Crianças Diferentes | De Mãe para Mãe

Crianças Diferentes

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AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Desculpem o desabafo, nao sei mesmo se este é o sitío certo para o fazer mas preciso "deitar" cá para fora...
A vida fácil dos enquadrados e dos socialmente corretos.
Caramba, como é díficil e doloroso perceber que quando somos diferentes dos demais as consequências que se fazem sentir magoam precisamente quem nós mais amamos.
A minha filha tem 8 anos e dificuldades de aprendizagem derivadas de um suposto déficit de atenção. A solução mais fácil, e aquela que quase todos gostavam que eu tomasse, era medica-la, embora alguns ainda disfarcem e digam que concordam com a minha opção.
Nas reuniões na escola, com a presença de todos os pais, as dificuldades da minha filha são sempre tema e, como eu nao sei ser cordeirinho, quando concordo acedo mas quando nao concordo defendo-a, nao só à minha filha mas a todas as crianças inadaptadas a este sistema de ensino à pressão.
No ano passado a minha filha era nova na escola e, quando fez anos, convidou as amiguinhas para a festa de aniversário. Convites feitos e nem um telefonema por parte dos pais das crianças convidadas, nem mesmo para dar uma desculpa qualquer para nao irem, ninguêm apareceu na festa! Desculpei-os porque, como a minha filha era nova na escola, as amizades ainda nao estavam bem sedimentadas e talvez o motivo da não comparência fosse esse.
Este ano, a minha filha mantem as mesmas amigas, brincam sempre juntas, adoram-se e formam um grupo. Convites entregues mais uma vez e... nenhuma confirmação, nenhum telefonema, nenhuma satisfação... Festa marcada num parque de diversões, tudo organizado, e se nao fossem as crianças mais próximas da família ela festejaria o aniversário sozinha...
Revolto-me e sofro imenso com isto!!! Que culpa tem a minha filha de nao ter tão boas notas como os outros, que culpa tem a minha filha de ter dificuldades, que culpa tem a minha filha de ter uma mãe que luta por ela e por aquilo em que acredita, não cedendo aos caprixos de uma sociedade que quer resolver a situação com medicação!!!
Porra pá, é so uma criança...
Tenho a certeza que estes pais nao deixam os filhos virem a festa de aniversário da minha filha, que, por acaso é "a melhor amiga" das filhas deles, pura e simplesmente por este motivo!!
A minha filha ja foi a festas de anos de outras crianças da turma e as meninas que ela convidou para a sua festa, marcam sempre presença. Porque é que com a minha filha nao fazem o mesmo??
Que nojo de sociedade... que porcaria de sistema... que merda mesmo!!

Sinto-me impotente...
Desculpa princesa da mãe se a minha forma de ser e de estar na vida te tem prejudicado de alguma maneira...
Desculpa princesa se algum dia as minhas decisões não foram as mais corretas...
Desculpa princesa se falhei ao ser firme nas minhas convições...
Eu não tenho a certeza de nada a não ser que quero, hoje e sempre, o melhor para ti...
Se, no futuro, quando fores bem crescidinha, olhares para mim com orgulho por nunca ter sido um soldadinho de chumbo e por me guiar, apenas e só, pelo coração, sentirei a minha missão cumprida!!

mafaldastp -
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Desde 22 Jun 2016

Bom dia mamã!
Antes de mais, um beijinho de muita força.
Só não percebi uma questão, na escola (reuniões) a pressão que tentam fazer-lhe é no sentido de medicarem a sua filha? Pais e professores?

NinaPQ -
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Desde 22 Fev 2010
I Love DMPM

A sua filha, terá, certamente, muito orgulho em si!
Palmas!

Sobre NinaPQ

Mãe de dois filhos fantásticos!
22 de Dezembro de 2009 às 0h50, nasceu o meu pinguim com 3,360kg e 48,5cm! Sorriso
20 de Abril de 2016 às 17h14, nasceu o meu pinipom com 3,015kg e 48cm! Sorriso
Amo-vos com toda a minha alma...

carlabrito -
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Desde 30 Maio 2017

Depois de ser mae, consigo perceber um pouquito os sentimentos de outras maes.
Porque se fosse comigo eu iria reagir da mesma forma.
Nesse caso, eu faria uma coisa.... na proxima reuniao de pais, eu diria aquilo que nos contou aqui.
Confronte. Pergunte porquê cara-a-cara.
Eu nao teria vergonha ou "medo" de o fazer.
Nao quero imaginar o que pensa a sua menina! Deve sentir-se triste.

