RoxyGirl -
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Desde 27 Jan 2016

Primeiro que tudo, já levou o seu filho a um psicólogo para perceber a questão das experiências sexuais?

Acho que esse é o passo a dar ainda antes da conferência

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Em primeiro lugar, não vai perder o seu filho, mesmo que seja concedida a guarda partilhada. Vai partilhar a guarda com o pai, o que é completamente diferente.
Segundo percebi, o suposto abuso sexual deu-se por parte da criança de 9 anos, sem a intervenção dos adultos. Logo aí é extremamente complexo definir abuso sexual (é uma criança). E segundo percebi também, o pai do seu filho já não está com a mãe dessa criança - se é esse o caso, não vejo em que é a queixa é relevante para o regime de guarda. Se, pelo contrário, ainda estão juntos, seria mais importante haver uma conversa entre os 3 adultos envolvidos (pais do menino e mãe da menina) do que propriamente usar esse acontecimento contra o pai.
Em qualquer dos casos, aconselho a ter calma e tentar sempre a negociação.

Anete Silva -
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Desde 06 Fev 2019

Olá! Não me parece bem que seja dar guarda partihada ao desbarato mas sim quando existem condições os juízes estão a dar preferência a essa decisão para os filhos terem mais contacto com os dois progenitores e também porque as obrigações assim ficam partilhadas, conheço muitas mães que com o esquema dos fins de semana de 15 em 15 dias tinham uma carga imenso de trabalho, sem ajudas enquanto o pai fica muito liberto... por isso em condições que ambos os pais têm uma vida estável, equilibradas e organizada eu sou grande apologista da guarda partilhada... mas existem vários casos onde isso não se aplica...
No teu caso tens aí um episódio muito complexo... que sinceramente se fosse comigo também me geraria uma enorme preocupação e foi realmente uma pena que o pai não tenha optado por resolver isso contigo calmamente e indo ao cerne da questão.
A criança foi vista por um psicólogo? Não tens relatórios de psicólogos? O caso não foi investigado? A mãe dessa criança nunca foi chamada?
Aconselho-te muita calma... entendo um aperto de coração de mãe... mas fala com o advogado, se achas que não é bom o suficiente arranja outro... o bem estar dessa criança tem que estar acima de tudo... e acho essencial para uma guarda partilhada os pais comunicarem e se darem bem para acertarem as coisas... e não existirem problemas e guerras... tens que esclarecer esse episódio, o pai tem que ter uma posição mais madura nessa temática e se apanharem um juiz com bom senso acredito que tudo correrá pelo melhor para a criança.

TL2 -
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Desde 31 Jan 2020

guialmi escreveu:
Segundo percebi, o suposto abuso sexual deu-se por parte da criança de 9 anos, sem a intervenção dos adultos. Logo aí é extremamente complexo definir abuso sexual (é uma criança). E segundo percebi também, o pai do seu filho já não está com a mãe dessa criança - se é esse o caso, não vejo em que é a queixa é relevante para o regime de guarda. .

Mas se o abuso aconteceu por parte de uma criança de 9 anos, onde aprendeu isso?... e afinal onde estavam os adultos nesse momento?...
Curiosamente, ele deixou de estar com ela após eu ter metido a queixa em tribunal. O menino andou algum tempo a dizer "o pai diz esquece a *** (e dizia o nome da fulana adulta)".
Entretanto o pai já andou com outra mulher, mas já voltou outra vez para a tal (tudo isto entre finais de setembro/2019 e o corrente mês de janeiro)

Susye -
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Desde 08 Fev 2015

TL2 escreveu:
Mas se o abuso aconteceu por parte de uma criança de 9 anos, onde aprendeu isso?... e afinal onde estavam os adultos nesse momento?...

O que não faltam é episódios entre as crianças de “mostra a tua pilinha”.
não precisam que ninguém lhes ensine nada...
Basta estarem no quarto a brincar.

Sobre Susye

1ª FIV (HUC 2017-2018): 5 blastos | TEF (-), TEC (-), TEC (-)
2ª FIV (IVI 2018): 3 blastos | TEC (-), TEC (-)
3ª FIV DO (IVI 2019): 3 blastos | TEC (+)

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

TL2 escreveu:

guialmi escreveu:Segundo percebi, o suposto abuso sexual deu-se por parte da criança de 9 anos, sem a intervenção dos adultos. Logo aí é extremamente complexo definir abuso sexual (é uma criança). E segundo percebi também, o pai do seu filho já não está com a mãe dessa criança - se é esse o caso, não vejo em que é a queixa é relevante para o regime de guarda. .

Mas se o abuso aconteceu por parte de uma criança de 9 anos, onde aprendeu isso?... e afinal onde estavam os adultos nesse momento?...
Curiosamente, ele deixou de estar com ela após eu ter metido a queixa em tribunal. O menino andou algum tempo a dizer "o pai diz esquece a *** (e dizia o nome da fulana adulta)".
Entretanto o pai já andou com outra mulher, mas já voltou outra vez para a tal (tudo isto entre finais de setembro/2019 e o corrente mês de janeiro)

Não sei a que tipo de abuso se está a referir (nem tem o explicitar, obviamente), mas uma criança de 9 anos tem curiosidade e pode ver muita coisa em muito lado. É preciso ter muito cuidado em deduzir que aprendeu com a mãe (que é o que dá a entender) e em atribuir uma intencionalidade sexual ao que pode ser apenas experimentação.
Os adultos podiam estar no comportamento ao lado, certamente a TL2 não está 100% do tempo a ver o que os seus filhos fazem. Também não me parece muito sensato ir por aí.
Percebe-se que há um nível enorme de conflitualidade entre a TL2 e o pai da criança e pode ter todas as razões do mundo para tal, não o nego, mas aqui o mais importante é o bem estar da criança. Esse episódio marcou o seu filho? Levou-o a um psicólogo? Ou foi algo que ele não valorizou? Essas são as questões mais importantes. A mãe da menina foi alertada?
Não me parece que a questão da guarda vá depender deste episódio, sobretudo porque se tratou de duas crianças (se fosse a mãe da menina a cometer o abuso seria completamente diferente). O juiz irá analisar se o pai tem estabilidade psicológica, financeira e condições logísticas para ficar com guarda partilhada e se sim, o mais provável é que o regime possa ser alterado.