Gosia Krogulec
Consultora Certificada de Babywearing e Fundadora do projeto “Carregados de Amor”
O Babywearing tem ganho cada vez mais fãs, mas a verdade é que esta técnica de transporte é a mais tradicional que existe (as mães africanas são especialistas neste tema!). Há umas décadas não havia carrinhos de passeio e as mães precisavam de ter as mãos livres para trabalhar, mas continuavam a querer ter os seus rebentos junto a si. Como conciliar as duas coisas? Babywearing.
Atualmente, o babywearing continua a ser escolhido pelas mamãs por ter inúmeras vantagens e são, cada vez mais, as mães que deixam o carrinho em casa e optam pelo transporte dos bebés junto a si. E depois da experiência intensa do nascimento, o bebé também anseia voltar a estar perto da mãe. É o corpo da mãe que abriga, acalma e alimenta o recém-nascido - é aqui que ele se sente em casa.
O uso de porta-bebés costuma tornar mais tranquila a fase inicial do pós-parto e facilita a adaptação do bebé ao mundo exterior. Esta prática, o “babywearing”, traz imensos benefícios para toda a família:
- A mãe pode falar com o bebé e estar atenta aos sinais (de fome, sono ou necessidade de afeto), facilitando a comunicação entre os dois;
- A presença da mãe cria a sensação de segurança no bebé e permite que este se relacione com o mundo de forma mais confiante;
- Ajuda a alimentar o bebé - o contacto estimula a produção de leite materno;
- Estimula os sentidos do bebé - ele está mais tempo em movimento, a balançar, a ver, a ouvir, a tocar e a ser tocado. Isso é favorável ao desenvolvimento;
- Cria condições para o bebé movimentar o pescoço, e mais tarde o tronco, e faz com que exercite os músculos que permitem controlar o seu corpo e movimentos;
- É uma forma ergonómica de transportar o bebé - o porta-bebé protege a coluna contra pressões e choques, e distribui o peso favoravelmente no corpo da mãe (o tronco e o pavimento pélvico ficam enfraquecidos após a gravidez);
- Permite que a mãe faça algumas tarefas enquanto tem o bebé no colo.
Para tirar partido de todos estes benefícios, é essencial carregar o bebé de forma ergonómica - respeitando a sua anatomia e as particularidades do seu desenvolvimento. Um porta-bebé permite carregar de forma ergonómica quando:
- Tem uma base relativamente larga, que apoie as pernas do bebé de joelho a joelho, na posição de “sapo” (pernas fletidas e abertas);
- O apoio das costas é maleável e flexível (em tecido ou malha, sem acolchoamentos ou rigidez) e pode ser bem ajustado às costas do bebé, para que o bebé fique apertado contra o corpo da mãe.
Os porta-bebés mais adequados desde o nascimento são panos - elásticos ou tecidos - e sling de argolas. Mais tarde, podem ser usados os mei-tai ou a mochila ergonómica.
Artigo originalmente publicado na segunda edição da Revista De Mãe para Mãe, em janeiro de 2020.