Consultas de (in)fertilidade: o que esperar? | De Mãe para Mãe

Consultas de (in)fertilidade: o que esperar?

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Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

Olá a todas,

Ao fim de 10 ciclos a tentar, com 35 anos e com o mês de janeiro como limiar dado pela GO para "darmos os passos seguintes se não acontecer naturalmente", venho perguntar-vos o que esperar desses passos. Confesso-vos que tenho evitado pesquisar sobre o assunto infertilidade, porque me deixa triste e desiludida, mas gostava de saber o que esperar em termos de exames e decisões a tomar em diferentes fases. Se me puderem ajudar, agradeço-vos muito.
Vamos tentar ainda este ciclo mas não tenho mesmo esperança alguma de conseguir engravidar. Vou agendar amanhã consulta de GO e endocrinologia, bem como os exames de endocrinologia que me foram prescritos para fazer em Fevereiro (tenho hipotiroidismo, estou medicada com eutirox 50 mg). Sei que estas consultas vão ser o início de um processo de diagnóstico, mas não sei exatamente que exames são feitos. E não sei bem o que me espera nos métodos de reprodução medicamente assistida... Alguém por aí com um tempinho para partilhar a sua experiência?
Muito obrigada, desde já.

PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Olá, Anotski85!
.
Aguardam-te análises em fases específicas do ciclo, possivelmente análises aos cariótipos do casal (acho fundamental fazer-se esse estudo), histerossalpingografia, ecografia e espermograma ao companheiro. Mediante os resultados, podem ser propostas várias hipóteses: indução de ovulação, IIU, FIV/ICSI, DGPI (no caso de haver anomalia genética diagnosticada a um dos elementos do casal), doação de gâmetas.
.
Tenho também hipotiroidismo e convém fazer análises a cada 6 meses. É importante que a TSH esteja estabilizada e abaixo de 2,5.
.
O processo é muito desgastante mas se tiveres curiosidade, verás que por aqui praticamente todas, mais cedo ou mais tarde, conseguem ter as suas crias (não foi o meu caso).
.
Desejo que as coisas corram tão rápido e bem, ao ponto de nem ficares a perceber como isto funciona.

Sobre PatL

Início-11/11 inexpl. 6 IO 2013/14 cancel
IIU-05/15 cancel; 08/15 cancel
FIV-02/16(SHO) 12 embr; 04/18(SHO) 4 embr
PGT-A-09/19(SHO) 3 eupl
TEC-05/16(-); 09/16(+) grav BQ; 01/17(-); 05/17(+) AE; 10/17(+) AE; 06/18(-); 11/18(+) grav BQ; 02/20(-); 07/20(-) Basta!
http://seiquechegaras.blogspot.com

Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

PatL escreveu:
Olá, Anotski85!
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Aguardam-te análises em fases específicas do ciclo, possivelmente análises aos cariótipos do casal (acho fundamental fazer-se esse estudo), histerossalpingografia, ecografia e espermograma ao companheiro. Mediante os resultados, podem ser propostas várias hipóteses: indução de ovulação, IIU, FIV/ICSI, DGPI (no caso de haver anomalia genética diagnosticada a um dos elementos do casal), doação de gâmetas.
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Tenho também hipotiroidismo e convém fazer análises a cada 6 meses. É importante que a TSH esteja estabilizada e abaixo de 2,5.
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O processo é muito desgastante mas se tiveres curiosidade, verás que por aqui praticamente todas, mais cedo ou mais tarde, conseguem ter as suas crias (não foi o meu caso).
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Desejo que as coisas corram tão rápido e bem, ao ponto de nem ficares a perceber como isto funciona.

Olá PatL,
.
Obrigada. Eu já li um pouco sobre o teu percurso. Lamento que tenha sido tão difícil e não tenham conseguido. Espero, de coração, que já tenhas encontrado o teu equilíbrio após essa caminhada.
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Há coisas que não sei muito bem como se processam e o que significam, dentre as que apontaste. Vou ter de pesquisar. Mas nós temos o limite ético de não ir pela doação de gâmetas. Se chegarmos a esse ponto, a nossa jornada estará no seu fim e continuaremos a ser uma família de duas pessoas (estamos a ponderar a adopção, mas isto independentemente de termos filhos biológicos ou não; mas ainda estamos em diálogo sobre essa possibilidade, a maturar o nosso consenso sobre todas as questões que se colocam na adopção).
.
Quanto ao hipotiroidismo, obrigada pela chamada de atenção às análises semestrais. Eu de facto estava mal acompanhada nesta matéria e finalmente consegui encontrar uma dupla de médicas que me estão a ajudar bastante. Já aumentamos a dose eutirox precisamente para descer a TSH de modo a ficar abaixo de 2.5. Em 2019 descobri o hipo ainda grávida, tive AE e nunca nada me fora prescrito... Enfim...
.
Fica-me uma pergunta, que pode parecer tonta, mas... No meu caso, que não estou a ser acompanhada numa clínica de fertilidade, as análises ao meu marido podem ser prescritas pela minha GO? Ou ele tem de ir a uma consulta específica?
E, uma outra ainda, quem nos encaminha para consultas desta especialidade no público? Médicos de família? É que não tenho MF onde vivo agora (mudamos de cidade há cerca de um ano) e não sei como proceder a esse nível...
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Muito obrigada mais uma vez ☺️

PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Não te sei esclarecer, porque fui acompanhada no público. Em relação ao encaminhamento para uma unidade de PMA pública, há alguns hospitais em que podes fazer a inscrição por e-mail, noutros casos tem de ser um médico a fazê-lo (não sei se carta de um ginecologista é suficiente). Se tiveres decidido qual a unidade onde queres ser acompanhada, há aqui várias meninas que sabem contactos telefónicos e de e-mail. Só tenho conhecimento do HSJ.
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A propósito do hipotiroidismo, não deves fazer suplementação com complexos vitamínicos que contenham iodo. O Natalben é um exemplo.
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Este é um mundinho ingrato mas rapidamente nos habituamos à terminologia. Há muitas siglas e coisas a ter em conta. O que realço de positivo é o facto de teres já engravidado. Desculpa a questão que te vou colocar mas é para perceber um pouco o enquadramento. Não foi necessário fazer curetagem ou aspiração que permitisse recuperar tecidos para análise? Se não quiseres responder, compreendo.
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Naquilo que puder ajudar, estou disponível!

Sobre PatL

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Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

Não tem mal perguntar! Não foi necessário fazer nada, estava perto das sete semanas mas a imagem nem era compativel com esse tempo de gestação. Comecei com perdas muito rarefeitas e ao fim do segundo dia começou a hemorragia mesmo. Só fiz duas ecos depois para ver se tinha ficado tudo limpo, com intervalo de uma semana, penso eu.
Na altura os médicos desvalorizaram tudo. A gravidez aconteceu no primeiro ciclo de tentativas e quer na urgência de GO do hospital público, quer no GO particular, quer na consulta de endocrinologia (já após AE), toda a gente desvalorizou e tratou o caso como normal e não indicativo de nada, "pelo contrário, engravidar à primeira tentativa é excelente" 🤷‍♀️. Inclusive o hipotiroidismo, de tal modo que nunca fui medicada até ter mudado de médicos GO e endocrinologista...
.
Vou ver onde posso ser seguida aqui em Lisboa. Vou aconselhar-me também com a minha GO na próxima consulta.
.
Confesso que estou um bocadinho assustada. Estava com esperança de não chegar a este processo e a evitar debruçar-me sobre ele, mas agora que estou à porta de entrada isto é ainda mais assustador e sinto que ter andado de cabeça enfiada na areia não foi propriamente a melhor opção. Talvez agora estivesse mais informada e emocionalmente mais preparada para o que pode vir aí.
.
Obrigada, PatL, pelas luzes e a atenção. Vou partilhando por aqui o que vier no caminho. Um abraço, e bom ano para ti! ☺️

AliceSantos -
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Desde 09 Dez 2020

Olá, a GO pode passar as análises ao teu marido. Eu também tenho hipo, sou seguida há uns 10 anos. A indicação que tenho é que mal engravide, faça análises (já prescritas) e vá à consulta. Estou a tomar eutiroxx 112 à semana, 125 ao fim de semana para ter o "terrreno" preparado. Boa sorte!

Anotski85 escreveu:

PatL escreveu:Olá, Anotski85!
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Aguardam-te análises em fases específicas do ciclo, possivelmente análises aos cariótipos do casal (acho fundamental fazer-se esse estudo), histerossalpingografia, ecografia e espermograma ao companheiro. Mediante os resultados, podem ser propostas várias hipóteses: indução de ovulação, IIU, FIV/ICSI, DGPI (no caso de haver anomalia genética diagnosticada a um dos elementos do casal), doação de gâmetas.
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Tenho também hipotiroidismo e convém fazer análises a cada 6 meses. É importante que a TSH esteja estabilizada e abaixo de 2,5.
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O processo é muito desgastante mas se tiveres curiosidade, verás que por aqui praticamente todas, mais cedo ou mais tarde, conseguem ter as suas crias (não foi o meu caso).
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Desejo que as coisas corram tão rápido e bem, ao ponto de nem ficares a perceber como isto funciona.