Fale com os pais na reuniao.
E depois, por exemplo, faça outra festa caso eles decidam voltar com a sua (estupidez) opiniao atras.
Trara custos extra para si, mas pode ser que seja um desbloqueante.

LSL -
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Desde 28 Out 2010

Muita força mamã! ?
Há muita gente parva por esse Mundo fora e infelizmente temos de lidar com eles. É triste que envolva crianças e que não se ponham nem um bocadinho no lugar da sua filha e mesmo no das filhas deles que, sendo amiguinhas da sua, concerteza quereriam estar presentes.
Faça o que a sua consciência lhe manda, sempre! Tenho a certeza que a sua filha terá muito orgulho em si.

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Sim, alguns pais vem contar-me histórias de outros pais que medicaram os filhos e que funcionou muito bem, que os miúdos melhoram imenso... etc etc etc
A professora é um dos casos que diz que concorda com a minha opinião mas, ao mesmo tempo, vai dizendo que a minha filha se continuar com estas dificuldades vai chumbar de ano, e quando respondo que nao me importo nada que ela chumbe de ano, olham para mim como se fosse um louca irreponsavel!!!

Ns -
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Desde 08 Fev 2008

Olá, eu ainda não tenho filho com idades de fazer festas em parque, mas este fds a falar com uma amiga que fez a festa do filho, parece que é habitual não se avisar, ela propria diz que antes avisava, mas, como ninguem o faz tb não avisa (para mim acho uma falta de educação, mas cada um sabe de si).
Relativamente às crianças não aparecerem na festa da sua filha não quero acreditar que proibem os filhos de ir por ela ter o "suposto déficit de atenção", penso que a humanidade ainda não chegou a esse ponto, quero acreditar, mas certo sou eu Triste
Mas não será outra festa de outro menino/menina nesse dia? ou outra coisa qq.

Um beijinho grande

cristina you -
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Desde 04 Dez 2015

bom dia,

deixe-me começar pelo fim e dizer que antes de mais não tem de pedir desculpa de nada nem a ninguém. se alguém tiver de faze-lo são as outras pessoas hipócritas.

depois digo-lhe que apesar de não ter nenhum filho com défice de atenção, ao meu filho tb foi erradamente diagnosticada dificuldade de aprendizagem e queria partir logo para a medicação porque não dá trabalho. eu não me importei de trabalhar e os efeitos já se fizeram sentir.

agora qt ás festas de aniversário compreendo-a perfeitamente.
a minha filha ia a todas e qd enviava os convites só recebia 2 ou 3 respostas positivas o resto e estamos a falar de mais de 20 nem sequer se davam ao trabalho. resultado comecei a fazer o mesmo e só convidava quem me fazia o mesmo. é muito triste mas assim eles começam logo desde cedo a saber com o que se pode contar. força e não se dixe intimidar com gente sem caracter.

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Não será pela minha filha ter déficit de atenção NS, tambem não acredito nisso! Mas sim por ela ter uma mãe que não é convencional, que nao faz vênias à opinião da Sra Professora, não se conforma com a injustiça do sistema de ensino, que pensa fora da caixa... (Note-se que sou bem educada, Às vezes até demais).
Eles nao deixam as filhas virem nao é pela minha filha ter um problema, mas pq desconfiam que eu nao seja uma pessoa normal (até me dá vontade de rir :P) e nao têm muita empatia por mim...

bolas_e_bolinhas -
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Desde 31 Mar 2012

Muita força mamã querida! Todas as suas opções / atos foram tomados com amor, e isso é o mais importante.
Acho muita maldade as coleguinhas não irem à festa da sua menina, mas aí a culpa é dos pais, pois elas, também elas, são apenas crianças.
Que a sua menina cresça muito feliz!

cristina you -
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Desde 04 Dez 2015

essa agora é boa.

olhe a mim olham-me de lado por eu ainda utilizar um tlm de teclas, mas, sabe como se costuma dizer " os cães ladram e a caravana passa".

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Também não acredito que deixem de ir à festa da sua filha por ter um déficit de atenção. Mas porque diz que acham que não é uma pessoa normal? Apenas por não querer medicar a sua filha ou existem outros problemas de entendimento com os pais e professora?

