Avó que não dá espaço | De Mãe para Mãe

Avó que não dá espaço

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LMont -
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Desde 07 Dez 2016

Olá a todas.
Inscrevi-me há pouco tempo para poder partilhar a minha história e receber a vossa apreciação. Ok, aqui vai...
Eu fui criada com regras, educação, independência. Engravidei aos 19 anos e desiludi os meus pais de tal forma que ou saía de casa ou abortava (algo que para a minha mae, mae de 5 filhos, parecia algo perfeitamente prático!). Bem, para estar aqui a escrever, já devem saber qual das opções escolhi - saí de casa.
Fui viver para casa do meu namorado, pai do meu filho, e da mae dele (apesar do apartamento ter sido comprado para ele, a mae dele tinha ficado sem casa devido a alguns problemas). Bem... É aqui que tudo começa na verdade: o meu namorado é super agarrado à mãe (ele tinha 25 anos quando o Lourenço nasceu), a mãe sempre o tratou como um criança pequenina e mimada, alias, para referir um pormenor, lembro-me perfeitamente dela se agarrar à cara dele e dizer "meu principe, meu querido..." imaginem a minha cara de burro a olhar para o palácio. Mais uma vez escrevo, eu fui criada com independencia e perceber que a mãe utilizava o meu namorado como homem da vida dela, até porque se gabava na altura de nao ter procurado mais ninguem porque o meu namorado nao queria, fez-me muita confusao saber. Mas com isto ainda se vive, afinal é a relação deles!
Quando o Lourenço nasceu (vocês mães sabem, aqueles primeiros 3 a 4 meses com noites terrivelmente mal dormidas e ainda ter que amamentar, entre outras tarefas que fazem parte do oficio) acordava por volta das 6h30/7h00 da manhã completamente esgotada com a mãe dele nos pés da cama a olhar para nós a dormir e a admirar o neto. Isto mexeu mesmo muito comigo, porque muitas vezes aquela hora adormecia com o bebe ainda com a boca na maminha e abrir os olhos e estar uma figura a observar o quadro de nós os 3 a dormir, fosse como estivéssemos! Claramente apercebi-me que nao tinha privacidade. Ja tinha lidado com a separaçao dos meus pais face à minha escolha e depois lidar com a falta de privacidade! Eu entendo que as avos venerem, amam os netos, a serio que sim e acho isso maravilhoso para as crianças.
Mas isto que aconteceu agravou-se, alem de o meu namorado nao ter coragem para pedir a mae que nos desse algum espaço, achava que ela tinha o direito de o fazer (porque ela estava na casa dela). Ok, nao consigo entender os limites de respeito entre eles, entao arranjei uma solucao: vamos ter a nossa casa! Resposta dele: Nao posso deixar a minha mae sozinha.
Quem é que com 25 anos, um filho de meses pensa assim? Separámo-nos ao final de 1 ano, porque eu ja nao aguentava a asfixia! "Vais por isso na sopa? Vais-lhe dar banho neste dia de inverno? Vais onde?"
Para nao me alongar demais, passado 1 ano e meio, o meu namorado pediu-me que fosse viver com ele para uma casa só nossa. E mudámo-nos para a linda cidade do Porto.
Coisas que eu nao esperava: que a mae dele vivesse dois numeros de porta para o lado direito da nossa (vizinhas!), que jantasse la todos os dias, que passasse la o dia do fim-de-semana. Entretanto, como a casa era arrendada e compramos um cao, decidimos mudar de casa (eu so agradecia pelo espaço saudavel que iriamos ter) e fomos viver a cerca de 10/15 minutos por autoestrada da casa da mae dele.
Começamos a atravessar um mau momento financeiro cá em casa e como a mae dele se prontificou a ajudar-nos (atençao que ela é boa pessoa e eu fiquei muito grata pelos gestos de apoio que nos tem dado), ela passou a dizer "vou dormir ai no fim-de-semana", ganhou algum poder quanto as decisoes. Neste momento, é inverno como sabem, e a situacao agravou-se! Nao dorme so ao fim-de-semana, ja dorme a semana toda! Na cama do meu filho, o meu companheiro diz que nao tem legitimidade para lhe dizer que "mae estas a ajudar-nos, mas tambem precisamos de espaço", sente pena porque fica sozinha na casa dela com o gato, cheia de frio e connosco nao tem que jantar sozinha.
Eu entendo tudo! So nao consigo entender como é que o meu companheiro é vidrado em defender a mae ao ponto de ser virar contra mim, como é que nao sente que o nosso filho está a perder independencia, privacidade (sim, porque o Lourenço agora pergunta todos os dias se avó vai dormir com ele), eu preciso do meu espaço! Preciso de chegar à sala depois do jantar e a mae dele nao estar a ocupar a televisao com novelas e o pc com candy crush! Ontem a noite, depois do jantar, vim passar o meu serao da noite no meu quarto... Ja nao aguento e sinto o pai do meu filho contra mim nesta causa.
Por favor, digam-me que posso fazer? Triste