Olá PatL,
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Obrigada. Eu já li um pouco sobre o teu percurso. Lamento que tenha sido tão difícil e não tenham conseguido. Espero, de coração, que já tenhas encontrado o teu equilíbrio após essa caminhada.
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Há coisas que não sei muito bem como se processam e o que significam, dentre as que apontaste. Vou ter de pesquisar. Mas nós temos o limite ético de não ir pela doação de gâmetas. Se chegarmos a esse ponto, a nossa jornada estará no seu fim e continuaremos a ser uma família de duas pessoas (estamos a ponderar a adopção, mas isto independentemente de termos filhos biológicos ou não; mas ainda estamos em diálogo sobre essa possibilidade, a maturar o nosso consenso sobre todas as questões que se colocam na adopção).
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Quanto ao hipotiroidismo, obrigada pela chamada de atenção às análises semestrais. Eu de facto estava mal acompanhada nesta matéria e finalmente consegui encontrar uma dupla de médicas que me estão a ajudar bastante. Já aumentamos a dose eutirox precisamente para descer a TSH de modo a ficar abaixo de 2.5. Em 2019 descobri o hipo ainda grávida, tive AE e nunca nada me fora prescrito... Enfim...
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Fica-me uma pergunta, que pode parecer tonta, mas... No meu caso, que não estou a ser acompanhada numa clínica de fertilidade, as análises ao meu marido podem ser prescritas pela minha GO? Ou ele tem de ir a uma consulta específica?
E, uma outra ainda, quem nos encaminha para consultas desta especialidade no público? Médicos de família? É que não tenho MF onde vivo agora (mudamos de cidade há cerca de um ano) e não sei como proceder a esse nível...
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Muito obrigada mais uma vez ☺️

Início treinos 2019 (38 A)
Grav Esp: 05/19 AE 7S e 08/20 AE 9S
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PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Anotski85 escreveu:
Não tem mal perguntar! Não foi necessário fazer nada, estava perto das sete semanas mas a imagem nem era compativel com esse tempo de gestação. Comecei com perdas muito rarefeitas e ao fim do segundo dia começou a hemorragia mesmo. Só fiz duas ecos depois para ver se tinha ficado tudo limpo, com intervalo de uma semana, penso eu.
Na altura os médicos desvalorizaram tudo. A gravidez aconteceu no primeiro ciclo de tentativas e quer na urgência de GO do hospital público, quer no GO particular, quer na consulta de endocrinologia (já após AE), toda a gente desvalorizou e tratou o caso como normal e não indicativo de nada, "pelo contrário, engravidar à primeira tentativa é excelente" 🤷‍♀️. Inclusive o hipotiroidismo, de tal modo que nunca fui medicada até ter mudado de médicos GO e endocrinologista...
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Vou ver onde posso ser seguida aqui em Lisboa. Vou aconselhar-me também com a minha GO na próxima consulta.
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Confesso que estou um bocadinho assustada. Estava com esperança de não chegar a este processo e a evitar debruçar-me sobre ele, mas agora que estou à porta de entrada isto é ainda mais assustador e sinto que ter andado de cabeça enfiada na areia não foi propriamente a melhor opção. Talvez agora estivesse mais informada e emocionalmente mais preparada para o que pode vir aí.
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Obrigada, PatL, pelas luzes e a atenção. Vou partilhando por aqui o que vier no caminho. Um abraço, e bom ano para ti! ☺️

Pelo que percebi aqui no fórum, há dois ou três hospitais aí em que podes ser tu a solicitar consulta. Aqui no norte geralmente pedem intervenção dos médicos de família. Na Covilhã, embora seja longe para ti, os tempos de espera são mais reduzidos. Há participantes do fórum que são de Lisboa e foram lá devido à maior celeridade, se bem que atualmente é um pouco subjetivo falar-se de rapidez. Aparentemente num hospital de Lisboa (não me recordo qual) a pandemia não afetou mas tradicionalmente os tempos de espera são extensos.
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Falei da curetagem e da aspiração, porque num dos abortos foi necessário realizar aspiração e os tecidos foram analisados. No meu caso o cariótipo da minha menina era normal.
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Por mais que estejamos informadas, a emoção toma conta de nós quando estamos a ver as coisas a acontecerem. Eu imaginava cada tratamento como se fosse uma check list de etapas a concretizar até ser atingido o sucesso, quase como se fosse uma chave dicotómica, para estar consciente dos vários cenários possíveis. A verdade é que iam surgindo sempre surpresas.
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Como soube desde muito nova que iria passar por isto, não levei com um balde de água fria por não engravidar pela via natural. De certa forma estava um pouquinho preparada para algo que imaginava que ia dar luta.
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A dada altura fez-me bem começar a libertar o que sentia, caso contrário, não iria aguentar 9 anos de desilusões sucessivas e se calhar teria desistido muito antes.
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Bom ano e sem qualquer tipo de provocação, bem vinda a este espaço! Este lado do fórum é muito especial.

Sobre PatL

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Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

Obrigada, Alice ☺️ Já é um descanso (logístico) saber que alguns exames que ele terá de fazer podem ser prescritos pela minha médica.
.
Como é que vocês geriram este tema em termos familiares? "Deixaram entrar" os vossos pais, ou amigos mais próximos, contando-lhes? Eu tenho receio de não saber gerir as emoções sozinha. Já me está a ser difícil ao fim destes 10 meses encontrar respostas evasivas a dar aos pais e sogros, que andam ansiosos por ter netos, e esconder a desilusão que o processo me está a causar... Mas tenho uma certa ambiguidade neste assunto: gostava de ter o apoio deles, mas por outro lado tenho receio que não saibam respeitar o espaço que precisamos para respirar. Tenho por experiência que algumas pessoas não têm sensibilidade alguma para este assunto. Percebi-o quando tive o AE e agora novamente quando decidi falar sobre o assunto com uma amiga minha. Falam como se fosse só carregar no botão e os bebés aparecem, e têm uma certa falta de disposição mental para compreender a complexidade da coisa. Não sei muito bem o que dizer ou fazer a este respeito.

PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Anotski85 escreveu:
Obrigada, Alice ☺️ Já é um descanso (logístico) saber que alguns exames que ele terá de fazer podem ser prescritos pela minha médica.
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Como é que vocês geriram este tema em termos familiares? "Deixaram entrar" os vossos pais, ou amigos mais próximos, contando-lhes? Eu tenho receio de não saber gerir as emoções sozinha. Já me está a ser difícil ao fim destes 10 meses encontrar respostas evasivas a dar aos pais e sogros, que andam ansiosos por ter netos, e esconder a desilusão que o processo me está a causar... Mas tenho uma certa ambiguidade neste assunto: gostava de ter o apoio deles, mas por outro lado tenho receio que não saibam respeitar o espaço que precisamos para respirar. Tenho por experiência que algumas pessoas não têm sensibilidade alguma para este assunto. Percebi-o quando tive o AE e agora novamente quando decidi falar sobre o assunto com uma amiga minha. Falam como se fosse só carregar no botão e os bebés aparecem, e têm uma certa falta de disposição mental para compreender a complexidade da coisa. Não sei muito bem o que dizer ou fazer a este respeito.

Do ponto de vista familiar, apesar da minha mãe me ter acompanhado na adolescência nas consultas e saber que eu iria precisar de acompanhamento médico para engravidar, só lhe contei dois ou três anos depois de ter iniciado consultas. Quis poupá-la a sofrimento. Quando ela percebeu o que implicavam os tratamentos, chegou a dizer se não deveria parar, porque poderia estar a comprometer a minha saúde e que, apesar de gostar de ser avó, preferia abdicar disso do que perder uma filha que já existia. Comentou uma ou outra vez que é algo muito artificial e que para ser algo tão forçado, possivelmente as crianças nascidas fruto destas técnicas poderiam não ser saudáveis (não pensou em que tudo o que passou comigo, desde que nasci). Do lado do meu marido também souberam, ainda mais tarde, mas não perceberam muito bem no que consiste. A minha sogra, no entanto, também teve dificuldade durante alguns anos, passou por vários abortos e disse que precisou de levar choques elétricos várias vezes até conseguir. No caso dela, tenho quase a certeza que os choques eram para tratar uma patologia psiquiátrica que ela tem e pensava que essa terapia era para engravidar.
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Acho que o nosso espaço foi respeitado e não me arrependo de ter contado. Iria ser difícil esconder durante tanto tempo o motivo para as diferentes transformações que o meu corpo sofreu, arranjar diversas desculpas para não poder ir a determinados eventos, porque tinha de estar em repouso, ou não realizar algumas coisas por estar condicionada em relação ao carregamento de pesos ou cheia de dores.
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Sobre a sensibilidade para o tema, vais ouvir algumas coisas, quer tenham conhecimento ou não do que está a acontecer. Algumas poderão magoar-te por não saberem o que se está a passar, casos contes. Existirão também situações em que poderás achar que há falta de empatia convosco, mesmo que tenham conhecimento. Diria que, na maior parte das situações, é fruto da falta de informação e do não saber colocar-se no lugar dos outros. Pode haver também alturas em que tu mesma estarás mais sensível e, algo que te dizem um dia, noutra altura passar-te-á ao lado.
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Acho que as tuas questões são legítimas e normais, todas já nos questionámos sobre isso.
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Os AE são estranhamente banalizados e desvalorizados.
A minha mãe sofreu, penso que principalmente por saber que eu estava arrasada, mas para eu não ficar pior ela falava sobre o assunto com subtileza para tentar entender como eu estava. Só há uns dois meses é que ela falou abertamente comigo sobre o meu percurso, porque sabe que tudo terminou. Ela percebeu que a minha situação era realmente complexa.

