Gravidez múltipla ou gemelar | De Mãe para Mãe

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Gravidez múltipla ou gemelar

Cada vez mais ocorrem gravidezes múltiplas. Ainda que o país com mais gravidez gemelar seja a Nigéria, e o Japão com menos, a Europa e Portugal no geral tem vindo a aumentar a sua taxa, em que 1 em cada 8 gestações é múltipla. Um dos grandes motivos que leva ao aumento da gravidez gemelar sãos os tratamentos de fertilidade e a gravidez depois dos 35 anos. No entanto, embora possa ser um desafio, ter gémeos é sempre uma felicidade a dobrar.

Uma gravidez gemelar ou múltipla é considerada uma gravidez de risco já que para a grávida existe um risco maior de complicações como a diabetes gestacional, pré-eclampsia e anemia. Para os bebés existe um risco da restrição do crescimento e de parto prematuro. Por isso, em caso de gravidez gemelar o acompanhamento da gravidez deverá ser maior e mais regular.

A gravidez múltipla

A gravidez múltipla é frequente, surgindo normalmente uma em cada 80. A grande maioria dos casos é uma gravidez dupla, já que a gestação de mais do que dois fetos é menos frequente. A gravidez tripla, na qual são gerados três fetos e o consequente nascimento de trigémeos, ocorre numa em cada 8.000 mulheres grávidas. A gravidez quádrupla, ou quadrigémeos, ocorre numa em cada 750.000 mulheres grávidas, enquanto a gravidez quíntupla, ou de cinco gémeos, apenas ocorre numa em cada 65.000.000, sendo a gravidez sêxtupla ou séptupla bastante raras.

Sintomas da gravidez múltipla

Durante o primeiro trimestre estar grávida de gémeos pode significar ter sintomas a dobrar, nomeadamente os enjoos, a azia e o cansaço. Posteriormente, problemas associados com a gravidez como as hemorroidas, dores nas costas e o cansaço serão mais evidentes porque o peso da barriga será naturalmente maior. A probabilidade de sofrer de tensão arterial elevada (hipertensão) é maior e, no final a gravidez, poderá ter de estar de repouso mais cedo, por volta das 26 semanas. Devido à probabilidade de anemia provavelmente terá de tomar suplementos de ferro, mas sobre isso deve de conversar com o seu médico assistente.

Determinar as placentas

É importante determinar quantas placentas existem e não apenas quantos bebés se estão a formar. Maioritariamente, a gravidez gemelar tem placentas separadas (gémeos dicoreónicos) ou gémeos fraternos. Cerca de 20% das vezes a placenta é partilhada dando origem a gémeos monocoriónicos ou gémeos idênticos. Este tipo de gravidez é normalmente mais complicado, necessitando, portanto, de mais vigilância.

Controlo da gravidez

Tal como numa gravidez comum, uma gravidez gemelar necessita de controlo através das ecografias, nomeadamente para despistar a síndroma de Down entre as 11 e as 14 semanas. Como a gravidez é considerada de risco, associado a este existe a possibilidade de malformações como doenças cardíacas congénitas e deficiências do tubo neural como a espinha bífida. Este tipo de problemas afeta cerca de 25% dos gémeos dicoriónicos e quase 50% dos gémeos monocoriónicos. Normalmente, a cada 4 semanas os gémeos devem ser examinados através de uma ecografia, para averiguar o seu crescimento e possíveis malformações.

Síndroma de transfusão feto-fetal nos gémeos verdadeiros

Um dos riscos mais graves para os gémeos monocoriónicos é a síndroma de transfusão feto-fetal. Cerca de 15% dos gémeos que partilham a mesma placenta desenvolvem este problema. Os chamados gémeos verdadeiros que partilham a mesma placenta correm um risco de um deles receber mais sangue do que o outro, devido a vasos sanguíneos anómalos que se formam e que estabelecem a ligação através da placenta. O tratamento desta anomalia consiste em distribuir estes vasos através de cirurgia laser, da remoção do excesso de líquido amniótico através da amniocentese, ou o parto prematuro se os pulmões já estiverem formados.

O diagnóstico é feito através da ecografia se existir algum destes sinais:

  • Diferença acentuada no tamanho dos diferentes fetos do mesmo sexo
  • Diferença no tamanho dos dois sacos amnióticos
  • Diferença no tamanho dos dois cordões umbilicais
  • Uma única placenta
  • Evidência de fluido acumulado na pele de um dos fetos
  • Insuficiência cardíaca no gémeo recetor
  • Polihidrâmnio – excesso de líquido amniótico no gémeo recetor
  • Oligohidrâmnio – diminuição do líquido amniótico no gémeo doador

Parto prematuro

O parto prematuro numa gravidez múltipla é muito comum, até porque a duração média de um a gravidez de gémeos é de 36 semanas e a de trigémeos é de 34 semanas. Devido a isso, se sentir contrações ou se notar algum tipo de sinal de que o parto está a iniciar deve dirigir-se rapidamente para o hospital, ou ligar ao seu médico assistente. Se a sua cervix for mais curta, a probabilidade de dar à luz mais cedo será maior. Os gémeos nascem com um peso inferior ao dos recém-nascidos de gestações simples, sendo seu peso em média de 2,5 kg.

Durante a gravidez

A gravidez, seja ela múltipla ou não, é um período para ser desfrutado e ao sentir alguns anseios partilhe-os não apenas com o seu médico mas também com outras grávidas e mães de gémeos que poderão ajudar a acalmar, dando conselhos e boas dicas.

Uma gravidez múltipla pode ser mais complicada, mas é importante que se mantenha positiva, que descanse bastante e que mantenha um regime alimentar equilibrado e saudável. Opte por fazer pequenas refeições, mais vezes ao dia, incluindo o pequeno-almoço e para manter os seus níveis de energia mais altos opte por alimentos que sejam propícios a isso, como cereais integrais, evitando açúcares refinados e outro tipo de alimentos que apenas dão energia durante curtos espaços de tempo.

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