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

Portanto a sogra prontificou-se a ajudar, apenas para poder voltar a intrometer-se na vossa intimidade.
Se a Lmont tivesse uma família a quem recorrer ou independência financeira, e visto que tenta falar com o marido sobre isso e ele é inflexível, eu diria para sair daí o mais rápido possível. E ele ou a segue, ou acabam. Mas existindo dificuldades financeiras, eu não sei o que diga. Entre engolir sapos e deixar o nosso filho passar necessidades, qualquer mãe prefere engolir sapos. Mas essa situação, na minha optica, é insustentável. Um casal tem de ter a sua privacidade, tem de ter tempo de namorarem, brincarem com o filho, serem uma verdadeira família nem que seja para estarem no sofá a ver um filme, sem intromissões de terceiros. E eu acredito que chega a uma altura que os pais tornam-se terceiros.
Há um ditado que diz "quem casa quer casa" e é muito acertado.

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

Seja como for, e de forma a pelo menos não dependerem financeiramente dela, pode sempre procurar ajudas. Tente ir ao gabinete de apoio social da sua zona. Procure casas da camara, candidate-se ao porta 65, subsídios de subsistência, etc. As assistentes socias ajudam-na nisso, dizem ao que pode ter direito e ajudam na burocracia necessária.
Mas cheira-me que se o seu marido não lhe coloca um travão, ele vai sempre tentar (e conseguir) intrometer-se. Afinal vai continuar sozinha com o gato com frio e triste... percebe o que quero dizer? A ajuda monetária é só uma desculpa. E facilmente ela (eles?) arranjam outra.

MiniMe84 -
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Desde 18 Out 2016

É muito complicado impor barreiras quando se está dependente financeiramente de outra pessoa. Sempre ouvi dizer que quem paga as contas é quem dita as regras, assim, se a sua sogra não tem limites auto-impostos, nesta fase eu compreendo o seu companheiro quando sente que não tem legitimidade para impor a sua vontade. Eu, provavelmente, também sentiria.
Do meu ponto de vista o melhor e mais urgente a fazer é tentar de tudo para recuperar a independência financeira (arranjar mais trabalho, procurar uma casa mais barata, cortar nas despesas gerais) e nesse momento agradecer a ajuda mas dizer que agora é tempo de cada um seguir o seu caminho e ter o seu espaço. Que se eventualmente ela tiver um problema também vocês estão lá para ajudar e apoiar, mas que em circunstâncias normais ela tem que cortar essa dependência. O filho é um homem feito com família formada e tem que agir como tal.
Quanto ao seu companheiro, tem que ter a maturidade de tomar decisões a dois e não a três. É bonito que ele se preocupe com a mãe, já não é muito saudável que ela tenha tanta influência sobre ele e sobre as suas decisões. Mas se já se separaram e as coisas mesmo depois disso voltaram ao que eram, acho que não vale muito a pena dar murros em pontas de faca. O que não resulta a conversar não se consegue a gritar.

Enfim, acho que está nas suas mãos decidir o que é melhor para si e para a sua família, principalmente para o seu filho, neste momento e partir daí quando tomar decisões.

Boa sorte!

