Olá a todas.
Escrevo este tópico para ajudar nas dúvidas que possam ter, tal como eu tive e encontrei algumas respostas e até conforto nas experiências de outras mamãs.
Quando encontramos este palavrão 'anembrionária', ainda para mais numa 1a gravidez, ficamos com tudo à nora e cheias de porquês.
Dois meses antes decidi parar de tomar a pílula por andar demasiado desregulada, mesmo com as tomas certas, e dar um descanço ao corpo (10 anos seguidos a tomar). Sem intenções de ficar grávida, não tomava nenhuma medicação especial nem cuidados extra para tal.
2 semanas de atraso (já tendo em conta os dias de atraso por ser desregulada) fiz dois testes, ambos positivos com dois traços bem visíveis. Começava as consultas, exames e análises.
Apesar de tudo apontar para 9/10 semanas de gravidez, sei que deveria ser muito menos pelas datas das menstruações e ovulações. É muito importante ter estas informações para melhor perceber qualquer alteração,ainda mais nesta situação.
Dói muito saber que afinal (no meu caso) não existia de todo um bebé formado logo na 1a Eco, mesmo tendo todos os sintomas de grávida: Enjoo, peito muito sensível e a alterar-se para amamentar, desejos de comida,mau dormir e falta de período por mais de um mês. Valores de Hcg indicativos de 9/10 semanas.
1a Eco: Segundo as contas feitas, estaria de 9/10 semanas e fui fazer a eco já a bater nas 11. Resultado: Saco gestacional irregular sem vesícula vitelina. O útero sem nada de saco visível e que nos próximos dias iria começar o aborto de forma natural.
O mundo desaba aos nosso pés quando pensamos que tudo iria correr diferente, ver um bebé, ouvir o coração e poder dar ainda mais alegria a nós e a quem está nesta aventura connosco.
Fazendo pesquisas por este tema, percebe-se que poderá ser o nosso corpo a tentar regular todas as hormonas e o sistema reprodutivo enquanto o 'desmame', por vezes resultando numa gravidez com um erro durante a fertilização apesar de o resto continuar a crescer com sintomas associados.
Início de aborto: 7 dias após a eco, começa o processo de forma muito pacífica (ansiedade ao máximo,contudo), com algumas dores mais fortes e expulsão progressiva dos coágulos e pedaços do que deveria ser o saco. 7 dias depois ainda continua, com intervalos maiores entre as expulsões. Muitos ben-u-rons e sacos de água quente, mesmo trabalhando nestes dias.
A vontade de encerrar este capítulo 'aborto' é mais forte que o porquê, pois só depois se pode tirar conclusões e garantir que fisicamente estará tudo bem para um futuro bebé.
Irei a uma consulta para poder tirar mais dúvidas e saber o que levou a este problema, como posso evitar, se não há mais surpresas no caminho.
Psicologicamente, é muito difícil. É verdade que a partir do momento em que se vê aqueles dois tracinhos que sentimo-nos mães, vemos o corpo a mudar, sonhamos como vai ser os próximos meses e o que se deseja para o futuro. Tudo faz sentido, apesar das dificuldades da vida, e num único momento tudo muda. Parece que deixa de fazer sentido mexer na barriga, ter aqueles cuidados extra, contar os dias... Ficamos diferentes, muda a perspectiva de vida. Mas sabemos que no fundo fomos mães, e com melhor sorte, iremos voltar a ser.
Com mais informação médicas, irei actualizar para poder ajudar quem procura um bocadinho de paz nestes momentos tão desesperantes.
Tenham mesmo muita força, ela está aí dentro e à nossa volta na família e amigos.
Um dia de cada vez...