O meu parto e algumas dúvidas | De Mãe para Mãe

O meu parto e algumas dúvidas

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sofia1990 -
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Desde 20 Maio 2010

Olá mamãs.
Venho aqui partilhar o meu parto.
Também tenho umas dúvidas.

Tive uma gravidez espetacular, sem enjoos, sem problemas e consegui trabalhar e me divertir até ao fim da gravidez. Fiz uma ótima preparação,tinha tudo planeado para ser um parto natural sem intervenção.
Tive a bebé uns dias antes do Natal.
O parto, nem sei o que digo. Não houve complicações, e dou graças a deus por isso, mas não foi o que queria e estou frustrada por ninguém me ter respeitado nem perguntado o que eu queria realmente.
No domingo rebentou-me as águas e fiquei logo triste porque não estava com contrações e sabia que tinha de ir pro hospital e ficar de cama à espera. Lá foi para o hospital. Quando cheguei dei entrada nas urgências e ofereceram-me uma cadeira de rodas mas não quis porque estava bem. Mandaram-me para o andar de obstetrícia. Ao chegar lá a enfermeira já brigou comigo porque vinha a pé e não podia, já ali fiquei em baixo. Quis falar mas fiquei com medo. Sabia que não podia responder porque podiam me fazer alguma coisa depois. Ela mandou -me fazer o ctg. Enquanto estava a fazer comecei a fazer Reiki para ver se me acalmava. Numa das posições eu pois as mãos em cima da barriga mas não fiz muita pressão, a enfermeira apercebeu-se e veio ao pé de mim tirou-me as mãos de cima e as pois em baixo. Fiquei sem reação. Eu só sentia as lágrima me caírem na cara. Acabou o ctg e ela mandou -me esperar pelas médicas. As médicas chamaram-me para examinar, foi examinada e mandaram a enfermeira me ajudar a trocar de roupa. Mas ela sempre "não pode ficar de pé". Ela pediu a cadeira de rodas e o meu namorado veio ter comigo. Ele quando chegou perguntou se estava bem ela nem me deu oportunidade para responder, disse logo "não vê que ela está bem" mas já toda sorridente. Mandaram-me deitar e lá fiquei à espera. Entrei no hospital de manhã, 11h, à noite, 20h, o meu namorado veio me ver, eu estava bem. Já tinha tido algumas contrações mas uma coisa muito leve. Nessa hora mandaram o meu namorado sair e veio uma doutora e uma enfermeira vieram me observar e decidiram induzir o parto, introduziram uma fita dentro da minha vagina, mas não me disseram nada nem o porquê de ser induzido, nem se eu queria, foi tudo tão rápido. Quando mandaram o meu namorado entrar novamente eu estava em lágrimas, não queria ser induzida. Passei bem a noite com as contrações. Eram fortes mas não era uma dor que não aguenta-se. De manhã veio outro turno de enfermeiros e veio uma enfermeira que me acompanhou nas aulas de preparação. Ela me observou e perguntou se queria epidral, disse que não e ela não me perguntou mais nada nem me questionou de porquê não querer. Ela mandou -me fazer uns exercícios para ver se avançava mais o parto. Eu já estava pronta para ir para a sala de parto, não foi porque a enfermeira viu que eu estava bem ali na sala de indução e quis que eu ficasse mais tempo ali ao pé dela.
Quando a nova equipa de médicos veio, observaram-me e mandaram induzir o parto mas desta ver pela veia. A médica voltou um pouco mais tarde e mandou -me para a sala de partos, até lhe perguntei "já?" ela ficou expantada. Eu não queria sair dali.
Foi para a sala de partos com 3-4 cm.
Foi aí que as coisas começaram a correr mal para mim. Primeiro, cheguei lá e a sala estava fria, tinha a janela aberta e eu fiquei ali numa corrente de ar. Depois a enfermeira perguntou se queria a epidral eu disse que não ela respondeu "é melhor levar, não vai aguentar" Fiquei nervosa, as enfermeiras sempre a me empurrar a epidral e eu não queria, elas quase que me chamavam de parva por não levar, o meu namorado não consegui me acalmar, por fim pedi a epidral contra a minha vontade. Enquanto estava a levar a epidral, a doutora estava a preparar as coisas e deu-me uma contração e eu quis massagear as ancas porque andava sempre a fazer isso é estava a me ajudar, a enfermeira gritou comigo porque não podia mexer, eu sabia que não podia me mexer mas a médica ainda estava a se preparar. Eu tremia mas não era só de medo era de frio, continuava com a janela aberta à minha frente, só ouvi a médica à minha trás e comentar " esta parece uma vara verde a tremer. Pedi "por favor pode fechar a janela", a enfermeira lá fechou mas a resmongar.
Depois de levar a epidral só ouvia as enfermeiras a me dizer "já viu como está melhor, mas porquê que achou que ia conseguir sem a epidral?"
Deixaram-me sozinha no quarto. Dormi umas 3 horas até a médica voltar e me examinou, já estava na hora de fazer força mas não consegui, não sentia nada, não percebia o que tinha de fazer, a médica teve de usar os ferros para forçar a bebé fora porque eu não consegui fazer força.
Tudo o que eu não queria foi o que tive (não queria ser induzida, não queria a epidral e não queria que me cortasem)
E tinha pedido com muito carinho às enfermeiras que queria fazer contacto pele a pele com a bebé, não me ouviram.
Depois de sair do hospital correu tudo bem em casa e eu estava bem, feliz com a minha bebé.
Agora é que estou sempre a recordar o momento e isto até é mau dizer mas não me sinto ligada à bebé.
À amigas minhas que me contam que quando viram a bebé delas pela primeira vez apaixonaram-se logo e que esse amor cresceu todos os dias. Eu não sinto isso. O que sinto é um bebé que estou a cuidar até a mãe chegar.
Já falei com o meu namorado e ele não me compreende só diz que tenho de andar para a frente e deixar tudo para trás.
O momento que mais esperei na minha grávidez tiraram-me e ninguém me respeitou.
Sinto-me humilhada, sinto que foi "violada".
Só gostava de voltar atrás para poder fazer as coisas de maneira diferente.
Eu estou com medo de não amar a minha filha.
Estou mais preocupada com a epsitomia que me fizeram e com o que se passou do que cuidar da minha bebé.