LMont -
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Desde 07 Dez 2016

Obrigada pelas opiniões. O pai do Lourenço diz que ela só vem porque se preocupa se nos falta alguma coisa, mas o que me incomoda mais é ele mostrar que nao se sente afectado, que é perfeitamente normal e que eu é que estou maluca. Eu só tenho 24 anos, mas já atravessei muito sozinha. É como se chegássemos a um momento em que um é mais maduro que o outro (ele tem 29), um cresceu mais rapido que o outro. Eu gosto dele, nao quero sinceramente separar-me e sinto que o mais importante é concentrarmo-nos nas dificuldades que atravessamos e nao neste assunto "secundario". So que esta a dar cabo de mim, da minha cabeça! Ela vai deitar-se as 2h00 da manha, nem falar com o pai do meu filho posso se nao for aos murmurinhos ou no quarto.
Parece-me que ele so vive sem a mae para me agradar. Sinto-me má pessoa. Por um lado penso "estas a ser egoista, estas a afastar um filho de querer estar com a mae", por outro penso "se nao viver agora estes anos da minha vida em familia, como é que os vou recordar?"
A mae dele vai ao supermercado e compra-nos coisas ca para casa. Nos ja lhe pedimos para quando tiver essa gentileza, para levar um de nos com ela para podermos decidir em conjunto. Mas nao, compra as coisas que acha ideais: postas de bacalhau, chouriços, alheiras... E claro que nao posso reclamar. A unica coisa que digo é "obrigada, mal posso esperar para ir ao supermercado quando recebermos para nao se preocupar" se é que entendem...
Sei lá, é o facto de abrir o frigorifico para ver o que temos, ler os e-mails do filho no computador. Segura-se imenso para nao abrir as cartas com o nosso nome porque uma altura fez isso a minha frente e eu fiz uma reacao de escandalizada para ela perceber que é demais (mas diz sempre: eu nao abri, eu nao gosto de abrir as cartas com o nome de outras pessoas. Que mentira, mas enfim). Tudo isto esta a mexer comigo... Triste
Obrigada mais uma vez pelos comentarios, no fundo isto é um desabafo de alguem que precisa muito de falar.

Mamon. -
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Desde 06 Dez 2016

bem, antes demais, desculpa os erros e falta de acentos, porque vou escrever dum azerty.
Conforme ia lendo, ia-me lemnrando de soluçoes, mas depois lia mais para a frente e via que ja as tinhas posto em pratica, e posso dizer-te que admiro a tua forma pro activa de lidar com os problemas.
Mas depois deixas-nos com uma dificuldade, como ja fizeste tudo o que é considerado correcto, resta-nos às leitoras os maus conselhos...
Poderíamos sugerir que o metesses entre a espada e a parede; ou uma reunião de família em que falas TU, e quem diz as coisas à tua sogra ès tu e não ele; que dês o cão à tua sogra (estou a brincar).
J à experimentaste essa parte de seres tu a falar com a tua sogra? Se sim até que ponto e como correu?
E ainda restariam os conselhos que ninguém te pode dàr, porque sao decisões muito pessoais, mas gabo-te a paciência e o sangue frio Sorriso
Ps. Achas que se dissesses algo do tipo: "A partir de hoje agradecia que respeitasse a nossa privacidade como casal, e que fosse dormir à sua casinha. Nos levamo-la. Estou muito Agradecida por toda a ajuda, mas este ambiente sem privacidade de casal està a estragar a minha relação com o seu filho" Funcionava?
E a porta 65 vai abrir incriçoes este mes.
Auto avaliando as tuas atitudes, achas que ha algo que ajude nessa tendencia toxica da familia?

Sobre Mamon.

