Primária e posterior - colégio privado ou escola pública? | De Mãe para Mãe

Primária e posterior - colégio privado ou escola pública?

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Gonçalo Ferreira1 -
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Desde 26 Out 2016

Boa tarde Sorriso
A minha filhota está na creche e começo a pensar na fase posterior. Onde a irei colocar na primária.
A minha dúvida prende-se entre colégio privado ou escola pública.
Resido na Póvoa de Santa Iria e já ouvi falar muito bem do colégio Bartolomeu Dias.
Alguém tem feedback sobre esse colégio ou outros na zona?
É qual a vossa opinião enquanto mães e país sobre escolher entre privado ou público? Acham que existe (hoje em dia) uma grande diferença de qualidade entre ensinos?
Obrigado Sorriso
Gonçalo.

Kat-Kat -
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Desde 08 Abr 2013

Olá, mamã. Não sou dessa zona, pelo que não conheço esse colégio específico, mas posso dizer-lhe que o meu filho mais velho fez toda a pré e primária em escola privada, e não o trocaria por nada.

Claro que tudo depende do que se possa pagar, mas podendo, o nível de ensino e preparação que o meu filho teve, não tem comparação com o que conheço das escolas públicas onde já dei aulas.

Muito mais disciplina, programa muito mais exigente, aprendizagem a ritmo diferente e muita, muita disciplina e saber estar, para além do fator segurança e tranquilidade por ser uma escola com apenas 100 alunos.

Para mim, foi, sem dúvida, uma experiência a repetir com o mais novo que já está inscrito para setembro de 2018, para garantir a vaga.

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Sou do Porto, por isso também não conheço esse colégio. Mas, na minha opinião, a diferença que existe hoje em dia em Portugal entre um bom colégio privado e uma escola pública é maior do que alguma vez foi e não me parece que a diferença se vá atenuar num futuro próximo. Tenho a minha mais velha num colégio privado, para onde os irmãos também irão ( bebé será inscrito mal nasça, caso contrário é extremamente difícil arranjar vaga), e tenciono que fiquem lá até ao 12º ano. Estudei no mesmo colégio onde tenho a minha filha e as maiores diferenças que notei na faculdade relativamente a colegas que vieram do público foram o nível de inglês e matemática com que entrámos, duas disciplinas que considero fundamentais (talvez as mais importantes). De resto, acho que a relação entre professores e alunos tende a ser muito mais próxima nos colégios e o ambiente muito mais familiar. Existe um grau de exigência muito superior e um acompanhamento muito mais personalizado do aluno. A liberdade que estes colégios têm face ao estado permite que se criem muitas oportunidades que nunca existiriam numa escola pública. Eu não trocaria o privado (claro que também é preciso escolher o privado) pelo público.

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

Eu fiz o 1º e 2º ciclo no privado e os restantes no público. Se tiver possibilidades pretendo colocar os meus filhos no privado no 1º ciclo e no público a partir do 2º ciclo. Sou do Porto e não gosto muito da situação das escolas públicas do 1º ciclo no centro do Porto, já lecionei em algumas e há muitos problemas infelizmente. Já passei por escolas em cidades satélite do Porto (públicas) e vi uma realidade diferente, se vivesse lá perto colocava-os nessas públicas sem medos. Depende sempre das escolas e da região onde se vive!

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

Asuos -
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Desde 01 Out 2015

Acho que acima de tudo deve conhecer bem os planos de estudos e os programas de cada escola. Não só o básico mas a fundo e depois tomar decisões.
Na cidade onde vivo existem mais de 10 escolas primárias e dentro de todas as opções escolhi a que o meu filho frequenta porque foi a que mais gostei a todos os níveis. Por acaso é uma escola pública.
E quando chegar a fase de transitar para o 5º ano o raciocínio será o mesmo: vai para a melhor escola possível.

Há colégios privados e colégios privados... a nível do secundário por exemplo existem aqueles que só preparam os alunos para serem bem sucedidos nos exames nacionais e depois na universidade esses alunos ficam para trás porque não sabem o suficiente, não têm capacidade de análise crítica, não são capazes de pensar fora da caixa, etc. Aliás existe até um estudo onde isso foi verificado.

No entanto, acima de tudo depende da escola daquilo que cada uma pode oferecer a nível educativo. Não duvido que numa cidade como Lisboa encontrar uma boa escola pública que não esteja sobrelotada deve ser extremamente difícil mas nem sempre os privados são a melhor opção e nem sempre as escolas públicas são a melhor opção.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Não conheço a realidade das escolas públicas e privadas nessa região, portanto não posso opinar sobre o caso em concreto.
Tudo depende das escolas públicas e das escolas privadas, não se pode simplesmente dizer que nas escolas privadas há mais exigência ou vice-versa.
As minhas já vão para o 9º ano e têm andado sempre em escolas públicas. Não tenho razão de queixa em nada que seja importante: bom ambiente, bons professores (com algumas exceções, como em todo o lado), segurança total, disciplina suficiente para permitir um bom rendimento escolar. Os problemas que surgiram foram comunicados e resolvidos.