Como é que é a sua filha socialmente? Tem muitos amigos? Poucos? É tímida? Será que não existe também alguma falta de integração da sua filha, devido à sua forma de ser (em nada relacionada com o déficit de atenção e resultados escolares)?

Quanto à medicação, também não sou muito a favor da mesma, apesar de ter poucos conhecimentos nesse campo. Acredito que existam casos em que se justifica (não sei se será o caso da sua filha ou não), mas há muitas (demasiadas!) crianças medicadas desnecessariamente. Acho que essa terá de ser sempre uma decisão sua, com parecer do médico, na qual os outros pais não têm de se intrometer.

Skillerific -
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Desde 20 Out 2015

Ana Svensson escreveu:
Também não acredito que deixem de ir à festa da sua filha por ter um déficit de atenção. Mas porque diz que acham que não é uma pessoa normal? Apenas por não querer medicar a sua filha ou existem outros problemas de entendimento com os pais e professora?
Como é que é a sua filha socialmente? Tem muitos amigos? Poucos? É tímida? Será que não existe também alguma falta de integração da sua filha, devido à sua forma de ser (em nada relacionada com o déficit de atenção e resultados escolares)?
Quanto à medicação, também não sou muito a favor da mesma, apesar de ter poucos conhecimentos nesse campo. Acredito que existam casos em que se justifica (não sei se será o caso da sua filha ou não), mas há muitas (demasiadas!) crianças medicadas desnecessariamente. Acho que essa terá de ser sempre uma decisão sua, com parecer do médico, na qual os outros pais não têm de se intrometer.

Concordo e acrescento: A medicação pode ser fundamental, mas existem muitas crianças a serem erradamente medicadas que beneficiariam muito mais com terapia e acompanhamento (não sei se será o caso da sua filha ou não).

Quanto ao busílis da questão, tendo em conta tudo o que descreve, acho muito difícil que alguma dessas coisas sejam motivo para não aceitarem um convite. Se a senhora tiver um modo de pensar diferente do resto do mundo, mas comunicar sem agressividade, dificilmente entrará na "lista negra" de alguém.

FSilsa -
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Desde 08 Abr 2014

Olá Anita, fiquei muito triste lendo o seu depoimento.. Tenho também primos que convivo de perto e sei bem o que é essa pressão... Uns para medicarem os miúdos (muitas vezes sem necessidade) outras vezes é para ficarem mais um ano na pré porque "no próximo ano haverá poucos na pré". Enfim... É realmente uma pena que as coisas sejam assim, até porque fazer isso a uma criança no seu aniversário, enfim. É uma crueldade.. Não há outro adjetivo...

KellyPT -
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Desde 05 Abr 2011

Compreendo perfeitamente o teu desgosto relativamente às festas de aniversário. É muito chato, as crianças apercebem-se e o melhor é não valorizar demais para o ressentimento não ser maior.

Mas vou ser sincera contigo, no intuito de te ajudar: a forma como escreves revela agressividade e grande mal-estar com os restantes pais e professores. Tu própria reconheces que é provavelmente a isso que se deve não terem ido à festa, mais do que a um suposto défice de atenção da criança.

Não estou a dizer que não tens razão em nada do que dizes (nem poderia), mas tens de o conseguir dizer sendo assertiva, mas não agressiva. Foca-te na tua filha e em quem te quer bem. Não alimentes ressentimentos, que isso não leva a nada e prejudica-te a ti e a ela. Boa sorte e espero que tudo melhore

cristina you -
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Desde 04 Dez 2015

outra coisa que deixa algumas pessoas horrorizadas: o uso de roupa em 2ª mão.

posso dizer que tirando as ofertas de aniversario a Natal TODAS as roupas dos meus filhos são compradas ou dadas em 2º mão e devo dizer que nunca se pegou nada nem são menos por isso. eu por mim acho que o dinheiro deve de ser investido na saúde por que nunca se sabe e na educação.

enfim viver de aparências é fácil.

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

AnitaBraga escreveu:
Não será pela minha filha ter déficit de atenção NS, tambem não acredito nisso! Mas sim por ela ter uma mãe que não é convencional, que nao faz vênias à opinião da Sra Professora, não se conforma com a injustiça do sistema de ensino, que pensa fora da caixa... (Note-se que sou bem educada, Às vezes até demais).
Eles nao deixam as filhas virem nao é pela minha filha ter um problema, mas pq desconfiam que eu nao seja uma pessoa normal (até me dá vontade de rir :P) e nao têm muita empatia por mim...