O que faço meninas?
Não me sinto bem psicologicamente nem física, não consigo parar de pensar no corte, nem me consigo tocar na zona, nem deixo o meu namorado ver.

Sobre sofia1990

SofiaCarlosMatilde

Kláudia Sophia -
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Desde 05 Abr 2010

Ola mama acho que deves ir o mais rápido possível ao teu medico de família ou mesmo a um psicólogo querida. Isso tudo mexeu muito contigo e aposto que estas com baby blues (é tipo depressão pos parto) Vai ao médico querida e muita força essa angústia vai passar. Apaixonado

su1989 -
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Desde 31 Ago 2016

Do que contou a muitas coisas que elas não tiveram sensibilidade consigo.mas uma coisa digo eu também estava a sofrer muito no hospital com as contraçoes só me apetecia bater com a cabeça na parede,eu tinha que ir para cesariana porque a minha menina estava sentada e eu cheia de dores e nunca mais me levavam para cesariana e ainda volta e meia quando chamava uma enfermeira ainda tinha que levar umas bocas.fora que tinha um pós parto terrível.isto tudo para dizer que apesar disso tudo hoje o que me lembro é da casa linda da minha menina quando ela foi para os meus braços a primeira vez.acho que é isso que está a sentir é mau.tem que procurar ajuda porque esses sentimentos só lhe fazem mal a si e a sua bebé que precisa muito de si.

Sobre su1989

a vida neste momento não podia fazer mais sentido

Catarina C. -
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Desde 04 Maio 2014

O que tenho aprendido com amigas e comigo propria, é que desde que ficamos gravidas as coisas podem acontecer de maneira diferente do que queremos. Embora tenhamos as nossas opinioes e idealizações as coisas nc correm como queremos. E é aí que temos que saber dar a volta. Infelizmente em maior parte dos hospitais ouvem-se histórias de médicos ou enfermeiros que sao umas bestas.
Relativamente ao nao sentir aquela paixao pela sua bebe, pode ser normal. Principalmente em partos que nao correram como esperavamos. A mim sp diziam "olha nao te preocupes se nao sentires logo aquela paixao, eu demorei alguns dias/semanas". Por acaso aconteceu-me diferente, apesar da Cesariana de emergência eu senti um amor imenso. Infelizmente as coisas nao correram bem.
Tente ter consulta com uma psicologa, ou falar com alguém que a compreenda, para conseguir "aceitar" o seu parto e assim aproveitar a sua bebe.

O meu Miguel, nasceu a 13 de Dezembro de 2014 e tornou-se um anjinho dia 03 de Janeiro de 2015. Nunca te esquecerei, o meu coração e alma ficaram mais vazios sem ti....