KellyPT -
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Desde 05 Abr 2011

Tal como algumas das mamãs que se pronunciaram, não acho que a questão se possa discutir em termos puramente abstractos e com base na dicotomia público/privado. Depende muito da escola. Há colégios privados de má qualidade, que inflacionam propositadamente as notas e acabam a preparar pior os alunos que muitas escolas públicas (conheço vários casos assim). Há escolas públicas boas, com bons projetos educativos, na sua maioria situadas em zonas com melhor nível sócio-económico e mais altas taxas de escolaridade dos pais (é triste dizê-lo e sobretudo é triste que seja verdade, mas a pobreza e exclusão tendem a perpetuar-se e as piores zonas tendem a ter também as piores escolas).
Agora, um colégio privado realmente bom, com um projeto educativo de excelência (que de forma nenhuma são todos) pode realmente fazer a diferença na vida de uma criança. Os colégios de topo têm ofertas e ferramentas pedagógicas que o ensino público, por mais que se esforce, não consegue acompanhar e, se eu tivesse a possibilidade de o oferecer aos meus filhos, não hesitaria. Infelizmente não tenho, porque são 2 e não conseguimos pagar 2 mensalidades do preço das que estou a falar.
Vão para o público (felizmente temos uma possibilidade realista de conseguir uma boa escola pública, senão eu estaria desesperada), o que não quer dizer que não cheguem onde chegam os outros, só que os que têm acesso a escolas de excelência partem com vantagem: chegam mais depressa, com mais facilidade e quase sempre mais longe.
Atenção que os colégios de que estou a falar têm, quase sempre, apesar de todas as crises, listas de espera enormes, até porque costumam ser frequentados por quem é menos afetado por elas.
Por isso, respondendo à pergunta: se tem a possibilidade de colocar o seu filho num colégio realmente bom, aproveite. Se a área for tão má que a escola pública se torne um risco, se calhar vale a pena considerar um privado, mesmo que de nível inferior. Se não for o caso, a escola pública provavelmente não fará diferença.

PS. peço desculpa a todos, mas estou a escrever de um telemóvel e nem sempre consigo por acentos. Espero que se perceba tudo

tita30 -
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Desde 04 Set 2008

Creio que se resume mesmo às escolas em concreto que esteja a ponderar. Sobretudo, na minha opinião, o meio socio-economico em que se inserem. Isso tem influencia no tipo de alunos que frequentam, e também no tipo de professores, estabilidade do quadro docente etc.
Em termos pedagógicos, é uma questão de sorte no professor que calha, quer no publico quer no privado. No meio familiar temos 2 crianças no 2º ano, em que uma frequenta uma publica em Telheiras e outra um colégio de renome no Paço do Lumiar.
O programa é idêntico, foi igualmente leccionado, os testes têm a mesma exigência e não cremos que haja grande diferença nesse aspecto.
Agora, os colégios são muito mais convenientes para os pais - são muito mais organizados, coordenados, integram actividades extra curriculares diferentes e levadas muito mais a sério do que as AES das publicas. Não têm de pagar a alimentação num lado, o CAF noutro, há muito maior cuidado na relação pais-escola do que na publica.
Portanto, ser uma privada não é sinonimo de sucesso garantido, nem a publica prejudica a aprendizagem da criança.
Sempre andei em publicas, incluindo na faculdade, e quando fiz as provas de acesso muitas colegas que vinham da privada com opimas notas, tiveram notas medíocres nos exames, o que de facto corrobora a versão das notas inflaccionadas e falta de preparação que se ouve nos media.

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Lá está, é como lhe disse, tem de se saber escolher o privado. E, sim, os melhores são, em geral bastante caros. Mas no colégio das minhas filhas sei, por experiência própria, que terão a melhor das relações com professores e funcionários, que terão um nível de inglês completamente diferente do leccionado nas escolas públicas (sairão de lá com o exame mais alto de Cambridge e a falar fluentemente), que terão mil e uma oportunidades em termos de projectos de voluntariado e outras actividades que considero importantíssimas na formação de crianças e jovens que sempre cresceram em contextos socioeconómicos privilegiados, e que estarão numa das melhores escolas do país para aprender matemática (no meu curso, com uma forte componente matemática, os melhores de cada ano nessa cadeira eram recorrentemente do meu colégio). Quanto a preparar para exames acho que é o que públicos e privados tendem a fazer, uns mais que outros, mas também acho que as escolas que mais fogem a isso são privadas. Tinha 19 de media interna no secundário, tive 20 nos exames nacionais e 18 de média de curso (num dos cursos com média de entrada mais elevada do país). Isto para dizer que, na minha opinião, estava bem preparada tanto para exames como para a faculdade. Dito isto, é evidente que há escolas públicas boas e colégios fraquinhos, por isso mesmo é que tem de se informar sobre as opções que tem. Um bom aluno vai ser bom em qualquer lado, um mau aluno vai ser muito mais estimulado num bom colégio. Mas, para mim, uma das diferenças mais importantes vai ser sempre o ambiente e todas as oportunidades de crescimento pessoal extra aula. Nunca vi, entre os meus amigos e colegas, ninguém vindo de uma escola pública falar da sua escola com o mesmo brilho no olhar, a mesma saudade na voz e a mesma convicção de que é lá que tentará colocar os seus filhos, como vejo em quem veio de privados de renome. Para mim, isso diz tudo...