É precisamente isto. Eu passei pelo mesmo. Mas pelo oposto, o meu filho é inteligente demais e como as aulas, muito repetitivas, não o estimulavam, ele desmotivava e perdia atenção. Resolução da professora: medicar porque é hiperativo. Ele já tinha sido avaliado antes, mas eu levei-o novamente a uma pedopsiquiatra. Novamente a avaliação diz que ele não tinha hiperactividade nenhuma, e como é óbvio não ia medica-lo só porque sim. A partir daqui foi um inferno, a professora (daquelas antigas, sempre apaparicada por ser a senhora professora, desenvolveu um complexo de deus) simplesmente excluiu o meu filho.
Os outros pais fizeram o mesmo, afinal se a professora não gostava de mim e do meu filho havia de ter razão... e o meu filho até vítima de bullying foi.

Muito cuidado, esteja muito atenta, se a professora começa a transparecer que a sua menina não é "digna" da sua atenção como os outros alunos, os miúdos absorvem essa influência, de forma inconsciente mesmo. Eu sei que a professora não pretendia que o meu filho passasse por aquilo que passou, mas a culpa foi muito dela, porque deixava transparecer que não o queria ali, que ele não era igual aos outros. E se havia algum problema entre algumas das outras crianças, ela interferia e ajudava, quando os problemas eram com o meu filho, a culpa era sempre dele, e se lhe bateram foi porque "mereceu", e se as coisas apareciam no lixo era "mentira, deitaste fora e agora culpas os outros" etc etc

Muita força e muito cuidado. E não se cale, a sua filha percebe que é só pelo bem dela. Eles são bem mais perspicazes do que parecem.

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Muito obrigada a todas pelo apoio, ja aliviei um pouco a tensão. Estava e estou muito revoltada hoje, a minha filha faz anos hoje... É o seu dia especial e eu nao consigo nao estar triste muito menos revoltada!!
O meu discurso revela sim agressividade, pois estou bastante revoltada e magoada. Mas não é de todo isso que se passa na reuniões de pais, jamais fui agressiva nas reuniões ou pouco assertiva, aliás muitos pais vem falar comigo no fim da reunião a contar-me casos de crianças que foram medicadas e que hoje sao "crianças normais", logo, nao devo parecer uma pessoa perigosa!
A minha filha é uma criança altamente social, fala e conhece quase todas as crianças da escola, mas tem o seu grupo coeso de amiguinhas que ate partilham um colar de "best friend" e adoram-se. Quando vou buscar a minha filha à escola é comum as amiguinhas virem dar-lhe um abraço e dizer ate amanha...
Sei e sinto que os outros pais me olham de lado, especialmente por eu afirmar que nao me importo minimamente que ela fique retida, como agora se diz, ou seja, que reprove! Olham para mim como se fosse dissimulada, do género esta mãe vai deixar a menina chumbar quando pode dar medicação e resolver o problema??
Ficam a olhar para mim de lado, quando digo e assumo que nao concordo com os trabalhos de casa, que a minha filha tem direito a brincar e a ser criança. Novamente olham para mim e pensam "Pois a menina tem dificuldades porque a mãe tb nao quer ter trabalho em casa".
E ainda me olham mais de lado quando sugiro que a escola trabalhe os conteudos apartir de áreas de interesse das crianças e então no dia em que sugeri que fazia bem às crianças uma pausa a meio do ritmo das aulas para descomprimir e quem nao seria boa ideia a meditação... Grrrr olharam para mim como um caso perdido mesmo Careta

Não sei que vos diga, posso ter culpa sim, certamente tenho a culpa toda, mas faço apenas o que o meu coração de mae me diz que é certo e a minha filha nao tem culpa!

FSilsa -
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Desde 08 Abr 2014

cristina you escreveu:
outra coisa que deixa algumas pessoas horrorizadas: o uso de roupa em 2ª mão.
posso dizer que tirando as ofertas de aniversario a Natal TODAS as roupas dos meus filhos são compradas ou dadas em 2º mão e devo dizer que nunca se pegou nada nem são menos por isso. eu por mim acho que o dinheiro deve de ser investido na saúde por que nunca se sabe e na educação.
enfim viver de aparências é fácil.

Relativamente ao tópico, realmente a Anita escreveu de uma forma que transparece agressividade, mas quem não estaria passada na situação dela... Eu com certeza não tenho sangue de barata e mesmo que não explodisse à vista da professora e pais, ia ficar muito irritada depois.