Moda Stylo -
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Desde 01 Fev 2011

Olá mamã em primeiro lugar quero dar-lhe os parabéns pelo nascimento da sua filha e depois dizer-lhe que lamento que as coisas acabassem por correr assim.
Olha não te vou mentir e dizer que passei pelo mesmo que tu, mas consigo perceber....no fundo criaste expectativas sobre o parto e no final ninguém te ouviu ou respeitou.
Eu fico revoltadissima quando escuto histórias destas, porque parece que quem lá trabalha está-se a borrifar...e esquecem-se que era para ser o dia mais bonito.
O que te posso dizer é que em relação ao passado nada podes fazer mas enquanto ao futuro podes..... acho que todas temos formas diferentes.....temos histórias diferentes. Acredito que o amor por um filho vai se ganhando...sem duvida amo muito mais a minha filha hoje do que no dia que nasceu.
Por isso se te posso deixar um conselho procura uma ajudita. Não é vergonha nenhuma e acredita que é muito mais comum do que o que se pensa....procura ultrapassar isto. Não digo esquecer mas atenuar as lembranças....
Vai tudo correr bem e verás que com o tempo o melhor que a vida te trouxe é essa coisinha pequena que tens á tua frente.
Um beijinho e desejo que fiques bem.

filipasc -
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Desde 10 Nov 2008

o que se passou cconsigo chama-se violência obstétrica e tem que acabar:

http://observador.pt/especiais/maus-tratos-no-parto-protege-as-mulheres/

Sobre filipasc

Sorriso

JoanaCFF -
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Desde 04 Jan 2017

É uma vergonha que situações dessas ainda ocorram nos dias de hoje mas infelizmente ainda são mais comuns do que se pensa. Toda essa situação num dos dias mais frágeis da sua vida levou a que se sinta como está hoje. No entanto é preciso procurar ajuda. Muitas mães não conseguem criar ligação aos bebés assim que nascem, esse também é um dos meus medos, dos quais já falei com a minha GO e enfermeira do curso. Não há que ter vergonha, esse laço vai-se criando, principalmente quando conseguir começar a ultrapassar o que lhe aconteceu. Isso não é fácil, esse Baby Blues que está a sentir, caso não seja aconselhada e ajudada da melhor forma pode vir a provocar uma depressão pós parto. Portanto peça ajuda, fale com o seu MF ou GO, explique o que sente e eles irão encarregar-se de lhe indicar o melhor caminho a seguir para a sua recuperação física e emocional. O que lhe fizeram não foi correto, no entanto para conseguir começar a desfrutar desta altura magnifica da sua vida terá de ser a Sofia a reconhecer e pedir ajuda. Boa sorte e muitas felicidades

Cuquita -
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Desde 17 Out 2012

Olá Sofia,
Claramente passou por uma situação que foi traumatizante para si, porque foi contra todas as suas expectativas e contra tudo o que tinha sonhado e idealizado....
O meu parto também não foi como esperava... tive de ir para cesariana, que nunca imaginei, após muitas horas de contrações dolorosas, e sob anestesia geral.... lá se foi o contacto pele a pele que também tanto tinha idealizado... quando vi a minha filha estava vestida... senti que não estive presente no meu parto!! Durante uns dias isto também me perturbou muito, ainda por cima ela é super parecida com o pai e nada comigo!! Mas isto nunca afectou o meu vínculo com ela, muito pelo contrário fez-me reforçar o vínculo que tive medo que se perdesse.... já não penso nisso quando olho para ela... voltava a sofrer tudo outra vez só para agora a ter a dormir no meu colo como está neste momento....
nos primeiros dias fez-me bem partilhar com as pessoas o que estava a sentir, ajudou-me a trabalhar emocionalmente a minha dor... mas se não consegue e isso está a interferir na relação com a sua filha, deve mesmo procurar ajuda psicológica o quanto antes!
Beijinho

ClaraMiguel -
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Desde 03 Nov 2013

Em relação ao parto talvez fosse boa ideia consultar um psicólogo que a ajude a ultrapassar o que passou. Quanto à ligação com o bebé, é mais do que normal essa ligação não se criar logo. Há mães que a sentem mas também é criado um grande romance quanto a isto, levando as mães a pensar que é suposto apaixonarem-se logo pelos seus bebés. No meu caso, gostava muito da minha bebé mas também tinha a sensação que a qq momento a mãe verdadeira a viria buscar. Acho que ela já tinha 3 meses quando eu percebi que morreria por ela de tanto amor que já lhe tinha. Este amor foi crescendo com o tempo. Não apresse as coisas nem se culpe.

aries23 -
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Desde 18 Jul 2016

Olá Sofia, o que aconteceu consigo foi horrível, e eles roubaram-lhe esse momento da vida e agora afetou o seu vínculo com a filha... O trauma parece ter bloqueado essa capacidade para o vínculo, pelo que é preciso tratar dessas emoções negativas para conseguir ir a frente e desenvolver o vínculo...

Também sugiro psicólogo para ajuda a lidar com isto pois não é fácil.

