Como deixar de ser uma mãe galinha | De Mãe para Mãe

Está aqui

Como deixar de ser uma mãe galinha

A maternidade traz com ela muitas responsabilidades agregadas: amar, ensinar, cuidar e proteger. Acontece que há muitas mães que levam ao exagero a questão da proteção, tornando-se naquilo que habitualmente designamos de “mãe galinha”. É importante perceber, no entanto, que a superproteção pode ser altamente desvantajosa para qualquer criança, ganhando consequências indesejáveis – tais como a inibição e a dificuldade da própria criança em se defender ou em assumir tarefas que lhe são proibidas pela progenitora. É sabido que a personalidade de uma criança se forma até aos sete anos – por isso, se é mãe e está a dar os primeiros passos na maternidade, conheça alguns conselhos para deixar de lado o seu instinto mais “galinha” e assegurar que o seu filho se torne um adulto feliz e independente.

O que é demais, faz mal!

Conhece a expressão? A verdade é que ela faz realmente sentido. Tudo o que é em demasia não é saudável – a atenção, a preocupação, a proteção exagerada. É óbvio que tem de cuidar dos seus filhos e de os fazer sentir protegidos e seguros. Mas isto não pode implicar o controlo total dos seus passos. Todas nós já ouvimos dizer que é preciso cair para nos sabermos levantar e seguir caminho. Permita-se dar espaço aos seus filhos – ao deixá-los realizar pequenas tarefas como brincar sozinhos, colocar a manteiga no pão ou brincar em casa de amigos – não só lhes vai estar a dar espaço como vai estar a promover algo impagável: a sua independência!

Diga não aos pequenos monstrinhos!

O excesso de zelo pode resultar nisto mesmo: em pequenos monstrinhos que, dada a educação de proteção total, não são capazes de fazer nada sozinhos. Uma criança que não adormece sozinha, que não toma banho sem ajuda ou que nem se atreve a ficar umas horas em casa de um familiar revela índices de insegurança que podem derivar num adulto com problemas de autoestima e insegurança. Controle a tendência de ir a correr mal vê os seus filhos a dar cambalhotas no sofá: deixe-os ser crianças e deixe-os aprender o que está certo e o que está errado (sem entrar nos limites do risco, obviamente). Os pequenos monstrinhos de que aqui falamos são normalmente reflexo de uma educação pouco saudável – e evitar isso está totalmente nas suas mãos.

Confie-lhes tarefas

Muitas “mães galinha” não só tentam proteger os filhos de todos os “eventuais perigos” como ainda assumem por eles todas as tarefas. O resultado: crianças que não conseguem fazer rigorosamente nada sem ajuda. Gerir uma casa e uma família implica um sem número de tarefas, nas quais os mais novos também podem (e devem!) colaborar. Peça-lhes que ajudem a pôr a mesa para o jantar, que façam as suas camas e até mesmo que aspirem o chão. São tarefas básicas que trazem inclusivamente bons ensinamentos para o futuro das crianças. E, se eles já forem mais crescidos, peça-lhes para irem à padaria da esquina comprar o pão para o lanche – esta responsabilidade vai torná-los mais independentes e seguros.

Estimule a autonomia

Os seus filhos já estão no segundo ano, mas continua a supervisionar todos os trabalhos de casa e a acompanhar passo-a-passo o estudo para todos os testes? Não o faça. Chega uma altura em que as crianças têm de ser responsabilizadas – e convenhamos que, na idade escolar, a maior (e, muitas vezes, a única!) responsabilidade dos mais novos é precisamente a escola. É importante que eles percebam que estudar e ter boas notas é uma tarefa deles e que depende unicamente do seu esforço. Claro que deve acompanhar o rendimento escolar e que deve estar atenta aos seus resultados, mas a tarefa em si é apenas deles! Tal como muitas outras: vestir-se sozinho, arrumar o quarto depois de brincar, guardar a mochila e as sapatilhas quando chega da escola… estimular a autonomia numa criança é também potenciar a sua autoestima!

É importante que entenda que ser “mãe galinha” não significa necessariamente ser “boa mãe” ou “má mãe”. A maternidade é, acima de tudo, amar, cuidar e ensinar a crescer, para formar adultos capazes e dignos. E isto implica boas maneiras, autonomia, independência e liberdade. Para os filhos e para os pais!

Votação

Quanto tempo, em média, dura uma consulta com o seu filho no pediatra?