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PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Em relação aos amigos, também souberam. Nasceram dezenas de crianças depois de eu ter começado a tentar. Dentro do meu círculo de amigos fui das primeiras a aventurar-me. Em várias ocasiões era a última a saber da existência de uma gravidez, porque queriam poupar-me o sofrimento e contavam-me constrangidas. Começou a custar os encontros de amigos, porque a quantidade de crianças era cada vez maior. Só se falava de bebés e crianças, não havia grandes oportunidades para desabafar ou era sempre a correr, pois estavam atarefadas com os assuntos de maternidade. Perguntavam-me como estava, prevendo que não estivesse bem por mais uma vez algo ter corrido mal. Não houve muitos comentários que me incomodassem. Claro que veio a questão da adoção, "se não aconteceu é porque tinha de ser assim", "um dia vais perceber a razão para não ter resultado".
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Por ter consciência de que o aparecimento de uma gravidez pode não ser espontâneo, nunca fiz piadas ou comentários a casais por não saber se estaria a entrar num assunto que lhes era delicado. As únicas intervenções que fiz foram motivadas por pedidos de ajuda que me eram feitos, por saberem que eu tinha um pouco de conhecimento sobre a área.
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Só tu podes avaliar se faz sentido contar. Independentemente da opção que tomares, não vais conseguir evitar sentir algum tipo de mágoa. Até mesmo dentro de quatro paredes com o teu marido. Haverá alturas em que alguma coisa que ele te vai dizer ou (não) fazer te vai irritar profundamente Sorriso

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Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

Bem, para já vamos aguardar a consulta e até lá continuar o plano básico: análises e ajuste de eutirox em Fevereiro e toma de inocare até lá. Mas só isto. Preciso de descansar deste assunto até à consulta e logo vejo com exactidão quais os passos que a GO vai aconselhar. Até lá, preparamo-nos para o que vier, recalibramos as energias, para avançar de baterias recarregadas e com alguma serenidade de espírito para ir gerindo tudo do ponto de vista emocional.
Vamos ver no que respeita à família. Não quero tomar nenhuma decisão agora, acho que o melhor é ir gerindo com flexibilidade. Para já estamos bem com a nossa reserva, se deixarmos de estar revemos a nossa tomada de posição nessa altura.
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Obrigada PatL, pela partilha. Esta situação traz mesmo muitas dúvidas e interrogações. E um sentimento irracional de culpa que não sei de onde vem. Sinto isto desde que tive o AE. Nunca mais deixei de me sentir mal, como se de algum modo eu fosse responsável pelo que aconteceu... e agora outra vez, pelo facto de não conseguir engravidar. É claro que racionalizando a situação, o sentimento diminui, mas há sempre um trigger qualquer que o faz retornar. Não sei porquê. Nem como me livrar dele de vez. Só espero ser capaz de cuidar de que não aumente doravante. Porque é um sentimento corrosivo da nossa segurança emocional e psicológica.

PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Temos tendência a atribuir uma causa ou culpa nalguma coisa ou alguém nos mais variados contextos. Pu-la sempre em mim neste assunto e por maior que tenha sido o esforço realizado para que nada falhasse para abandonar essa sensação, nunca deixei de achar que a grande problemática estava numa série de coisas associadas a mim. Às vezes penso que eu mesma sou uma excelente barreira contracetiva. Refleti anos a fio e atualmente estou serena mas tive muita raiva de mim mesma.

Sobre PatL

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Mag_M -
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Desde 13 Jul 2018

Olá Anostki! Como estás?
A PatL já te respondeu a todas as questões técnicas e muito bem. infelizmente vamos aprendendo e decorando coisas que não devíamos saber, mas como a PatL te disse, a maior parte das mulheres aqui acaba por conseguir engravidar e ser mãe. (eu tenho muita esperança que ela ainda consiga, sou das que torcem por isso!).
Eu desejo que o teu percurso seja curto e fácil. Para te dar o meu exemplo, comecei pelos 30 a perceber algo de errado, mas durante muito tempo tracei barreiras do "tem de ser assim, só vou até ali", recusando tudo o que não fosse natural, ou invasivo, etc.
A verdade é que as coisas mudaram com o tempo, pois o sonho acabou por ser o mais importante (continuamos à espera do processo de adopção, faz cinco anos e meio).
Ao longo do processo fui percebendo com quem devia ou não partilhar informação; acho importante teres o teu "núcleo duro", que dá suporte emocional. O colo de uma amiga que tudo escuta e abraça (tenho a sorte de a ter!).
Por fim, para terminar, também passei por um aborto e pela culpa; na altura não estava bem e achei que tinha sido por isso... a culpa é destruidora, arrasa tudo e não nos serve minimamente.
Se precisares de algo, pede!
boa sorte!

S.Pat -
Offline
Desde 18 Jul 2020

Boa Tarde Anotski,

Espero que o teu percurso seja curto o suficiente para não dar tempo para entenderes o que significa certas expressões ou palavras. Quando iniciei os treinos, algo em mim (talvez o nosso sexto sentido) dizia que ia ter de lutar para conseguir engravidar...mas iniciei, foram passando meses e nada acontecia. Entretanto começa com um quisto no ovário esquerdo, o não ser imune à rebeula e ter de tomar a vacina (tive de adiar 3 meses por causa da toma da vacina), entretanto quando retomo nada acontece. Começo a ler e a pensar que tenho de procurar ajuda... comecei com análises banais para quem está a pensar engravidar... hoje já tenho tantas mas tantas análises e exames Confuso
Um ano e meio depois, tenho uma reserva ovarica baixa, endometriose... tenho 35 anos e o tempo voa e queremos tanto que mexe connosco de uma forma que só consigo ser entendida aqui neste fórum.
Em relação à família, as minha dúvidas são iguais a muitas que aqui existem...tenho tanta vontade de contar à família que ao mesmo tempo tenho tanto receio de não respeitarem o meu espaço, mas mexe e tem mexido muito comigo. Ainda não iniciei a FIV porque a médica quer ver a extensão da endometriose através de ressonância, aguardo o resultado. São tratamentos muito caros e infelizmente o dinheiro não nada à nossa volta.
Temos de arranjar um equilíbrio emocional entre tudo o que temos para gerir, sou da opinião que a compreensão de terceiros não está ali ao virar da esquina (infelizmente), a amizade e o laço familiar existem, mas acho que só quem passa por isto percebe. Desejo a todas o que desejo para mim!! Espero que tenhamos a sorte de ser eternamente felizes dentro das nossas escolhas e que tenhamos capacidade para entender aquilo que a vida nos quer entregar (acho isto o mais difícil). Tenho receios, muitos, choro imenso...medo por aquilo que o futuro nos reserva e eu não consiga aceitar e medo por um ano de 2021 igual aos anos anteriores.
Mas tenho fé, foco e força para mudar as pedras que vou encontrando!!
Vale a pena pedires à tua médica a análise para saberes a tua reserva ovarica, olha a minha baixíssima. Ele tem um bom espermograma, já eu vou descobrindo as coisas aos bocados Confuso
Se fizeres a inscrição no pública, lembra-te sempre que demoram a chamar para consulta e tratamento. Penso que ha clínicas de fertilidade que fazem acompanhamento a quem está a iniciar o plano de engravidar, não sei que análises fazem ou pedem. Mas se fosse hoje eu tinha ido a uma dessas consultas, talvez tivesse descoberto mais cedo a minha reserva ovarica e já estaria noutro ponto que não o de agora.
Boa sorte e o que precisares estamos aqui...🤞🤞❤️❤️

Sobre S.Pat

- a tentar engravidar desde maio 2019
- baixa reserva ovárica (em julho 0,56 e novembro 0,40)
- diagnóstico de endometriose em dezembro/2020
- FSH elevada: 25 em novembro/2020; 21 em janeiro/2021
- cirurgia endometriose - laparoscopia + salpingectomia esquerda 😢 (abril/2021)

AliceSantos -
Offline
Desde 09 Dez 2020

Quanto a revelar a amigos e familiares, posso adiantar que apenas a minha melhor amiga é que sabe que estou a fazer FIV e que já tive 2 AE, ninguém da família sabe da FIV nem do 2º AE. Mas existem pessoas que não sendo tão próximas mas devido à ligação (profissional) que têm comigo sabem. Não são propriamente estranhas mas não sendo uma verdadeira amizade, permite que possa falar com eles e não tenha perguntas/comentários que possa criar constragimentos.

Relativamente a banalizar os AE, quando sofri o 1º (que foi logo na 2a tentativa) o GO efetivamente "desvalorizou" alegando percentagens (os valores das análises estavam bons) e indicou que só ao fim de 3 abortos que se faziam estudos. Ao fim de mais um ano de tentativas sem sucesso, voltei (grávida por sinal sem saber) ao GO que pediu análises à reserva ovárica e um espermograma. Infelizmente a 2a gravidez culmina em AE às 9 semanas e o GO, considerando a minha idade (39) e reserva ovárica (0.2), decide fazer o estudo e reencaminha-me para uma colega especialista em infertilidade com quem eu estou agora. Nota: eu adoro (de coração) o meu GO anterior (já agora a GO atual também) e acredito mesmo que ele "desvalorizou" o 1º AE apenas pelo que a experiência e literartura lhe diz. Mas no meu caso, eu já estava controlada relativamente à tiróide.