Uma filha e um filho lindo, agora em preparações para a terceira viagem <3

LMont -
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Desde 07 Dez 2016

Antes de mais obrigada pela forma sincera e pratica com que fala, até me ri com a de lhe dar o cão Sorriso
Ainda nao tentei falar com a minha sogra. A verdade é que o meu namorado não quer que o faça e diz que ele vai resolver a situação e nada... Eu no fundo acho que já não me importo de passar a ser a má da fita, mas sei que o meu namorado preocupa-se imenso para equilibrar as relaçoes, entao vou aguentando.
Talvez o que deva fazer é esperar um pouco que a situaçao se resolva financeiramente e trocar a cama do meu filho (que dorme agora numa de casal, era o que tinhamos para ele nesta mudança) para uma de corpo e meio e acabam as dormidas... Ou entao, ter a dita conversa. Obrigada pelo conselho, Mamon Sorriso

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

Mas Mamon está a colocar como problema a sogra, e na minha opinião não é ela o problema, é o marido. Se o marido não apoia LMont nesta questão, qual acham que vai ser a reacção dele, se ela mandar a sogra dormir em casa dela?
Isto para dizer que não sou apologista da separação ao primeiro problema, mas neste caso não é ao primeiro. São vários anos nisto. E se até já saiu de casa uma vez, e voltaram ao mesmo... para manter essa relação, ou engole o sapo e aprende a viver assim, ou vai ter de encontrar uma forma muito rígida de o colocar entre a espada e a parede, sem permitir exceções.

Mamon. -
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Desde 06 Dez 2016

Desculpem là, mas vou contar uma historia para descontrair.
A minha avo tem uma porta com vidros espelhados, entao nao podemos estar dentro de csa sossegados sem virem as vizinhas esborrachar o nariz no espelhado para ver o que se passa là dentro. Entao às vezes queremos dormir no sofà (que fica de frente para a porta), mas nao estamos descansados. Visto isto o meu primo decidiu enfrentar o problema com algum humor e foi dormir nu para o sofà.... as vizinhas andaram ai uns tempos mansinhas
Talvez a tua sogra precise do mesmo Espertalhão
Deixa o brinquedo na mesa da cozinha Espertalhão eheh havia de ser engraçado!

Sobre Mamon.

Uma filha e um filho lindo, agora em preparações para a terceira viagem <3

SweetBlonde -
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Desde 02 Ago 2012

Lmont, acho que a solução passa mesmo por falares com o teu marido. Tens de ter uma conversa franca com ele a sós, de preferência num sítio neutro (fora de casa).

Tens de lhe explicar que queres ter direito à tua privacidade, que se te apetecer andar nua pela casa o possas fazer sem ter sempre alguém presente que não pertence ao seio familiar. Sim, porque vocês formaram a vossa família. A tua sogra concerteza que também saiu de casa para formar a dela e não teria uma sogra sempre lá espetada em casa a ver o que ela fazia. A minha mãe ficou viúva tinha eu 12 anos, Saí de casa para casar aos 24 e há 21 anos que está sózinha na casa dela. Tinha um gato que morreu e já nem isso tem.

Que a senhora não tenha querido refazer a vida é um problema dela.

Se a senhora tem gosto em vos ajudar tudo bem, devem ficar-lhe agradecidos mas a um preço tão alto?

Já basta quando os nossos pais não têm independência e aí sim, temos de os ter na nossa casa.

Blonde

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Madrinha e afilhada orgulhosa da Nelia02

Benimamy -
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Desde 21 Mar 2016

Olá Lmont
Realmente está numa posição chata e constrangedora, que pode até terminar com a sua relação se nada for feito.
Desculpe a pergunta, mas consegue ter momentos íntimos com o seu marido?!!
Que tal ter uma conversa França com ele e dizer-lhe que já não aguenta mais?!!
O seu marido acha que é saudável para o seu filho dormir todos os dias com a avó?
Uma sugestão, quando for ao pediatra ou ao médico com o menino, diga ao seu marido para também ir e pergunte ao médico se é saudável para o seu filho dormir todos os dias com a avó.. Qualquer médico lhe dirá que não é que as crianças precisam de seu espaço e da sua independência, no fundo de ter o seu espaço.
Talvez desta forma o seu marido perceba que a mãe dele, por mais boa pessoa que seja está a mais nessa equação e que ele ao não agir, além de estar a prejudicar a vossa relação está a prejudicar e muito o filho
Espero que tudo corra bem e que consiga sair dessa situação..
Continua sem se dar com a sua família? Se entretanto a relação com eles melhorou, já pensou em pedir ajuda a eles?!! Ou acha que seria pior?