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Não é assim tão linear que uma (boa) escola pública não ofereça tantas oportunidades de desenvolvimento extracurricular como uma escola privada. Na escola das minhas filhas, existem inúmeras atividades ao dispor, nas mais variadas áreas : desporto, ciências, matemática, robótica, fotografia, escrita, multimédia visitas de estudo ao estrangeiro ... Basta ver o blogue da escola para perceber a quantidade de projectos em que os miúdos podem estar envolvidos se quiserem.
Tenho duas pessoas de família que andaram em colégios de topo (no top 3 nacional)e não foram muitas as atividades extracurriculares em que participaram. Até porque tudo se pagava e os pais, que já faziam um grande esforço para assegurar as mensalidades, não tinham margem de manobra para os extras.
Agora uma coisa é certa, na escola pública a condição sócio-económica dos pais é quase sempre determinante . Por exemplo, no caso do inglês as minhas filhas andam numa escola de línguas precisamente porque quero que façam os exames de Cambridge (já fizeram 2),pois reconheço que o ensino da língua em geral é pouco eficaz.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Outro problema com os colégios privados de topo é que descartam os alunos mais fracos... Não basta ter dinheiro para os frequentar - e assim é fácil explicar que os resultados académicos sejam de excelência.

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

guialmi escreveu:
Outro problema com os colégios privados de topo é que descartam os alunos mais fracos... Não basta ter dinheiro para os frequentar - e assim é fácil explicar que os resultados académicos sejam de excelência.

No colégio das minhas filhas, também sempre no top 3, as actividades que refiro não têm qualquer custo adicional. Há algumas que têm e que pagarei se elas quiserem frequentar, mas as que para mim têm maior importância não são pagas. E nunca vi nenhum aluno ser descartado por maus resultados. Aliás, diria que cerca de 80% entra aos 3 anos (idade em que não é possível seleccionar) e fica até ao fim do secundário. Os que entram a meio não fazem testes de admissão, mas, sim, têm entrevistas.

Asuos -
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Desde 01 Out 2015

Essa questão do "brilho no olhar", "orgulho", etc é algo muito subjectivo. Eu conheço pessoas que recordam os seus tempos de estudante dessa forma, independentemente de onde vieram e só porque há saudosismo não significa que haja qualidade de ensino. Mas cada um tem a sua opinião e acredito piamente que seja dificil admitir que conseguiriam atingir o mesmo numa outra escola.

Por exemplo, em relação ao inglês e à matemática que para si são as mais importantes (para mim pessoalmente acho que a aprendizagem do português é fundamental para se ser bom aluno a matemática, principalmente em níveis superiores) mas concordo que são disciplinas importantes. No entanto, no meu entender, neste momento o inglês é "básico" não é uma mais-valia no mercado : quem sabe inglês não se destaca, quem não o sabe é que fica prejudicado. E ainda existem línguas como o mandarim (entre outras) que são consideradas as línguas do futuro e há escolas que estão a investir nelas precisamente por esse motivo.
A escola do meu filho (primária, pública) além de ter o inglês muito bem desenvolvimento oferece também outras coisas que a meu ver são mais-valias para o futuro deles, uma delas é o ensino do mandarim ou a programação informática. Também desenvolvem feiras cientificas e várias experiências nas mais variadas áreas, alguns programas abertos à comunidade (artísticos, de solidariedade, etc) , programas de integração dos novos alunos, politica anti-bullying, entre várias outras coisas que me fizeram seleccionar aquela escola em vez de outra qualquer.
E são estas "pequenas" coisas no curriculum das escolas, o pensar nos possíveis mercados futuros e nas competências que se acreditam ser as mais importantes quando eles saírem para os mercados que eu me refiro que podem ser fonte para escolher a escola pública A ou o colégio B.

Mais uma vez, não duvido que haja colégios privados de excelência aliás as melhores escolas do mundo são colégios privados com mensalidades que só alguém com rendimentos muito acima das possibilidades da grande maioria da população mundial consegue pagar. Existe um onde só estudam filhos de oligarcas, presidentes, ministros e CEOs das maiores empresas do mundo, onde o ensino é adaptado às práticas pedagógicas mais recomendadas e seguem um padrão que desconheço em qualquer outras escolas. Esse seria sem dúvida o modelo de ensino que eu gostaria que o meu filho pudesse frequentar mas não há mais nenhum colégio no mundo com o mesmo programa até ao momento. Claro que esses terão um futuro muito mais promissor e muitas portas abertas com as quais nenhum dos nossos filhos pode sonhar - até pela rede social e de conhecimento que criam nesses ambientes.

No entanto, ser privado não significa automaticamente ter qualidade e acho que é isso que se deve procurar.

Ps: Em relação às actividades extra-curriculares depende certamente das escolas pois aqui nos colégios ao meu redor todas as actividades extra são pagas separadamente da mensalidade.

Alexandre Sk -
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Desde 11 Abr 2017

Não consigo ajudar nessa zona, em oeiras e cascais consigo dar referências, por já ter trabalhado (ver abaixo).

Quanto ao tema publico vs privado
Há por aqui tanta ideia feita... e alguns comentários feitos por profissionais do ensino público. De bradar aos céus...

Vamos lá então, Público ou privado?
Diria que depende das escolas públicas da área de residência. Com a maior das sinceridades, são poucos os colégios que realmente acrescentam algo verdadeiramente substantivo face ao público. E os acrescentam são caros (400 euros/mês no mínimo). Não é preconceito da minha parte, é uma constatação de quem passou por 4 escolas privadas no Porto (desde as caras às baratas) e 7 públicas (1 ano na amadora, 1 em cascais, 2 em oeiras e os últimos 3 no Porto) como professora do 1º ciclo.

