https://bailaolopes.wordpress.com/2015/05/04/dia-de-ninguem/
Dia de ninguém
Para as mães que o não puderam ser
espelha-se neste dia vazio
a lembrança difícil de esquecer
um tormento pesado e sombrio
Por dias cinzentos
como outros quaisquer
são os sonhos sangrentos
nas entranhas de mulher
Os sonhos morreram
a criança também
outrora era tua
agora é de ninguém
Os dias passam
a amargura prevalece
talvez essa se desvaneça
mas o vazio não se esquece
Mais dias passarão
e a vida faz-te perceber
bate no teu peito um coração
e também esse há de morrer
Mas segue em frente
com esse coração dilacerado
vive o presente
e cresce com o passado
Guardas no peito
com amor de mãe
o teu sonho desfeito,
o menino de ninguém.
(By Tânia Bailão Lopes)