Ácido fólico na grávida pode aumentar risco de asma no filho
Os suplementos de ácido fólico são recomendados para garantir o desenvolvimento fetal normal e sabe-se que têm um papel importante na redução do risco de espinha bífida nos recém-nascidos.
Para o estudo, investigadores liderados por Siri Eldevik Håberg compararam os níveis de ácido fólico no sangue de quase duas mil mulheres grávidas com a incidência de asma nos seus filhos aos três anos de idade. Os resultados mostraram que quanto maior era o nível de ácido fólico no sangue da mulher, maior era o risco de a criança ter asma.
Trata-se do primeiro estudo a examinar a ligação entre o nível de ácido fólico no sangue das grávidas e a ocorrência de asma nos seus filhos. Contudo, para o estudo, os investigadores também tiveram em conta uma série de outros factores, tais como o nível educacional e o índice de massa corporal (IMC) da mãe, tabagismo durante a gravidez e se a mãe também sofria de asma.
A líder da investigação alerta, no entanto, que podem existir outros factores presentes nas mulheres com altos níveis de ácido fólico que tenham impacto sobre o risco da criança desenvolver asma.
"O ácido fólico é recomendado, dado ser sabido que previne defeitos no tubo neural, como a espinha bífida. Se, no momento, a nossa investigação tem implicações para as orientações sobre os suplementos de ácido fólico, isso provavelmente resolver-se-á ajustando a dose recomendada, possivelmente limitando-a a grupos específicos de mulheres", explicou a especialista em comunicado.
Estudos anteriores realizados com ratinhos levaram os investigadores noruegueses à ideia de que o ácido fólico pode conduzir a mudanças epigenéticas, e assim afectar o funcionamento dos genes. Deste modo, na próxima fase do estudo, a equipa de Håberg vai analisar os mecanismos por trás de uma possível ligação entre o ácido fólico e a asma.