Olá a todas!
Sou licenciada em Enfermagem, e exerci até aos 6 meses de gravidez. Altura em que o meu patrão decidiu que eu já não lhe dava jeito... e caramba, tudo legalmente! O meu último dia de trabalho, enquanto enfermeira, foi a 21 de Março de 2012.
Enfim, passado o primeiro choque, recompus-me e preparei-me para a chegada da minha filha, que aconteceu a 4 de Julho de 2012.
Passei por todas aquelas fases do puerpério, os medos, as ansiedades, a perda de leite aos 22 dias, o medo de falhar enquanto mãe.
Os meses foram passando e não conseguia encontrar trabalho. Sentia-me a cada dia mais desesperada. Ser mãe a tempo inteiro é maravilhoso, mas faltava algo (que ainda falta) para me sentir completa.
À cerca de 1 mês começaram a abrir os concursos para os Hospitais Públicos, e tenho concorrido a todos. No entanto, com pouca esperança.
A primeira fase é sempre a avaliação curricular, a minha é fraca... Trabalhei 18 meses mas foi há mais de dois anos, o que é igual a zero. Formações, não tirei nenhuma, os tostões são contados mensalmente, e a minha filha tem sido a prioridade... logo, tenho menos uns pontos na avaliação curricular.
Ao longo do curso a minha classificação foi boa, mas não excelente... o que me tira mais uns pontos, ainda que em contexto de Ensino Clinico tenha tido sempre muito boas notas.
Tenho cartas de recomendação, que nestes concursos de nada valem... Enfim!
Mas a semana passada ligaram-me. Ligaram-me para ir fazer as férias de uma colega. 3x/semana durante 2 semanas... e sabem que mais?
Renasci!
O voltar a vestir a farda é algo tremendamente mágico.
Estou mais bem disposta, com mais energia. No seio familiar estou mais tolerante. A minha filha fica com os avós e mima-me imenso quando eu chego a casa.
Só queria que esta sensação durasse mais um pouco... Quero voltar a investir em mim, em formação continua, mas para isso preciso de dinheiro, e para ter dinheiro preciso de trabalho. Será que os empregadores não vêm que isto é uma bola de neve?
Para quando uma oportunidade para quem não tem possibilidades para avançar enquanto está desempregado?
Vejo miúdos com "n" formações, mas na sua maioria vivem na casa dos pais e não têm uma filha para criar! Sinto-me injustiçada!
Mas pronto... o que importa neste momento, é que estou realmente FELIZ, ainda que apenas por 2 semanas. 