Se calhar o melhor é ela mudar de escola. Por os pontos nos i's logo de início e pronto.

cristina you -
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Desde 04 Dez 2015

olha sabes o que eu aprendi vindo de uma mãe e psicóloga? mais importante do que os resultados escolares é a felicidade dos filhos. hoje em dia é tudo á pressa e passa-se por cima do bem estar das crianças só para se ficar bem visto perante os outros do género" o meu filho entrou para o quadro de honra, blá, blá blá ... " e quando se vai a ver a pobre criança não passa de uma infeliz.

KellyPT -
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Desde 05 Abr 2011

AnitaBraga escreveu:
Muito obrigada a todas pelo apoio, ja aliviei um pouco a tensão. Estava e estou muito revoltada hoje, a minha filha faz anos hoje... É o seu dia especial e eu nao consigo nao estar triste muito menos revoltada!!
O meu discurso revela sim agressividade, pois estou bastante revoltada e magoada. Mas não é de todo isso que se passa na reuniões de pais, jamais fui agressiva nas reuniões ou pouco assertiva, aliás muitos pais vem falar comigo no fim da reunião a contar-me casos de crianças que foram medicadas e que hoje sao "crianças normais", logo, nao devo parecer uma pessoa perigosa!
A minha filha é uma criança altamente social, fala e conhece quase todas as crianças da escola, mas tem o seu grupo coeso de amiguinhas que ate partilham um colar de "best friend" e adoram-se. Quando vou buscar a minha filha à escola é comum as amiguinhas virem dar-lhe um abraço e dizer ate amanha...
Sei e sinto que os outros pais me olham de lado, especialmente por eu afirmar que nao me importo minimamente que ela fique retida, como agora se diz, ou seja, que reprove! Olham para mim como se fosse dissimulada, do género esta mãe vai deixar a menina chumbar quando pode dar medicação e resolver o problema??
Ficam a olhar para mim de lado, quando digo e assumo que nao concordo com os trabalhos de casa, que a minha filha tem direito a brincar e a ser criança. Novamente olham para mim e pensam "Pois a menina tem dificuldades porque a mãe tb nao quer ter trabalho em casa".
E ainda me olham mais de lado quando sugiro que a escola trabalhe os conteudos apartir de áreas de interesse das crianças e então no dia em que sugeri que fazia bem às crianças uma pausa a meio do ritmo das aulas para descomprimir e quem nao seria boa ideia a meditação... Grrrr olharam para mim como um caso perdido mesmo
Não sei que vos diga, posso ter culpa sim, certamente tenho a culpa toda, mas faço apenas o que o meu coração de mae me diz que é certo e a minha filha nao tem culpa!

Certamente que não tens a culpa toda. Neste tipo de coisas, a culpa nunca está só de um lado. Já pensaste em mudá-la de escola? É que, se calhar, o problema é que não te identificas com o modelo de ensino ministrado e acabas por ser vista como a "ovelha negra". É mais fácil uma pessoa mudar de escola do que ser a escola toda a mudar devido à opinião de uma pessoa. Ficando numa escola com cujo modelo de ensino te identifiques, isso acabava tudo. Boa sorte, mais uma vez

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Ola Kelly, a menos que eu pudesse muda-la para um sistema de ensino privado, de nada me adiantaria muda-la de escola Triste O sistema nacional de ensino portugues é assim. Ha programas para cumprir à velocidade da luz, e quem acompanha optimo, quem nao acompanha passa a ser um impecilho que até prejudica a turma e a professora porque faz perder mais tempo do que o normal e os conteudos depois ficam por dar.
Tpc ha em todas as escolas com a agravante de que a minha filha como se distrai muito e é mais lenta, alem dos tpc ainda traz os exercicios que nao teve tempo de terminar na aula Triste
Alem de que, a minha filha entrou para esta escola no 2º ano, está agora no 3º ano, está bem integrada, têm amigos, gosta da escola, e muda-la mais uma vez de escola tambem nao me parece boa solução. Poderia ajudar na aprendizagem mas traria consequencias em termos de estabilidade emocional...
É complicado...
Muito obrigada pelas suas palavras.

Desde 13 Set 2012

Olá!

Olhe, a estupidez humana vem sempre dos adultos e, como é óbvio, as crianças não tem nada a ver com o facto de não estarem presentes nas festinhas da sua filha.

