Olá mamãs. Hoje venho desabafar... Desde que a minha miúda nasceu, há 15 meses, parece que a minha vida se transformou num inferno. Não por causa dela, mas por tudo o que veio depois. Primeiro 1001 burocracias com 4 países para a conseguir registar (estou no estrangeiro e ela tem dupla nacionalidade), depois procurar casa nova, infantário na outra ponta da cidade, ser despedida, informar-me em relação a isso, decidir voltar a estudar e procurar cursos e universidades, etc etc etc. Todas as semanas sempre preenchidas. Tudo isto tenho feito sem ajuda, com a miúda atrás. Ainda ela tinha poucos dias já eu andava com ela de um lado para o outro de transportes públicos a tratar de coisas que não me interessam nada mas têm de ser feitas. 15 meses passaram e continuo com montes de coisas para fazer. Agora em Maio foi a mudança de casa e vários exames de acesso à universidade. A minha relação com o namorado vai de mal a pior, só discutimos, já lhe disse várias vezes que não aguento esta sobrecarga nem as constantes discussões com ele (e ele até é daqueles que vai às compras, cozinha, passa a ferro, limpa a casa comigo, muda fraldas, etc). Ele é do tipo que está sempre stressado, já deve ter nascido stressado, eu é que tenho a pressão toda, ele "só" trabalha, e ele é que está stressado. Tenho alturas que já não sei onde me enfiar. Não tenho paciência para a pequenita. Não tenho ajuda. Estou no estrangeiro, conheço pouca gente, não temos aqui família. Pedi ajuda a uns amigos para as mudanças (a miúda anda sempre agarrada às minhas saias, o namorado trabalha, e mal conseguimos ter tempo de empacotar coisas, e 1 sozinho não consegue carregar com nada), 2 disseram que tinham mais que fazer, 2 ajudaram e estou-lhes muito agradecida. A minha sogra resolveu vir para "ajudar" - trouxe outra neta pequena, por isso em vez de ajudar ainda me meteu mais uma criança em casa para eu tomar conta e atrapalhar e mexer em tudo. Pedi à minha mãe para vir, agora também são só discussões. A minha mãe acha que a menina coitadinha não pode comer o mesmo que nós, tem de comer comida especial para bebés. Eu sempre lhe dei da minha comida cortada em bocadinhos pequeninos (cozinhamos sem sal, sem temperos, sem molhos, sem fritos, sem açúcar, sem comida congelada, comemos legumes, carne, peixe, ovos, fruta, iogurtes, queijo, batatas, arroz...) - o que é que isto tem de mal?! A minha mãe acha que se é tudo à minha maneira (sim, é, eu é que sou a mãe!) então nunca mais lhe devo pedir para cá vir. Digo-lhe que a miúda não é esquisita e come de tudo, ela responde que é a lei da sobrevivência (pois, eu mato-a à fome e ela come tudo o que lhe dou para não morrer). E que não tem mal nenhum comer papinhas aos 3 anos nem comida para bebés aos 10.
Mudei de casa à 6 dias, tenho a casa de pantanas com caixotes por todo o lado, não posso deixar a miúda "à solta" com a casa assim, tenho 4 exames em Junho, e não dou conta do recado. Já não sei onde me enfiar. Não sei como é que vou começar a estudar nestas condições (e é só part-time!) Apetecia-me mesmo desaparecer. Não sei a quem pedir ajuda, amigos, namorado, sogra, mãe... A pequenita vai para o infantário em Setembro, acho que isso me vai ajudar. E eu estou triste, todo este tempo com ela em casa, que devia ter sido tão bom, só para nós, para passear e conhecer outras mamãs, e tem sido um pesadelo de tarefas e burocracias umas atrás das outras e sinto-me tão sozinha e sem o apoio de ninguém ou alguém para desabafar... 
Olá BagaLaranja, tenha calma! Noto no seu relato muito stress, cansaço e também alguma falta de paciência para tudo e todos. Gerir uma casa (ainda mais com mudanças), estudar e cuidar de um bebé não é tarefa fácil. Eu tenho dois filhos, o mais pequenito com 22 meses, um pequeno terrível que não pára. Por vezes também dou em doida e penso que sozinha não dou conta do recado, mas busco no meu marido apoio, pois eles estão cá é para isso mesmo para apoiar e ajudar. Converse com ele, diga-lhe o que sente e tentem em conjunto arranjar uma solução.
Relativamente à sua mãe, aceite a ajuda que lhe possa dar e relativize os comentários em relação à sua filha, como você mesmo disse, você é que é a mãe, você decide, ponto final.
Em relação à sua sogra, nem sei que lhe diga, apenas que tenha um pouco de paciência, talvez ela possa ficar com sua filha enquanto você estuda, ou trata das burocracias, ou então arruma algumas das coisas da casa.
Tente fazer um plano escrito de todas as coisas que tem para fazer, e divida em prioritárias e secundárias e tente traçar esse plano a longo prazo de forma a ir fazendo aos pouquinhos o mais importante e o restante ou delegar em alguém, ou deixar para depois. Nem sempre conseguimos fazer tudo, não podemos ser super-mães, super-mulheres, super-profissionais, às vezes precisamos de ser apenas nós, mulheres.
O importante é manter a calma que tudo se resolve.
beijinhos
Olá mamã.