Anotski85 escreveu:
Obrigada, Alice ☺️ Já é um descanso (logístico) saber que alguns exames que ele terá de fazer podem ser prescritos pela minha médica.
.
Como é que vocês geriram este tema em termos familiares? "Deixaram entrar" os vossos pais, ou amigos mais próximos, contando-lhes? Eu tenho receio de não saber gerir as emoções sozinha. Já me está a ser difícil ao fim destes 10 meses encontrar respostas evasivas a dar aos pais e sogros, que andam ansiosos por ter netos, e esconder a desilusão que o processo me está a causar... Mas tenho uma certa ambiguidade neste assunto: gostava de ter o apoio deles, mas por outro lado tenho receio que não saibam respeitar o espaço que precisamos para respirar. Tenho por experiência que algumas pessoas não têm sensibilidade alguma para este assunto. Percebi-o quando tive o AE e agora novamente quando decidi falar sobre o assunto com uma amiga minha. Falam como se fosse só carregar no botão e os bebés aparecem, e têm uma certa falta de disposição mental para compreender a complexidade da coisa. Não sei muito bem o que dizer ou fazer a este respeito.

Início treinos 2019 (38 A)
Grav Esp: 05/19 AE 7S e 08/20 AE 9S
FIV:12/20-1 D3(-)
OD:03/21-2 D5 (-)
OD:06/21-TEC 1 D5🙏+507💗

Anotski85 -
Offline
Desde 09 Jun 2020

É tão bom ler-vos. Obrigada, de coração. Obrigada pelo cuidado e carinho das vossas palavras.
.
Eu estou a oscilar entre uma data de sentimentos ambíguos e pensamentos contraditórios. Por um lado, sinto que não devo perder a esperança numa gravidez natural, penso em todas as coisas que vou sabendo e que estou a fazer que podem ser bom indicadores de fertilidade: a tiroide está a ser controlada, estou a tomar o inocare para melhorar a qualidade dos ovócitos, a fase lútea tem uma duração aceitável (12 dias), o endométrio tem a espessura adequada (confirmam as ecos), aparecem os folículos dominantes na fase da ovulação (confirmam as ecos também), os meus ciclos são regulares, não tenho spotting que possa indicar baixa progesterona... e já conseguimos fecundar naturalmente um óvulo anteriormente (Alice, também em Maio de 2019). Por outro penso e sei que já não tenho tempo para arriscar, especialmente se vier a precisar de fazer tratamentos no público. Dentro de alguns meses farei 36 anos e julgo que existe um limite de idade para nos aceitarem no público. Lembrei-me disso há pouco enquanto conversava com o meu marido sobre este assunto, e li num outro post aqui no fórum que a espera na MAC para a 1ª consulta é de um ano. Caramba! Se assim for nunca mais conseguirei... Triste O meu sentido de urgência aumentou imenso depois de ler isto. E a ansiedade também
.
Quanto ao sentimento de culpa, é, sim, muito destruidor, Mag_M. A minha auto-estima ressente-se muito destes sentimentos. Não sinto raiva de mim própria, como a PatL disse já ter sentido, mas este último ciclo teve um desfecho imprevisível para mim do ponto de vista psicológico. Estava relaxada, e com alguma esperança porque sei que namoramos nos dias certos, mas quando a M veio, a mensagem da médica - sobre janeiro como limite - caiu-me como uma ancora pesada na realidade, e senti culpa por tudo - por não ter tentado mais cedo, por ter adiado tanto tempo por causa da vida (académica, profissional), por não ter conseguido suster aquela gravidez, por não ter ido logo estudar as causas do AE, por não ter desconfiado das estatísticas tranquilizadoras, por ter confiado no endocrinologista quando desvalorizou a TSH elevada, sei lá... por tudo o que fiz de errado e o que deixei por fazer mesmo sem saber. Senti-me, pela primeira vez desde que estamos juntos, insegura relativamente ao meu marido, como se a minha feminilidade fosse diminuída por este espectro de infertilidade (desculpem-me, isto é a mais irracional e androcêntrica besteira que podemos sentir, mas é o desabafo do mais visceral medo que me assolou na véspera de natal, na vinda da M)... E senti-me tão sozinha e isolada nestes sentimentos...
Não sinto que possa partilhar estes meus sentimentos com a minha melhor amiga. Entre a correria da vida quotidiana, com o trabalho e os seus bebés, não há grande espaço. E com a minha família acho que há muito desconhecimento, que gera incompreensão. A única pessoa com quem falo e com quem partilho o que sinto é o meu marido, que felizmente me ouve e ampara sempre que estou menos bem (e eu a ele), e me ajuda a ver tudo de forma mais ponderada e racional. Creio que o facto de eles não sentirem estas situações da mesma forma que nós sentimos acaba por funcionar como o contrapeso na balança. Pelo menos tem sido assim aqui em casa.
.
Enfim, não quero chegar a lado nenhum com este desabafo. É só mesmo isso, um desabafo. Provavelmente o mais repetido dos desabafos neste fórum, mas faz-me bem deitar isto cá para fora e perceber que não sou um alien por me sentir desta forma (essa é outra fonte de culpa - não conseguir deixar de sentir tanta coisa racionalmente implausível).
.
Mas bem, amanhã será um dia melhor. Espero que 2021 seja generoso convosco e vos traga a felicidade que tanto procuram. Torço para que assim seja, torço como para mim própria Sorriso
S.Pat, vou, sim, pedir esse exame à minha médica. Obrigada, tal não me teria ocorrido sequer.

Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

É tão bom ler-vos. Obrigada, de coração. Obrigada pelo cuidado e carinho das vossas palavras.
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Eu estou a oscilar entre uma data de sentimentos ambíguos e pensamentos contraditórios. Por um lado, sinto que não devo perder a esperança numa gravidez natural, penso em todas as coisas que vou sabendo e que estou a fazer que podem ser bom indicadores de fertilidade: a tiroide está a ser controlada, estou a tomar o inocare para melhorar a qualidade dos ovócitos, a fase lútea tem uma duração aceitável (12 dias), o endométrio tem a espessura adequada (confirmam as ecos), aparecem os folículos dominantes na fase da ovulação (confirmam as ecos também), os meus ciclos são regulares, não tenho spotting que possa indicar baixa progesterona... e já conseguimos fecundar naturalmente um óvulo anteriormente (Alice, também em Maio de 2019). Por outro penso e sei que já não tenho tempo para arriscar, especialmente se vier a precisar de fazer tratamentos no público. Dentro de alguns meses farei 36 anos e julgo que existe um limite de idade para nos aceitarem no público. Lembrei-me disso há pouco enquanto conversava com o meu marido sobre este assunto, e li num outro post aqui no fórum que a espera na MAC para a 1ª consulta é de um ano. Caramba! Se assim for nunca mais conseguirei... Triste O meu sentido de urgência aumentou imenso depois de ler isto. E a ansiedade também
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Quanto ao sentimento de culpa, é, sim, muito destruidor, Mag_M. A minha auto-estima ressente-se muito destes sentimentos. Não sinto raiva de mim própria, como a PatL disse já ter sentido, mas este último ciclo teve um desfecho imprevisível para mim do ponto de vista psicológico. Estava relaxada, e com alguma esperança porque sei que namoramos nos dias certos, mas quando a M veio, a mensagem da médica - sobre janeiro como limite - caiu-me como uma ancora pesada na realidade, e senti culpa por tudo - por não ter tentado mais cedo, por ter adiado tanto tempo por causa da vida (académica, profissional), por não ter conseguido suster aquela gravidez, por não ter ido logo estudar as causas do AE, por não ter desconfiado das estatísticas tranquilizadoras, por ter confiado no endocrinologista quando desvalorizou a TSH elevada, sei lá... por tudo o que fiz de errado e o que deixei por fazer mesmo sem saber. Senti-me, pela primeira vez desde que estamos juntos, insegura relativamente ao meu marido, como se a minha feminilidade fosse diminuída por este espectro de infertilidade (desculpem-me, isto é a mais irracional e androcêntrica besteira que podemos sentir, mas é o desabafo do mais visceral medo que me assolou na véspera de natal, na vinda da M)... E senti-me tão sozinha e isolada nestes sentimentos...
Não sinto que possa partilhar estes meus sentimentos com a minha melhor amiga. Entre a correria da vida quotidiana, com o trabalho e os seus bebés, não há grande espaço. E com a minha família acho que há muito desconhecimento, que gera incompreensão. A única pessoa com quem falo e com quem partilho o que sinto é o meu marido, que felizmente me ouve e ampara sempre que estou menos bem (e eu a ele), e me ajuda a ver tudo de forma mais ponderada e racional. Creio que o facto de eles não sentirem estas situações da mesma forma que nós sentimos acaba por funcionar como o contrapeso na balança. Pelo menos tem sido assim aqui em casa.
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Enfim, não quero chegar a lado nenhum com este desabafo. É só mesmo isso, um desabafo. Provavelmente o mais repetido dos desabafos neste fórum, mas faz-me bem deitar isto cá para fora e perceber que não sou um alien por me sentir desta forma (essa é outra fonte de culpa - não conseguir deixar de sentir tanta coisa racionalmente implausível).
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Mas bem, amanhã será um dia melhor. Espero que 2021 seja generoso convosco e vos traga a felicidade que tanto procuram. Torço para que assim seja, torço como para mim própria Sorriso
S.Pat, vou, sim, pedir esse exame à minha médica. Obrigada, tal não me teria ocorrido sequer.