A sugestão de confrontar é excelente. aproveite uma reunião e comece por dizer que sabe bem que ninguém tem obrigação de de ir a festas de aniversário e até mesmo de nem dar explicações, mas que seria de bom tom fazê-lo. Pergunte o porquê mas faça-o de uma forma ligeira, tentando apenas perceber e não dando a ideia de que está com vontade de os matar.

Não conheço a sua filha, mas conheço muitos casos de défice de atenção ou de DEL ou de défice de atenção associado ao desenvolvimento motor. Muitas destas crianças não precisam de medicação mas sim de tempo e estímulo para ganharem competências e desenvolverem de acordo com o seu rítmo muito próprio. Conheço quem medique e quem opte por não o fazer e também tenho uma amiga mais próxima que medica durante a semana pois a filha dela fica realmente muito instável e muito irrequieta sem a medicação. Faz apenas no tempo escolar. Há casos em qeu, após alguns anos, as diferenças deixem de se fazer sentir.

O problema, o grande problema é que o sistema de ensino e a sociedade em que vivemos é cheia de timings e de padrões e de tudo o que é ou não espectável. Diz-se que aos 8 anos tem que concluir o 3º ano e é um drama se isso não acontecer. Para mim um drama bem real é se um dos meus filhos fosse completamente infeliz, isso sim, seria um drama.

Mais do que comprometer o ano letivo, a mim preocuparia-me mais as consequências que decorrem desses incidentes como as festas de aniversário.

Vá dando notícias se houver desenvolvimentos!

Beijinhos e tudo de bom

o sistema social

SMSantos

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Antes de mais, parabéns à sua filha e à mãe pelo dia especial!
Quanto à festa de aniversário, compreendo perfeitamente o seu desgosto, quero acreditar que não sejam os outros pais a "boicotar" a festa (porque o fariam, para mais sendo a festa num espaço de diversão?), mas realmente não encontro causas para isso acontecer. A sua filha não pergunta às amigas a razão de não virem? (não estou a dizer para fazer isso, mas com essas idades normalmente já conversam sobre o assunto, os pais não são tão determinantes como na pré-escola)
Em relação às dificuldades de aprendizagem, está confirmado que se trata de um défice de atenção? Houve uma avaliação por parte de psicólogos e/ou pedopsiquiatras? Pergunto isto porque, se existe de facto um défice de atenção confirmado, é preciso fazer alguma coisa e, desculpe-me a sinceridade, mas não percebi se a criança está a ser acompanhada em consultas, se tem terapias, etc. Claro que a medicação não é a única alternativa, existem estratégias que podem ser seguidas (com orientação especializada) para melhorar a capacidade de atenção e,consequentemente, a aprendizagem. Por outro lado, também é injusto assumir que a medicação é a alternativa mais fácil, quando existe uma base neurofisiológica confirmada, medicar para o défice de atenção pode ser tão importante como medicar, por exemplo, para uma depressão endógena.
Também seria importante avaliar como está a auto-estima da sua filha. Será que ela acredita que é capaz de aprender ou já interiorizou que a falha é dela? Esse é outro aspeto muito importante nas dificuldades de aprendizagem. Eu entendo que não se importe que a sua filha fique retida no 3º ano, mas será que a sua filha vê essa possibilidade com a mesma naturalidade? Ao não intervir, pode estar a criar um efeito "bola de neve"...
Finalmente, em relação ao sistema de ensino, com exceção de algumas (muito poucas) escolas privadas, a pressão colocada sobre a sua filha no ensino privado iria aumentar, não diminuir. É possível intervir no interior do sistema, como aliás parece-me que já faz - e louvo-a por isso.

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Sónia Maria Santos obrigada Sorriso É assim que penso.
Se a minha filha é inteligente, é sociavel, é bem disposta, é feliz, não tem dificuldades em mais nenhum campo da vida, custa-me medica-la so porque o sistema de ensino a obriga a andar ao mesmo ritmo dos outros Triste