Mas não deixe que eles ganhem! Não deixe que destruam essa capacidade de se vincular com a sua filha! Tente lembrar dos momentos de gravidez, dos sentimentos de expetativa e positivos para com a sua filha ainda na sua barriga! Tente focar também no presente, o ser frágil que procura a sua mãe... Ela foi injustamente privadado seu primeiro momento com a sua mãe mas continua a procurá-la instintivamente. Tente focar nela e dar tempo para desenvolver sentimentos para com ela.

Espero que as coisas corram bem, nenhuma mulher merece passar por algo assim!

Di✨✨ -
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Desde 08 Set 2016

Olá mamã, fico triste por saber que a sua experiência no parto foi assim e que nada correspondeu às suas expectativas.
Acho que deveria, como as mães anteriores já referiram, procurar ajuda no médico de família ou na sua GO e falar do que sente. Eles melhor que ninguém podem encaminhá-la para ajuda especializada. Essa experiência traumatizante está a deixá-la fragilizada num momento que já é de si difícil. Apesar de supostamente ser o momento mais feliz das nossas vidas, o pós-parto tem muito que se lhe diga. E quem passa por ele sabe bem. Há muitas mudanças, muitas alterações hormonais e dada a sua má experiência isso pode evoluir para uma depressão. Estará a passar por aquilo que se designa por baby blues e pode dar a volta... Mas não fique à espera que passe. Procure ajuda para conseguir lidar com o que aconteceu e procurar a alegria de viver. Desabafe com o seu namorado ou com quem se sentir bem e que não a condene pelos seus sentimentos.
A seu tempo vai criar laços com a sua menina e acredite que é um amor indescritível. Ela vai passar a ser o centro do seu mundo!
Muita força mamã! As coisas vão melhorar! Acredite!

Tinker_Bell -
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Desde 04 Set 2015

Olá mamã.
Em primeiro lugar, parabéns! Que esta nova etapa seja maravilhosa.
De facto o que idealizamos durante a gravidez muito dificilmente se concretiza na hora do parto, e o motivo pelo qual isso acontece é porque estamos dependentes de muitas variáveis, umas mais controláveis que outras.
Em relação á indução do parto, tinha mesmo de ser mamã. Com rutura na bolsa, não pode ficar muito tempo em fase de dilatação. Aí entendo a questão da médica ao induzir. Embora também entenda que devia ter sido explicado, calmamente.
A epidural é uma benção. Eu tive até aos 7 dedos de dilatação e depois tiveram de me tirar, porque fiz infecção, e posso dizer que foi horrível. Contudo, se a mamã não queria epidural, tinha de dizer claramente " EU NÃO QUERO EPIDURAL" e ninguém a iria administrar á força.
Eu sei, mais uma vez por experiência própria, que é dificil na altura conseguir enfrentar enfermeiras parvas e equipas descoordenadas, e se calhar "falar é fácil", mas se há coisa para a qual nos podemos e devemos preparar é para dizer NÃO. NÃO QUERO. SE TEM MESMO DE SER, EXPLIQUEM-ME O MOTIVO. Chama-se respeito. Não somos nenhuns animais e estamos numa das situações mais vulneráveis que podemos enfrentar na vida.
Em relação á sua relação com a bebé, é normal o trauma do parto criar aquilo que se parece como "falta de apego". Procure ajuda, respire fundo, o trauma vai passar e a (boa) rotina instalar-se-á. Mas fale com um médico em que confie.

Desejo-lhe tudo de bom

Abençoada mais uma vez <3

Positivo - > 25 de Agosto 2016
DPP - > 26 de Abril 2017

Sara.rs.90 -
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Desde 21 Ago 2015

Olá mamã, não li os restantes comentários. Mas tenho uma coisa a dizer-te: essa conversa de que quem vê os filhos pela primeira vez se apaixona logo, se queres que te seja sincera, não passa de romantismo e de embelezar a coisa. Eu tive um excelente parto, cheguei a maternidade super maravilhada que ia acontecer, e literalmente foi chegar e parir, em menos de 3 horas a minha filha estava cá fora. Desejo para todas as mulheres um parto no mínimo igual ou melhor que o meu. E queres saber uma coisa? Também não senti essa ligação com a minha filha, nem no momento, nem depois, nem ao fim de uma semana nem tão pouco ao fim de um mês. Quando a vi a primeira vez tive vontade de a agarrar por tão indefesa que me pareceu, com o tempo ia tratando dela e tal como tu, não senti aquela ligação de mãe e filha, tinha ali um bebé que precisava de mim e eu como mãe dela estava ali para ela. E sabes que nunca me senti culpada, já mais, porque das coisas que mais me lembro de ouvir falar nas aulas de preparação para o parto foi isso mesmo, essa falta de amor à primeira vista que MUITAS mães sentem e que se culpam, porque ouvem histórias lindas de encantar que quando nasce um filho com ele nasce o amor de mãe e isso não é verdade. A enfermeira sempre nos disse para JAMAIS nos sentirmos culpadas por esse amor não nascer logo, que esse amor constrói-se e vai-se criando. E é por essa falta de amor que muitas mães se dão conta que começa o sentimento de culpa e o rancor com elas mesmas e que são meio caminho andado para depressões pós parto. Por isso, independentemente de como te correu o parto e de como te sentiste, não culpes essa falta de sentimento e essa falta de ligação a isso que aconteceu contigo, É normal sim, e quando deres por ti, daqui a uns meses e olhares para a tua bebé é que vais te aperceber que afinal até gostas dela, e que esse até gostar nem é tão pouco e nem sabes nem quando começou nem como se tornou assim dessa maneira.
Um beijinho enorme e desfruta do momento que estás a viver agora.

