
Um pouco por toda a parte, as festividades natalícias começam a ser preparadas e as crianças não cabem em si de tanta excitação, afinal não tarda nada chega o Pai Natal, trazendo com ele um saco cheio de prendas para quem se portou melhor. No meio de todo o divertimento e azáfama surge a temida questão: divulgar ou não a identidade do Pai Natal? Não existe resposta correta ou errada e, precisamente porque esta é uma decisão exclusiva dos pais e daquilo que pensam ser melhor para a sua família, apresentamos-lhe algumas ideias sobre ambos os lados desta célebre questão.
Sim
- As crianças necessitam de perceber que são os pais que trabalham e se esforçam para que eles possam ter tudo aquilo que veem no dia de Natal, ou seja, não são coisas que aparecem subitamente do nada. Para além de perceberem o valor das prendas em si e não se tornarem crianças egoístas, não ficarão desapontadas no caso de não receberem tudo aquilo que escreveram na carta endereçada ao Pai Natal.
- Não quer que a pequenada acredite e veja como sendo reais personagens que são, de facto, fictícias. Afinal, que exemplo é que estará a dar aos seus filhos? E como irão eles sentir-se quando descobrirem que “caíram” nesta armadilha natalícia?
- Não gosta da ideia de mentir às suas crianças, ainda por cima tão pequenas e inocentes. Podem ser consideradas “mentiras piedosas”, mas mesmo assim não acha que se justifique, até porque é uma fase que dura poucos anos.
- Pode correr o risco de descobrirem a verdade por outras crianças e/ou irmãos mais velhos e não quer ser responsável pelo seu desapontamento e tristeza, nem ter de explicar porque é que as “enganou” durante tanto tempo.
- Prefere concentrar as tradições natalícias nos costumes religiosos, fugindo do aspeto consumista que a quadra foi ganhando ao longo das últimas décadas.
- Não vê com bons olhos a letra da música que afirma que “o Pai Natal tem olhos em todo o lado, observa os miúdos quando estão acordados e quando estão a dormir, sabe se se portaram bem ou mal”… aliás, tudo isso é um bocadinho assustador.
- Não sabe o que responder quando a criança lhe faz perguntas do género: “como é que o Pai Natal consegue ir às casas de todo o mundo numa só noite?” ou “as renas não sabem mesmo voar pois não?” ou “como é que ele desce a chaminé se é tão gordo?”, por isso, prefere dizer logo a verdade.
Não
- O Pai Natal é um símbolo natalício igual a todos os outros mas, por de trás da fantasia, existe uma história verídica – a de S. Nicolau. Conte aos miúdos como tudo realmente começou.
- Revelar a verdadeira identidade do Pai Natal a crianças muito novas pode suscitar confusão relativamente à época e lidar com uma situação dessas pode tornar-se mais difícil do que embarcar na fantasia natalícia.
- É uma recordação mágica que cada criança terá da sua infância e mesmo quando confrontadas com a verdade, o choque e a tristeza inicial são rapidamente dissipadas, porque as crianças têm uma capacidade de reação muito forte… afinal ainda haverá prendas, pinheiro, decorações, guloseimas, férias escolares e tempo em família!
- A maioria das crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 9 anos, descobre por si só que o Pai Natal é, de facto, a mãe e o pai, mas continuam a viver o ritual de colocar as bolachas e o leite para o homem das barbas brancas se abastecer depois de entregues as prendas e sempre com grande entusiasmo porque é uma tradição familiar especial.
- Porque não deixar que a pequenada viva a magia do Natal através do homem de fato vermelho e barbas brancas? Um pouco de imaginação nunca fez mal a ninguém e o Pai Natal só vem juntar-se a uma extensa rol de personagens que, se pensarmos bem, estão na mesma situação e ninguém anda a revelar que são fictícias: Barbie, Super-Homem, Hello Kitty, Homem-Aranha…
- Viver intensamente o encanto que rodeia o Papá Noël não implica que não possa também promover outros valores e tradições associadas à quadra, bem como ensinar à pequenada o verdadeiro significado do Natal.
- A letra da música que diz que “o Pai Natal tem olhos em todo o lado, observa os miúdos quando estão acordados e quando estão a dormir, sabe se se portaram bem ou mal” pode ser uma excelente motivação para que os seus “pequenos terrores” se portem bem – pelo menos nesta quadra!
- Quando questionado com perguntas do género “como é que o Pai Natal consegue ir às casas de todo o mundo numa só noite?” ou “as renas não sabem mesmo voar pois não?” ou “como é que ele desce a chaminé se é tão gordo?”, responda à altura dizendo “é por magia” ou “o que é que tu achas?”.
- Não deve existir nenhum adulto hoje que esteja ressentido com os pais por terem perpetuado o mito do Pai Natal durante anos a fio, antes pelo contrário…