PatL -
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Desde 18 Mar 2015

Não o podendo fazer fisicamente e sendo atualmente imprudente, permite-me dar-te um abraço virtual. Pede um ao teu marido e diz que fui que exigi, se preferires Sorriso

Sobre PatL

Início-11/11 inexpl. 6 IO 2013/14 cancel
IIU-05/15 cancel; 08/15 cancel
FIV-02/16(SHO) 12 embr; 04/18(SHO) 4 embr
PGT-A-09/19(SHO) 3 eupl
TEC-05/16(-); 09/16(+) grav BQ; 01/17(-); 05/17(+) AE; 10/17(+) AE; 06/18(-); 11/18(+) grav BQ; 02/20(-); 07/20(-) Basta!
http://seiquechegaras.blogspot.com

S.Pat -
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Desde 18 Jul 2020

Vai correr tudo bem 🤞🤞❤️❤️

Com 35 anos, também optámos por ter a segurança no emprego e tínhamos decidido que se tudo corresse bem, iríamos ficar efetivos na mesma altura e aí avançámos para os treinos. Arrependo-me bastante de ter adiado, sabendo agora o desfecho que temos ao nível das dificuldades para engravidar naturalmente.

Inscrevi-me na MAC em finais de maio deste ano, tive a primeira consulta em inícios de novembro, mas foi por telefone. Quando fazes a inscrição, enviam para ti uma folha que tem uma bateria de exames e análises que tanto tu como o teu marido têm de fazer. Eu estou a aguardar que me chamem para fazer la a ecografia, mas como também aguardo outros resultados de exames que enviar à médica, vou deixar passar esta altura de festas e depois ligo para lá a insistir na eco. Quando tiver tudo feito, marco 2a consulta e depois conto com pelo menos 1 ano para iniciar tratamentos na MAC, só estou a fazer contas para 2022.

Ao escrever, fico um pouco sensível porque é um caminho duro e muito difícil. Quando fomos à primeira consulta de fertilidade, entre casal falámos em vários cenários...mas só quando nos deparamos com a realidade é que parece doer de tanto pensar, criar na nossa cabeça soluções, passamos a ser crianças no sentido dos “porquês”, porquê eu/nós, algo que devia ser uma benção porquê tanta dificuldade e tantas tantas perguntas.
Há medida que foi surgindo a minha baixa reserva ovarica e a endometriose, o meu marido foi percebendo e faz as perguntas todas à médica, mesmo quando eu já não estou a ouvir bem porque vou assimilando tudo durante a consulta. Aos poucos e poucos percebo que ele também sente e muito e que se calhar poderá ir mais abaixo do que eu, porque realmente achamos sempre que é mais difícil para nós mulheres, e é... vive-se tanto em casal que queremos tanto um do outro ❤️❤️🤞🤞

Vai correr tudo bem e que 2021 nos traga o maior milagre, essencialmente que sejamos felizes e que encontremos o equilíbrio emocional 💚💚🤞🤞🙏🙏

Anotski85 escreveu:
É tão bom ler-vos. Obrigada, de coração. Obrigada pelo cuidado e carinho das vossas palavras.
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Eu estou a oscilar entre uma data de sentimentos ambíguos e pensamentos contraditórios. Por um lado, sinto que não devo perder a esperança numa gravidez natural, penso em todas as coisas que vou sabendo e que estou a fazer que podem ser bom indicadores de fertilidade: a tiroide está a ser controlada, estou a tomar o inocare para melhorar a qualidade dos ovócitos, a fase lútea tem uma duração aceitável (12 dias), o endométrio tem a espessura adequada (confirmam as ecos), aparecem os folículos dominantes na fase da ovulação (confirmam as ecos também), os meus ciclos são regulares, não tenho spotting que possa indicar baixa progesterona... e já conseguimos fecundar naturalmente um óvulo anteriormente (Alice, também em Maio de 2019). Por outro penso e sei que já não tenho tempo para arriscar, especialmente se vier a precisar de fazer tratamentos no público. Dentro de alguns meses farei 36 anos e julgo que existe um limite de idade para nos aceitarem no público. Lembrei-me disso há pouco enquanto conversava com o meu marido sobre este assunto, e li num outro post aqui no fórum que a espera na MAC para a 1ª consulta é de um ano. Caramba! Se assim for nunca mais conseguirei... O meu sentido de urgência aumentou imenso depois de ler isto. E a ansiedade também
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Quanto ao sentimento de culpa, é, sim, muito destruidor, Mag_M. A minha auto-estima ressente-se muito destes sentimentos. Não sinto raiva de mim própria, como a PatL disse já ter sentido, mas este último ciclo teve um desfecho imprevisível para mim do ponto de vista psicológico. Estava relaxada, e com alguma esperança porque sei que namoramos nos dias certos, mas quando a M veio, a mensagem da médica - sobre janeiro como limite - caiu-me como uma ancora pesada na realidade, e senti culpa por tudo - por não ter tentado mais cedo, por ter adiado tanto tempo por causa da vida (académica, profissional), por não ter conseguido suster aquela gravidez, por não ter ido logo estudar as causas do AE, por não ter desconfiado das estatísticas tranquilizadoras, por ter confiado no endocrinologista quando desvalorizou a TSH elevada, sei lá... por tudo o que fiz de errado e o que deixei por fazer mesmo sem saber. Senti-me, pela primeira vez desde que estamos juntos, insegura relativamente ao meu marido, como se a minha feminilidade fosse diminuída por este espectro de infertilidade (desculpem-me, isto é a mais irracional e androcêntrica besteira que podemos sentir, mas é o desabafo do mais visceral medo que me assolou na véspera de natal, na vinda da M)... E senti-me tão sozinha e isolada nestes sentimentos...
Não sinto que possa partilhar estes meus sentimentos com a minha melhor amiga. Entre a correria da vida quotidiana, com o trabalho e os seus bebés, não há grande espaço. E com a minha família acho que há muito desconhecimento, que gera incompreensão. A única pessoa com quem falo e com quem partilho o que sinto é o meu marido, que felizmente me ouve e ampara sempre que estou menos bem (e eu a ele), e me ajuda a ver tudo de forma mais ponderada e racional. Creio que o facto de eles não sentirem estas situações da mesma forma que nós sentimos acaba por funcionar como o contrapeso na balança. Pelo menos tem sido assim aqui em casa.
.
Enfim, não quero chegar a lado nenhum com este desabafo. É só mesmo isso, um desabafo. Provavelmente o mais repetido dos desabafos neste fórum, mas faz-me bem deitar isto cá para fora e perceber que não sou um alien por me sentir desta forma (essa é outra fonte de culpa - não conseguir deixar de sentir tanta coisa racionalmente implausível).
.
Mas bem, amanhã será um dia melhor. Espero que 2021 seja generoso convosco e vos traga a felicidade que tanto procuram. Torço para que assim seja, torço como para mim própria
S.Pat, vou, sim, pedir esse exame à minha médica. Obrigada, tal não me teria ocorrido sequer.

Sobre S.Pat

- a tentar engravidar desde maio 2019
- baixa reserva ovárica (em julho 0,56 e novembro 0,40)
- diagnóstico de endometriose em dezembro/2020
- FSH elevada: 25 em novembro/2020; 21 em janeiro/2021
- cirurgia endometriose - laparoscopia + salpingectomia esquerda 😢 (abril/2021)

Anotski85 -
Offline
Desde 09 Jun 2020

PatL escreveu:
Não o podendo fazer fisicamente e sendo atualmente imprudente, permite-me dar-te um abraço virtual. Pede um ao teu marido e diz que fui que exigi, se preferires

É um abraço sentido 💚

Anotski85 -
Offline
Desde 09 Jun 2020

S.Pat escreveu:
Vai correr tudo bem 🤞🤞❤️❤️
Com 35 anos, também optámos por ter a segurança no emprego e tínhamos decidido que se tudo corresse bem, iríamos ficar efetivos na mesma altura e aí avançámos para os treinos. Arrependo-me bastante de ter adiado, sabendo agora o desfecho que temos ao nível das dificuldades para engravidar naturalmente.
Inscrevi-me na MAC em finais de maio deste ano, tive a primeira consulta em inícios de novembro, mas foi por telefone. Quando fazes a inscrição, enviam para ti uma folha que tem uma bateria de exames e análises que tanto tu como o teu marido têm de fazer. Eu estou a aguardar que me chamem para fazer la a ecografia, mas como também aguardo outros resultados de exames que enviar à médica, vou deixar passar esta altura de festas e depois ligo para lá a insistir na eco. Quando tiver tudo feito, marco 2a consulta e depois conto com pelo menos 1 ano para iniciar tratamentos na MAC, só estou a fazer contas para 2022.
Ao escrever, fico um pouco sensível porque é um caminho duro e muito difícil. Quando fomos à primeira consulta de fertilidade, entre casal falámos em vários cenários...mas só quando nos deparamos com a realidade é que parece doer de tanto pensar, criar na nossa cabeça soluções, passamos a ser crianças no sentido dos “porquês”, porquê eu/nós, algo que devia ser uma benção porquê tanta dificuldade e tantas tantas perguntas.
Há medida que foi surgindo a minha baixa reserva ovarica e a endometriose, o meu marido foi percebendo e faz as perguntas todas à médica, mesmo quando eu já não estou a ouvir bem porque vou assimilando tudo durante a consulta. Aos poucos e poucos percebo que ele também sente e muito e que se calhar poderá ir mais abaixo do que eu, porque realmente achamos sempre que é mais difícil para nós mulheres, e é... vive-se tanto em casal que queremos tanto um do outro ❤️❤️🤞🤞
Vai correr tudo bem e que 2021 nos traga o maior milagre, essencialmente que sejamos felizes e que encontremos o equilíbrio emocional 💚💚🤞🤞🙏🙏

