Olá meninas!
Em setembro descobri que o meu anjinho tinha deixado de crescer ás 6 semanas, fiz a medicação mas passada uma semana devido a uma hemorragia muito abundante tive de recorrer às urgências e tive de fazer curetagem. À duas semanas tive consulta de revisão e pensava que ia ter luz verde para começar os treinos, mas não a médica descobriu que me apareceu um cisto hemorrágico num ovário e pediu-me para esperar mais 2 ciclos para ver se ele desaparece com as menstruações. Foi um balde de água gelada e o pior disto é que ao desabafar com as minhas 2 amigas, uma delas começa a dizer que se eu andar ansiosa as coisas não vão correr bem. Isto é o tipo de coisas que não se quer ouvir, assim como "foi melhor assim", "vais ver que engravidas outra vez num instante" ou "não penses mais nisso". Eu sei que foi melhor assim, mas não quer dizer que não custe na mesma, eu tenho a certeza que vou engravidar novamente mas porque é que temos de passar por esta dor e este vazio e o não penses mais nisso é a mesma coisa que dizerem esquece que estiveste gravida, que perdeste um filho, que podias estar barriguda e não estás, que o natal está a chegar e o meu anjinho já ia receber tantas prendinhas. Para quem não passou por isto, tenham cuidado com as palavras. O que nós passamos é uma dor que atenua mas não passa, eu sou mãe mas infelizmente não pude conhecer e abraçar o meu filho. Por vezes sentimos que estamos sozinhas e ninguém nos compreende, para mim o que me vale é que o meu marido é espectacular, posso dizer que me apoiou imenso e sofreu tanto como eu.
Um beijo enorme para todas as mães que infelizmente não conheceram os vossos anjinhos.
Ana lamento imenso pelo teu bebé. Sei bem aquilo que sentes. Perdi três bebés e de todas as vezes ouvi coisas inacreditáveis de toda a gente. As pessoas não entendem que efectivamente perdemos um filho e estamos em luto. É quase como aquele ditado 'quem não vê é como quem não sente'. O problema é que nós sentimos. E sentimos muito. Fazemos planos e temos sonhos. Imaginamo-nos com aquele bebé. E quando ele desaparece leva um pouco de nós. As pessoas não entendem que nenhum bebé substitui outro. E que perdemos temos de o guardar na nossa mente e coração da melhor forma possível. É mesmo como dizes:só mesmo quem passa por isso percebe.
Um grande beijinho e muita coragem ****
Lamento imenso Ana! A minha estrelinha deveria nascer agora em Dezembro ou seja já iria passar o natal com ela mas infelizmente também se deixou de se desenvolver as 9 semanas e só demos conta às 10! Fiz a curetagem e tive de esperar um ciclo para voltar de novo aos tratamentos (tive de fazer inseminação). Contudo verifiquei que enquanto grávida fui criando um quisto hemorrágico mas a médica disse que seria absorvido pelo sistema e que não tinha nada de me preocupar (até porque tenho SOP). E assim foi. Quando voltei após a primeira menstruação já não tinha quisto nenhum! E olha por um lado sim foi melhor assim. A natureza é sábia! E olha queres saber mais uma coisa? Eu tb estou grávida de novo...4 meses após a curetagem engravidei de novo com tratamentos porque até ouvi dizer que ficamos mais férteis. Claro que no meu caso era complicado visto precisar sempre de tratamentos mas lá conseguimos de novo (com in vitro) e cá estou eu nas 11 semanitas 
Beijinhos e força!
- Última pílula em Março 2014, SOP, Clomid + IIU
- Positivo a 6/4/2015 - AR 18/5/2015
- De volta aos treinos Julho 2015
- 1o FIV (+)
- Nasceu o meu piolho em 2016
Sinto MT tua perda Anã.
Mas como disse a Cat a natureza é sábia.
Podes ver k tb passei por uma perda, dupla. Agora estou grávida novamente e n deixo d pensar k podia ter os meus meninos a passar o 1natal cmg.
Mas por outro lado sei k s eles tivessem sobrevivido não iriam ter qualidade de vida... As vezes a nossa dor serve pra evitar a for dos nossos anjinhos.
Olha o k t posso dizer k m ajudou foi m focar em preparar o "ninho" - o meu corpo- para receber novo (s) bebé (s) e os comentários das pessoas vão SMP nos magoar, mas qd temos o nosso marido/ companheiro do nosso lado mandamos os outros à fava.
Tenta ter pensamento positivo. Em 2016 se Deus quiser terra um bebé cntg ou na tua barriga.
Beijo grande
dps d perder os nossos meninos gémeos verdadeiros(17-09-2014 c 23s) fruto d gravidez espontânea mt deseja e planeada.Diag d IIC congénita em 01-2015 Temos 2 estrelinhas no céu a cuidar d nós e dos manos q logo virão
26-07-2015 positivo
07-02-2016 nasceu (37+4,vencemos a IIC)
Olá Ana,
Lamento muio a tua dor. Sim, quem não passou por isto não tem, muitas vezes, sensibilidade. O meu pai, por exemplo, perdeu um bebé, e mesmo assim foi insensível dois meses dps de ter perdido o meu bebé (e esteve ao me lado no hospital!).
Sei que é fácil falar, e que todas nós remoemos esses comentários, mas estamos a remoer algo que aos poucos se torna venenoso e só nos faz mal por dentro. Já temos tanta angústia no peito, tantas noites a pensar nos nossos pequeninos, a pensar nos hospitais, no que poderia ser... não precisamos de mais isso para mastigar. Tenta deitar a importância atribuida a esses comentários fora. Se te ajuda, diz-lhes o efeito que tiveram em ti, desabafa (a mim ajudou dar nos "chifres" do meu pai, e chorei imenso, também ajudou deitar para fora).
Quanto à natureza ser sábia, só e posso dar o meu caso, pois não sei o que se passou com o teu bebé: O meu estava todo estragadinho coitadinho (já cá estão as lágrimas). Tinha tantos problemas que sabia que se ele não morresse por si, eu teria de o matar. Que horror. Mas, não ia conseguir ter um bebé e abrir o peito dele 2x por ano para arranjar o coração, nem meter drenos no seu cérebro. Vê-lo sem poder brincar com os outros meninos, vê-lo a olhar para as raparigas sabendo que nenhuma alguma vez se interessaria por ele, vê-lo a morrer antes de sequer chegar a adulto.
Foi uma bênção disfarçada ele ter morrido sozinho. Ia-me custar tanto, mas tanto matar o que estava a criar.
E eu soube o que ele tinha, e na minha opinião, é melhor nem saber. Mas depois ficava na dúvida, e era mais uma treta para remoer! Não sei...
Isto custa muito, e não há nada a fazer sem ser tentar gerir a nossa dor o melhor possível, quer seja sozinha, com a família, com o marido espectacular (que felizmente tb tenho), ou aqui, com as outras Mães. Passado aquela altura mais intensa, temos de nos levantar aos poucos, reorganizar a cabeça, dar graças às coisas boas que temos, e rezar ou torcer para que isto não se repita.
