Ser autónomo em coisas como marcar consultas, preparar a própria comida ou arranjar emprego vai muito para além das tarefas domésticas. A mãe controlar quando sai, com quem vai e telefonar inúmeras vezes por dia é muito mais profundo do que saber quem cozinha ou limpa em casa. Eu, pelo menos, não estava a referir-me meramente a essas questões, embora, como 99,9% da população portuguesa não pode ou não quer ter empregadas 24h/dia, se as coisas aparecem feitas e o jovem adulto não colabora nelas, algo está errado, sim.
Aí o que me poderia preocupar era a questão do emprego, mas não sabemos as circunstâncias. Por exemplo, se o filho desiste de estudar, ma também não quer trabalhar, acho bem que a mãe se meta. Não é uma questão de ser controladora, mas sim de não querer que o filho dependa dela o resto da vida. Se ele estiver à procura de emprego e algum conhecido da mãe fizer uma oferta, também me parece natural que a mãe fale com o filho para aceitar esse emprego. Isso não faz da mãe controladora. Tudo o que estou a tentar dizer é que não temos informação suficiente para julgar como será ela depois de o filho sair de casa. E o meu marido nao tinha empregada em casa e também não fazia nada, mas quando nos casámos sempre dividimos as tarefas. E, sim, agora temos empregada todos os dias, excepto fins de semana, não 24h. Portanto, as minhas filhas provavelmente não farão muita coisa em casa. Para já arrumam o quarto dos brinquedos quando desarrumam demasiado. O resto logo se verá. Só acho que não é isso que define a pessoa.