É provavelmente a tarefa mais longa e exigente da vida de um adulto. Os pais passam noites sem dormir por causa das cólicas e dos primeiros dentes dos filhos, sofrem com eles no primeiro dia de aulas, tremem com medo dos perigos da adolescência (álcool, saídas, drogas) e rezam para que consigam entrar na universidade. Finalmente, quando todas as chatices parecem ter acabado, eles regressam a casa após um casamento falhado. Os filhos dão sempre trabalho.
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Até aos 3 meses
As cólicas são o terror nesta idade. Todos os anos, cerca de um milhão de recém-nascidos em todo o mundo sofre desse mal, diz a pediatra americana Stephanie Maj no livro We can be well. Os especialistas suspeitam que as repentinas mudanças de humor dos bebés, que choram e ficam nervosos sem motivo aparente, sejam causadas por um desconforto digestivo e dor abdominal. O Baby Center, site inglês especialista em crianças, explica que, além das cólicas, os principais motivos que levam um recém-nascido a chorar são a fome, posições desconfortáveis, temperatura do corpo (geralmente demasiado quente), necessidade de contacto físico e sono.
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6 meses a 1 ano
É nesta altura que nasce o primeiro dente (um dos incisivos centrais) e começa o pesadelo. O bebé rejeita alimentos, não dorme, chora, coloca objectos na boca e tem febre. Os pediatras defendem que, além da baba excessiva e do inchaço nas gengivas, não há nada de anormal. Os pais ficam em pânico sem saber como agir. Os dentes nascem a uma média de um por mês, geralmente depois dos 6 meses, e são responsáveis pelas dores mais fortes sentidas pelo bebé.
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1 a 3 anos
A fase em que as crianças começam a andar (por volta dos 8 meses) e a dizer as primeiras palavras (entre os 8 e os 14 meses) requer muita atenção aos pais. Correm e gatinham por todo o lado, caem e choram, tendem a repetir tudo o que ouvem e, algumas vezes, deixam os adultos embaraçados. Precisam de supervisão permanente sempre que estão acordados.
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4 e 5 anos
É a idade do “como” e do “porquê”. É difícil para a criança, que exige que tudo gire à sua volta e tem que interiorizar regras de socialização. Não pensa antes de falar, faz perguntas sem sentido, fala alto e sem pausas. É um período de inquietação, com acções inconscientes.
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6 anos
O primeiro dia de escola é dos mais marcantes. Muitas crianças não dormem na véspera e choram quando ficam na sala de aula. É também comum adaptarem-se em Setembro e um mês depois inventarem gripes e dores de barriga para não irem à escola. Ficam tristes por não fazerem amigos ou não se adaptarem à nova rotina. O site bullyingescola.com diz que 40% das crianças portuguesas são vítimas de agressões físicas ou verbais e 90% não as partilham com ninguém.
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13 a 14 anos
A pré-adolescência é um período de grande instabilidade emocional. Os miúdos têm dificuldade em aceitar os conselhos dos adultos, geralmente recebidos de forma agressiva. A família é um fardo, há um desejo de independência e de cumprir mil objectivos ao mesmo tempo e tendência para imitar personalidades famosas, no estilo e atitude, o que pode levar a grande consumismo.
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15 a 17 anos
O adolescente vive num mundo interior, está a conhecer a sua personalidade, mas não gosta de a partilhar. Tem uma série de teorias sobre a vida e parece ser apático. Aceita normas pré-estabelecidas com dificuldade e tende a distanciar-se dos ideais defendidos pelos pais. É inseguro mas procura conselhos fora do núcleo familiar.
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18 a 22 anos
A entrada na faculdade exige geralmente uma contenção no orçamento familiar. Ao valor das propinas (que podem chegar aos mil euros anuais, numa universidade pública) há que juntar o dos livros, jantares e saídas. Podem surgir conflitos com os jovens porque os pais sentem que o seu esforço não é reconhecido. O tempo passado em casa é cada vez menor.
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30 anos ou mais
Quando tudo parecia estar resolvido, não está – mesmo. Na tese de mestrado em Psicologia O Regresso à Casa dos Pais : Relações entre Pais e Filhos Adultos Separados, Laura da Silva diz que a percentagem dos que regressam a casa dos pais após um divórcio é cada vez maior – mais homens do que mulheres, mas a tendência é transversal. Procuram o aconchego da infância e companhia emocionalmente estável. Mudam-se por um curto período, mas acabam por ficar pelo menos um ano. Por Sofia da Palma Rodrigues
http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/-span--b-Sociedade-b---span--(1)/Fotogaleria-(61).aspx
Amei...! Afinal, parece que vamos ter sempre problemas com os nossos filhos, do mesmo modo que os vamos dar aos nossos pais...
O que vale e que nos acalenta é saber que é tudo uma fase... Mas... Passa uma fase e vem logo outra a seguir
Xi-coração a todas!