Olá, eu sou infertil, e o meu márido sempre me oferece adotar um filho, já que nós ambos amamos crianças e tentamos ajudar aquelas que estão nos orfanatos, mas eu tenho imensas dúvidas, imensos medos.
Receio que num dia vai nos rejeitar porque não somos pais biolgicos (acho que é muito injusto esconder a verdade e também alguém pode informar em vez de nos, será uma grande decepção para ele).
Receio que a genética pode se revelar no filho adotado e ele, por exemplo, tornará se um alcoólico ou algo assim (claro que muito depende de como vamos o levantar, mas genes também pesam).
Receio que pode ser tratado mal por outros por não ser parecido connosco ou por eles saberem a verdade.
Adotando um bebé quero realmente fazer a sua vida feliz, meu coração não vai suportar se os problemas dele serão relacionados ao fato da adoção. Como lutar com esses pensamentos, como posso me convencer que faço o certo?
Acredito que não conseguirá aceitar a adoção porque no fundo não aceita... Eu acho que também não seria para mim... Acho que quem aceita não coloca esses entraves portanto não se force a aceitar algo que não quer só porque lhe resolve a lacuna, é um passo demasiado sério para se fazer com dúvidas. Pense na hipótese de ser feliz sem filhos.
Olá Irgarne.
Serei muito honesta naquilo que vou escrever: acho que não pode "convencer-se". Pelo menos neste momento, e pelo que escreve, não a sinto preparada, emocionalmente, para uma adopção.
O que é "o certo"? Certo para quem? Para si não é, não agora, não para já. Nem para a criança que correria o risco - real - de ser rejeitada, após receber um lar.
Vejo aí muitas questões.
Não sei em que país vive, mas em Portugal adoptar um bebé - uma criança que não poderia perceber que é adoptada, seja por ser pequena demais, seja por ter a mesma raça e etnia que os pais - é tarefa loooooonga, coisa para demorar uns largos anos. Talvez uns 6, 7. De espera. Ainda mais se no perfil seleccionarmos crianças saudáveis, sem questões físicas (acredito que as emocionais existem quase sempre).
Para avançar com uma adopção é preciso ter noção de que as crianças que estão no sistema se o estão é porque não estavam, na maioria dos casos, a ter uma vida equilibrada, saudável, com os progenitores ou cuidadores. Trazem estória com eles. Não vão ser fofinhos e chamar-nos mãe e pai de caras, vão entrar de frente, refilar, tudo para ver se estamos à altura de os amar com tudo o que são. Mas também os biológicos nos põem à prova, e como!!!!
Com isto não é real o lema de "filho de peixe sabe nadar", ou seja, lá porque é filho de fulano vai ser igual a ele. Mas existem sim cicatrizes emocionais, e muitas vezes, infelizmente, físicas.
Se não se sente preparada, está tudo certo, não é o tempo, ou não é o seu caminho.
É uma decisão de uma vida!!! De muita responsabilidade.
Tomemo-la com o coração inteiro, venha o que vier.
Desejo imensa sorte no vosso percurso.
Um abraço!
Olá.
Quando partir realmente para a adopção tem de ter 100% certeza do caminho que está a tomar. É um caminho longo. Demora tempo.
Agora de as crianças não aceitarem a adopção?!? Eu vejo a coisa desta forma: a criança foi para um orfanato porque os "pais biológicos“, pelas mais diversas razões, não puderam/quiseram ficar com a criança. Se a criança for feliz, for bem tratada porque iria rejeitar-vos?? No entanto, qdo a criança tiver idade suficiente contaria a verdade. Se adoptar já uma criança sem ser bebé, ela pp vai saber do mundo em que estava e o mundo onde está. Não a rejeitará.
Se a criança vai tornar-se alcoólicas, drogada, o que quer que seja?!? Quem nos diz a nós que os nossos filhos biológicos não se poderão tornar - se alcoólicos?? Não sabemos.
Pense bem 😊
Isso é um exame que avalia as trompas e o útero.
Carcarcar escreveu:também acho que totalmente não está pronta, há muitas outras opções de ter um filho, em quais pelo menos um de vocês poderia ser biologicamente relacionado ao bebê ou até ambos, depende do tipo da sua infertilidadeTinha histerossalpingografia...
desculpas, ectomia :\\\">
Ectomia de quê?
