Durante a gestação, muitas mamães direcionam toda sua atenção para o desenvolvimento do bebê e o crescimento da barriguinha, a montagem do novo quarto, a rotina familiar após a chegada do bebê e, principalmente, para o parto. Porém, muitas vezes se esquecem de um assunto bastante importante: a amamentação. Isto porque, convencionou-se dizer que a amamentação é um ato instintivo. Muito pelo contrário! A sucção realmente é instintiva para o bebê, porém a amamentação é um aprendizado, tanto para o bebê quanto para a mãe. Por isso, nada melhor do que munir-se de boa informação e orientação ainda durante a gestação, para evitar que os pequenos percalços e intercorrências dos primeiros dias, ponham fim ao sonho da grande maioria das mamães de amamentar suas crias.
Listarei abaixo as melhores dicas para garantir o sucesso na amamentação:
1) Combinar com o pediatra que fará a sala de parto, de preferência em uma consulta ainda durante a gestação, que você quer o bebê no seio na primeira hora de vida. Colocar o bebê ao seio imediatamente após o nascimento ajuda na manutenção da temperatura corporal do bebê, estimula a liberação da ocitocina – hormônio que rege as contrações uterinas para expulsão da placenta e que dá início à liberação do colostro – estando associado a uma maior duração do período da amamentação exclusiva e, é claro, estimula os sentidos do bebê para que este aprenda com mais facilidade a abocanhar o seio;
2) Pedir também ao pediatra que avise por escrito em seu prontuário da maternidade que não é necessário ofertar complemento ao seu bebê pois estará em aleitamento materno exclusivo, além de proibir a exposição à bicos artificiais (mamadeiras e chupetas) e pedir o alojamento conjunto. Todas essas medidas facilitarão o início da amamentação, pois o bebê estará alerta quando vier ao seio, aprendendo com mais facilidade como mamar com eficiência;
3) Prestar atenção ao posicionamento e pega do bebê: ele deve abocanhar toda a aréola e não somente o mamilo, pois somente assim consegue extrair o leite que necessita. Além disso, o bebê que puxa somente o mamilo fica cansado e irritado com mais facilidade e acaba, por fim, machucando o seio da mãe. Além disso, a boca deve estar bem aberta e com os lábios pra fora (lábios de peixinho).
4) Esquecer o relógio! Durante 9 meses seu bebê teve acesso à alimentação através da placenta durante 24 horas por dia. Não espere que ele vá nascer e se alimentar como um reloginho, com intervalos pré-determinados. Ofereça o seio ao bebê sempre que ele pedir, de 8 a 12 vezes ao dia, sem olhar pro relógio. Apenas fique atenta, pois se as mamadas começam a ficar muito longas (40, 50 minutos) geralmente o bebê está fazendo uma sucção não nutritiva – apenas mexendo de leve a boquinha, sem abocanhar toda a aréola e movimentando a mandíbula – então é hora de descansar um pouquinho, para evitar as fissuras e rachaduras.
5) Comece dando um peito por vez: isso vai garantir que o bebê chegue ao leite posterior, aquele que é mais rico em gorduras e que vai saciar a fome, deixando-o dormir por um pouco mais de tempo.
6) Nos primeiros dias, seu bebê terá acesso ao colostro, que é um leite bastante denso e amarelado, que contém os anticorpos de que ele tanto necessita. Porém, não se assuste! O volume deste leite é bem pequeno, mas ele é capaz de nutrir e satisfazer o bebê por vários dias. A grande maioria das mães percebe a descida do leite entre o 3º e o 7º dia pós-parto. Nesta fase, os seios ficam bastante duros e pesados, a aréola esticada e algumas mães chegam a sentir febre e moleza no corpo. Caso o seio esteja muito duro, com a pele brilhosa e endurecida, faça massagens circulares com movimentos firmes, iniciando da aréola até a extremidade do seio. Depois, faça um pouco de ordenha manual, tirando o excesso de leite até que sinta a aréola bem mole e flexível. Só então ofereça o seio ao bebê, pois com o peito muito cheio e duro é difícil que ele consiga abocanhar a aréola toda e massagear os ductos da maneira necessária para extrair o leite que precisa.
7) Caso sinta dor, desconforto, ou mesmo dúvidas, procure a ajuda de um profissional o quanto antes! Algumas maternidades oferecem o serviço de uma enfermeira de lactação, ou você pode chamar uma consultora em amamentação (em sua casa ou no próprio hospital) ou ainda visitar um Banco de Leite, onde será orientada. Não ofereça a mamadeira antes que buscar ajuda pois, sem saber, você pode estar minando a amamentação de seu filho.