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Oito motivos para considerar a criopreservação de células estaminais

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Apesar de cada vez mais famílias optarem pela criopreservação de células estaminais, esta continua a gerar muitas dúvidas e inquietações nos futuros pais, sobretudo por o parto ser o único momento em que as células podem ser colhidas.

Para simplificar esta decisão e ajudar os pais a refletir sobre esta possibilidade, reunimos 8 motivos para considerar a criopreservação de células estaminais.


1. Há cada vez mais estudos nesta área

A segurança e eficácia da transplantação com sangue do cordão umbilical expandido em laboratório foi já demonstrada em vários ensaios clínicos, estando cada vez mais perto de se tornar um procedimento comum. Continuam a decorrer estudos para avaliar a eficácia do tratamento com sangue do cordão umbilical em doenças neurológicas, diabetes, perda auditiva, entre outras.

Joanne Kurtzberg, John Wagner e Hal E Broxmeyer são três dos mais prestigiados especialistas mundiais no que diz respeito aos estudos com a utilização de células do sangue do cordão umbilical — os três concordam quanto ao valor terapêutico atual e futuro destas células.


2. A utilidade do sangue do cordão umbilical tem vindo a comprovar-se

Atualmente, mais de 80 doenças podem ser tratadas com recurso às células estaminais do sangue do cordão umbilical. A maioria são doenças do sangue e do sistema imunitário, mas também se incluem doenças e metabólicas e hemoglobinopatias.

Desde o primeiro transplante bem-sucedido em 1988, contabilizam-se mais de 45 000 transplantes com células do sangue do cordão umbilical!


A Crioestaminal faz parte do maior grupo de bancos de células estaminais da Europa, o grupo Famicord, que conta com mais de 450.000 amostras guardadas e já contribuiu com 99 unidades de sangue do cordão umbilical para transplantação. Conheça aqui as histórias das famílias Crioestaminal.


3. O sangue do cordão umbilical é uma alternativa à medula óssea

Em transplantes hematopoiéticos, as células estaminais podem ser obtidas a partir de três diferentes fontes: medula óssea, sangue periférico mobilizado e sangue do cordão umbilical.

Ao longo dos anos, diversos estudos têm demonstrado que os resultados dos transplantes de sangue do cordão umbilical são comparáveis aos dos transplantes de medula óssea de dadores não relacionados, pelo que o sangue do cordão umbilical é, atualmente, considerado uma fonte de células alternativa à medula óssea.

4. O sangue do cordão umbilical apresenta várias vantagens em comparação com outras fontes de células estaminais

Relativamente à medula óssea e ao sangue periférico mobilizado, estas são as vantagens da utilização do sangue do cordão umbilical como fonte de células estaminais:

a) Contém cerca de 10 vezes mais células estaminais hematopoiéticas por unidade de volume;

b) Está associado a um menor risco de desenvolvimento de doença do enxerto contra o hospedeiro, a complicação mais grave que pode advir de um transplante hematopoiético;

c) Apresenta maior permissibilidade no grau de compatibilidade entre dador e doente;

d) Apresenta menor risco de transmissão de agentes infeciosos;

e) Pode ser facilmente colhido após o nascimento — a colheita é indolor e sem riscos (quer para as mães, quer para os bebés);

f) As células colhidas no momento do parto não foram ainda expostas a agressões a que outras são sujeitas ao longo da vida, pelo que existe menor risco de mutações causadoras de doenças;

g) Encontra-se imediatamente disponível para transplantação.


Por outro lado, também tem algumas limitações:

a) O volume de sangue colhido é limitado e por isso o número de células obtidas por amostra pode não ser suficiente para pacientes com peso corporal mais elevado. Nestes casos, e para ultrapassar esta limitação, várias abordagens têm sido usadas. Por exemplo, o recurso a um tratamento com duas unidades de sangue do cordão umbilical. Para além disso, vários grupos de investigação têm-se dedicado ao desenvolvimento de protocolos de expansão celular, que permitem aumentar o número de células estaminais hematopoiéticas disponíveis para transplante.

b) Exige maior tempo de recuperação hematológica após a infusão das células, em comparação com a medula óssea ou o sangue periférico mobilizado. Isto traduz-se num maior período de neutropenia, isto é, de um nível muito baixo dos neutrófilos, um tipo de glóbulos brancos que ajuda no combate a infeções, tornando os doentes mais suscetíveis a infeções, e com períodos de hospitalização mais longos. No entanto, também a este nível, os protocolos de expansão celular poderão permitir melhorar o tempo de hospitalização, como tem sido demonstrado em estudos recentes.

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5. O sangue do cordão umbilical é uma hipótese viável de transplante entre irmãos

A criopreservação assegura que as células estaminais do cordão umbilical ficarão disponíveis para o caso da criança ou um familiar compatível, por exemplo um irmão, precisar delas para tratamento. Esta é a opção de muitos pais em todo o mundo, estimando-se que haja mais de 5 milhões de unidades de sangue do cordão umbilical armazenadas em bancos familiares.

O transplante de sangue do cordão umbilical alogénico com amostras de um dador familiar, como o caso de irmãos, aumenta o sucesso de transplante, com maior probabilidade de sobrevida e menor probabilidade de doença do enxerto contra o hospedeiro.


6. Em todo o mundo, crianças têm sido tratadas, em contexto experimental, com células estaminais do seu sangue do cordão umbilical

Ao longo dos anos, são cada vez mais as aplicações em estudo. Ao todo, foram incluídos mais de 800 doentes no âmbito destes ensaios — a maioria utilizando células autólogas (do próprio), o que minimiza os riscos de rejeição e aumenta a probabilidade de sucesso.

Recentemente, descobriu-se que a administração de sangue do cordão umbilical em crianças com doenças do foro neurológico (como paralisia cerebral e autismo) é segura e atenua os sintomas, melhorando a sua qualidade de vida e a dos seus familiares.


7. O sangue do cordão umbilical pode ser preservado por um longo período

Os estudos mais recentes referem um período de 23,5 anos como o período viável de armazenamento, desde que as células sejam mantidas em contentores abastecidos por azoto líquido a 196ºC negativos. Isto significa que existe uma grande probabilidade de as células estaminais estarem viáveis neste período, estando disponíveis para utilização por toda a família.


8. Existem entidades que acreditam bancos de células estaminais — uma garantia de qualidade!

A American Association of Blood Banks (AABB), uma das entidades mais prestigiadas nesta área, garante que os bancos por si acreditados obedecem aos mais exigentes padrões de qualidade relativamente à colheita, processamento, análise, armazenamento, distribuição e aplicação das células do cordão umbilical.

É recomendado que os pais optem por bancos acreditados por uma entidade internacional. Muitos centros de transplantação dão preferência ao uso de unidades provenientes de bancos acreditados, pois a qualidade das amostras influencia o resultado do tratamento.

A Crioestaminal é o único laboratório europeu com acreditação pela AABB para o processamento de sangue e de tecido do cordão umbilical.