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Guialmi obrigada pela sua resposta. a minha filha, por sugestão da professora no ano passado andou em consultas de psicologia a fim de se ter um resultado mais "fiavel" daquilo que a professora desconfiava.
Foi a 6 consultas penso eu e no fim la chegou um relatório médico a dizer que ela tem défict de atenção elevadíssimo e com a recomendação de ser encaminhada para neuropediatria para iniciar medicação.
Pois bem, tentei marcar consulta no hospital publico para neuropediatria, mas tive primeiro de conseguir vaga na médica de família e depois esperar que ela encaminhasse a minha filha para as consultas no hospital e depois esperar ter vaga no hospital. Quando fomos à consulta estavam a terminar as aulas e a médica decidiu deixar passar o verão, que entretanto eles às vezes dão o salto, etc etc. Que se continuassem os problemas para voltar la e fazer exames à menina.
Estou nessa fase, ainda nao voltamos lá e por um motivo simples, a própria professora me disse que a Leonor começou bem melhor este ano lectivo e que talvez com umas explicações a matemática ela consiga.

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

Eu entendo a situação que expõe e gostaria de partilhar um pouco da minha experiência pessoal e daquilo que eu fui aprendendo a fazer. Eu sempre tive opiniões diferentes da opinião da maioria das pessoas, desde criança. Isso sempre me criou dissabores, as pessoas não gostam muito de quem questiona a ordem que elas veem como natural. A maioria não está recetiva. E eu cheguei a ter grandes conflitos com muita gente por ter opiniões diferentes. Em retrospetiva, eu acho que não era assertiva, acho AGORA que não era assertiva, mas na altura achava que era. Ao longo do tempo fui tentando criar estratégias para eliminar os conflitos que tinha e o facto de não me sentir, normalmente, socialmente integrada. E agora as coisas são muito diferentes. Eu não entro em debates com grandes grupos de pessoas que não estão num local para debater aquele assunto. Por exemplo, houve recentemente uma reunião de pais na pré do meu filho e falou-se de uma visita de estudo que eles vão fazer Eu questionei relativamente ao sistema de retenção que o autocarro levaria e recebi a resposta de que não levará nenhum tipo de sistema de retenção. Alertei, calmamente, que era ilegal uma camioneta de transporte de crianças não levar qualquer tipo de sistema de retenção, e vi a cara dos pais. A maioria fez uma cara de condescendência e uma mãe disse "oh mãe não se preocupe, o que tem de acontecer acontece, não podemos controlar tudo!". Eu discordo profundamente disto, eu acho que há MUITAS coisas que podemos fazer para evitar certas situações e filho meu não é transportado sem sistema de retenção. Mas acha que ia entrar em debate com um grupo de pais que não estavam minimamente interessados no assunto? Não, o que fiz foi sorrir e deixar a conversa continuar e fluir e no final fui ter com a educadora, perguntei se eu podia levar o meu filho no meu carro e depois ir buscá-lo, e ela permitiu, e disse-lhe que gostava de lhes oferecer uma lista com o nome de empresas de transporte coletivo de crianças que trazem sistemas de retenção adequados. Ela aceitou, mas eu sei que ela também não viu necessidade e que não valorizou a minha preocupação. Mas não criei qualquer conflito, tentei ser solícita, disse tudo muito calma, mesmo estando a ferver por dentro, e quando vi que a conversa não ia ter qualquer resultado com os pais, não a continuei. Acontece o mesmo em relação a milhares de assuntos. Eles acham que o meu filho tem uma mãe diferente por coisas tipo eu não querer que ele coma gomas e rebuçados que os pais dos outros meninos mandam para oferecer nos aniversários. Eu acho que a minha postura é a normal e correta, mas não entro sequer nesse debate com os pais. Já para não falar que na pré do meu filho eu diria que 90% dos pais educa através da palmada e eu sou totalmente contra a palmada, mas mais uma vez não é assunto que aborde com os pais. Porque quem quer mudar, interessa-se, pergunta sobre o assunto, em privado. E quando se está em grupo se nós criticarmos ou mostrarmos uma postura diferente em relação à postura da maioria, as pessoas vão só ficar na defensiva porque na maioria dos casos não vão a essas reuniões com a pré-disposição de mudar de opinião em relação àquilo que veem como certo. Então a minha questão é, porque é que esses assuntos que dizem respeito única e exclusivamente a si e à sua filha, são discutidos no meio da reunião de pais e não apenas entre a mãe e a professora? Isso para mim é o que não faz sentido. Os outros pais não têm nada que ficar a par da situação particular da sua filha, das suas decisões como mãe, das suas crenças, etc.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

BagaLaranja -
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Desde 02 Abr 2014

