Adolescente que mente e omite | De Mãe para Mãe

Adolescente que mente e omite

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8 mensagens
sofiaelis -
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Desde 14 Dez 2011

Olá!
Há muito que aqui não vinha, mas hoje preciso de umas palavras sabias das mamas.
Eu sou madrasta de um miúdo de 14 anos, que tem revelado um comportamento feijão frade, a frente das pessoas cordeiro e por trás leão. Ele já o ano passado se meteu em consumo de drogas e não, ate eu dizia que era impossível, mas foi possível.
Pensei que ele tinha aprendido alguma coisa, mas esta semana o comportamento anda cada vez pior, e um teste conseguiu tirar 5% em 100%, e em vez de dizer em casa assinou como se fosse encarregado de educação.
quando o confrontei, nem me passou cartuxo, apetece-me tirar-lhe a telemóvel ,acesso a net e enquanto não mudar comportamento não devolver. estive a ler opinião de psicólogos mas dizem ser pior . Não sei o que fazer... O problema é que é um comportamento que já se revela desde a primaria. Faz as asneiras e esconde-se e as vezes confrontado com as provas continua a mentir....Que seca!

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

Bem, isto é muito complicado, com essa idade já com essas atitudes... o meu miúdo tem 12 e ainda é uma criançola daquelas que acha que a droga o mata à terceira utilização e que se enoja com o cheiro a cerveja.
Se fosse meu filho eu ia dar-lhe um castigo valente, desses que referiu, aliás está instituído lá em casa que por cada teste negativo é um dia sem computador nem wii nem playstation nem nada disso. E ele, que até nem se esforça muito, negativas não tira, com medo de ficar sem os seus preciosos gadgets.
Mas o grande problema aqui é que ele não é seu filho. O que dizem os pais? Que atitude tomam?

sofiaelis -
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Desde 14 Dez 2011

A mãe faleceu, vive comigo e com o pai, desse os oito anos. eu dava-lhe um castigo desses, mas ele chantageia o pai e diz que foge de casa e claro ele não que que isso aconteça, e ele vai ditando as regras... Sinceramente ele que é muito inteligente agora, nem o reconheço, é só espelho,. Eu já pensei pedir que ele fosse visto por um psicólogo, mas o pai não concorda.

Texand -
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Desde 20 Ago 2015

Ja passei por isso, felizmente ja nao tenho de lidar com ele, a relaçao terminou .
Pelo que sei o miudo nao mudou muito.
O pai nao diz nada sobre isso?
Eu nao me podia meter na educaçao dele.... havia alturas que ele fazia um jogo entre nos, como sabia que o pai se punha do lado dele , aproveitava-se

Tyta.B -
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Desde 31 Jul 2015

Então o papel de mãe é teu, percebo. O problema é o pai não estar em sintonia... é claro que o miúdo precisa de um castigo exemplar, uma acção gera sempre uma reacção e uma consequência, se ele não estuda tira más notas e recebe castigo, isto para o meu filho é claro como água, mas foi habituado desde pequeno, e o pai neste aspecto sempre concordou comigo.

Também me parece óbvio que precisa de ir a um psicólogo, e já deveria ter ido até porque perder a mãe tão novinho marca profundamente.

Explique ao seu marido que não há problema nenhum em ir ao psicólogo, isso é preconceito, o meu filho foi uns anos - sou divorciada, fui mãe muito nova, ele era muito desobediente na escola, apesar de nunca ter sido mal educado nem ter criado problemas sérios - e apenas por estes fatores foi acompanhado por uma psicóloga, e só lhe fez bem.

neuzaraquel -
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Desde 07 Set 2010

Eu li o seu tópico e com a idade dele fiz as mesmas asneiras, não ia ás aulas, estava rodeada de más companhias , mas o facto de eu fazer tudo aquilo devia-se ao facto de ter pouca atenção por parte dos meus pais e revoltei-me , achava que se eles não queriam saber de mim que eu própria tomaria conta de mim mesma.
Tive sempre a sorte de me saber afastar das drogas , e também de ter uns avós maravilhosos que me impunham regras e que tomaram conta de mim e sou hoje o que sou, posso agradecer a eles.
O conselho que te posso dar é que impores algum tipo de castigo provavelmente não irá resultar pois se nunca o fizeram até agora , começarem a fazer só iria gerar confusão, ida ao psicólogo parece-me positivo, visto que perdeu a mãe cedo seria bom para ele falar, começarem a ter mais conversas com ele e chamarem-no á razão e o pai, principalmente acompanhar essas conversas.
espero que tudo se resolva, beijinhos

