Fitness Improves Thinking – Crianças FIT nas férias | De Mãe para Mãe

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Fitness Improves Thinking – Crianças FIT nas férias

Desde cedo que os desenvolvimentos sensorial, motor e cognitivo estão intimamente relacionados: basta por exemplo observar como um bebé aprende instintivamente a rastejar ou a gatinhar para poder explorar o ambiente que o rodeia. De igual modo, descodificar o próprio corpo, experienciar movimentos novos, coisas novas e descobrir como alcançá-las e o que fazer com elas são estímulos importantes para o desenvolvimento do bebé. Faz sentido, então, que esta tríade continue a desempenhar um papel importante ao longo de todo o desenvolvimento da criança.

Aprender, brincar e atividade física

“Aprender”, “brincar” e “atividade física” são três expressões diferentes que se chutam para a frente e para trás, como uma bola, no vocabulário corrente de pais, professores e profissionais de saúde. O significado de cada palavra não é segredo, mas a relação entre elas nem sempre é bem conhecida, e muitas vezes abdica-se de uma em prol da outra. É, no entanto, lógico que exista uma ligação entre estes três domínios, que deve ser respeitada e mantida, especialmente quando falamos de uma criança. Estas aprendem brincando e as atividades físicas estão cada vez mais despertas para a importância do jogo e das dinâmicas lúdicas; ou não fosse o desenvolvimento infantil um tema tão complexo, dependente de todas as evoluções e aprendizagens decorrentes da relação com o meio em que a criança está inserida.

Aprender a brincar

O processo de aprendizagem resulta da conceção de esquemas de ação, criados através de um esquema cíclico, que permite à criança testar respostas e analisar os resultados das mesmas, adaptando-as, de modo a melhorar as suas competências e habilidades. Este processo acontece porque na verdade, a infância caracteriza-se por uma fase de imensas transformações na estrutura e funcionamento cerebral, graças à neuroplasticidade.

Neste ciclo, embora o planeamento motor e as respostas geradas sejam importantes, nada aconteceria sem o desenvolvimento sensorial. São os sistemas sensoriais que permitem captar o resultado das respostas dadas, sem a visão, o tato, o paladar, o olfato, a audição e os sistemas propriocetivo e vestibular, não seriamos capazes de aprender.

A influência dos inputs táteis, propriocetivos e vestibulares ao longo da infância vão diminuindo à medida que os sistemas visual e auditivo vão tomando um papel de maior destaque, no entanto, estes sistemas continuam a influenciar o desenvolvimento e as aprendizagens e não devem de todo ser esquecidos.

E é aqui que entra a atividade física, a exploração livre, o brincar… É graças a estas atividades que a criança mantém o desenvolvimento destas competências. E embora correr e brincar possa por vezes parecer pouco mais do que uma atividade extracurricular, bem como a prática de desporto, torna-se cada vez evidente que estas são mais importantes para o seu desenvolvimento do que se pensava.

Quando cada vez mais as metas e objetivos da sociedade se focam nas competências académicas, importa reforçar o quanto ligado o desenvolvimento cognitivo está ao desenvolvimento sensorial e motor. Vários estudos mostram isso mesmo, a título de exemplo, num estudo com 221 crianças, foi possível relacionar a atividade física com a melhoria do desempenho cognitivo e funções cerebrais.

Exercício Físico

Hoje em dia, a prática de exercício já é relativamente universalizada, estendendo-se desde desportos como o futebol, o judo e a dança até a atividades menos competitivas, como andar de bicicleta. Mas na verdade, de nada serve estruturar a rotina da criança e colocá-la em 3 ou 4 desportos, se depois não lhe é dada espaço para a exploração, para brincar livremente, para pensar, para resolver problemas do quotidiano. Como pais, quando pensamos que estamos a ajudar a criança, estamos apenas a condicionar o seu desenvolvimento.

Pilates Pediátrico

Importa realçar, que fugindo aos desportos convencionais, uma boa alternativa será, por exemplo, o Pilates Pediátrico. O Pilates foi criado originalmente por Joseph Pilates, como um método de fortalecimento, enfatizando a importância do core (musculatura abdominal, lombar e das ancas), com o objetivo de promover o alinhamento, a flexibilidade e o controlo respiratório e de melhorar a coordenação e o equilíbrio. É um sistema de exercícios que pode ser gerido de acordo com as capacidades de cada pessoa.

Como tal, as necessidades da população atual – nomeadamente o aparecimento cada vez mais frequente de problemas posturais, obesidade e falta de mobilidade nas crianças de hoje em dia – moldaram o surgimento de uma modalidade recente dentro do Pilates, dirigida à pediatria. O Pilates Pediátrico procura contribuir para o desenvolvimento da criança, deixando-a aprender e crescer, corrigindo a postura, introduzindo regras e disciplina, fomentando a concentração e autocontrolo, e permitindo o extravasamento da energia própria da idade, sempre com exercícios lúdicos.

Se precisa de ideias para as férias, aqui ficam algumas:

Saiam para ver as
estrelas
Passeiem em diferentes
locais e pisos com
diferentes texturas
Experimentem
novos sabores
Cozinhem juntos Aprendam algo novo
em conjunto

Joana Pinho e Patrícia Bragança

Fisioterapeutas do CREN – Centro de Desenvolvimento Infantil

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