Ambiente em que vive a grávida influencia risco de depressão pós-parto
O projecto, liderado por Colter Mitchell, teve início em 1997 e, no total, os cientistas avaliaram o ADN de mais de 1.200 mães.
Para a investigação foram analisados dois marcadores genéticos, 5-HTTLPR e Stin2, que têm sido associados ao risco de depressão. Estes dados foram então comparados com as seguintes situações: se a mãe estava deprimida ou não no primeiro ano de vida de seu filho.
A análise também teve em conta o nível de educação da mãe, uma vez que, refere o estudo, um baixo nível de instrução tende a ser um indício de ambiente negativo, que poderá conduzir a uma maior propensão para a depressão.
Do total, a depressão pós-parto afectou apenas 17% das mulheres avaliadas, sendo que, as taxas variavam caso a mãe fosse portadora de variantes específicas de um gene associado à sensibilidade biológica ao seu ambiente. O seu nível de escolaridade também influenciou.
As mães que tinham marcadores genéticos que as tornam mais sensíveis ao ambiente tiveram uma maior probabilidade de ficarem deprimidas se estivessem num ambiente negativo (por exemplo, um baixo nível de educação).
As mães sem estes marcadores genéticos apresentaram aproximadamente as mesmas taxas de depressão, independentemente do grau de educação. Para estas, o ambiente não pareceu ter muito impacto.
No entanto, uma mãe com os marcadores genéticos sensíveis que vivesse num ambiente positivo (por exemplo, com um alto nível de educação) apresentou uma menor probabilidade de ter depressão do que todas as outras mães, incluindo aquelas sem os genes sensíveis ao ambiente.
Refere o estudo, que chamá-los de “genes da depressão” não está correcto. Os marcadores genéticos anteriormente associados pela ciência com a depressão estão, na verdade,.associados a uma maior sensibilidade ao ambiente. O resultado é que as mães são mais influenciadas pelo ambiente que as rodeia, quer seja positivo quer seja negativo.