Paragem da pilula:fevereiro Concepção:março
Dpp:19 de Dezembro 2015
Primeira gravidez e é uma princesa linda.
Nasceu: 2:21h do dia 11/12/15 com 2.720gr e 46cm
Segunda gravidez é um principe guerreiro.
Dpp: 14 de Abril de 2018

sofia1990 -
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Desde 20 Maio 2010

Olá mamãs.
Bem ainda não estou muito bem.
Para além dos problemas que já tinha falado, sugeriu outro. O corte que fizeram mágoa-me imenso. Dói quando estou sentada, dói ao toque, dói quando ando. A melhor maneira que tenho para descrever o que sinto é como se tivesse a levar um corte constantemente. Já tive com a minha obstetra e ela diz que é normal e que não há nada a fazer.
Nessa consulta não falei do que andava a sentir, mas fiz muitas perguntas perguntas sobre o meu parto e do porquê de certas coisa e contei do que passei com as enfermeiras. Ela disse que achou estranho delas falarem assim comigo mas também disse que no hospital tem os seus protocolos e as enfermeiras estão muito em cima desses protocolos.
A minha conclusão é, dizem que a gravidez não é doença que é algo natural mas tratem o parto como se fosse uma doença. Eu realmente sinto que foi violada, que não tive direito ao meu corpo nem ao meu parto e muito menos aos primeiros momentos com a minha filha e agora nem sinto nada perante a minha filha e ando a sofre com um corte que não era necessário. (sobre o corte, a doutora disse que foi feito por causa dos fórceps que foi utilizado para despachar o parto).

Sobre sofia1990

SofiaCarlosMatilde

Marlene Pires A... -
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Desde 23 Set 2016

Veja o lado positivo:
1. Com franqueza nem sabe a sorte que teve em ter sido cortada, se fosse a sua filha a rasgar seria bem pior. Se fosse hoje tinha pedido para me cortarem. Fiquei com a vagina feita num 8, porque quando são os bebés a rasgar é, é pelos tecidos moles, ou seja, por onde "calha".
2. Quanto à indução, há bebés que se não for assim vão ficando, o líquido amniótico fica velho e isso não é bom para o bebê.
3. Sobre a epidural, eu também não queria, o que mais me amedrontava era depois não sentir as pernas (acontece se for mal dada). Mas olhe na altura estava com tantas dores que nem pensei duas vezes.

Tudo a correr bem! Beijinhos

Ariel Ab

Marlene Pires A... -
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Desde 23 Set 2016

P.s. Aquilo que mais me afligia era o parto, pois ouvia muitas histórias, afinal o pior para mim está a ser o pós parto. Primeiro os pontos, agora as hemorróidas! Mais: decidimos que o meu marido não iria assistir ao parto, o que para muita gente foi um choque, até tive quem se oferecesse para estar lá... Não quis lá ninguém, o meu marido não estava preparado para ver certas coisas e a força tinha de ser eu a fazer. Foi uma opção que ninguém deveria questionar.

Ariel Ab

Dipa Alves -
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Desde 05 Jan 2017

Marlene Pires Abrantes escreveu:
P.s. Aquilo que mais me afligia era o parto, pois ouvia muitas histórias, afinal o pior para mim está a ser o pós parto. Primeiro os pontos, agora as hemorróidas! Mais: decidimos que o meu marido não iria assistir ao parto, o que para muita gente foi um choque, até tive quem se oferecesse para estar lá... Não quis lá ninguém, o meu marido não estava preparado para ver certas coisas e a força tinha de ser eu a fazer. Foi uma opção que ninguém deveria questionar.

Compreendo perfeitamente. Eu tb smp disse ao meu marido que nao queria que ele assistisse. Para que traumatiza lo! Agora como esta sentada vai ser cesariana e ele nao vai assistir. Mas tb em tempos ouvi comentarios da minha mae"entao o teu marido nao vai assistir" num tom de crítica.