Sobre Benimamy

A minha princesa chegará em breve .... Sorriso Sorriso Sorriso
Já és tão amada meu amor
Sorriso Sorriso Sorriso Sorriso

milene gomes -
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Desde 12 Jun 2014

Mamã Lmont, só nao percebi porque é que depois de tudo ainda aceitou que a sogra fosse passar os fds a sua casa. (Mesmo com as dificuldades que pudessem ter)

Eu sou da opinião que o melhor para a relação com pais e sogros é sermos completamente independentes em todos os aspectos. Tente arranjar soluções para fazer face às despesas e, desta forma, tornar-se mais independente.
Boa sorte!

Maria Cid -
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Desde 26 Set 2016

LMont, desculpa dizer-te que me ri com a tua descrição inicial, era uma história que dava um filme. Mas não, o assunto não tem nada de comédia, mas mais de pesadelo. Falas na tua sogra como uma boa pessoa, mas a verdade é que é uma pessoa que não tem o mínimo respeito pela vossa vida em família e pela vossa privacidade. E que julgou que o seu dinheiro podia comprar a imposição da sua presença. Isso, LMont, não é "ajudar". Aliás, vou dizer-te uma coisa que provavelmente desconheces: vivendo vocês com dificuldades financeiras para se sustentarem, a tua sogra tem obrigação (já não digo moral, porque isso é óbvio, mas LEGAL) de contribuir para o sustento do neto (e do filho), sem que isso inclua, evidentemente, o direito de a senhora se instalar em vossa casa.

A ideia de terem uma conversa com a sra. é boa, mas o prioritário é teres uma conversa com o teu namorado, explicando-lhe que não consegues continuar a viver assim, que ninguém no seu perfeito juízo se sujeita a isto e que vocês têm um problema grave que têm de resolver.

Se nada resultar, terás, infelizmente, de começar a agir de forma a que a sra. comece a ter uma grande vontade de regressar para a sua casa. Porque além dessa só tens duas alternativas: viveres infeliz; ou saíres de casa.

guialmi -
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Desde 13 Jul 2013

Maria Cid escreveu:
Aliás, vou dizer-te uma coisa que provavelmente desconheces: vivendo vocês com dificuldades financeiras para se sustentarem, a tua sogra tem obrigação (já não digo moral, porque isso é óbvio, mas LEGAL) de contribuir para o sustento do neto (e do filho), sem que isso inclua, evidentemente, o direito de a senhora se instalar em vossa casa.
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É uma questão marginal ao problema aqui abordado, mas não acredito que os pais tenham a obrigação legal de ajudar os filhos adultos economicamente! Se assim fosse, os filhos podiam ser uns malandros toda a vida e os pais tinham de os sustentar para sempre...

A questão aqui abordada é delicada e não tem uma solução fácil. Claramente o marido da Lmont tem um problema grave - não consegue desvincular-se emocionalmente da mãe, assumir-se como adulto independente e por isso cede às suas chantagens. Por sua vez a mãe tb não consegue aceitar a autonomia do filho...juntou-se a fome com a vontade de comer, como se costuma dizer. Conheço vários casos assim, embora não com contornos tão exagerados. E muitas vezes o marido/mulher acaba por se resignar ou acomodar...o que não é o seu caso, e ainda bem, só mostra a maturidade que tem (e a eles lhes falta).
Penso que a solução terá sempre de passar por falar com o marido e chegarem a compromissos. Por ex, a mãe pode jantar convosco 2 vezes por semana, não mais. Pode passar uma tarde do sábado ou domingo, mas não ficar a dormir. Negoceie com ele e não com ela... Se ele se mostrar muito relutante, tem de lhe fazer ver que a vossa relação não tem futuro se continuar a ser a três...e que isso não significa excluir a mãe, mas sim dar-lhe o lugar que ela ocupa, como mãe/sogra/avó. Boa sorte!