Parece que está a atravessar um período complicado mas parece que está a acabar para breve (após os exames para a faculdade). Ignore os caixotes que estão por arrumar e tire um ou dois dias para passear com a pequena e esquecer as arrumações e burocracias uns tempos. Recupere as energias e arrume tudo o que falta (não sei se falta muito ou não) e comece a estudar.
Parece que o maior problema nem é o "não conseguir gerir" mas sim a falta de alguém para falar. Sempre que quiser passe no forum e vá deixando aqui alguma mensagem, certamente terá alguma resposta/um ombro amigo para a ouvir.
Beijinhos e vai ver que tudo se compõe 
Olá bagalaranja....
Até fiquei cansada com tanta atividade descrita! Sabes, quando queremos fazer muita coisa ao mesmo tempo acabamos por não fazer quase nada e o que fazemos em geral não sai como gostaríamos. Um filho é um desafio dos bons e, só por si e sem mais nada, já nos traz tarefas de sobra. Se a isso juntares outras tarefas, a coisa não vai correr mesmo bem. Se ainda adicionares o isolamento, o estar distante de todos os que te podiam valer, o estar num país que não é o teu e com o namorado "stressado" mas que até faz muita coisa em casa, se calhar isso significa que está tudo um bocado errado e que é melhor começares a organizar a tua vida antes de passares à execução.
Não vais conseguir estudar. Que tal assumir isso e adiar os estudos ou exames para uma coisa parecida com segunda época? É que estudar com um bebé de 15 meses em volta e com montes de caixotes para por no lugar, não vai dar mesmo. Até porque vais estar com o olho na miúda e com outro nos caixotes que, certamente, estás louca para ver no devido lugar até porque as coisas que contêm deve fazer-te falta.
Com tanta confusão que por aí vae com alguma frustração que denoto do teu discurso, posso perguntar-te o que aí estás a fazer? Que vantagem tem viver no estrangeiro quando os problemas parecem ser taõ grandes ou maiores do que aqui no teu próprio país?
A sério, dá prioridade à organização mental, logística e prática da tua vida. Depois define objetivos com base nas prioridades estabelecidas e vai cumprindo um a um, sem os sobrepores. Quando se exige demasiado de nós próprios, fica difícil atingir a satisfação porque vamos sempre frustrar-nos.
Beijinhos e tudo de bom
SMSantos
Nem de propósito...estava eu aqui a implorar ao mais velho que fique 5 minutos com o bebé para eu engolir alguma comida, e leio o teu relato...
Não estás sozinha 
, eu por cá não consigo fazer nadinha, e o meu marido trabalha por turnos, o que às vezes é bom, mas na maior parte das vezes não.
Ah mamãs... Têm todas razão e a descrição sem paciência para tudo e todos está bastante certa... A verdade é que me parece tudo uma prioridade... Se não registasse a miúda não recebia subsídio de maternidade. Se não arranjasse infantário não podia trabalhar nem estudar. Se não alugasse casa primeiro não sabia onde procurar infantário. A empresa que me despediu paga-me para estudar se começar a estudar até Setembro, pelo que os exames de admissão são agora. E pronto, são sempre umas coisas a seguir às outras. A casa é que fica para segundo plano, os caixotes irritam-me um bocado mas deixo andar.
A sogra e a mãe moram muito longe, pelo que não podem ajudar grande coisa. Mas quando vêm a sogra tráz muitas vezes convidados inesperados e a mãe acaba sempre por se pegar comigo por eu não ser a dona de casa perfeita que ela é (nem eu quero ser!)...
O namorado é do tipo de não reagir a qualquer coisa que eu diga, pelo que às vezes nem sei se ouviu. Parece que estou a falar com uma parede... Temos uma comunicação terrível... Bem me esforço...
É verdade, há bastante frustração no meu discurso. Também me pergunto várias vezes o que estou aqui a fazer no estrangeiro...
Anda por aqui muita confusão e com tanta correria nem paro para pensar no que estou a fazer mal ou como fazer melhor.
Tem calma BagaLaranja. Entendo que todas essas coisas são necessárias, mas tenta pensar numa de cada vez, mesmo que sejam umas atrás das outras. Faz como as outras meninas disseram e estabelece prioridades. Deixa os caixotes por enquanto, ou arruma um cada dia, talvez.
O teu marido até ajuda em algumas coisas, é teu amigo, apesar de às vezes não ser muito conversador. Mas tenta não levar isso a peito. Provavelmente já sabias que ele era assim. Tenta não discutir, fala com ele com calma, vais ver que vai ser bom para todos.
Quanto a sogra e mãe, se em vez de ajudar, desajudam, não faças conta com elas. Conta contigo e com o teu marido, à medida que seja possível, é preferível nós próprios gerirmos as nossas coisas e as nossas vidas da nossa maneira.
Mas tenho que te dar razão, a tua filha já pode comer de tudo, tanto a tua comida, como continuar a comer papa, mas isso és tu e o teu marido que têm que decidir, de acordo também com o gosto da vossa filha.
De qualquer modo, apesar da tua mãe não te dar razão, tenta não discutir com ela, é sempre melhor tentar equilibrar as coisas. Viver em permanente discussão causa a instabilidade que estás a viver (a tua, mas também do teu marido e da tua filha).
Sê feliz querida, conta connosco. Tem calma.
Um beijinho.