Marlene Pires A... -
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Desde 23 Set 2016

Exactamente! Até porque há relações que depois não são as mesmas... Vai depender muito do homem...

Ariel Ab

aries23 -
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Desde 18 Jul 2016

Desculpa a minha ignorância, mas quando os parceiros assistem ao parto penso que eles não conseguem ver muito? Se for cesariana a barriga estaria tapada por um pano, e se for parto natural a posição do parceiro ao lado da mamã também não deve dar para ver nada. Isto penso eu lol.

Di✨✨ -
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Desde 08 Set 2016

Olá mamãs, sim, exatamente Aries23. O pai poderá perfeitamente assistir ao parto vaginal sem ver absolutamente nada. Fica à cabeceira da mamã. O meu marido estava com receio de assistir mas eu disse que precisava dele lá comigo. Agora diz que foi a melhor coisa que podia ter feito. Aquele primeiro olhar entre nós, a primeira vez que vimos a nossa bebé, a alegria, isso ninguém nos tira! E certamente nem para mim seria o mesmo, caso ele não assistisse. Os primeiros momentos são para partilhar entre mãe e pai. E nenhum pai devia ser privado disso a menos que não queira mesmo assistir é claro.
Quanto a cesariana já depende do hospital. Há hospitais que permitem a presença do pai que mais uma vez está à cabeceira da mãe e nada vê, e outros hospitais que não permitem.
Acho que é uma decisão que cabe ao casal...

Dipa Alves -
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Desde 05 Jan 2017

Pois. Cada cabeça sua sentença. Eu ja ouvi relatos de pais que assistiram que dizem que foi sofredor. Mas cada um sabe o que prefere.

Sara.rs.90 -
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Desde 21 Ago 2015

Di✨✨ escreveu:
Olá mamãs, sim, exatamente Aries23. O pai poderá perfeitamente assistir ao parto vaginal sem ver absolutamente nada. Fica à cabeceira da mamã. O meu marido estava com receio de assistir mas eu disse que precisava dele lá comigo. Agora diz que foi a melhor coisa que podia ter feito. Aquele primeiro olhar entre nós, a primeira vez que vimos a nossa bebé, a alegria, isso ninguém nos tira! E certamente nem para mim seria o mesmo, caso ele não assistisse. Os primeiros momentos são para partilhar entre mãe e pai. E nenhum pai devia ser privado disso a menos que não queira mesmo assistir é claro.
Quanto a cesariana já depende do hospital. Há hospitais que permitem a presença do pai que mais uma vez está à cabeceira da mãe e nada vê, e outros hospitais que não permitem.
Acho que é uma decisão que cabe ao casal...

Sou da mesma opinião, o meu marido teve ali ao meu lado e não viu nada. Tive um parto muito rápido e quando finalmente o chamaram (porque já estava a "entrar em pânico" que o queria ao pé de mim e estava a ver jeitos da miuda nascer e não o mandavam entrar) ele entrou a comer um chocolate, sentou-se ao meu lado e teve ali perto de mim enquanto tive a fazer força e a pequena nasceu. Depois do parto ela ficou uns tempos sem reagir e foi colocada durante 2h da incubadora. Se ele não tivesse ali ao meu lado nem sei como iria ser. Ele sempre se mostrou muito reticente em estar presente no parto devido a conversas e comentários de gente estúpida "vais vê-la a abrir assim e depois não consegues mais lá ir" sim, há pessoas estúpidas e inúteis capazes de fazer este tipo de comentários e outros. Eu práticamente o obriguei a ir porque precisava dele lá, sempre que perguntavam se ele ia assistir e ele respondia "não sei" eu apressava-me logo para lhe dizer "livra-te!" porque eu sentia que o parto era uma coisa que eu ia mesmo precisar dele. Hoje estamos a tentar ter o 2º filho e ele nem coloca em questão de não assistir. Adorou estar naquele momento ao meu lado a apoiar-me, a ver a filha nascer, cortar o cordão e como ele diz, ficou com uma ideia sobre mim completamente diferente e passou a admirar-me ainda mais como mulher depois de me ter visto no estado mais selvagem que alguma vez poderia ter visto de mim.
Claro que isso tem que ser um acordo do casal, mas eu sei a relação e o homem que tenho e a cima de tudo conheço-me, daí ter definido logo que ele ia estar presente porque sabia que eram macaquinhos que ele tinha na cabeça de comentários e sabia que eu ia mesmo precisar de sentir a presença dele ali ao meu lado.