LMont -
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Desde 07 Dez 2016

Inscrevi-me neste forum a pensar que vocês, mães, me fosse por algum juizo na cabeça, dizer-me que nao estava a ver algo que deveria, mas encontrei opiniões que me mostram que o que sinto dentro de mim está certo e não deve emocionalmentenser despresado. Antes de tudo, quero dizer que é muito querido da vossa parte tentarem entender este quebra-cabeças (quase literalmente!) e procurarem soluçoes para me ajudarem. Só posso dizer obrigada!
A minha sogra tem 68 anos, foi mãe tarde, mas está perfeitamente autónoma, capaz de trabalhar, conduzir, tem um espírito ainda bastante receptivo ao que é novo.
Eu sempre achei que o problema estava no meu namorado que não corta o cordão umbilical com a mãe e nem tenta, porque foi educado a fazer companhia à mãe, foi principalmente educado a nunca deixar a mãe porque ela não tinha procurado mais ninguém por causa do filho. Uma mártir... E o meu namorado acha isso, que ela se sacrificou imenso, que sempre lhe deu tudo monetariamente e que lhe deve isso.
Já tentei tantas vezes falar com ele. Já cheguei a chorar, a discutir, a pedir porque acredito que ele é a ponte disto tudo e ele quando se sente apertado pelo assunto diz "eu sei, tenho que arranjar uma soluçao para isto" mas nada acontece ou entao diz "ai tu és tao chata..." e ignora-me ou entao ainda se exalta e diz "tu achas bem eu dizer-lhe para deixar de ca vir dormir quando ela faz tudo por nós?!" Por muito que fale, ele não sente bem vê o que eu vejo e se um dia fizer um esforço vai ser porque já não quer aturar mais o assunto, se fizer...
É que vocês não estão a ver, ela chega aqui a casa por volta das 20h da noite depois do trabalho e traz o saco com o pijama sem avisar! Como se fosse perfeito estarmos todos juntos em família, super normal...
Ela não aceita que o meu filho tenha independencia a dormir, nao pensei chegar a ter que revelar isto mas o meu namorado dormiu com ela até a adolescencia! Ela acha que "coitadinho do neto, dormir sozinho, está bem é no meio dos pais" tipo... Quem é que pode viver esta realidade? Ainda hoje em dia os meus pais nao querem saber, nao telefonam nos aniversarios ou natal, ou seja, a unica pessoa que teria mais proxima para me ajudar a criar o Lourenço, não me é credivel! Eu infelizmente desisti a meio da faculdade por causa disto, nao me sentia segura em deixar o bebe tao novo com ela porque tem uma forma de pensar tao diferente da minha e, acho, do resto da sociedade! Nao devia ter parado de estudar, mas admito nao ter tido força para tudo. A minha sogra alimentava o Lourenço mais vezes que devia e depois mentia-me e o meu namorado vinha e contava-me outra história. Enfim, só chatices que nao trazem sanidade mental a ninguém.
Ja tentei no inicio deste ano inscrever-me na Porta 65, mas como troquei de casa, vou fazer novamente isso, alias, obrigada por me falarem dos prazos das candidaturas!
Sabem, eu nunca deixei que a minha sogra viesse ca dormir, nunca. Estivemos em Lisboa, antes de trocarmos de casa e ela disse que em setembro ia ter umas ferias e se podia vir passar ca 2 ou 3 dias. Claro que falou disto ao filho e ele disse "claro, mae, nao ha problema". Fiquei fula, avisei-o que estariamos a dar a mão para ficar sem o braço, ele respondeu-me "achas que sim! Opah, tambem é so estas noites e volta tudo ao normal" Nao voltou... So me apetece dizer "lembraste de quando.. Sim, eu previ e avisei"
Desde esses 2 ou 3 dias que, desde que mudamos de casa, tivemos 2 ou 3 fins-de-semana sem ela dormir (porque os dias foram ca passados na mesma) e devo frisar que um deles fui eu que sugeri o Lourenço ir dormir a casa dela para ver se as coisas voltavam a carrilar, mas não adiantou de nada. Dos fins-de-semana, passou a vir jantar ca todos os dias e depois, já que aqui estava, ficava a dormir... Afinal porque não? Triste
É mesmo, a minha vida parece um filme neste momento. As nossas relaçoes sexuais ou acontecem super tarde (porque a minha sogra é moderna e não se deita com as galinhas) ou quando ela ainda nao chegou ou nao está. Só queria que alguém abri-se os olhos ao meu namorado, sabem... Ele é completamente passivo perante o mau ambiente que acaba por gerar entre nós. Nós só discutimos por causa deste assunto...