Alguns mitos que convém esclarecer:

» As escolas privadas dão melhor preparação: falso! Sou exatamente a mesma professora hoje no público, como fui no privado. Os níveis de exigência variam consoante as escolas.

» As escolas privadas oferecem mais atividades. No papel é verdade, na prática uma criança de classe média que frequente uma escola privada tende a frequentar menos atividades do que uma do mesmo estrato que frequente uma escola pública, pelo simples facto da mensalidade base consumir grande parte do orçamento dos respetivos pais. Do que experienciei, no privado, era que a generalidade dos alunos ou não frequentavam atividades extra, ou frequentavam apenas uma. Por oposição às das escolas públicas em que exista essa oferta (como aquela em que estou).

» as escolas privadas são mais seguras. Se a comparação for com a escola colada aos guethos urbanísticos, é capaz de ser verdade. Com uma pública normalzinha, não é verdade. (sim, eu vigio recreios, na pública).

Agora, as vantagens do privado:

» comunicação: mais ágil, sem dúvida. Mas não raras vezes profundamente hipócrita.

» nunca encerra por motivos imprevistos.

» professores, por regra, mais vigiados. Não sendo melhores (em média) que os do público, aliás vão todos, mais ano menos ano, vão parar ao público (como eu), é menos provável encontrar um professor completamente laxista. Mesmo que o seja saberá disfarçar.

Vantagens das pública:

» relações francas.

» associações de pais participativas (nas escolas de classe média) e colaborantes.

» prolongamento de horário, na maioria das escolas.

» com sorte, apanha, professores execionais, que jamais encontrará no privado (pelo simples facto de não terem liberdade para sair fora da caixa).

» Económico. Por 100 - 150 euros mensais, consegue que o filho tenha almoço, lanche, atl, e duas ou três atividades extra-curriculares.

» A escola também é sua. Sim, aquilo que digo todos os anos aos pais dos meus alunos é que a escola é deles e dos filhos. Mais do que minha, que sou uma profissional.

E como não escrevo de cor, dou-lhe alguns exemplos de escolas públicas excecionais que fui conhecendo.
Em Cascais.
Escola Escola Básica Fernando José dos Santos - top, top, top...Uma coordenadora absolutamente excecional, como nunca conheci nos 4 anos de privado. A página da escola no FB é elucidativa. Aqui:
https://www.facebook.com/EBFJS/

Em Oeiras.
Esta:
http://www.apeecv.org/

(acrescento que em Oeiras as escolas públicas do 1º ciclo são quase todas boas)

Aqui pelos meus lados, quase todas as que ficam no eixo boavista-foz (onde trabalho). Na zona central e oriental também há boas escolas (ao contrário do que escreveu Videl86), tenho os meus numa escola central (Covelo) e ali têm tudo o que para mim é essencial.

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

As coisas não são sempre tão lineares. Eu aprendi inglês numa escola pública (é verdade que era a mais bem posicionada nos rankings da altura, do país inteiro, dentre as escolas públicas e estava no top 10 a nível nacional entre públicas e privadas) e falo inglês fluentemente, aliás considero-me biingue mesmo. Eu inclusivamente neste momento trabalho em inglês, passo 8 horas por dia a comunicar em inglês falado e escrito.
E concordo que a Língua Portuguesa é a base de tudo. Eu sou de Humanidades, pelo que deixei de ter Matemática no 9º ano, mas a escola onde andei preparava os alunos muitíssimo bem a Matemática e a Língua Portuguesa e tinha altas taxas de admissão nos cursos com médias mais altas. Mas concordo que o meio em que as escolas estão inseridas também influencia muito, a minha escola era frequentada essencialmente por alunos de classe média/alta e estava inserida num contexto sócio-cultural semelhante. As escolas de 1º ciclo onde já lecionei no Porto eram quase todas escolas TEIP, inseridas em meios económicos e sócio-culturais muito complicados. Que é o caso da esmagadora maioria das escolas de 1º ciclo situadas no centro do Porto, infelizmente.

Sobre Videl86

08 de dezembro de 2014 <3 49,5 cm e 2,920 de amor e doçura <3
13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

KellyPT -
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Desde 05 Abr 2011

Para sermos totalmente honestos, um bom colégio privado é muito mais do que as questões académicas. Uma das principais diferenças é o ambiente e os parâmetros de normalidade em que a criança cresce. Se os pais dos colegas forem maioritariamente pedreiros, esse vai ser o parâmetro de normalidade da criança. Se forem administradores de bancos, idem. Isto dá aos miúdos perspetivas e atitudes completamente diferentes em relação ao futuro. É muito provável que os segundos queiram fazer doutoramentos e MBA no estrangeiro, porque para eles isso será o normal, será o que se espera deles e o que a maioria dos amigos fará. Nem todos acabarão obviamente por administrar bancos, mas é muito provável que mesmo os menos bem sucedidos acabem em empregos tão bons ou melhores que os mais bem sucedidos do primeiro grupo. Até porque se moverão num meio e terão uma lista telefónica que os poderá ajudar muito mais.
A capacidade económica dos pais poderá sempre limita-los mais ou menos (mesmo que os consigam manter num colégio, não é certo que lhes possam pagar um MBA no estrangeiro) mas estar lá a ambição e ser esse o parâmetro de normalidade faz uma diferença gigante nas perspectivas dos miúdos. A questão nem se costuma colocar com crianças em meios menos favorecidos, que se contentam com muito menos

carlaper -
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Desde 11 Out 2011