Anotski85 escreveu:É tão bom ler-vos. Obrigada, de coração. Obrigada pelo cuidado e carinho das vossas palavras.
.
Eu estou a oscilar entre uma data de sentimentos ambíguos e pensamentos contraditórios. Por um lado, sinto que não devo perder a esperança numa gravidez natural, penso em todas as coisas que vou sabendo e que estou a fazer que podem ser bom indicadores de fertilidade: a tiroide está a ser controlada, estou a tomar o inocare para melhorar a qualidade dos ovócitos, a fase lútea tem uma duração aceitável (12 dias), o endométrio tem a espessura adequada (confirmam as ecos), aparecem os folículos dominantes na fase da ovulação (confirmam as ecos também), os meus ciclos são regulares, não tenho spotting que possa indicar baixa progesterona... e já conseguimos fecundar naturalmente um óvulo anteriormente (Alice, também em Maio de 2019). Por outro penso e sei que já não tenho tempo para arriscar, especialmente se vier a precisar de fazer tratamentos no público. Dentro de alguns meses farei 36 anos e julgo que existe um limite de idade para nos aceitarem no público. Lembrei-me disso há pouco enquanto conversava com o meu marido sobre este assunto, e li num outro post aqui no fórum que a espera na MAC para a 1ª consulta é de um ano. Caramba! Se assim for nunca mais conseguirei... O meu sentido de urgência aumentou imenso depois de ler isto. E a ansiedade também
.
Quanto ao sentimento de culpa, é, sim, muito destruidor, Mag_M. A minha auto-estima ressente-se muito destes sentimentos. Não sinto raiva de mim própria, como a PatL disse já ter sentido, mas este último ciclo teve um desfecho imprevisível para mim do ponto de vista psicológico. Estava relaxada, e com alguma esperança porque sei que namoramos nos dias certos, mas quando a M veio, a mensagem da médica - sobre janeiro como limite - caiu-me como uma ancora pesada na realidade, e senti culpa por tudo - por não ter tentado mais cedo, por ter adiado tanto tempo por causa da vida (académica, profissional), por não ter conseguido suster aquela gravidez, por não ter ido logo estudar as causas do AE, por não ter desconfiado das estatísticas tranquilizadoras, por ter confiado no endocrinologista quando desvalorizou a TSH elevada, sei lá... por tudo o que fiz de errado e o que deixei por fazer mesmo sem saber. Senti-me, pela primeira vez desde que estamos juntos, insegura relativamente ao meu marido, como se a minha feminilidade fosse diminuída por este espectro de infertilidade (desculpem-me, isto é a mais irracional e androcêntrica besteira que podemos sentir, mas é o desabafo do mais visceral medo que me assolou na véspera de natal, na vinda da M)... E senti-me tão sozinha e isolada nestes sentimentos...
Não sinto que possa partilhar estes meus sentimentos com a minha melhor amiga. Entre a correria da vida quotidiana, com o trabalho e os seus bebés, não há grande espaço. E com a minha família acho que há muito desconhecimento, que gera incompreensão. A única pessoa com quem falo e com quem partilho o que sinto é o meu marido, que felizmente me ouve e ampara sempre que estou menos bem (e eu a ele), e me ajuda a ver tudo de forma mais ponderada e racional. Creio que o facto de eles não sentirem estas situações da mesma forma que nós sentimos acaba por funcionar como o contrapeso na balança. Pelo menos tem sido assim aqui em casa.
.
Enfim, não quero chegar a lado nenhum com este desabafo. É só mesmo isso, um desabafo. Provavelmente o mais repetido dos desabafos neste fórum, mas faz-me bem deitar isto cá para fora e perceber que não sou um alien por me sentir desta forma (essa é outra fonte de culpa - não conseguir deixar de sentir tanta coisa racionalmente implausível).
.
Mas bem, amanhã será um dia melhor. Espero que 2021 seja generoso convosco e vos traga a felicidade que tanto procuram. Torço para que assim seja, torço como para mim própria
S.Pat, vou, sim, pedir esse exame à minha médica. Obrigada, tal não me teria ocorrido sequer.

Espero que te chamem rápido S. Pat! E que seja 2021 a trazer o teu desejado bebé. ☺️.
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Vou dando notícias e procurando saber de vós por aqui, ok?
Um abraço apertado a todas e a melhor sorte em 2021! 💚

Margarida D. -
Offline
Desde 12 Mar 2020

Olá Anotski85,

Tenho acompanhado o teu percurso e à semelhança do meu também temos alguns pontos em comum.
Nos meus 36 anos nunca pensei que isto me acontecesse, era tão ingénua que achava que sexo desprotegido iria ser logo "fatal" e a coisa dava-se.
Passou um ciclo, dois, cinco, sete...vou nos 11 sem engravidar e a médica deu o limite deste ano, depois disso lá vou eu ter de marcar a tão temida consulta de fertilidade.
Os exames prévios estavam todos bem, aparentemente e superficialmente também estou bem...os meus ciclos têm pequenas variações mas não as suficientes para serem considerados irregulares, ovulo, os exames do meu companheiro estão ok.
Estou acima do peso, e pergunto-me se será por aí. Nunca me foi detectado SOP ou hipertiroidismo ou algo do género. Os exames dele estão normais, o espermograma vai ser amanhã novamente analisado por um médico especialista e mais exames se seguirão provavelmente.

A luta tem muitos baixos, mesmo muitos. Penso sempre, ok...é bom estar a ovular, é bom estar a menstruar, isso dá-me esperança, mas perco-a a cada M que vem.
O avançar da idade e todo o estigma que sinto associado a ter deixado esta fase para mais tarde vêm ao de cima, com a minha família e com os meus amigos e colegas.

Sinto até alguma vergonha porque me dizem constantemente a frase cliché do "então, para quando um bebé? está na hora", sabem lá eles o quão importante é para mim essa fase da vida e quanto me dói querer e não ter conseguido.
Dói também estar no núcleo de amigas e todas estarem já realizadas nesse sentido, terem um ou dois bebés e eu ser a ovelha negra que nem se sente adequada a ter uma conversa de mãe, porque simplesmente não o é biologicamente.
E depois leio que a ansiedade é a pior inimiga, talvez seja...mas não me vejo a ficar melhor neste processo, pelo contrário.

Há uns dias no meu desespero por respostas, estava a consultar um amigo que é tarólogo e ele fez-me um mapa astral, no qual eu tinha um planeta com um nome estranho (quíron) na casa dos filhos, casa 5. Ele sem saber do meu desejo e impossibilidade de ter bebés até agora vira-se para mim e ao analisar esta casa diz-me que eu ia ter dificuldade em conceber ou na relação com os filhos, e que tinha um grande bloqueio nesse aspecto da vida.
O curioso é que até ter treinado a primeira vez com o intuito de ter filhos, eu tinha horror da concepção, horror mesmo. Fazia-me muita confusão pensar em gerar vida e ter um ser humano dentro de mim, a crescer.
Depois dissipou esse medo irracional e gigante, e agora que ultrapassei esse trauma quero e não consigo.
Já diz o ditado: "Não acredito em bruxas, mas que as há...há."

Desculpa o meu testemunho um pouco tristonho, mas espero que 2021 nos sorria acima de tudo, merecemos essa felicidade como qualquer outra mãe.
Pondo de lado o irracional, o planetário, o inatingível, quero mais é descobrir se fisicamente tenho (ou o marido) algo que esteja a impedir o sonho de acontecer.

Obrigada pelo teu post, que irei seguir atentamente, para me inspirar com a tua força, para saber mais e para um dia chegar aqui e ouvir as tuas boas notícias e dar as minhas também.

Força!

Mag_M -
Offline
Desde 13 Jul 2018

Anotski, percebo tão bem isso que descreves! Eu cheguei a dizer ao meu companheiro para ir fazer filhos com outra mulher... E ele respondia sempre que seria feliz só comigo, mesmo que não conseguíssemos.
Todas estas emoções são muito duras.
Este canto da infertilidade foi um bálsamo para mim, já passei para "outro lado" mas continuo a sentir casa aqui. É fácil perceber o que a outra mulher está a passar porque também nós passámos por isso.
Desejo mesmo que o teu caminho venha pela gravidez natural, mas se não vier que venha como tiver de ser. Há muito caminho pela frente. Muitas possibilidades bem simples!

