Antes de tudo, gostaria de agradecer a todas as palavras de carinho neste momento tão emotivo que estou(amos) a atravessar.
Na primeira vez que escrevi aqui para desabafar (a 17 de Março), sentia que o mundo me estava a cair em cima, que era literalmente “o fim da linha”. Sentia-me sozinha, completamente desamparada e um pouco traída pela falta de apoio do meu namorado. Não vou dizer que esse sentimento me tenha abandonado, mas depois de todas as demonstrações de amor e cumplicidade que encontrei na minha família, amigos e, claro, aqui convosco, tenho o coração mais sossegado e creio que esperança voltou.
O meu namorado continua completamente indiferente à minha gravidez, recusa participar no que quer que seja, não quer ver as ecos nem ouvir falar na palavra “bebé”. Quando se aborda o assunto, fala sempre como se fosse problema meu e chegou mesmo a dizer que se eu sofresse um aborto espontâneo era da forma que “se resolvia o problema”. Eu já coloquei as cartas na mesa e disse que não ia abrir mão da criança. Se ele quisesse embarcar nesta aventura comigo, óptimo, se ele não quisesse, óptimo na mesma, porque eu não ia interromper uma gravidez (e, no fundo um sonho de longa data) só porque ele tem medo da responsabilidade e da reacção da familia (tal como já disse, dinâmicas familiares muito “complexas”). A verdade é que ele protesta, acusa-me (injustamente) de lhe estar a arruinar a vida e chega a dizer que se quer matar (absoluto disparate, na minha opinião). Sempre que há este tipo de discussão, eu convido-o a sair de casa e garanto que o isento de qualquer responsabilidade (excepto a de registar o bebé porque é de lei e aí não há nada a fazer). A verdade é que ele (ainda) não saiu.
Eu não tenho medo de criar uma criança, até porque sei que nunca estarei sozinha. Estou rodeada de pessoas que me amam verdadeiramente e isso dá-me uma segurança enorme!
Beijos e, mais uma vez, muito obrigada!