Como já disseram, depende, tanto há bom ensino no público como no privado. Eu acho que o mais importante é haver um bom ambiente escolar, isso é meio caminho andado para o sucesso.
Onde vivo há apenas um estabelecimento de ensino privado, que vai desde o berçário até ao secundário. A minha filha frequenta o pre-escolar e se pudesse continuava por lá até ao fim. Também há boas escolas públicas, o problema é que não abrangem a minha área de residência. A nível do ensino primário estou descansada, o que me faz tremer é o ensino preparatório. A escola é má, não só a nível de ambiente como de infraestruturas. Os professores que lá leccionam até podem e concerteza serão bons, mas isso não é o suficiente.

Alexandre Sk -
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Desde 11 Abr 2017

"As escolas de 1º ciclo onde já lecionei no Porto eram quase todas escolas TEIP, inseridas em meios económicos e sócio-culturais muito complicados. Que é o caso da esmagadora maioria das escolas de 1º ciclo situadas no centro do Porto, infelizmente."

O que não quer dizer que não façam um excelente trabalho. No centro do Porto, nem todas são teip.

Alexandre Sk -
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Desde 11 Abr 2017

Kelly,

Se os miúdos saíssem diretamente do 12º ano para o mercado de trabalho, validaria a tese. Como isso não acontece...

O que acho que muitas famílias fazem é projetar demasiado a vida dos miúdos. Depois vêm as frustrações...

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

Alexandre, daí eu ter dito "quase todas" referindo-me às escolas onde lecionei. E não disse que não fazem um excelente trabalho, disse que estão inseridas em meios muito complicados e têm grandes problemas (essencialmente a nível de infraestruturas, de falta de pessoal docente e não docente, de falta de apoio e de famílias não participativas...os professores não fazem milagres!).

Sobre Videl86

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KellyPT -
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Desde 05 Abr 2011

Alexandre Sk escreveu:
"As escolas de 1º ciclo onde já lecionei no Porto eram quase todas escolas TEIP, inseridas em meios económicos e sócio-culturais muito complicados. Que é o caso da esmagadora maioria das escolas de 1º ciclo situadas no centro do Porto, infelizmente."
O que não quer dizer que não façam um excelente trabalho. No centro do Porto, nem todas são teip.

As escolas inseridas em meios complicadas fazem certamente um excelente trabalho e com certeza muito mais difícil e meritório do que os colégios privados de topo. Mas eu não estou a falar numa perspectiva de avaliação das escolas e do trabalho dos professores e sim de saldo final para os miúdos e este acho que é melhor nos colégios privados realmente bons (nunca é demais referir que não são todos; acho até que são poucos).
Certamente que os miúdos não saem do 12.º ano diretamente para o mercado de trabalho e há formas de atenuar o efeito de que eu falei (espero que haja, porque como já disse os meus não têm outra alternativa senão ir para o ensino público). Desde logo, com os exemplos e modelos que lhes damos em casa, alargando os seus horizontes, escolhendo uma boa escola pública, participando no projeto educativo, etc. Agora, que o meio escolar (e, em boa medida, social) que os rodeia nos seus anos de formação, durante toda a infância e adolescência, tem uma influência muito grande e que muitas vezes não conseguimos controlar, também me parece evidente. Eu acho muito importante não projetar demais o futuro dos filhos e dar-lhes espaço para serem quem querem ser. Mas também por isso é que me parece tão importante dar-lhes parâmetros seguros e horizontes largos.
Já agora, acrescento uma informação que talvez interesse ao autor deste thread: Tenho família muito perto de Santa Iria da Azóia, por acaso dois professores do ensino público. Têm duas filhas e optaram por mantê-las num colégio privado até ao 12.º ano. Mas não foi no Bartolomeu Dias (não conheço), foi num colégio em Lisboa

