Síndrome de Morte Súbita Infantil | De Mãe para Mãe

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Síndrome de Morte Súbita Infantil

Bebe a dormir de barriga para baixo

Existem inúmeros casos de bebés que morrem enquanto dormem, casos com causa específica, podendo estas ser sufocação, estrangulamento ou encurralados; e existem aqueles em que ocorre a morte súbita e a que se dá o nome de síndrome de morte súbita (SMSI). Assim, o bebé morre durante o sono sem causa aparente.

Existem formas de monitorizar o sono do seu bebé, que pode e deverá partilhar com todos aqueles que irão eventualmente cuidar do seu bebé.

O que é a SMSI

A síndrome de morte súbita não é uma síndrome normal com fisiologia e forma de surgimento explicável e geral para todas as situações. Este é a denominação que os especialistas atribuem quando os bebés morrem sem causa detetável, nem mesmo com uma autópsia.

Algumas teorias têm sido lançadas para tentar explicar o porquê do surgimento desta síndrome, quais os fatores que poderão estar na sua causa mas, na realidade, não existe nada concreto e provado cientificamente a respeito desta temática.

Sabe-se que a síndrome de morte súbita é mais comum durante o sono e à noite, mas esta pode ocorrer em outras etapas do dia, durante o sono da tarde, no colo dos pais, na cadeirinha, em qualquer lugar.

A síndrome pode surgir nos bebés, geralmente até um ano de idade. Após os 12 meses não é muito frequente e a sua probabilidade de ocorrência vai diminuindo à medida que os meses vão passando.

Existem alguns fatores que, quando presentes no bebé, aumentam a probabilidade de esta síndrome surgir, como por exemplo:

  • Casos de morte súbita na família;
  • O bebé ter nascido com baixo peso;
  • O bebé ter nascido prematuro;
  • Em situações de gemelares (gémeos, trigémeos…).

O que pode ser feito para diminuir a probabilidade de ocorrência

Existem algumas normas que poderá seguir para que seja possível diminuir a probabilidade de que a síndrome de morte súbita surja no bebé, sendo que a sua maioria está relacionada com a monitorização e preparação das dormidas do bebé, visto que este é o momento da vida do bebé em que existe maior registo de esta síndrome ter ocorrido.

Neste sentido deverá:

  • Deitar sempre o seu bebé de costas: a posição do bebé para dormir deverá ser sempre de costas, apoiando as costas numa superfície, quer seja em carrinhos, berços, sofás, na cama ou ate ao colo. Se o bebé rolar sozinho para outra posição, de lado ou de barriga para baixo, não haverá problema se o bebé já tiver a capacidade de se mover para ambas as posições. Isto significa que o bebé deverá ser capaz de rolar para a posição lateral ou de barriga para baixo e conseguir voltar à posição inicial de costas na superfície.
  • Apenas deite o bebé em superfícies firmes e seguras: o bebé deverá viajar sempre em cadeirinhas seguras e que respeitem as leis e normas de segurança, assim como quando colocar o bebé em berços, deverá verificar a estabilidade dos mesmos, que não estejam partidos, com falha de alguma peça ou que tenham barras laterais movíveis. Não deve colocar cobertores ou almofadas entre o colchão e o lençol, nem pôr o bebé a dormir sobre uma cadeira, sofá, cama com colchão de água ou almofada.
  • Deve manter o berço seguro e livre de objetos: qualquer objeto macio, como almofadas, cobertores extra, brinquedos ou pontas soltas dos lençóis não são recomendáveis a permanecer no berço, cadeirinha ou cama enquanto o bebé estiver lá deitado, pois, aumentam a probabilidade de asfixia e aprisionamento.
  • Deve colocar o berço do bebé no mesmo quarto em que a mãe dorme, evitando que seja na mesma cama: não deverá colocar o bebé na cama a dormir com adultos pelo risco de afixamento, deitando-o antes num berço no seu quarto, o que lhe permite um maior controle do mesmo no berço, a posição em que dorme, etc.
  • Amamentação materna ao peito ajuda: alguns estudos revelam que o facto de o bebé ser amamentado ao peito materno poderá ser um fator que ajuda a diminuir o risco do surgimento desta síndrome.
  • Deve manter o bebé longe do fumo, de quem fuma ou evitar fumar durante a gravidez: se a mãe fumar, deverá tentar com todos os esforços desistir e evitar frequentar lugares que tenham espaços para fumadores, assim como deverá proibir que fumem dentro da sua casa e carro. Após o nascimento do bebé, mantenha as regras de proibição ou evitamento de fumo no seu dia-a-dia.
  • A temperatura dos espaços que o bebé frequenta, principalmente o quarto, onde passará mais tempo, deve estar bem regulada: deve ter-se especial cuidado com a temperatura do bebé, é importante que não tenha frio mas deve-se ter especial cuidado para este não ficar demasiado quente ou a transpirar. Roupa de cama não deve ser exagerada, assim como a roupa que veste; e a temperatura do quarto deve ser adequada.
  • Não devem ser usados monitores cardiorrespiratórios em casa: estes monitores são indicados para pessoas com problemas cardíacos ou respiratórios, por isso, não devem ser usados como monitor do sono do bebé, pois não têm sido identificados como uma medida de ajuda no controle do surgimento desta síndrome.
  • Não deverá usar equipamentos para evitar a síndrome de morte súbita: equipamentos como almofadas e auxiliares do posicionamento não demostraram, até agora, contribuir para a diminuição da probabilidade da síndrome surgir e podem ter um efeito negativo, pois podem ser um desencadeador de asfixia ou sufocamento.
  • Deverá manter as consultas do seu bebé planeadas: as consultas no pediatra devem ser regulares e as vacinas mantidas em dia. O seu pediatra deve ter conhecimento de toda a história clínica do bebé e se este estiver doente não hesite, recorra à unidade hospitalar e comunique ao seu médico pediatra caso não seja este a atender o bebé.

O papel do pediatra

 O seu pediatra deve ter conhecimento de toda a história clínica do bebé, as consultas devem ser regulares e deve ter conhecimento das suas gravidezes prévias, se estas existirem.

É normal que o medo surja e as dúvidas também, assim como alguma ansiedade enquanto o bebé dorme, mas é essencial que a mãe descanse e se encontre tranquila, pois, os seus sentimentos passarão inevitavelmente para o bebé.

Neste sentido, torna-se essencial que coloque todas as suas dúvidas ao pediatra, que fale com outras mães, que comunique o que a assusta e informar-se sobre o tema, pois, quando se informa sobre a situação sentir-se-á em controle e poderá dormir mais descansada.

Estudos realizados

  • Estudos realizados em Chicago, pela Dra. Debra Weese-Mayer do Centro Médico da Rush-Presbyterian-St.Luke´s, revelam uma relação entre o surgimento desta síndrome e do ADN do bebé, concluindo que os bebés em que ocorre esta síndrome tinham mais probabilidade de ter um polimorfismo em um gene específico.
  • Num outro estudo desenvolvido por Hannah Kinney, uma médica do Hospital Pediátrico de Boston e da Faculdade de Medicina de Harvard, foi focado o tronco cerebral, que é responsável pela respiração, batimentos cardíacos e pressão arterial. Segundo a Dra. Hanna Kinney, o cérebro dos bebés com a síndrome de morte súbita não tinha a capacidade de usar e reutilizar a substância cerebral, serotonina, que ajuda a transmitir mensagens entre as células nervosas. Não existindo ainda complicações de que forma esta alteração no sistema de serotonina provoca a morte no bebé.

Uma das ideias, ainda não colocadas em prática, seria encontrar formas de avaliar se o sistema de serotonina apresenta deformação ou não, através de um exame genético ou de sangue e administrar, posteriormente ao teste, serotonina nas alturas de maior risco.

Estas são ainda técnicas a desenvolver e investigar, mas Dr. Fifer, que não é o autor deste estudo, masque é um médico ativo na procura de uma resposta a este problema, afirma que “agora temos uma direção clara por onde se deveria procurar marcadores”.

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