Mamon. -
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Desde 06 Dez 2016

POis, eu tambem nao me habituava a isso, garanto-te.
Adoro a minha sogra e o meu marido é demasiado independente da mae, tenho mesmo de ser eu a lembrar que a mae dele existe, e quando ela està connosco, apesar de ser uma santa, eu fico logo a panicar com a minha falta de privaciedade... ter alguem a mexer nos meus metodos e rituais, como o lavar a loiça, fazer as camas e dobrar roupa, apesar de ser uma ajuda, eu gosto de fazer muito ao meu jeitinho. Imaginando te-la em permanencia e ter de disputar o meu marido com ela (que é compreensivel ate determinado ponto) seria exaustivo para mim.
Estou a ver que tens de perder o pouco de paciencia que te resta para pores em pratica um plano que resulte e despertares talvez demasiado tarde, o interesse do teu marido em resolver esse problema. Nao é facil viver assim. Mas plo que percebo também nao é fácil pegar nas malas sozinha e ir embora.
Diz-me a primeira vez que sais-te de casa como te safas-te sozinha?
Em resumo acho que o teu marido so te vai dar ouvidos, quando ja tiveres decidida e ele perceber que é mesmo a serio... outra vez!
Por isso é que eu valorizo muita nossa independência dentro do casal, pk perante as dificuldades, temos sempre espaço de manobra, e poder de negociação.

Sobre Mamon.

Uma filha e um filho lindo, agora em preparações para a terceira viagem <3

Marina4 -
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Desde 15 Maio 2016

O problema é que em vez de teres um parceiro a lutar contigo ele está a lutar " contra" ti e assim não consegues. Eu não conseguiria viver assim ( antes vivia sozinha e o meu espaço pessoal e momentos de silêncio são tudo para mim).
E se começarem a ter menos cuidado? Andarem nus pela casa, fazerem barulho ao terem relações? Lol

Diana Isabel Silva -
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Desde 28 Set 2014

Olá!

A sua situação é de facto muito complicada. Honestamente, eu não conseguiria viver assim!
Penso que a relação que existe entre o seu namorado e a mãe dele é patológica. Claramente, ambos precisam de apoio psicológico.
Quero apenas realçar que deve ter especial atenção ao Lourenço, pois parece-me que a sua sogra vai tentar educar o seu filho da mesma forma que educou o filho dela.

Boa sorte e coragem!

Saki -
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Desde 07 Set 2016

Ao ler a história toda dá a sensação que ela só vos ajuda para vos puder manipular e fazer as coisas todas à maneira dela.

Dormir com o filho até à adolescência ultrapassa o saudável em larga escala, parece que trocou um companheiro/namorado pelo filho e fez dele uma pessoa super-dependente.
O problema, lá está, não é só dela, é dele que não cresceu (porque a mãe não deixou e o privou de se desenvolver de forma normal e saudável) a questão é que agora é a vez dele perceber isso. E para ele assumir que tem de mudar será assumir que a mãe errou e erra muito não só com ele mas com vocês... parece que é algo dificil de acontecer.

Acho que precisam de falar seriamente mesmo. E com o meu filho não deixaria margens para o abuso de ir dormir com ele constantemente: nem que ela dormisse no sofá, com o meu filho é que não dormia. Infelizmente está numa situação em que se não for a LMont a criar as barreiras saudáveis, parece-me que ninguém o fará.

