Instinto Maternal... mudar...

Instinto maternal é diferente do desejo de ter filhos. O instinto é o que a fará proteger os seus filhos em situação de perigo, e isso pode ter alguém que nunca quis ter filhos.
Pessoalmente conheço uma mulher que nunca quis ter filhos, não gosta de crianças mas que anda a tentar engravidar pois o marido quer muito. Ela próprio o assume: por ela não seria mãe. E eu admito que tenho um pouco de receio por aquele futuro filho pois é uma pessoa realmente sem qualquer gosto por crianças e sem vontade de ter uma dela.

Disse isso anos a fio. Confesso que continuo a não ser uma pessoa amante de crianças.
A minha filha também veio mais por vontade do pai. Não tenho problema em admitir. Nunca teria um filho sem alguém ao meu lado que sei que vai partilhar, de facto, a educação desta criança...
Costumava dizer que tinha um instinto maternal do tamanho de uma ervilha. Mas não tenho. A minha filha é a minha prioridade. É assim naturalmente.

Sim, pessoas que não gostam muito de crianças podem ser excelentes país. Conheço várias assim: amam os filhos, têm paciência para eles mas os filhos dos outros é melhor que não se cheguem muito perto.
Mas depois conheço aquele caso, que se nota ser tão contra a ideia de ter um filho seu, que por si só é alguém muito centrada em si e com pouca empatia para com os outros, e não consigo ver a ideia de engravidar como a melhor coisa a fazer.

Eu nunca liguei a criancas e só com 37 anos resolvi tentar ter, mas estava indecisa. Adoro a minha filha, gostava de ter outra, e tambem gosto dos coleguinhas dela que conheco melhor. O resto das criancas continua sem me interessar.
Mas tambem acho perfeitamente normal nao ter vontade nenhuma de ter filhos, e nesse caso se calhar e mesmo melhor nao ter. As criancas mudam muito uma relacao, deixam-nos imensamente cansadas, exigem muito, e se se tem um filho sem ter vontade, nao sei como e que se consegue. Ja com vontade as vezes ha duvidas em se se fez bem em ter um filho, quanto mais quando nao se tem vontade...

Olá, durante muito tempo achei que ser mãe não era para mim; nunca tive muita paciência para aturar birras, nem para dar banho/comer etc. Adorava sair à noite, beber uns copos com os amigos, deitar tarde e levantar às 12h,viajar, enfim fazer coisas que não se encaixavam com um bebe. O meu marido sempre adorou crianças mas nunca me pediu. Eu ia adiando porque adorava a nossa vida mas houve um momento de clic. Todos à minha volta com filhos e comecei a pensar: "daqui a 20 anos o que é q me vai fazer feliz" e realmente vi que tomar conta de alguém, vê-lo crescer era a resposta. E lancei-me e a vida "castigou-me" tenho problemas de infertilidade e não sabia. Perdi o 1º bebe às 20 semanas e depois foi uma luta para conseguir de novo. Posso dizer q após vários tratamentos lá consegui a minha estrela. Tenho um menino lindo! e posso dizer-te que NUNCA deixei de viajar. Com 1 ano e meio lá fomos nós pela 1ª vez, já fiz 4 viagens com ele e ele adora. é um miúdo que dorme até às 10h (nada haver com os q acordam às 6H) De bebezinho NUNCA chorava, só dormia e comia, um verdadeiro santo. Quanto às saídas, de inicio comecei a fazer em casa uns dos outros. Hoje em dia, já vou a concertos outra vez e ele fica com os avos. Isto tudo para dizer o quê: que foi o melhor que me aconteceu na vida. è um anjinho lindo, que continuo praticamente a fazer o que fazia antes só com a vantagem de sentir que tenho ali um amor para a vida. Não penses muito, eu também pensei demasiado tempo e se tivesses continuado a pensar provavelmente não tinha agora o anjinho

Eu acho que quando se tem muitas dúvidas, assim das que colocou acima, não se deve ter filhos só porque sim, só porque é a norma.