Quando a minha filha fez 1 ano convidei várias mamãs com quem tinha contacto frequentemente e tinham filhos da mesma idade. A maioria não se deu ao trabalho de responder. Com os meus amigos acontece por vezes o mesmo, ou não respondem ou não vêm e não avisam. Hoje em dia parece que é normal não responder. Eu também fico furiosa, as pessoas recebem um convite e nem se dão ao trabalho de responder. Hoje em dia há muita gente muito mal educada...
Também tenho a experiência de que ter opiniões diferentes e lutar por elas acaba por causar problemas com a maioria e causar isolamento. Não deixo de lutar pelo que acredito, mas concordo muito com o que a mamã Videl86 diz. No infantário houve uma mãe que pediu para o infantário deixar de dar doces. Os outros pais não estão nada satisfeitos com ela, eu estou. Posso comentar que me parece uma boa decisão, mas não entro em discussões.
Concordo com a maioria dos comentários acima, acho que dão boas ideias.
Desejo também um feliz aniversário. Sei que é um dia importante e se corre mal deixa uma mãe muito triste... (O meu sogro faz anos no mesmo dia da minha miúda e acha que só ele tem direito a festa - há pessoas parvas em todo o lado)

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

AnitaBraga escreveu:
Guialmi obrigada pela sua resposta. a minha filha, por sugestão da professora no ano passado andou em consultas de psicologia a fim de se ter um resultado mais "fiavel" daquilo que a professora desconfiava.
Foi a 6 consultas penso eu e no fim la chegou um relatório médico a dizer que ela tem défict de atenção elevadíssimo e com a recomendação de ser encaminhada para neuropediatria para iniciar medicação.
Pois bem, tentei marcar consulta no hospital publico para neuropediatria, mas tive primeiro de conseguir vaga na médica de família e depois esperar que ela encaminhasse a minha filha para as consultas no hospital e depois esperar ter vaga no hospital. Quando fomos à consulta estavam a terminar as aulas e a médica decidiu deixar passar o verão, que entretanto eles às vezes dão o salto, etc etc. Que se continuassem os problemas para voltar la e fazer exames à menina.
Estou nessa fase, ainda nao voltamos lá e por um motivo simples, a própria professora me disse que a Leonor começou bem melhor este ano lectivo e que talvez com umas explicações a matemática ela consiga.

Se a professora lhe deu esse feedback positivo, não percebo porque é que lhe disse que a menina corria o risco de reprovar no 3º ano, ainda o ano mal começou para fazer esses prognósticos. Se é porque lhe faltam bases dos anos anteriores, então faz sentido procurar ajuda já.
No seu lugar, e atenção que é apenas o que eu faria, pediria nova consulta de neuropediatria, simplesmente para ter um quadro mais completo da situação. Se o elevado défice de atenção fosse confirmado, então logo discutiria com a neuropediatra as alternativas. É provável que ela sugerisse medicação, mas a decisão seria sempre sua, como é evidente, e de qualquer modo poderia sempre tirar as dúvidas e estar mais informada.
Não sei se no âmbito da consulta de neuropediatria a sua filha poderia beneficiar de apoio psicopedagógico, mas essa seria outra vertente a explorar. Existem estratégias para estimular a concentração, podem-se ensinar métodos de estudo, e talvez seja só disso que a sua filha precisa.

AnitaBraga -
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Desde 18 Set 2017

Videl86 adorei o seu comentário. Está certa e acho mesmo que tem razão.
Em relação à professora estar à vontade para falar na reunião é culpa minha!!! Como a minha filha fez o primeiro ano noutra escola, na reunião do inicio do ano nesta escola a professora pediu-me para me apresentar e eu feita lorpa, ingénua que fui, la me apresentei e eu própria disse que a minha filha tinha alguns problemas na aprendizagem, que ainda não havia nenhum diagnóstico mas que a professora do primeiro ano já desconfia de deficit de atenção. A partir daí como era público o assunto manteve-se público Triste

carlaper -
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Desde 11 Out 2011

Anita, onde costuma fazer as festas de aniversário? O local das festas é para mim um ponto muito importante. Só deixo a minha filha ir se for num local perto, fechado e controlado, tipo estes espaços de festas muito comuns agora em que ficam lá 1 ou 2h e depois vamos buscá-los. Sinceramente não me sentia à vontade nem deixava a minha filha ir a festas em parques abertos ou mesmo em casas de pessoas que não conheço. Já pensou que pode ser por aí, e não por nada contra si?