Paragem da pilula:fevereiro Concepção:março
Dpp:19 de Dezembro 2015
Primeira gravidez e é uma princesa linda.
Nasceu: 2:21h do dia 11/12/15 com 2.720gr e 46cm
Segunda gravidez é um principe guerreiro.
Dpp: 14 de Abril de 2018

JoanaCFF -
Offline
Desde 04 Jan 2017

Eu acredito que os pais devem estar lá, é um momento muito esperado pelos 2, deve ser partilhado pelos 2, o sofrimento é positivo e pelo relato de amigas, em muitos casos chegam mesmo a ajudar a mãe, seja pelo apoio moral, seja (como no caso de uma amiga que chegou a desmaiar de cansaço) a ajudar a medica a fazer alguma pressão na barriga para o bebé não subir quando ela não conseguiu fazer força. Além disso, acredito também que um dos melhores momentos da vida do casal como família e do papá deve ser quando o bebé é colocado ao colo da mãe estando ele ao seu lado. Basta manter o maridão na cabeceira e não o deixar espreitar para onde não deve Sorriso

ClaraMiguel -
Offline
Desde 03 Nov 2013

No meu caso, o marido também esteve o tempo todo, desde o momento em que entrei no hospital. Só saiu para ir à casa-de-banho uma vez. E na altura de fazer força, esteve junto à minha cabeça, sem se pôr a espreitar lá para baixo. Por isso, não viu nada. Mas acho que cada mulher e cada homem é que devem, juntos, decidir o que querem fazer. No meu caso foi importante tê-lo ali, ter a companhia dele e ouvir-lhe as palavras de apoio. Sorriso

aries23 -
Offline
Desde 18 Jul 2016

Fico contente por ouvir os vossos relatos positivos! Apaixonado Também planeio ter o meu marido ao meu lado. Cada casal deve planear o que sentirem melhor. No meu caso sinto que ele sendo o meu parceiro de vida gostaria que ele esteja nesse momento comigo e com o nosso filho! A natureza nem sempre é rosas, há coisas menos bonitas e até repugnantes, difíceis de não reagir negativamente. No entanto estamos casados e somos parceiros na vida, e estamos juntos e não é por mostrar partes menos glamorosas nossas que deixamos de sentir o que sentimos um pelo outro!

E ele ajudou a fazer o filho! Ele não me deixaria sozinha a lutar e a lidar com esses momentos por opção... As mulheres têm que ser valentes e lidar com todas as dores, ansiedades e partes menos bonitas da natureza do parto. Mas um homem se é parceiro igual então também deve ser capaz de estar à altura, de ajudar a lidar com essas partes e não apenas as coisas boas!

Obrigada pelos vossos relatos, foram muito inspiradoras! Apaixonado

Né88 -
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Desde 12 Fev 2014

Ola Sofia Gargalhadas
Olha infelizmente no público nunca podemos dizer que queremos isto e aquilo.. E se ouve coisa que a enfermeira me disse nas aulas de preparação foi que podemos fazer um plano de Parto mas temos de interiorizar que tudo pode acontecer.
Eu nao fiz plano nenhum de parto nem na minha cabeça.. Tinha pânico do parto e tive um parto Bastante difícil e demorado porque foi parto induzido e o meu príncipe não queria nascer.
Isso das enfermeiras te oferecerem a epidural não podemos ver so pelo lado negativo.. Elas sabem que as dores sao muitas e com parto induzido inda pior eu não senti isso porque sempre quis levar e no meu caso tinha dores tao insuportáveis achava mesmo que ia morrer.
Quanto ao corte muito dificilmente uma mulher que tem um parto com ajuda de ventosa e forceps não é cortada.
Eu era o meu maior medo e olha cortaram me bastante nao senti nada porque tinha dose de epidural.
Cada caso é um caso mas ha situações em que eles nao podem fazer valer a vontade das maes porque as complicações acontecem.
Sofia ja pensas t que Ninguém te garante que mesmo nao levando a epidural ias conseguir fazer força e nao usarem ferros e não te terem cortado??
Eu no meu caso tive um parto de 27h e 14h das quais no bloco
E quando a epidural começava a passar o efeito eu não conseguia fazer força porque me doia tanto tanto..tu podes achar que não fazias força e fazias.
Espero que consigas ultrapassar esta situação estás muito traumatizada com isto tudo mas tens uma bebé e um marido a precisar que de ti e que te libertes desta situação .
Tenta encontrar ajuda psicologica.
Nos nao manda mos no que sentimos
Infelizmente é mesmo assim. Tens uma vida inteira para amares a tua filha nem sempre se sente aquele amor imediato.
Quanto a cicatriz daqui a uns meses ela quase desaparece nem te das conta que existiu. Boa sorte Gargalhadas

Sobre Né88

Positivo:dia 01/05/2016
Dpp 05/01 /2017
Obrigada meu deus:)
começou a maior viagem das nossas vidas:)
O meu Afonso nasceu dia 30/12

Marina4 -
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Desde 15 Maio 2016