sandritasilva escreveu:

sim...
ter um filho causa muitas duvidas.
Acho que inicialmente o problema era mesmo medo da gravidez, do parto...
Entrava em desespero e tinha crises mesmo só de passar por uma gravida (chegando a fazer medicação com causa disto).
Actualmente depende dos dias...
Gosto muito de uma prima (com 3 anos), que durante vários meses fui eu que a transportei todos os dias da casa dela para a avo (devido a eu estar desempregada e os pais dela não terem muita disponibilidade), durante esses meses q convivi com ela dizia que ia "roubar a X " (claro a brincar), mas eu e o meu marido dizíamos muito isso... Uma assim era linda, diferente..
Actualmente não convivo muito com ela, quando a vejo da-me sempre um abraço e pouco mais...
Quando vejo fotos por exemplo de um casal a dormir (os três juntos) ou a passear, ... fico a pensar se um dia eu, nós, também podíamos ser assim...
Mas depois na maioria das vezes penso na seca que deve ser... ter de dar banho, dar de comer, mudar fraldas, biberão, ouvir choro...
Quando estou deitada, sossegada, com o meu marido e me vem a cabeça, depois com uma criança esquece, isto não acontece, quando vejo uma viajem e penso depois não dá...
Fico logo a achar que não quero.
A única coisa q m faz mesmo pensar em querer e a tal priminha linda e fofinha,
mas depois também penso e se não sai assim e sai algo terrível, terrorista, irrequieto,...
Enfim, é um mundo de duvidas...
Por vezes o meu marido diz, sabes que eu quero, por mim era já, mas respeito a tua ideia , medo, e quando estiveres preparada... Mas eu respondo diz-me, da-me um exemplo de uma coisa boa que isso tenha?
Não há resposta...
Só vem a cabeça coisas más, choro, fraldas,...
- Se fosse como a tal priminha era diferente... dai brincamos, ok, vamos roubar a X...
Mas o medo do parto, é assustador!
E por vezes também penso se eu sou tão lamechas, mimada, chorona, nem sei cuidar de mim, como saberia cuidar de outro alguém ... ??!

A verdade é que tomar conta durante umas horas de uma criança que não nos pertence não é de facto o mesmo que ter os nossos. Até porque a prima fofinha e querida devia fazer as suas birras como é normal nas crianças mas não vos cabia a vocês ficarem com essa parte chata, mas sim os pais.

Quando se tem um filho algumas tarefas são sim uma seca (eu não acho divertido lavar biberões, por exemplo) até porque nalguns casos passa a ser coisa rotineira e sistemática (eu nem sempre cozinhava para nós, comíamos uma sandes ou só uma sopa, mas agora tenho de fazer almoço, lanche e jantar para ela, coisa que para quem odeia cozinhar não é agradável de fazer todos os dias) e outras podem ser agradáveis (eu por exemplo gosto de a adormecer, de lhe dar banho).

E sim, as crianças alteram a rotina familiar, isso é certo. Nós adorávamos dormir até tarde ao domingo e ver séries e filmes ao jantar. Isso mudou, a pequena não dorme até tarde e ao jantar não dá para ver o que se via antes.
Não dá para dizer "vamos ao cinema?, "bora!", pegar na carteira e sair.

Mas claro que ter filhos tem coisas boas senão as pessoas não tinham e nem sequer iam para os segundos, terceiros...filhos. Há uma ligação especial, o poder ensinar, há o amor que se sente e se recebe...:) É um pouco como os maridos: de certeza que olha para o seu marido e vê uma série de defeitos e consegue com certeza imaginar coisas que faria sozinha e que acaba por não fazer pois vive com ele (a rotina de viver sozinha não é a mesma rotina de viver com alguém), mas ainda assim está com ele, embora conseguisse viver sem ele, certo? Porque ele lhe traz algo de bom. Com os filhos é a mesma coisa: trazem-nos alterações à rotina, trazem-nos outras tarefas, mas há um lado muito bom relacionado com os sentimentos.
E eu acho que da mesma forma que há quem prefira viver sozinho, também é normal que alguém não queira ter filhos.

Não sei o que vão decidir mas assuma automaticamente que não terá um bebé fofinho e querido 100% do tempo. A minha filha foi uma autêntica boneca até tarde, ainda hoje com 21 meses toda a gente gaba por ser bem-comportada, e é realmente calminha, obedece sem grandes problemas, é fofinha, mas já teve e terá os seus momentos de birra, e como qualquer criança dá trabalho, deu algumas más noites, adoece...
Na verdade, ter um filho dá trabalho e é uma responsabilidade. Tem é de ver se está disposta a ter esse trabalho ou não e a ter essa responsabilidade.
(quanto às viagens e assim, se houver avós disponíveis podem sempre deixar o vosso filho passar férias com os avós e viajar. Os meus pais faziam isso e eu conto fazer isso também daqui a uns anos. Da mesma forma que conto de vez em quando deixar dormir em casa dos avós e ter uma noite só para nós).