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Asuos escreveu:
Essa questão do "brilho no olhar", "orgulho", etc é algo muito subjectivo. Eu conheço pessoas que recordam os seus tempos de estudante dessa forma, independentemente de onde vieram e só porque há saudosismo não significa que haja qualidade de ensino. Mas cada um tem a sua opinião e acredito piamente que seja dificil admitir que conseguiriam atingir o mesmo numa outra escola.
Por exemplo, em relação ao inglês e à matemática que para si são as mais importantes (para mim pessoalmente acho que a aprendizagem do português é fundamental para se ser bom aluno a matemática, principalmente em níveis superiores) mas concordo que são disciplinas importantes. No entanto, no meu entender, neste momento o inglês é "básico" não é uma mais-valia no mercado : quem sabe inglês não se destaca, quem não o sabe é que fica prejudicado. E ainda existem línguas como o mandarim (entre outras) que são consideradas as línguas do futuro e há escolas que estão a investir nelas precisamente por esse motivo.
A escola do meu filho (primária, pública) além de ter o inglês muito bem desenvolvimento oferece também outras coisas que a meu ver são mais-valias para o futuro deles, uma delas é o ensino do mandarim ou a programação informática. Também desenvolvem feiras cientificas e várias experiências nas mais variadas áreas, alguns programas abertos à comunidade (artísticos, de solidariedade, etc) , programas de integração dos novos alunos, politica anti-bullying, entre várias outras coisas que me fizeram seleccionar aquela escola em vez de outra qualquer.
E são estas "pequenas" coisas no curriculum das escolas, o pensar nos possíveis mercados futuros e nas competências que se acreditam ser as mais importantes quando eles saírem para os mercados que eu me refiro que podem ser fonte para escolher a escola pública A ou o colégio B.
Mais uma vez, não duvido que haja colégios privados de excelência aliás as melhores escolas do mundo são colégios privados com mensalidades que só alguém com rendimentos muito acima das possibilidades da grande maioria da população mundial consegue pagar. Existe um onde só estudam filhos de oligarcas, presidentes, ministros e CEOs das maiores empresas do mundo, onde o ensino é adaptado às práticas pedagógicas mais recomendadas e seguem um padrão que desconheço em qualquer outras escolas. Esse seria sem dúvida o modelo de ensino que eu gostaria que o meu filho pudesse frequentar mas não há mais nenhum colégio no mundo com o mesmo programa até ao momento. Claro que esses terão um futuro muito mais promissor e muitas portas abertas com as quais nenhum dos nossos filhos pode sonhar - até pela rede social e de conhecimento que criam nesses ambientes.
No entanto, ser privado não significa automaticamente ter qualidade e acho que é isso que se deve procurar.
Ps: Em relação às actividades extra-curriculares depende certamente das escolas pois aqui nos colégios ao meu redor todas as actividades extra são pagas separadamente da mensalidade.

Concordo em absoluto, ser privado não significa qualidade de ensino. Há más escolas privadas e há boas escolas públicas. Por isso mesmo, acho que é necessário conhecer o colégio em questão.
Quanto ao mandarim e programação, já no meu tempo estudei no colégio. São coisas que estão agora a chegar às escolas públicas, mas que muitos colégios privados já fazem há mais de 20 anos. O inglês nas públicas também está a melhorar, mas aí não tenho a menor dúvida de que ainda está a anos luz de certas privadas. Sim, esse já não é um factor determinante porque se assume que toda a gente sabe inglês. Infelizmente, a maior parte dos jovens portugueses ainda tem um nível muito baixo de inglês. E claro que o português também é fundamental, isso não está em causa.
E sei que teria sido igualmente boa aluna numa escola pública, mas também sei que teria perdido muita coisa que adorei. Não tenho nada contra o ensino público, mas acho que em Portugal está bastante degradado (e tenho muita gente conhecida a dar aulas no público). Essas coisas que refere na escola do seu filho, acho que são muito boas iniciativas e acho, sim, que devem ser factores de escolha.

Ana Svensson -
Offline
Desde 23 Abr 2017

Videl86 escreveu:
As coisas não são sempre tão lineares. Eu aprendi inglês numa escola pública (é verdade que era a mais bem posicionada nos rankings da altura, do país inteiro, dentre as escolas públicas e estava no top 10 a nível nacional entre públicas e privadas) e falo inglês fluentemente, aliás considero-me biingue mesmo. Eu inclusivamente neste momento trabalho em inglês, passo 8 horas por dia a comunicar em inglês falado e escrito.
E concordo que a Língua Portuguesa é a base de tudo. Eu sou de Humanidades, pelo que deixei de ter Matemática no 9º ano, mas a escola onde andei preparava os alunos muitíssimo bem a Matemática e a Língua Portuguesa e tinha altas taxas de admissão nos cursos com médias mais altas. Mas concordo que o meio em que as escolas estão inseridas também influencia muito, a minha escola era frequentada essencialmente por alunos de classe média/alta e estava inserida num contexto sócio-cultural semelhante. As escolas de 1º ciclo onde já lecionei no Porto eram quase todas escolas TEIP, inseridas em meios económicos e sócio-culturais muito complicados. Que é o caso da esmagadora maioria das escolas de 1º ciclo situadas no centro do Porto, infelizmente.

Há duas escolas secundárias públicas no Porto que considero muito boas e para onde mudaria as minhas filhas na eventualidade de acontecer uma tragédia financeira na minha vida. Até lá continuam no privado.
Quanto ao seu nível de inglês, não duvido que seja muito bom. Mas porque provavelmente também o foi treinando de outras formas. Não é a mesma coisa estudar inglês desde os 3 anos, estando já na primária a iniciar os exames de Cambridge ou seguir o programa português, em que no secundário se continua apenas a preencher espaços com os tempos verbais. É nessas liberdades que as escolas privadas têm relativamente às estatais que vejo uma grande vantagem.
Para quem disse que as escolas privadas que acrescentam mais valor são muito caras, é verdade. Também porque essas escolas não têm contratos com o estado. Vivem exclusivamente das propinas.

guialmi -
Offline
Desde 13 Jul 2013

Ana Svensson escreveu:

guialmi escreveu:Outro problema com os colégios privados de topo é que descartam os alunos mais fracos... Não basta ter dinheiro para os frequentar - e assim é fácil explicar que os resultados académicos sejam de excelência.

No colégio das minhas filhas, também sempre no top 3, as actividades que refiro não têm qualquer custo adicional. Há algumas que têm e que pagarei se elas quiserem frequentar, mas as que para mim têm maior importância não são pagas. E nunca vi nenhum aluno ser descartado por maus resultados. Aliás, diria que cerca de 80% entra aos 3 anos (idade em que não é possível seleccionar) e fica até ao fim do secundário. Os que entram a meio não fazem testes de admissão, mas, sim, têm entrevistas.