Mag_M -
Offline
Desde 13 Jul 2018

Margarida D. escreveu:
Olá Anotski85,
Tenho acompanhado o teu percurso e à semelhança do meu também temos alguns pontos em comum.
Nos meus 36 anos nunca pensei que isto me acontecesse, era tão ingénua que achava que sexo desprotegido iria ser logo "fatal" e a coisa dava-se.
Passou um ciclo, dois, cinco, sete...vou nos 11 sem engravidar e a médica deu o limite deste ano, depois disso lá vou eu ter de marcar a tão temida consulta de fertilidade.
Os exames prévios estavam todos bem, aparentemente e superficialmente também estou bem...os meus ciclos têm pequenas variações mas não as suficientes para serem considerados irregulares, ovulo, os exames do meu companheiro estão ok.
Estou acima do peso, e pergunto-me se será por aí. Nunca me foi detectado SOP ou hipertiroidismo ou algo do género. Os exames dele estão normais, o espermograma vai ser amanhã novamente analisado por um médico especialista e mais exames se seguirão provavelmente.
A luta tem muitos baixos, mesmo muitos. Penso sempre, ok...é bom estar a ovular, é bom estar a menstruar, isso dá-me esperança, mas perco-a a cada M que vem.
O avançar da idade e todo o estigma que sinto associado a ter deixado esta fase para mais tarde vêm ao de cima, com a minha família e com os meus amigos e colegas.
Sinto até alguma vergonha porque me dizem constantemente a frase cliché do "então, para quando um bebé? está na hora", sabem lá eles o quão importante é para mim essa fase da vida e quanto me dói querer e não ter conseguido.
Dói também estar no núcleo de amigas e todas estarem já realizadas nesse sentido, terem um ou dois bebés e eu ser a ovelha negra que nem se sente adequada a ter uma conversa de mãe, porque simplesmente não o é biologicamente.
E depois leio que a ansiedade é a pior inimiga, talvez seja...mas não me vejo a ficar melhor neste processo, pelo contrário.
Há uns dias no meu desespero por respostas, estava a consultar um amigo que é tarólogo e ele fez-me um mapa astral, no qual eu tinha um planeta com um nome estranho (quíron) na casa dos filhos, casa 5. Ele sem saber do meu desejo e impossibilidade de ter bebés até agora vira-se para mim e ao analisar esta casa diz-me que eu ia ter dificuldade em conceber ou na relação com os filhos, e que tinha um grande bloqueio nesse aspecto da vida.
O curioso é que até ter treinado a primeira vez com o intuito de ter filhos, eu tinha horror da concepção, horror mesmo. Fazia-me muita confusão pensar em gerar vida e ter um ser humano dentro de mim, a crescer.
Depois dissipou esse medo irracional e gigante, e agora que ultrapassei esse trauma quero e não consigo.
Já diz o ditado: "Não acredito em bruxas, mas que as há...há."
Desculpa o meu testemunho um pouco tristonho, mas espero que 2021 nos sorria acima de tudo, merecemos essa felicidade como qualquer outra mãe.
Pondo de lado o irracional, o planetário, o inatingível, quero mais é descobrir se fisicamente tenho (ou o marido) algo que esteja a impedir o sonho de acontecer.
Obrigada pelo teu post, que irei seguir atentamente, para me inspirar com a tua força, para saber mais e para um dia chegar aqui e ouvir as tuas boas notícias e dar as minhas também.
Força!

Quíron é a "ferida". Mas não te prendas nisso. Escuta e esquece. 😘

Anotski85 -
Offline
Desde 09 Jun 2020

Mag_M escreveu:
Anotski, percebo tão bem isso que descreves! Eu cheguei a dizer ao meu companheiro para ir fazer filhos com outra mulher... E ele respondia sempre que seria feliz só comigo, mesmo que não conseguíssemos.
Todas estas emoções são muito duras.
Este canto da infertilidade foi um bálsamo para mim, já passei para "outro lado" mas continuo a sentir casa aqui. É fácil perceber o que a outra mulher está a passar porque também nós passámos por isso.
Desejo mesmo que o teu caminho venha pela gravidez natural, mas se não vier que venha como tiver de ser. Há muito caminho pela frente. Muitas possibilidades bem simples!

O meu marido também diz isso, que o que quer é passar a vida comigo, venhamos ou não a ter filhos. Se há alguma coisa de bom neste processo todo é que vem mostrando que não há pessoa mais certa para mim do que aquela que está ao meu lado. Isso enche-me o coração. <3

Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

Margarida D. escreveu:
Olá Anotski85,
Tenho acompanhado o teu percurso e à semelhança do meu também temos alguns pontos em comum.
Nos meus 36 anos nunca pensei que isto me acontecesse, era tão ingénua que achava que sexo desprotegido iria ser logo "fatal" e a coisa dava-se.
Passou um ciclo, dois, cinco, sete...vou nos 11 sem engravidar e a médica deu o limite deste ano, depois disso lá vou eu ter de marcar a tão temida consulta de fertilidade.
Os exames prévios estavam todos bem, aparentemente e superficialmente também estou bem...os meus ciclos têm pequenas variações mas não as suficientes para serem considerados irregulares, ovulo, os exames do meu companheiro estão ok.
Estou acima do peso, e pergunto-me se será por aí. Nunca me foi detectado SOP ou hipertiroidismo ou algo do género. Os exames dele estão normais, o espermograma vai ser amanhã novamente analisado por um médico especialista e mais exames se seguirão provavelmente.
A luta tem muitos baixos, mesmo muitos. Penso sempre, ok...é bom estar a ovular, é bom estar a menstruar, isso dá-me esperança, mas perco-a a cada M que vem.
O avançar da idade e todo o estigma que sinto associado a ter deixado esta fase para mais tarde vêm ao de cima, com a minha família e com os meus amigos e colegas.
Sinto até alguma vergonha porque me dizem constantemente a frase cliché do "então, para quando um bebé? está na hora", sabem lá eles o quão importante é para mim essa fase da vida e quanto me dói querer e não ter conseguido.
Dói também estar no núcleo de amigas e todas estarem já realizadas nesse sentido, terem um ou dois bebés e eu ser a ovelha negra que nem se sente adequada a ter uma conversa de mãe, porque simplesmente não o é biologicamente.
E depois leio que a ansiedade é a pior inimiga, talvez seja...mas não me vejo a ficar melhor neste processo, pelo contrário.
Há uns dias no meu desespero por respostas, estava a consultar um amigo que é tarólogo e ele fez-me um mapa astral, no qual eu tinha um planeta com um nome estranho (quíron) na casa dos filhos, casa 5. Ele sem saber do meu desejo e impossibilidade de ter bebés até agora vira-se para mim e ao analisar esta casa diz-me que eu ia ter dificuldade em conceber ou na relação com os filhos, e que tinha um grande bloqueio nesse aspecto da vida.
O curioso é que até ter treinado a primeira vez com o intuito de ter filhos, eu tinha horror da concepção, horror mesmo. Fazia-me muita confusão pensar em gerar vida e ter um ser humano dentro de mim, a crescer.
Depois dissipou esse medo irracional e gigante, e agora que ultrapassei esse trauma quero e não consigo.
Já diz o ditado: "Não acredito em bruxas, mas que as há...há."
Desculpa o meu testemunho um pouco tristonho, mas espero que 2021 nos sorria acima de tudo, merecemos essa felicidade como qualquer outra mãe.
Pondo de lado o irracional, o planetário, o inatingível, quero mais é descobrir se fisicamente tenho (ou o marido) algo que esteja a impedir o sonho de acontecer.
Obrigada pelo teu post, que irei seguir atentamente, para me inspirar com a tua força, para saber mais e para um dia chegar aqui e ouvir as tuas boas notícias e dar as minhas também.
Força!

Oh Margarida, não contava encontrar-te por aqui.
Acho que estamos, sim, numa situação semelhante, e por isso temos as duas de olhar para a frente e ver alguma luz. Como diz a Mag_M, há muitas oportunidades no caminho.
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Sobre a questão dos amigos com filhos... Eu vi na pandemia e no teletrabalho um excelente refúgio. Quando voltei ao trabalho no verão uma colega minha anunciou que estava grávida. Tem um bebé de um ano, 40 anos de idade, e engravidou sem querer. Depois vim para casa a pensar no que senti quando ouvi o anúncio, e sei que devo ter feito uma cara muito estranha, um sorriso de alegria misturado com um WTF??? Enfim, não fiz por mal, naturalmente, mas é das ironias da vida: os que não querem, têm e ainda por cima com imensa facilidade; os que querem, não têm. É claro que estou mesmo feliz por ela, gosto muito dela, mas sei que a minha cara deve ter transparecido a minha própria dificuldade em conseguir engravidar. Tivesse eu no lugar de espectadora daquela cena, e teria percebido bem o que a minha cara queria dizer.
E as perguntas de amigos e de familiares também as recebo, naturalmente. A minha sogra agora não pede. Anda numa fase de choramingar que é a única dos seus irmãos que ainda não tem netos. Eu ignoro. Mas sinceramente magoa-me a indireta, sabendo ela que perdemos a gravidez no ano passado.... É por isso que digo que na família não há assim muita sensibilidade para isto e prefiro manter-me reservada sobre estes assuntos. É um assunto nosso, do casal, e assim se vai manter pelo tempo que acharmos bem.
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Quanto ao Quíron, não ligues a isso. Eu tb tinha o saturno numa casa qualquer, dizia uma amiga minha, mas não faço ideia do que isso significa! Sorriso E só quero saber se for coisa boa Sorriso Para me deixar com macaquinhos no sótão, dispenso!
Um beijinho, vai dando notícias tuas.

