Lá está é uma questão pessoal. Não dá para saber.
Eu não acho anormal o comportamento dele porque os homens que querem sair saem, quem quer trair e manter a mulher ali segura também o faz pela calada, além disso ele tem a familia dele a saber o que ele fez e certamente vai fazer de tudo para ficar bem visto. A maioria dos homens que traem são cobardes, não querem ter de mudar nada na sua vidinha, basta terem ali alguém para apimentar a relação de fora. Obviamente que a escolher escolhem a mulher de familia, se é por amor ou por egoismo é que eu não sei.
Eu ainda estes dias tive conhecimento de uma senhora que perdoou o marido que a traiu quando ela estava grávida e este mês com os filhos criados descobriu que o marido manteve a relação com a amante por mais de 35 anos e nem sabem se os filhos da amante são do marido desta ou dele. Aliás ela só descobriu porque apareceu um suposto filho dele, adulto.
Neste momento há inclusivamente rumores de poderem existir mais amantes... claro que podem ser só rumores mas eu não a culpo por ela acreditar neles. E o homem, tal como um que comete violência doméstica, depois do "crime" também a anda a sondar com prendas e coisas do género. Para mim esse tipo de atitude, actos romanticos depois de uma traição honestamente repugnam-me. Não me parece de alguém arrependido ou que ame muito e blablabla para mim é de alguém que o faz porque foi descoberto e acredita que vai comprar com prendas em vez de enfrentar de frente os problemas. Mas lá está, eu sou incapaz de perdoar uma traição e cada um saberá se é capaz de o fazer ou não. Eu nunca mais confiaria que ao sair pela porta fora ele fosse mesmo trabalhar, sair à noite só com amigos, ou que a chamada de trabalho fosse mesmo de trabalho. Sei que me tornaria paranóica porque já me tornou. Já fiquei ciumenta, possessiva e insegura. Coisas que eu não sou, nunca fui e não quero ser e para o bem-estar de todos e principalmente dos meus filhos eu nunca poderia perdoar uma traição porque eu sei que faria a nossa vida (de todos, mesmo do meu marido) num inferno.
Lá está, são formas de ser e de estar. Para mim seria impossível acreditar que nunca mais vai acontecer porque não conheço ninguém que tenha traído e não o voltasse a fazer. E não acho que o facto de ter pouco tempo ou seja o que for que prejudique a relação possa justificar a traição ou minimizar a atitude, quem trai faz porque quer porque quem ama (para mim) trabalha a relação antes de trair. Não dá depois a desculpa que foi pela falta de tempo ou pela pressão...é que a mulher está ali ao lado ou à distância de um telefonema, é preciso irem meter-se com outra qualquer para perceber que amam a mulher? Ou é preciso a mulher descobrir para terminar tudo com a amante e dizerem que gostam muito da mulher?! Para mim são coisas que eu não compreendo e não perdoo. Aliás, não sou capaz de perdoar uma traição porque se sou 100% fiel exijo exatamente a mesma atitude comigo. Quando eu sou pressionada ou tenho homens (casados ou solteiros) a meterem-se comigo eu dou-lhes um "chega para lá", não lhes dou beijos nem me enfio na cama com eles para depois dizer ao meu marido que o amo muito. Para mim a traição não acontece, é uma escolha. Eles escolhem trair em vez de falar sobre os problemas, resolverem-nos ou simplesmente acabarem a relação e isso para mim não tem perdão. Não é o acto em si, é a quebra de confiança.
Eles de facto têm 4 filhas mas tem de ser a mulher a sacrificar-se e ficar com um homem que a traiu porque têm 4 filhas em comum mas ele não pensou nas filhas quando a andou a trair, pois não? Ele não quis dar mais oportunidades à relação, ir ter com a mulher e resolver os problemas, optou pela via que lhe apeteceu no momento, não foi?
E as crianças se crescerem num ambiente no qual há desconfiança, rancores, receios, incertezas, etc será que crescem num lar saudável e feliz?
Eu não sou a autora, atenção e acho que cada pessoa tem o direito de dar as oportunidades que quiser à sua relação. Efectivamente acho que todas as relações podem melhorar e perante uma traição se optarem por ficar juntos só têm a ganhar ao procurar mudar a relação e a forma como ela funciona, se virem que precisam de ajuda há também os terapeutas familiares para ajudar a que funcione. Mas acho muito injusto colocarem a questão como se fosse a autora que lhe devesse alguma coisa a ele. Ela deve lutar para ser feliz: seja isso sozinha ou ao lado dele. Até porque qualquer criança é muito mais feliz com pais felizes, o facto deles estarem juntos e infelizes não faz bem nenhum a criança alguma.
Mas há situações na vida em que temos de perceber se seremos mais felizes sozinhos ou com determinadas pessoas. E acho que é nisso que a autora tem de pensar.