O caso concreto que conheço é o Colégio Nossa Senhora do Rosário (onde provavelmente andou e tem os seus filhos) e sim, tenho a certeza (por ter tido duas pessoas da família a frequentá-lo) que não admitem alunos com um desempenho médio/baixo, pelo menos a partir do ensino secundário. Não são ostensivos a fazer essa seleção, mas há muitas maneiras de "desencorajar" a frequência. Sem dúvida que é um excelente colégio em termos académicos (e é louvável o trabalho de voluntariado), mas não noto nas minhas familiares esse "brilho no olhar" a que se refere. Aliás, uma delas acabou por não se adaptar e mudar para o Ribadouro, onde aí sim, inflacionam as notas descaradamente. Por exemplo, ter 20 a Educação Física sem nunca ter posto lá os pés...ou ter um sistema de avaliação que praticamente divulga os testes antes deles serem feitos...
Antes disso tinham andado num outro colégio menos elitista, frequentado por muita gente de classe média. Noto que este deixou bastantes mais marcas positivas, curiosamente.
Quanto ao inglês, as minhas filhas apenas entraram no colégio de línguas no 7º ano, por opção minha. Posso dizer que no final desse ano fizeram o KET com uma classificação muito próxima do máximo e este mês (estão a acabar o 8º) vão fazer o PET. Começar aos 3 é mais uma estratégia de marketing do que outra coisa...não duvido que elas mais 2 ou 3 anitos vão ser completamente fluentes...

KellyPT -
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Desde 05 Abr 2011

Ana Svensson escreveu:

Videl86 escreveu:As coisas não são sempre tão lineares. Eu aprendi inglês numa escola pública (é verdade que era a mais bem posicionada nos rankings da altura, do país inteiro, dentre as escolas públicas e estava no top 10 a nível nacional entre públicas e privadas) e falo inglês fluentemente, aliás considero-me biingue mesmo. Eu inclusivamente neste momento trabalho em inglês, passo 8 horas por dia a comunicar em inglês falado e escrito.
E concordo que a Língua Portuguesa é a base de tudo. Eu sou de Humanidades, pelo que deixei de ter Matemática no 9º ano, mas a escola onde andei preparava os alunos muitíssimo bem a Matemática e a Língua Portuguesa e tinha altas taxas de admissão nos cursos com médias mais altas. Mas concordo que o meio em que as escolas estão inseridas também influencia muito, a minha escola era frequentada essencialmente por alunos de classe média/alta e estava inserida num contexto sócio-cultural semelhante. As escolas de 1º ciclo onde já lecionei no Porto eram quase todas escolas TEIP, inseridas em meios económicos e sócio-culturais muito complicados. Que é o caso da esmagadora maioria das escolas de 1º ciclo situadas no centro do Porto, infelizmente.

Há duas escolas secundárias públicas no Porto que considero muito boas e para onde mudaria as minhas filhas na eventualidade de acontecer uma tragédia financeira na minha vida. Até lá continuam no privado.
Quanto ao seu nível de inglês, não duvido que seja muito bom. Mas porque provavelmente também o foi treinando de outras formas. Não é a mesma coisa estudar inglês desde os 3 anos, estando já na primária a iniciar os exames de Cambridge ou seguir o programa português, em que no secundário se continue apenas a preencher espaços com os tempos verbais. É nessas liberdades que as escolas privadas têm relativamente às estatais que vejo uma grande vantagem.
Para quem disse que as escolas privadas que acrescentam mais valor são muito caras, é verdade. Também porque essas escolas não têm contratos com o estado. Vivem exclusivamente das propinas.

E bem. Acho escandaloso que o Estado pague colégios privados onde existe escola pública e a reforma que foi feita por este governo parece-me mesmo o mínimo da decência. Quanto ao inglês, aprendi-o num colégio desde os 5 anos e acho que fez uma enorme diferença. Habituei-me a pensar em inglês e o meu nível linguístico não tem comparação, por exemplo, com o do meu irmão, que andou na escola pública a vida toda. Apesar de eu ter passado para a escola pública no 5.o ano, houve alicerces que ficaram e fizeram muita diferença na entrada no mundo do trabalho. A escola dos meus filhos, que por enquanto é privada (IPSS) ministra inglês desde os 3 anos, assim como dança, música e ginástica, tudo isto como parte do currículo e sem que se pague um cêntimo extra

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

Que engraçado, eu dei explicações a uma criança do Nossa Senhora do Rosário (durante um ano) e posso confirmar o que a Guialmi diz, o colégio pressionava os encarregados de educação dos alunos que tinham mais dificuldades. Claro que não era uma coisa descarada, mas existia aquela ameaça velada, nunca realmente falada, que se continuassem a ter um percurso académico inferior ao ideal talvez deixassem de ter vaga lá!
O Ribadouro já há anos e anos tem essa fama (e confirma-se). Aliás, o Ribadouro ficava muito perto da escola onde eu andei (pública e por acaso da privada que frequentei no 1º e 2º ciclo) e eu lembro-me que era a piada entre nós "ah qualquer dia mudas para o Ribadouro para ver se sempre entras no curso que queres!", coisas deste género.
Claro que a minha fluência em inglês não se deve exclusivamente às aulas que tive na minha escola, mas nunca tive explicações e nunca frequentei aulas de inglês para além das que tinha na escola. Só que claro, como tudo, parte de nós também. Eu treinava com outras coisas, via muitos filmes e séries com legendas em inglês, praticava muito porque gostava. As duas coisas aliadas permitiram-me obter um bom nível de inglês. Quando entrei na faculdade (professores de 1º ciclo, numa pública também) fiquei chocada ao perceber que da minha turma (e éramos mais de 30) só eu e outra pessoa falávamos inglês. Porque quase todos os meus colegas de secundário falavam relativamente bem inglês e eu achava que isso era o normal para quem tinha frequentado o ensino obrigatório (uns melhor outros pior, mas achava que todos falavam e entendiam relativamente bem).