O amor de mãe é o combustível que capacita o ser humano comum a fazer o impossível.
A minha vida agora está mais completa.
Matilde&Benedita <3 <3

sofiaelis -
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Desde 14 Dez 2011

Pois, concordo com todas...
Ele já com a mãe segundo o que me contam fazia birra e a mãe e avó cedia. Eu desisti de tudo porque o amo e sim sei que não sou mãe, mas achava que se continuasse a ser professora, a estar longe de casa, só o estaria a prejudicar. Desisti, fui mãe tenho estado em casa e a ajudar o marido no trabalho dele, não somos ricos, mas nunca lhe faltou nada, sempre conversei com ele sobre drogas sobre tudo.
Mesmo há uns meses quando ele se meteu com drogas repreendemos sim, mas ninguém bateu, quis ir para o futebol deixamos, mas sempre dissemos que se portasse mal ou baixasse notas ele saia.
Sempre que o mandamos estudar diz que já estudou, é telemóvel ate as tantas, musica etc A agir assim quer que lhe façamos uma estatua? enfim...
Obrigada pela ajuda

DMRS -
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Desde 24 Ago 2009

Por aquilo que aqui foi dito parece-me que o problema de comportamento dele não é de agora, é algo que se tem vindo a agravar e algo que nunca ninguém colocou realmente um travão.

O facto de perder a mãe obviamente que o marca a ele (e se o processo de luto não tiver sido bem feito, poderá realmente precisar de ajuda também nesse aspecto).
Mas será que o comportamento dele vem mesmo daí? É que pelo que foi dito, há e sempre houve falta de regras, limites e imposições... e este tipo de comportamentos já é anterior à morte da mãe (ou percebi mal?). Se for esse o caso, depois de ter perdido a mãe pode ter ocorrido que todos lhes tenham feito as vontades por "pena", sem terem mantido as regras claras e limites bem traçados... será que isso aconteceu?

Desculpe a frontalidade mas a mim parece-me que o pai tem que realmente sê-lo. Ser pai também é dar educação, represálias, limites, imposições... parece que isso tem sido adiado e evitado... Ora, isso nunca dá bom resultado. Um mau comportamento nunca pode ser recompensado e parece-me que o dele é: fez uma grande asneira mas pediu para ir para o futebol e foi-lhe logo concedido. Será que não deveria ter primeiro merecido para poder ter o que queria, será que não deveria provar-vos que estava disposto a mudar e depois ser-lhe concedido esse desejo? Nem tanto como recompensa mas como um "direito" que lhe é concedido por se comportar como é esperado.

Em relação aos psicólogos dizerem que é pior tirar as coisas... na realidade o sistema de recompensas e de motivação é um "pau de 2 bicos" - isto porque funciona (por norma) bem mas somente durante pouco tempo. O tipo de motivação que estimula não é algo que dure a longo prazo... mas pode ser importante para iniciar o processo.
Mas pior do que castigar/recompensar são situações em que lhes é "prometido" um determinado castigo e não o aplicar ou falhar na imposição de regras.
As crianças e adolescentes precisam de sentir a frustração, precisam de ouvir "não" e precisam de limites. É o dever dos pais dar-lhes isso para que se desenvolvam da melhor maneira possível. Não ter regras claras, limites e consequências conhecidas pode dar muito mau resultado.

Em relação a procurar um psicólogo, podem fazê-lo mas talvez se tentarem ser mais rígidos, aplicarem regras claras com consequências claras nem seja necessário recorrer a um.
Mas uma coisa é essencial: o pai tem que ser firme e estar ao seu lado. Se estiver contra si poderá minar todo e qualquer trabalho que seja feito com ele.
Mesmo recorrendo a um psicólogo, é essencial que todos estejam envolvidos no processo e abertos a fazerem as mudanças necessárias em casa para conseguir ajudar comportamentalmente o rapaz. Para isso o pai tem que também estar disposto a isso.