Nennya -
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Desde 23 Fev 2009

LMont, a minha mãe ficou viúva quando eu tinha 2 anos, por opção dela não refez a vida dela (opção dela porque eu sempre lhe disse que desde que fosse alguém que nos respeitasse eu apoiava). Teve uma relação longa, mas cada um vivia na sua casa e entretanto acabou. Dormi com a minha mãe até aos 9 anos porque a nossa casa só tinha um quarto, nessa altura a minha mãe, com muito sacrifício conseguiu comprar uma casa com dois quartos e passei a dormir sozinha.
Fomos sempre só as duas.
Estou casada há seis anos e ela nunca veio dormir cá a casa. Tenho a minha independência que muito prezo e ela tem o espaço dela. Vamos jantar com ela à quarta e almoçamos lá ao domingo (e depois jantamos nos meus sogros) e de vez em quando se precisar liga e eu ou o meu marido vamos lá ajudar. Só com a educação da neta é que tenta interferir mas quando exagera eu "meto travão".
Isto tudo para dizer o que, que como alguém com uma vida familiar semelhante à do eu namorado, honestamente a relação dele com a mãe não é normal nem saudável. E aparentemente ela quer criar o mesmo tipo de relação com o neto. Será que o teu marido acha normal vocês terem horas para a intimidade porque ela está aí? Isso não é saudável para a vossa relação. E já deu para perceber que a "ajuda" dela tem um preço e assim ela o vai manipulando.
Não te posso dizer muito mais que as outras meninas já não tinha dito. Só esoero que consigas resolver a situação rapidamente para o teu bem e do Lourenço.
Beijinho

Sobre Nennya

• 2* positivo a 12/09/2016
• diagnóstico de gravidez anembrionaria a 04/10/2016
• suspeita de gravidez molar a 27/10/2016
• curetagem a 31/10/2016
• diagnóstico de mola hidatiforme total confirmado a 07/12/2017 (6 meses de espera)

FSilsa -
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Desde 08 Abr 2014

Olá Espertalhão Essa de acordar e a sogra estar lá a olhar para vocês é de loucos! Só faltou a minha sogra o fazer e não foi por falta de vontade dela.
Bem, resumindo depois de um ano e tal, a menina está na creche e não vai para a casa das avós. Eu falo com o meu sogro normalmente, já com a minha cunhada e sogra falo só o estritamente necessário e de forma educada para não me acusarem de nada e não tenciono mudar nada porque já aturei de mais. No meu caso vivia por baixo da minha sogra e a melhor coisa do mundo é ter a nossa casa longe Espertalhão
Entendo essa parte de devermos favores, porque o meu sogro pagava a água e luz (a minha sogra não trabalha) e ainda hoje nos manda verduras e fruta (ele trabalha numa frutaria). Estou sempre muito grata a ambos, tanto ao meu sogro como à minha sogra que me ajudou quando a menina nasceu. Mas acho que há limites para tudo. Ela deveria ter pensado até que ponto queria ajuda e pensou apenas nela e no que ela queria. E sinceramente aturas e aturaste mais que eu, mas eu já estava no meu limite e não estava a aguentar mais. Eu já por 2 vezes cheguei ao limite, mas depois amoleci e fui cedendo. Agora é nada.
Acho que o problema está na tua sogra que não sabe os seus limites e no teu marido que não sabe impô-los. Óbvio que me sinto à vontade com a minha mãe, já o meu marido como é normal não. O mesmo serve para o contrário. Ele sente-se bem, e acho que devia compreender que tu não. Afinal não foi ela que te lavou a coisinha em pequena, não é?
Não tenho soluções milagrosas, mas acho que se um dia conseguirem ter alguma estabilidade financeira e uma casa só para vocês, não cedas de novo a deixar ela ficar lá. Nem sequer um dia. Como já te disse, agora não cedo em nada. Basta uma vez para se acharem à vontade para a 2º vez e por ai fora. Como o meu pai diz: Bons costumes é bom de por e reles de tirar. E se o teu marido não entende as coisas era bom que o fizesses entender. Há de haver uma forma de o fazer ver que o teu ponto de vista. Senão entender, mexe-te de novo. Muda de casa de novo para uma que possam suportar e pronto.
De resto lamento os dissabores da tua vida, o teres de te separar dos teus pais e todas essas peripécias. Mas um dia tudo vai melhorar.
Beijinhos e tudo de bom.