Sobre Videl86

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13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Nunca vi ninguém ser desencorajado a lá andar, mas também não assisto às entrevistas. O que lhe posso dizer é que nenhum dos muito maus alunos que lá existiam saiu a meio por causa disso e que os alunos que entraram para a minha turma no secundário eram fraquinhos. Mas também acredito que cada vez mais a exigência nesse aspecto seja maior.
É natural que se frequentaram o colégio pouco tempo não tenha deixado grandes marcas. Aliás, estive para referir noutro comentário (entretanto esqueci-me) que o facto de em geral se passar mais tempo num colégio do que numa escola pública também propicia a que se crie uma maior relação emocional.
Em relação ao inglês, quer queiramos quer não, a facilidade com que se aprende aos 3 anos, não é a mesma com que se aprende aos 13. No meu tempo no colégio tínhamos aulas diárias de inglês, mas ainda só a partir do 1º ano. Até aí estudei inglês em casa e acho que me foi muito favorável. Obviamente, isto não quer dizer que não exista quem consiga ser fluente começando mais tarde, não ponho isso em causa.
E, sim, acho que os projectos de voluntariado fazem muita falta na formação das pessoas em geral e dos meninos de classes mais altas em particular.

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

Videl86 escreveu:
Que engraçado, eu dei explicações a uma criança do Nossa Senhora do Rosário (durante um ano) e posso confirmar o que a Guialmi diz, o colégio pressionava os encarregados de educação dos alunos que tinham mais dificuldades. Claro que não era uma coisa descarada, mas existia aquela ameaça velada, nunca realmente falada, que se continuassem a ter um percurso académico inferior ao ideal talvez deixassem de ter vaga lá!

Não posso confirmar nem desmentir porque sempre fui muito boa aluna. O que sei é que sempre estive rodeada de muitos maus alunos (a minha turma do secundário era péssima, ainda noutro dia quando estive com uma professora minha falámos sobre isso) e não me consta que algum tenha sido pressionado a sair. Mas lá está, é possível que com o número de candidatos que existe face às vagas, isso esteja cada vez mais apertado. Eu pessoalmente, e correndo o risco de ser atacada por dizer isto, não tenho nada contra esse tipo de critérios de selecção, por isso admitiria se soubesse que era verdade.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Mas eu não tenho nada contra que as escolas privadas escolham os seus alunos, se são privadas e pagas pelos pais dos alunos que façam como entender. É um negócio, adere quem quer e pode. Não se pode é depois dizer que os alunos são de excelência porque a escola é de excelência...sem duvidar da qualidade académica do ensino, é fácil fazer omoletes com ovos... A Ana andou na escola antes dos famigerados rankings, que vieram alterar drasticamente as regras do jogo...
Novamente quanto ao inglês, a forma como se aprende aos 3 e aos 13 é muito diferente, não há comparação. Pela minha experiência (corroborada pela opinião de amigas minhas, uma delas doutorada em ensino do inglês), não faz assim tanta diferença começar precocemente. Aliás, o que observei recentemente e me espantou foram alunos academicamente medíocres com um nível extraordinário de inglês, adquirido quase exclusivamente em auto-aprendizagem.

Ana Svensson -
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Desde 23 Abr 2017

E eu concordo que não se pode comparar o incomparável. Os rankings começaram quando eu ainda estudava lá, mas claro que têm vindo a ganhar um outro impacto. Pessoalmente, não ligo muito aos rankings, nem iria falar neles se outras pessoas não os tivessem referido. Ou melhor, acho que são importantes, mas que é preciso uma leitura inteligente dos mesmos, que não é a leitura que a comunicação social faz. Acho que permitem localizar casos de sucesso e insucesso em todos os contextos sociais, mas para isso é preciso olhar mais a fundo do que simplesmente para a lista ordenada das escolas e para estas novas estatísticas semi-aldrabadas. Acho também que criam uma pressão sobre as escolas que tem aspectos muito positivos e outros muito negativos, mas isso tem tanto para públicas como para privadas.

Videl86 -
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Desde 18 Jul 2014

Ah eu acho que me enganei, eu acho que a criança em que eu dava explicações era do Nossa Senhora de Lourdes! Em conversa com a mãe é que percebi que havia então essas "ameaçadas veladas" e um desabafo de "eu queria que ele fosse para a nossa senhora do rosário, mas acho muito difícil que o aceitassem lá". E atenção que não estamos a falar de um miúdo de negativas, apenas de um aluno médio, se andasse numa escola pública daquelas tipo TEIP seria considerado bom aluno.

Sobre Videl86

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13 de dezembro de 2017 <3 47 cm e 2,815 de fofurice e amor <3

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