Boa tarde.
Pelo que escreve apercebi-me que nao está de momento preparada para entrar no processo de adopção, porque se estivesse preparada não colocaria esses "ses". Não quer dizer que daqui a um tempo você não esteja preparada para um processo tao demorado/complexo como a adopção.
Senão se sente preparada para entrar nesse processo da adopção, tente procurar outras alternativas.
Força .
Olá! Aconselho que procures ajuda psicológica e com essa ajuda avalies todas as tuas hipóteses e faças uma verdadeira busca em ti sobre o que consegues ou não consegues...
Sinceramente algumas dúvidas não me chocam, porquê? porque eu também as tive com um filho biológico... ainda às vezes tenho... penso se um dia a minha filha me rejeita, vai por maus caminhos e eu não a consigo ajudar, etc... quando estive separado do pai dela então é que pensava imenso nisso... que ela um dia ia preferir estar com o pai e não me iria querer... eram pensamentos que vinham eu lidava com eles como inseguranças minhas e deixava cair... como o medo da minha filha cair, magoar-se, ter um acidente, morrer, sei lá... acho que é normal como mães termos esses medos...
Passei anos a achar que não era "mãe o suficiente" e tratei disso em terapia... tinha problemas de auto-estima, comparava-me com outras mães e achava que não ia ser boa mãe e sabes... era tudo uma boa treta... hoje sou mãe e sinto-me muito bem no meu papel, nasce em nós uma força surpreendente para todas as dificuldades... resta é saber se te irás sentir assim realmente mãe no papel de adopção, mas isso sinceramente só quem te pode dizer é um terapeuta ou tu própria, mais ninguém.
Primeira coisa que passa sempre na minha mente é que a adoção não é e não pode ser um substituto de um filho biológico.
Segundo, todos os medos e dramas que pensa são comuns a todos os pais e o biológico acrescentando o preconceito da origem destas crianças e não garante a ausência desses problemas a que se refere.
Falo de experiência pessoal, a milha filha chegou à família tinha 6 anos e no segundo dia de nos ver já chamava mãe e pai e é uma criança mais velha com memórias.
Cada caso é um caso e a adoção não é realmente para qualquer pessoa... muitas barreiras são necessárias passar e viver numa sociedade cheia de estigmas e preconceito.
Para mim a adoção era um projeto que abarcamos com muita garra e amor para dar. Queremos fazer o melhor que sabemos e proporcionar à nossa filha o melhor.
O passado dela faz parte da sua história e é falado abertamente sempre que há questões ou necessita montar o puzzle até ao dia de hoje.
O inquérito permite fazer a triagem do que não aceita, mas quantos mais nãos assinalar mais difícil será encontrar uma criança que precise de vocês realmente. Se fosse perfeita certamente não estaria para adotar.
Os tempos de espera são longos e bebes arrisco me a dizer esperas bem mais longas.
Nós esperamos 6 anos.
Aconselho que realmente leia bastante, e informe e perceba se realmente um projeto assim fará sentido para vocês como casal, porque não é a frase clichê que quero muito ajudar uma criança e tenho muito amor para dar... é muito mais do que isso.
Bem, aqui só posso falar como criança adoptada.
Nunca me senti diferente, soube a verdade aos 5 anos e foi-me explicado de forma tão simples que nunca me fez confusão.
Sempre fui tratada como um membro da família, a minha mãe, depois de mim, teve mais 4 filhos biológicos.
Da forma como escreve, parece-me que ainda não está preparada para dar esse passo.
Obrigada a todos, têm razão, algo em mim não quer isso, é melhor parar pensar sobre isso por agora e tentar explicar ao meu marido, mas também tenho tanto medo que no dia quando serei preparada para isso (se serei), já será tarde demais, o processo leva tanto tempo...
Carcarcar escreveu:
Irgarne escreveu:
DianaES escreveu:
Irgarne escreveu:desculpas, ectomia :\\\">Ectomia de quê?
Histerectomia
De que tipo? Óvarios e tubas também foram removidos ou não?
Tudo foi removido, não tenho útero nem ovário, então, não há mais opções além da adoção
então se o seu marido é fertil, pode procurar a ajuda nas clínicas estrangeiras
