Desabafo

Olá,
Sei que em determinados casos fazem com anestesia geral, mas não sei dizer o motivos, acho estranho que não saiba. Não sabe o que se passou? Sabe o motivo da urgência?
Acho que a mágoa fica sempre, vai atenuando, mas fica sempre um sentimento de tristeza por não ter sido da forma com que sonhou. Pense que fizeram o melhor por vocês e a maior benção é ter a sua filha consigo e o resto da vida para se amarem.
Não sei muito bem a sua situação, tem de perceber se tem uma mágoa em relação ao parto e não ter visto a bebé logo ou se de alguma forma esse episódio a afetou psicologicamente. Se achar que tem muito peso na sua vida, peça ajuda, é simples resolver algo que se pode complicar. Há muitos casos de mulheres que não "ultrapassam" episódios relacionados com o parto e não tem mal pedir ajuda.

A razão de ter de se recorrer à anestesia geral em myitos casos de cesariana de urgência é simples : tempo. Demora algum tempo a ministrar a epidural e esperar que esta faça efeito, enquanto que a anestesia geral dá - se em minutos. Percebo que esteja desiludida por não ter tido o parto com que sonhou, mas concentre-se na ideia de que, graças à rapidez do procedimento, mãe e filha estão hoje saudáveis e bem. O amor não depende do tipo de parto nem se cria nos primeiros minutos de vida do bebé. Se assim fosse, que seria das mães de prematuros, que muitas vezes passam semanas sem poder segurar os filhos no colo...

Como disseram as outras mamãs acho que o mais importante é ter corrido bem para mãe e bebe Posto isto não deve esconder os seus sentimentos e medos, mas sim aprofundar os mesmos para ultrapassar a experiência que para si foi traumática.
Eu fiz cesariana com epidural mas ele nasceu as 34 semanas e por isso o primeiro colo não foi o meu, ele não veio comigo para casa ao mesmo tempo e chegar a casa de braços vazios foi uma dor imensa mas ultrapassavel pelo facto de o ter nos meus braços saudável e crescido, agora já com 6 anos O tempo ajuda a relativizar, mas se não ajudar peça ajuda a amigos ou a um psicólogo, sem estigmas nem julgamentos

guialmi escreveu:

A razão de ter de se recorrer à anestesia geral em myitos casos de cesariana de urgência é simples : tempo. Demora algum tempo a ministrar a epidural e esperar que esta faça efeito, enquanto que a anestesia geral dá - se em minutos. Percebo que esteja desiludida por não ter tido o parto com que sonhou, mas concentre-se na ideia de que, graças à rapidez do procedimento, mãe e filha estão hoje saudáveis e bem. O amor não depende do tipo de parto nem se cria nos primeiros minutos de vida do bebé. Se assim fosse, que seria das mães de prematuros, que muitas vezes passam semanas sem poder segurar os filhos no colo...

Como já foi dito acima, às vezes a pressa da emergência faz com que opem pela anestesia geral por ser mais rápida e simples de administrar… Às vezes em trabalho de parto a grávida nem arranjaria posição para conseguir que lhe ministrassem epidural. Há ainda quem leve porque simplesmente a epidural não faz efeito… Até há uns bons anos atrás todas as cesarianas eram com anestesia geral… Acho que a reticência com que ficou é porque romantizamos o parto, e aquela coisa de vermos e tocarmos logo a bebé… As coisas não são bem assim… Esta obsessão do pele com pele nas primeiras horas, é fantasiosa e sem qualquer evidência. Caramba, aquele ser anda cá dentro 9 meses sem desgrudar e há de ser por passar uns minutos ou horas "longe" que nos vamos desapegar?! Não.
A sua relação com a sua filha começa a consolidar-se agora, foque nisso. Em bebés eles têm necessidades primárias de calor, comida e higiene, só depois vem o verdadeiro apego… Por acaso precisamente quando a minha filha tinha 7 meses, não sei se fruto do final da licença de maternidade ou de variações hormonais (acho que é a junção de tudo) também comecei com pensamentos parvos, se não devia ter insistido mais na mama em vez de passar a tirar com bomba… Se mesmo no biberão não deveria ter sido sempre eu a dar em vez de ter deixado familiares… Enfim, coisas que agora vejo que são infundadas e nos causam sofrimento. Acredite que com o tempo essa "mágoa" vai atenuar e verá que fez o melhor que estava ao seu alcance. A relação com a sua filha irá beeeem mais longe que o momento do nascimento, honestamente ela lá vai querer saber disso, ela vai querer é a atenção, o afeto e o carinho da mãe pela vida fora...

guialmi escreveu:

A razão de ter de se recorrer à anestesia geral em myitos casos de cesariana de urgência é simples : tempo. Demora algum tempo a ministrar a epidural e esperar que esta faça efeito, enquanto que a anestesia geral dá - se em minutos. Percebo que esteja desiludida por não ter tido o parto com que sonhou, mas concentre-se na ideia de que, graças à rapidez do procedimento, mãe e filha estão hoje saudáveis e bem. O amor não depende do tipo de parto nem se cria nos primeiros minutos de vida do bebé. Se assim fosse, que seria das mães de prematuros, que muitas vezes passam semanas sem poder segurar os filhos no colo...

Uma forma sensata, educada e doce de falar.

O importante é estarem ambas bem, e que no final tudo tenha corrido bem. O amor pelos nossos filhos não surge apenas do primeiro contato, não perdeu nada e ganhou uma filha linda e saudável.
A minha filha nasceu prematura às 32 semanas de parto normal, foi um parto muito complicado, e assim que ela nasceu a pediatra levou-a logo porque estava em sofrimento. Custou-me tanto estar no quarto com outras mamãs com os seus bebés e eu estar ali sozinha.
Mas pior foi quando tive alta e ela ficou internada, chegar a casa sozinha com o marido, sem barriga e sem bebé, não é nada do que sonhamos nem esperamos.
Mas tudo correu bem e ao fim de poucas semanas ela teve alta e hoje é uma menina linda e saudável, o amor maior da minha vida.
O começo pode não ter sido o melhor, mas não amamos menos os nossos filhos por isso.
Se precisar de ajuda para ultrapassar esse fato, não tenha vergonha de a pedir. O importante é estar bem por si e pela sua princesa.

Já tudo foi dito. Só queria acrescentar que compreendo que queira perceber o porquê.
E deviam tê-la informado. Mas infelizmente há mts profissionais que não tratam as pessoas como “ pessoas” mas sim como coisas, e não falam, não explicam...
Se isso a descansar, pode ter acesso à sua ficha clínica e relatório do parto. É um direito seu.
Agora, sem dúvida que tudo isso é fruto de ainda estar sensível e com as hormonas “ aos saltos” , vai ver q tudo isso irá passar e irá relativizar
Beijinhos

Olá Inês eu passei pelo mesmo...o meu primeiro parto também foi cesariana com anestesia geral, tenho espinha bifida e na altura não me fizeram a consulta de anestesia e quando chegou a hora não sabiam se podia levar epidural então teve de ser assim...também senti alguma tristeza mas foi passando... na segunda gravidez e por insintência minha foi seguida em consultas de anestesia e afinal o meu tipo de espinha bifida permitia levar epidural e foi o que aconteceu, com cesariana outra vez mas aquela sensação de o ouvir chorar e vê-lo logo...não tem explicação...