Desculpe-me o comentário, mas...parece-me que as suas dúvidas em relação a ter filhos são um bocadinho mais profundas que a questão em si de ter filhos.. como se duvidasse da sua própria personalidade (posso estar a ler tudo errado!). Quando diz "E por vezes também penso se eu sou tão lamechas, mimada, chorona, nem sei cuidar de mim, como saberia cuidar de outro alguém ... ??!"...é como se pusesse em causa a sua própria maturidade. É uma questão de idade? Sente-se demasiado nova para tamanha responsabilidade?
Realmente, a imagem dos três na cama, ou a brincar, não é, de todo, uma imagem realista da maternidade. A maternidade, nos primeiros anos, implica sobretudo rotina e tarefas que não se podem contornar. E os feitios dos bebés são imprevisíveis, eu tive gémeas e enquanto que uma delas era o bebé "perfeito", sossegada e pacífica, a outra era um terrorzinho. Mas os bebés crescem e vêm outros desafios, também tem de pensar neles, se se imagina a ser mãe de uma criança mais velha, de um adolescente...
É difícil explicar o que se "ganha" com a maternidade, porque é um amor tão absoluto e incondicional que não se compara (para mim) a nenhum outro. E sim, faz passar para segundo plano o que se deixou para trás (a liberdade de movimentos, até o desafogo financeiro)...
Agora também há diferentes estilos de parentalidade e no meu caso, passados os primeiros anos que foram realmente complicados (por serem gémeas), recuperámos alguns hábitos antigos - fins de semana a dois, às vezes umas feriazinhas, idas a sítios ou atividades sem elas, sozinhas ou em casal.
Talvez ainda não tenha chegado a vossa hora. Nós estivemos vários anos casados sem filhos, primeiro por opção e depois por causa da infertilidade. Soube sempre que queria ter filhos, mas teria de me adaptar se não tivesse conseguido. E o meu marido inicialmente não queria filhos (porque já tinha do 1º casamento) mas depois desejou-os tanto como eu.

Enquanto era miuda sempre fui maria rapaz e a ideia de ter marido e filhos sempre foi algo que nunca me passou pela cabeça apesar de sempre ter tido muita paciencia para os filhos dos outros. Depois encontrei o meu marido e continuei a ser maria rapaz mas casada ? as dúvidas em relação a ter filhos tornaram-sr mais profundas... Será que sou capaz de educar alguém... Moldar uma mente é uma grande responsabilidade e tinha medo de não estar à altura. Entretanto decidimos ter o primeiro demorou um bom bocado a aparecer o nosso bebecas. Depois de engravidar começaram as dúvidas sobre o parto e as mudanças na nossa rotina... Mas olha depois de tar ca dentro vai ter de sair por isso acabei por deixar as preocupações de lado e qdo chegou a hora do parto apesar de estar com medo nao tece nada a ver com as historias que ouvia... Prefiro parir a ir ao dentista por exemplo! E q mudança das rotinas nao me custou nada antes pelo contrario ate sou eu que apesar de ter um marido fantastico que fica com os miudos se eu quiser ir a algum lado ou de os avos ficarem com eles sempre que seja preciso sou eu que não tenho mesmo vontade nenhuma de ir a lado nenhum... Desde que o mais velho nasceu se fui jantar fora 4 vezes foi muito. E ate já cheguei a ir a aniversários em que estávamos a pensar sair mas a seguir ao jantar acabei por vir para casa... Nao sei nao consigo afastar-me das crias. Quero poder aproveitar ao máximo o tempo que tenho para estar ao pé deles... Se bem que as vezes roque pragas na minha cabeça que gostava muito de ter um pouco se sossego... Sim porque o meu mais velho é um verdadeiro terrorista! Mas a verdade e que qdo ele diz gosto muito de ti e o olhar dele a olhar para mim valem o mundo! Valem tanto que apesar de termos um terrorista decidimos ter mais um! Nao ha nada que pague um abraço um mimo um sorriso dos nossos filhos!