[quote=aries23]Desculpa a minha ignorância, mas quando os parceiros assistem ao parto penso que eles não conseguem ver muito? Se for cesariana a barriga estaria tapada por um pano, e se for parto natural a posição do parceiro ao lado da mamã também não deve dar para ver nada. Isto penso eu lol.[/quote

Da minha cesariana jorrou tanto sangue que o médico ficou com a bata toda suja e até havia sangue na lâmpada do tecto ( eu via, estava por cima de mim). Eu não gostaria de assistir...

aries23 -
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Desde 18 Jul 2016

Marina4][quote=aries23 escreveu:
Desculpa a minha ignorância, mas quando os parceiros assistem ao parto penso que eles não conseguem ver muito? Se for cesariana a barriga estaria tapada por um pano, e se for parto natural a posição do parceiro ao lado da mamã também não deve dar para ver nada. Isto penso eu lol.[/quote
Da minha cesariana jorrou tanto sangue que o médico ficou com a bata toda suja e até havia sangue na lâmpada do tecto ( eu via, estava por cima de mim). Eu não gostaria de assistir...

Percebo a aversão, mas a vida nem sempre é glamorosa e por vezes o que tem que ser tem que ser. Se um dia o meu marido precisasse do meu apoio eu não seria capaz de me virar para ele e dizer "epa este sangue/fluído humano todo deixa-me desconfortável, podes lidar com isso sozinho", estou com ele para o melhor e para o pior. Provavelmente daqui a uns bons anos os nosso corpos também estarão menos bonitos e com as funções biológicas todas maradas. Careta Espero que não, mas se tiver que ser espero estarmos juntos um para outro e lidarmos com as coisas menos bonitas em conjunto.

Catarina C. -
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Desde 04 Maio 2014

No primeiro parto o meu marido nao assistiu pq foi cesariana de emergência e bem queria que ele la estivesse. Desta vez tb quero que ele la esteja, e nao precisa de olhar la para baixo. Fica a minha cabeceira.
Da vez que ele foi operado ao nariz estive sp ao lado dele, menos na cirurgia como é obvio, e bem que me fazia impressao que aquilo é bem doloroso, mas ele precisava de mim e eu era incapaz de nao estar ao lado dele. Ja passamos por tanto que seria impensável ele nao assistir ao nascimento do filho. Só se nao deixarem.

O meu Miguel, nasceu a 13 de Dezembro de 2014 e tornou-se um anjinho dia 03 de Janeiro de 2015. Nunca te esquecerei, o meu coração e alma ficaram mais vazios sem ti....

Liaddan -
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Desde 18 Abr 2011

O meu marido também esteve presente no parto, embora aí início estivesse reticente em assistir.
Concordo plenamente com a Aries. Na vida bem tudo é lindo e maravilhoso. O meu parto foi normal mas tbm tive de ser cortada porque a miúda tinha a cabeça mal posicionada e uma mão à frente. Ninguém me perguntou se queria ser cortada e sinceramente acho que foi um caso em que a decisão tinha de ser do médico porque era necessário. Nem sempre a nossa vontade pode ser levada avante. A recuperação foi dolorosa mas ao fim de uma semana já estava quase recuperada. Acredito que foi um mal necessário e evitou ter de ir para cesariana.
Embora tenha estado à cabeceira, o marido ainda viu algum sangue na altura em que voltou a entrar na sala e eu estava a ser cosida e houve uma veia que jorrou sangue pra todo o lado.
Além disso, o pós-parto também não foi glamoroso e agradeço ter tido o meu marido sempre presente, mesmo em momentos mais embaraçosos. Como desmaiei já depois do recobro e tive febre, sentia-me tonta e fraca. O marido ia comigo ao wc para o caso de desmaiar novamente. Visto agora acho constrangedor, mas na altura agradeci o apoio e ainda bem que ele encarou tudo com naturalidade. Ao contrário do que a sabedoria popular apregoa, nada mudou na relação ou, se mudou, foi para melhor.
Em relação à epidural, levei mesmo não sentindo dores insuportáveis e voltaria a levar.

Sobre Liaddan

Fim da pílula Set 2013
Eu: baixa reserva ovárica - Ele: Oligospermia e Teratospermia
H. Lusíadas, abril 2016: 1.ª ICSI +++ gravidez gemelar
junho 2016: gravidez não evolutiva de 1 dos gémeos

Marina4 -
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Desde 15 Maio 2016

Bom eu sempre pensei mais no pós parto sinceramente, o pai sempre fez tudo igual a mim (exceto dar mama eh eh) e isso é que é importante para mim. Nunca pensei muito no parto . Ele só não esteve na parte de abrir a barriga porque esteve sempre antes e depois e obrigava me a comer quando eu já não tinha forças.