Lua1980 -
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Desde 10 Mar 2020

Margarida D. escreveu:
Olá Anotski85,
Tenho acompanhado o teu percurso e à semelhança do meu também temos alguns pontos em comum.
Nos meus 36 anos nunca pensei que isto me acontecesse, era tão ingénua que achava que sexo desprotegido iria ser logo "fatal" e a coisa dava-se.
Passou um ciclo, dois, cinco, sete...vou nos 11 sem engravidar e a médica deu o limite deste ano, depois disso lá vou eu ter de marcar a tão temida consulta de fertilidade.
Os exames prévios estavam todos bem, aparentemente e superficialmente também estou bem...os meus ciclos têm pequenas variações mas não as suficientes para serem considerados irregulares, ovulo, os exames do meu companheiro estão ok.
Estou acima do peso, e pergunto-me se será por aí. Nunca me foi detectado SOP ou hipertiroidismo ou algo do género. Os exames dele estão normais, o espermograma vai ser amanhã novamente analisado por um médico especialista e mais exames se seguirão provavelmente.
A luta tem muitos baixos, mesmo muitos. Penso sempre, ok...é bom estar a ovular, é bom estar a menstruar, isso dá-me esperança, mas perco-a a cada M que vem.
O avançar da idade e todo o estigma que sinto associado a ter deixado esta fase para mais tarde vêm ao de cima, com a minha família e com os meus amigos e colegas.
Sinto até alguma vergonha porque me dizem constantemente a frase cliché do "então, para quando um bebé? está na hora", sabem lá eles o quão importante é para mim essa fase da vida e quanto me dói querer e não ter conseguido.
Dói também estar no núcleo de amigas e todas estarem já realizadas nesse sentido, terem um ou dois bebés e eu ser a ovelha negra que nem se sente adequada a ter uma conversa de mãe, porque simplesmente não o é biologicamente.
E depois leio que a ansiedade é a pior inimiga, talvez seja...mas não me vejo a ficar melhor neste processo, pelo contrário.
Há uns dias no meu desespero por respostas, estava a consultar um amigo que é tarólogo e ele fez-me um mapa astral, no qual eu tinha um planeta com um nome estranho (quíron) na casa dos filhos, casa 5. Ele sem saber do meu desejo e impossibilidade de ter bebés até agora vira-se para mim e ao analisar esta casa diz-me que eu ia ter dificuldade em conceber ou na relação com os filhos, e que tinha um grande bloqueio nesse aspecto da vida.
O curioso é que até ter treinado a primeira vez com o intuito de ter filhos, eu tinha horror da concepção, horror mesmo. Fazia-me muita confusão pensar em gerar vida e ter um ser humano dentro de mim, a crescer.
Depois dissipou esse medo irracional e gigante, e agora que ultrapassei esse trauma quero e não consigo.
Já diz o ditado: "Não acredito em bruxas, mas que as há...há."
Desculpa o meu testemunho um pouco tristonho, mas espero que 2021 nos sorria acima de tudo, merecemos essa felicidade como qualquer outra mãe.
Pondo de lado o irracional, o planetário, o inatingível, quero mais é descobrir se fisicamente tenho (ou o marido) algo que esteja a impedir o sonho de acontecer.
Obrigada pelo teu post, que irei seguir atentamente, para me inspirar com a tua força, para saber mais e para um dia chegar aqui e ouvir as tuas boas notícias e dar as minhas também.
Força!

Olá! Já fizeste o exame para saber a reserva ovocita? É um exame importante apesar de ser apenas um indicador pois basta um óvulo para engravidar. Também tenho um quiron nessa casa, e a verdade é que apesar de ter engravidado naturalmente logo no 1 ciclo de tentativas, infelizmente perdi perto das 12S. Depois de ter estimulado e não ter tido grandes resultados com a estimulação no público, e sabendo que convém ter alguns óvulos para parte deles fecundarem e partes desses com sorte virarem blastocistos, decidimos no privado nao voltar a tentar com os meus e fomos pela alternativa mais segura: OD. Felizmente conseguimos à primeira 🙏🏻 Quanto ao quiron, ja não pensava nisso há uns anos, até te ler, mas deixa-me a pensar. De qqr forma ouve e não des importância. Também terás o teu positivo em breve. Beijinhos e boa sorte ❤️

J@ -
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Desde 24 Ago 2020

Olá, também estou desde 2019, um caminho longo e frustrante e com 37 Triste
Resumidamente, comecei na MF com exames básicos de pré conceção, após 1 ano decidi ir ao privado e fiz alguns exames que estão normais mas nada acontecia...após a Indução de ovulação com falta de acompanhamento da GO e infelizmente sem sucesso decidi ir á CETI e vou fazer a histeroscopia, dependendo do resultado vejo o caminho a traçar mas sinto que ando a navegar em águas turvas não consigo confiar em nenhum médico pois todos tem perspetivas diferentes e com tanta informação que leio ainda é mais difícil.
Hoje vou á 1ª consulta de infertilidade no São João com a médica que não me soube acompanhar no privado... será um presságio que deva parar? Triste

LenaKirby -
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Desde 27 Nov 2018

Anotski85, e às outras meninas,

li os vossos textos com muita atenção e impressiona-me sentir como vos compreendo porque me sinto como vós! Algumas ja devem conhecer a minha história, nao a vou repetir aqui, mas para vos dizer que encontrei nos vossos textos um apoio e que nao estou sozinha. Tem tambem toda e total minha compreesão. A mudança mais dificil começa na nossa cabeça e nos nossos pensamentos, contra mim falo que nao me tem sido fácil.
A pequenina mudança que fiz nos ultimos tempos foi apagar a app Meu calendario do meu telemovel mas de pouco valeu porque faço as contas todas na minha cabeça, ando com o calendario todo na minha cabeça, nao resultando no que eu achava que ia conseguir, que seria esquecer o assunto e viver a vida o mais normal possivel. E depois pensei: caramba, tens força mental para decorar o ciclo menstrual na cabeça, porque nao usas essa força mental para pensar positivo, que a minha (e a vossa tb!) vez ha-de chegar? Pensei eu pra mim. Vou fazer por fazer este esforço, de pensar positivo, se as outras conseguem eu tambem hei-de conseguir. O ultimo ano e o anterior foi uma chuva de grávidas à minha volta, fico contente claro, mas depois sinto a vida a passar e pronto... a dias de fazer 33 anos, a tentar a nossa 4ª gravidez do bebe arco iris, gostavamos de ter 2 filhos e em breve pedirei inscriçao no CMIN em processo de PMA, para adiantar tempo! O meu unico senao penso ser apenas ter uma trompa (a esquerda), tenho ciclos "religiosos" de 26 dias (às vezes 27 dias), nao tenho spotting, espermograma do marido normal. Simplesmente ainda nao calhou, penso eu.
Junto-me a voces nesta luta, costumo mais ser leitora do que escritora neste forum, mas sintam o meu abraço apertado e o meu apoio para com cada uma de vós.
Lena

Sobre LenaKirby

Cinco anjinhos no céu ✨

Anotski85 -
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Desde 09 Jun 2020

J@ escreveu:
Olá, também estou desde 2019, um caminho longo e frustrante e com 37
Resumidamente, comecei na MF com exames básicos de pré conceção, após 1 ano decidi ir ao privado e fiz alguns exames que estão normais mas nada acontecia...após a Indução de ovulação com falta de acompanhamento da GO e infelizmente sem sucesso decidi ir á CETI e vou fazer a histeroscopia, dependendo do resultado vejo o caminho a traçar mas sinto que ando a navegar em águas turvas não consigo confiar em nenhum médico pois todos tem perspetivas diferentes e com tanta informação que leio ainda é mais difícil.
Hoje vou á 1ª consulta de infertilidade no São João com a médica que não me soube acompanhar no privado... será um presságio que deva parar?

Não, J@! É mesmo só uma coincidência, não é um presságio de que devas parar. O facto de seres atendida no público por essa médica não significa que vá ser a única a acompanhar o vosso processo. O que o público tem de bom, nessa matéria, é que o trabalho é muito mais socializado e outros médicos e profissionais de saúde vão contactar convosco em conjunto ou complementarmente a essa médica. Ao contrário do que acontece no privado, em que os médicos trabalham muito mais sozinhos (pelo menos é o que a minha experiência me mostra). Vai confiante e com esperança de que a ajudinha de que precisão está a caminho Sorriso
Vem cá contar-nos como correu, sim?
Um beijinho

Anotski85 -
Offline
Desde 09 Jun 2020

Anotski85 escreveu:

J@ escreveu:Olá, também estou desde 2019, um caminho longo e frustrante e com 37
Resumidamente, comecei na MF com exames básicos de pré conceção, após 1 ano decidi ir ao privado e fiz alguns exames que estão normais mas nada acontecia...após a Indução de ovulação com falta de acompanhamento da GO e infelizmente sem sucesso decidi ir á CETI e vou fazer a histeroscopia, dependendo do resultado vejo o caminho a traçar mas sinto que ando a navegar em águas turvas não consigo confiar em nenhum médico pois todos tem perspetivas diferentes e com tanta informação que leio ainda é mais difícil.
Hoje vou á 1ª consulta de infertilidade no São João com a médica que não me soube acompanhar no privado... será um presságio que deva parar?

Não, J@! É mesmo só uma coincidência, não é um presságio de que devas parar. O facto de seres atendida no público por essa médica não significa que vá ser a única a acompanhar o vosso processo. O que o público tem de bom, nessa matéria, é que o trabalho é muito mais socializado e outros médicos e profissionais de saúde vão contactar convosco em conjunto ou complementarmente a essa médica. Ao contrário do que acontece no privado, em que os médicos trabalham muito mais sozinhos (pelo menos é o que a minha experiência me mostra). Vai confiante e com esperança de que a ajudinha de que precisão está a caminho
Vem cá contar-nos como correu, sim?
Um beijinho


*de que precisam*, desculpa.